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PREVCLASS 01 - Análise do CNIS 2

Seja muito bem-vindo!

Seja muito bem-vindo à nossa primeira PREVCLASS! Esse é o seu

material de apoio para ajudar no seu aprendizado!

Eu preparei pra você, com muito carinho, para você ter sempre em

mãos tudo o que você precisa saber sobre análise do CNIS.

Ao fim de cada aula, você vai receber um ebook como este, com o

resumo completinho da nossa última aula!

Por isso, eu sugiro que você continue no grupo do WhatsApp para

receber a sua versão e o aviso das próximas aulas, ok?

O PREVCLASS é a minha forma de compartilhar com você, numa

conversa super produtiva e descontraída, as estratégias para ter uma

advocacia de resultado - tanto para você quanto para o seu cliente,

afinal, estamos aqui pra fazer a diferença na vida dos outros e colher

os frutos do nosso trabalho, não é mesmo?

Eu sou Jéssica Matias - advogada previdenciarista e especialista em

cálculos e planejamento previdenciário!

O que você vai encontrar aqui…


o que é o CNIS
porque ele é tão importante
como fazer a análise do CNIS
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O TEMA DA NOSSA
PRIMEIRA AULA NO
PREVCLASS
Eu escolhi falar sobre a análise do CNIS na nossa primeira

PREVCLASS porque ele é essencial para o trabalho do

advogado previdenciarista!

Não importa se você vai trabalhar na esfera consultiva, na via

judicial ou na área administrativa.

Em qualquer caso, você vai precisar fazer uma análise do CNIS

do seu cliente.
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O QUE É O CADASTRO
NACIONAL DE
INFORMAÇÕES
SOCIAIS - CNIS

CNIS significa Cadastro Nacional de Informações Sociais - também é

chamado de extrato Previdenciário ou extrato do CNIS.

Ele foi criado em 1989 e ele é uma das nossas principais ferramentas

de trabalho.

É por meio dele que a gente consegue ver qual o tempo de

contribuição do nosso cliente, se ele está com a qualidade de

segurado (se não). Também é por meio do CNIS que a gente consegue

simular as Rendas Mensais Iniciais. Isso e muito mais parte da análise

do CNIS.

E é também no CNIS que você vai identificar os erros e informações

incompletas que podem prejudicar o seu cliente! Com a análise do

extrato previdenciário, você vai saber como consertar esses erros

antes que eles virem um problema.

O CNIS nada mais é do que um banco de dados do INSS - o

documento onde constam todas as informações previdenciárias do

cliente: relações previdenciárias, informações pessoais, salários de

contribuição e tudo mais que você precisa verificar na hora de

atender o seu cliente.

Por que saber analisar muito bem o CNIS é tão importante?

Sublinha, marca, rabisca essa frase aqui: o CNIS é a base de tudo!


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Ele é o ponto de partida da nossa análise previdenciária. É nele que a

gente vai ver a situação do cliente!

Além disso, a análise do CNIS é quase uma etapa obrigatória para

qualquer caso previdenciário. Em pouquíssimas situações você não vai

precisar analisar o CNIS.

Com análise do CNIS, você consegue também se preparar para a

parte administrativa, ou seja, na hora de fazer um requerimento ou

mesmo entrar na com uma ação judicial. É nessa hora que o CNIS vem

muito a calhar.

Eu recebo muito essa pergunta no Instagram: “Jéssica, eu preciso

atualizar o CNIS no momento do requerimento ou eu posso fazer esse

acerto antes?”

Você pode fazer antes ou depois. Isso depende da sua estratégia.

Pode ser que seja mais interessante para você oferecer esse serviço

para o seu cliente antes dele se aposentar, principalmente quando é

alguém que ainda está longe da aposentadoria.

Ahh, detalhe: o acerto do CNIS é o trabalho de fazer ajustes quando

você encontrar algum erro no CNIS.

Mas se o cliente está muito perto da aposentadoria, às vezes, pode

não ser tão interessante entrar com um requerimento para o acerto

quando você já vai fazer isso para o pedido de aposentadoria.

Nesses casos, você já faz o pedido de acerto no momento da

aposentadoria.

Ou seja, você vai juntar toda a documentação para comprovar a

necessidade de acerto daqueles erros e pendências, junto com o

pedido de aposentadoria.
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Por último, mas não menos importante, com a análise do CNIS você

também consegue fazer o nosso querido Planejamento


Previdenciário Do Zero ao Melhor Benefício!

E o planejamento é feito em duas partes principais:

a parte documental, que envolve a análise do CNIS, a verificação

de erros, pendências, acertos;

e a parte financeira, que trata dos cálculos para chegar ao melhor

benefício que o seu cliente pode receber.


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EXEMPLO REAL
Olha o caso dessa cliente que eu atendi hoje aqui no escritório!

Ela chegou aqui com essa simulação do INSS - e muita gente acha

que é confiável, mas, acredite, não é! Eu sempre falo e vou repetir:

pelo amor de Deus, não confiem na simulação do INSS. Toda vez que

você confia no INSS uma fada morre!

Olha só o tamanho do problema que um CNIS errado pode trazer para

o seu cliente! A simulação do INSS fala que ela tem 27 anos, 0 meses

e 13 dias.
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Mas quando eu fiz análise do CNIS, que eu vou te ensinar aqui, olha só

o tamanho da diferença que eu encontrei.

Ao invés de 27 anos, como dizia o INSS, na verdade, ela já tinha 33

anos de contribuição. Eu encontrei 6 anos escondidos em erros do

tempo de contribuição e até mesmo nas remunerações.

Para você ter uma ideia, a Renda Mensal Inicial dela, de acordo com o

INSS, não passaria dos R$1.800,00.

Depois de fazer a análise, a gente descobriu que ela poderia receber

R$3.045,00.

Viu como fazer a análise do CNIS e não confiar na simulação do INSS

é tão importante?

E como é curioso: a gente não aprende isso na faculdade! Aliás,

dependendo da especialização, nem em pós-graduações a gente

aprende esse tipo de coisa.


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A faculdade não prepara a gente para fazer esse tipo de trabalho que

é tão necessário para chegar a resultados melhores na advocacia,

tanto na nossa vida quanto na vida do cliente.

Por causa disso, esse é um serviço e um trabalho que poucos

advogados sabem fazer e menos ainda sabem fazer bem feito! E qual

é a nossa realidade hoje?

O advogado entra na justiça ou faz um requerimento sem fazer a

análise do CNIS - muitos apenas olham a simulação do INSS e deixam

por isso mesmo - e terminam prejudicando o próprio cliente!

E olha que quando eu falo de análise, eu não estou nem tratando do

planejamento previdenciário, que é muito mais importante e muito

mais detalhado. Eu estou falando de uma simples análise do CNIS.

Volta e meia eu estou em live ou dando aula, e algum advogado ou

mesmo cliente solta nos comentários: “mas essa análise é gratuita no

INSS”! Gente, se vocês soubessem o perigo de confiar na simulação,

eles nunca falariam isso! Um CNIS errado vai custar muito caro para

um cliente!

Voltando ao exemplo da minha cliente, imagine se eu me preocupasse

apenas em receber o meu percentual no êxito às custas do prejuízo

dela! Eu receberia meu percentual, mas ela passaria a vida inteira

recebendo menos do que o dobro devido.

E não só ela! Se a minha cliente ganhar menos, eu também vou ganhar

menos! É uma questão de ganha-ganha (ou, nesse caso, de perde-

perde).

Outra razão pela qual é muito importante você saber fazer a análise

do CNIS é a seguinte: o CNIS serve como prova plena. Mas, com que

base? Afinal, a gente sabe que na prática não é bem assim!


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Mas, olha só o que a Lei 8213/1991 diz:

ART. 29-A. O INSS UTILIZARÁ AS INFORMAÇÕES CONSTANTES NO


CADASTRO NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOCIAL - CNIS SOBRE OS
VÍNCULOS E AS REMUNERAÇÕES DOS SEGURADOS, PARA FINS DE
CÁLCULO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO, COMPROVAÇÃO DE
FILIAÇÃO AO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO E RELAÇÃO DE EMPREGO.

De acordo com essa lei, se está no CNIS, deve sim ser considerado

como tempo de contribuição, remunerações e etc. Então, se está na

lei, é válido sim!

Inclusive, essa determinação encontra-se também na recentíssima

Instrução Normativa 128, de 28/03/2022, que diz:

ART. 10. A PARTIR DE 31 DE DEZEMBRO DE 2008, DATA DA


PUBLICAÇÃO DO DECRETO Nº 6.722, OS DADOS CONSTANTES DO
CNIS RELATIVOS A ATIVIDADE, VÍNCULOS, REMUNERAÇÕES E
CONTRIBUIÇÕES VALEM, A QUALQUER TEMPO, COMO PROVA DE
FILIAÇÃO À PREVIDÊNCIA SOCIAL, TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E
SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO.

É claro que nós temos algumas questões de jurisprudência, que

entende essa presunção como relativa - e que uma pessoa precisa

comprovar de outras formas. Mas até que se prove o contrário, o CNIS

serve como prova plena. Mas como isso funciona na prática, Jéssica?

O que fazer quando estiver analisando o CNIS? POR “Mas como isso

funciona na prática, Jéssica? Só o CNIS é suficiente?”

NÃO! Por via das dúvidas, você vai juntar o máximo de documentos

possíveis, mesmo que já esteja no CNIS - essa é a minha

recomendação. Para o INSS mais é mais, então, leve todo tipo de

documento comprobatório existente.


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Já está comprovado no CNIS, mas você tem outro documento que

corrobora com o CNIS? Então, leve ele também. Quanto mais

documentos você tiver, melhor.

Outra vantagem de você saber fazer uma análise do CNIS - e uma boa

análise do CNIS - é que ao final dessa análise você vai encontrar

dezenas de problemas, e esses problemas precisam de solução!

Depois de terminar a análise, você pode oferecer outros serviços para

solucionar esses problemas.

É o que a gente chama de esteira de produtos! Um serviço chama o

outro. Quando você mostra problemas no CNIS e oferece soluções

para o cliente, você está ganhando mais de um mesmo cliente.

Ou seja, além da análise do CNIS como serviço, você também pode

oferecer serviços como o acerto do CNIS, ou mesmo o requerimento

somado ao acerto no momento do pedido da aposentadoria.

Aqui no escritório a gente faz assim: a gente entrega o planejamento

e, ao final, se for caso de requerimento, a gente já faz a proposta.

Se não houver um requerimento, a gente oferece o serviço de acerto

de CNIS.

E esse serviço é como o planejamento, que não depende do êxito.

Você consegue precificar o seu trabalho de diferentes formas.

Hoje em dia, você pode cobrar pela análise dos CNIS - e os serviços

derivados dele - com um valor fixo, ou por período corrigido, como a

cada mês ou a cada ano acertado.

Você escolhe o que funciona melhor pra você! E aqui vai uma dica
super importante:
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Sempre coloque no seu contrato um valor mínimo! Porque, se não

houver necessidade de correção, você ainda será remunerado pelo

seu trabalho de análise. Assim, mesmo que nenhum período seja

corrigido, você vai receber pelo trabalho de análise feito.

Imagine que esse cliente tenha 10 anos para acertar. Você pode

combinar que a cada ano corrigido você receberá um valor x, vamos

colocar 1.000 reais a título hipotético.

Se os 10 anos forem corrigidos, você deveria receber 10 mil reais,

certo? Mas e se o INSS se recusar a corrigir o CNIS, você fica sem

receber nada, mesmo depois de todo o trabalho?”

Por isso, nos meus contratos, eu sempre coloco um valor mínimo e um

valor máximo. Por exemplo: vamos imaginar que, depois de fazer uma

análise do CNIS, você ofereça o acerto para o cliente.

Minha sugestão é que, no seu contrato, você defina um valor mínimo

que será pago, independente de quantas correções sejam feitas,

como 2 salários mínimos, por exemplo.

E você pode também estabelecer um valor máximo, independente de

quantas correções sejam feitas, como 5 salários mínimos.

Assim, você é pago pelo seu serviço, sem cobrar valores que, talvez, o

seu cliente não possa pagar.

É um meio termo para você ganhar e o seu cliente também. Mas essa

decisão, você vai tomar de acordo com a sua estratégia e de acordo

com a situação daquele cliente.

Mas, na minha visão, o mais importante é o valor mínimo, assim, você

não trabalha de graça, mesmo que o INSS não aceite o pedido de

acerto, afinal, você trabalhou, então, nada mais justo do que ser

remunerado por isso.


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A portaria 123 de 2020 prevê sim o acerto do CNIS a qualquer

momento, ok.

Não precisa esperar a aposentadoria chegar para fazer o acerto.

Claro que a gente sabe que, na prática, o INSS dificulta muito esse

processo, mas eu tenho conseguido fazer o acerto antes (e vários

alunos também).

Mas como fazer isso?

Basta ligar no 135 e pedir a abertura de requerimento de acerto. Não

é possível fazer isso dentro do Meu INSS. Só possível pelo telefone.

O servidor vai abrir esse requerimento para você. Uma vez aberto,

você manda a documentação necessária para pedir o acerto.

Mas é claro que, várias vezes, o INSS ainda vai negar, dizendo que

não é possível fazer. Mas o segredo é insistir.

Eu gosto muito desse serviço porque ele não depende do êxito!

E nada é mais libertador do que trabalhar no direito previdenciário

sem depender do INSS, da Justiça ou do êxito em causas, mesmo

depois de meses ou anos trabalhando em uma causa.

A gente precisa encontrar maneiras de valorizar o nosso trabalho!

Essa é uma bandeira que eu sempre vou levantar: todo o nosso

trabalho deve ser remunerado - e não só no sentido financeiro, mas o

no sentido de valorização do nosso esforço e dedicação!

Nós dedicamos uma vida inteira de estudos! Então nada mais justo do

que a gente receber por cada trabalho feito!


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A análise do CNIS é extremamente trabalhosa e é um absurdo não

cobrar por isso! Chega de trabalhar de graça.

O tempo que você gasta analisando cada informação do CNIS precisa

ser remunerado sim.

Agora, vamos falar sobre como fazer a análise do CNIS!

Mas, antes de tudo, eu quero te mostrar como emitir o CNIS - Ahh, é

super importante que você coloque o que eu vou te ensinar em

prática, ok?

Então, leia essas instruções e vá emitir o seu CNIS ou de alguém da

sua família. Só assim você vai pegar o jeito!.


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COMO EMITIR O
CNIS
Entre no site do Meu INSS e clique em “Entrar

com Gov.Br”.

Depois, vai aparecer uma janela “Identifique-se

no Gov.Br com…”

Entre com o CPF e a senha da pessoa.

Agora, você vai descer a página até a seção

“Outros Serviços”

Clique em “Extrato de Contribuição (CNIS)”

Nessa parte, vão aparecer os dados pessoais,

salários de contribuição, vínculos, remunerações e

tudo mais.

Desça até o fim da página e clique em “Baixar

PDF”

Marque a opção “Versão completa (vínculos e

remunerações)”

Agora, eu vou ensinar você a fazer uma análise

energética do CNIS!
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O PROCESSO DE ANÁLISE
ENERGÉTICA DO CNIS
O seu processo de análise precisa seguir um método! Sabe por quê?

Porque é extremamente fácil se perder enquanto analisa o CNIS.

É muito fácil perder o foco e ficar horas analisando o documento,

quando você poderia fazer isso em muito menos tempo.

A análise energética do CNIS vai te dar esse método para você não se

perder, não trabalhar várias vezes e para não ficar conferindo tudo

mil vezes!

E aqui eu quero deixar algo bem claro: analisar o CNIS nada mais é do

que ser um detetive previdenciário para o seu cliente! O seu trabalho

é verificar a veracidade das informações que estão lá!

Essas informações estão corretas?

Essa é a data de início e de fim?

Esse é o valor que a pessoa, de fato, recebeu?

A análise do CNIS é um trabalho de comparação! Não é tão difícil

quanto você deve estar imaginando agora. Mas como eu disse, você

não tem uma estratégia e um método para analisar, esse trabalho vai

ser penoso e difícil, porque são muitas informações.

Agora vamos ao passo a passo!


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DOCUMENTAÇÃO EM MÃOS
Além do CNIS do cliente, você precisa de outros documentos para

corroborar e conferir as informações.

CTPS sem rasuras (cuidado, rasuras invalidam a CTPS)

Extrato do FGTS

Contratos de trabalho

Carnês de Contribuição

TRÍADE DA AEC

ora, você precisa aplicar a Tríade da AEC - ou Tríade da Análise

Energética do CNIS, composta por três pilares!

IDENTIFICAÇÃO

VÍNCULOS REMUNERAÇÕES

Se você seguir esses passos que eu vou te ensinar, você vai conseguir

verificar tudo que é importante de forma rápida e segura.


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IDENTIFICAÇÃO

Aqui você vai verificar o Número de Inscrição do Trabalhador do seu

cliente, o famoso NIT! Em todos os vínculos, precisa aparecer o mesmo

número.

Se aparecem números diferentes, isso significa que o seu cliente tem

mais de um Número e, no final, isso vai ser prejudicial para ele. Pois o

INSS vai desconsiderar um desses números na hora de calcular o valor

da aposentadoria - e consequentemente, vai desconsiderar os

períodos de trabalhos que estão registrados nesses números

diferentes.

Por isso, confira sempre o NIT.

Mas atenção, nessa fase você precisa conferir absolutamente tudo:

data de nascimento

nome completo

nome da mãe

CPF

e todos os outros dados na seção de Identificação do Filiado

VÍNCULOS

A conferência dos vínculos funciona, basicamente, na base da

comparação, com os outros documentos que você tem em mãos.

Essas são as informações que você precisa conferir, na seção de

Relações Previdenciárias:

dados do empregador (se nome da empresa é igual ou diferente

do que está no CNIS e na CTPS )

verificar se todos os veículos possuem data de início e data de fim

conferir se está faltando algum vínculo (pode ser que um vínculo

sequer esteja presente no CNIS)

observar os indicadores apontados no CNIS


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No caso do nome da empresa, você pode deparar com diferentes

situações! Talvez:

a empresa mudou de nome

ou foi vendida e o trabalhador foi contratado pela nova empresa

quem sabe a empresa é uma unidade de um grupo econômico

maior

Geralmente, essas informações podem ser encontradas na seção de

Anotações Gerais da CTPS, principalmente em caso de mudanças de

nome ou venda da empresa.

Então, se o nome não for o mesmo, sempre olhe na CTPS para

verificar.

Mas e se não houver essa informação?

Verifique, então, se o CNPJ é o mesmo para confirmar que se trata da

mesma empresa, caso seja essa a situação.

E, se mesmo assim, não for possível comprovar. Você ainda pode

entrar em contato com a empresa para solicitar uma declaração

informando a mudança de nome.

Depois disso, você passa pra verificação das datas de início e fim de

todos os vínculos.

E aqui, eu preciso te falar: se surgir qualquer dúvida, se algum dado

não parecer correto, sempre compare com outros documentos.

Não confie nas informações que estão no CNIS.

O mesmo vale para as informações que parecem certas! Por via das

dúvidas, sempre busque uma segunda fonte para saber se ela

realmente está certa.


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Nesse CNIS que eu estou te mostrando, havia uma informação

suspeita. Aqui dizia que a última remuneração havia sido feita em um

vínculo em 04/1999.

Mas, quando eu comparei com a carteira de trabalho, a informação

era outra. A CTPS dizia que a última remuneração havia sido feita em

08/1999.

Ou seja, sem a conferência, a minha cliente teria perdido quatro

meses de contribuição por causa de um detalhe. Por isso, é super

importante comparar todas as informações com outros documentos.

Por último, dentro da fase de conferência dos vínculos, você precisa

ver se está faltando algum vínculo.

Sempre compare a CTPS e outros documentos para verificar se falta

períodos de trabalho.
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Falando um pouquinho sobre os indicadores:


Os indicadores são seus amigos e não inimigos. Eles estão lá para

facilitar a sua vida!

Então, sempre olhe os vínculos que estão marcados com indicadores.

É claro que nem sempre eles são fáceis de observar, mas eles são

super úteis!

Aqui, vou te mostrar exemplos de indicadores!


O CNIS que a gente está usando aqui, é de uma cliente professora

que, durante a pandemia, teve a carga horária reduzida, assim como o

salário recebido (ela passou a receber abaixo do salário-mínimo).

O indicador está mostrando que a contribuição dela está abaixo do

salário-mínimo, ou seja, a cliente vai precisar complementar a

contribuição para que ela seja considerada no cálculo.


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REMUNERAÇÃO

Nessa parte, você precisa olhar todas as remunerações! Você precisa

observar o seguinte:

verificar se constam remunerações em todo o período do vínculo

(olhar mês a mês, um por um)

conferir se os valores estão corretos

A única exceção na verificação das remunerações são aquelas que

vêm antes de 1994 - porque hoje, como a gente sabe, apenas

contribuições feitas a partir de julho de 1994 são contabilizadas no

cálculo dos salários de contribuição.

E a exceção dessa exceção, é se você estiver fazendo uma Revisão da

Vida Toda, você deve sim usar remunerações anteriores a esse

período.

Mas aqui eu quero compartilhar com vocês um cuidado meu: no meu

planejamento, eu coloco tudo, antes e depois de 1994. Mas isso é um

cuidado pessoal.

Aí fica a pergunta… O que fazer se estiver faltando uma


remuneração?

Você precisa verificar, no contracheque, qual o valor da remuneração.

Outra opção, é olhar na carteira de trabalho, mas nem sempre a

carteira atualiza os valores durante o vínculo empregatício.

E o que fazer se cada documento traz um valor diferente?

Se o CNIS, a CTPS e o Contracheque trazem valores divergentes? Eu,

pessoalmente, considero o mais alto, o mais vantajoso pro meu

cliente!
PREVCLASS 01 - Análise do CNIS 23

Mas atenção: sempre avise e sempre comunique a ele essas

divergências e informações necessárias para que o seu cliente esteja

ciente de tudo.

Ahh, um detalhe super importante: como ficam as remunerações

quando são reconhecidas verbas devidas em sentença trabalhista? É

possível pedir o ajuste da remuneração no CNIS pela via

administrativa?

E a resposta é sim!

Essa cliente que estamos usando com exemplo aqui passou por isso.

Ela ganhou uma ação trabalhista, mas isso não está no CNIS.

Se você observar, dá para perceber que se trata de um vínculo longo,

de 2008 até 2016, quase incompleto. Esse vínculo não tem data de fim

e não tem nenhuma contribuição registrada.

É por isso que na simulação do INSS, faltam 6 anos de contribuição

registrados. A renda dela ia ser de R$1.800,00 porque sem o valor real

da remuneração, o INSS aplicou a regra do salário mínimo para os

períodos incompletos.

Ou seja, todo esse período reduziu drasticamente o valor final da

aposentadoria dela.

Mas, nesse período de 2008 a 2016 ela estava ganhando o teto do

INSS! Quando eu analisei o CNIS e coloquei o valor certinho, o cálculo

mudou e o valor final subiu para quase o dobro do total.

Por isso é tão importante reunir a documentação, fazer uma

comparação detalhada para chegar ao melhor resultado!

Viu como a análise do CNIS é essencial?


PREVCLASS 01 - Análise do CNIS 24

ANTES DE VOCÊ
IR EMBORA
Agora, antes de ir, eu quero te acalmar!

Nem sempre você vai ter todos os documentos em mãos, nem sempre

você vai encontrar a informação que está faltando e está tudo bem!

Você não vai fazer milagres!

Faça bem feito, mas faça apenas o possível!

E agora, eu te pergunto. Depois de tudo isso que a gente viu aqui,

você ainda acha que esse trabalho tem que ser feito de graça?

Você acha justo fazer toda essa análise e não receber nada por isso?

A gente precisa valorizar o nosso trabalho! Por que não é fácil e não é

simples!

Não só pela questão do esforço colocado nisso, mas também pelo

resultado que você vai trazer para a vida do seu cliente!

A vida da minha cliente não vai ser a mesma depois dessa análise. Ela

poderia ter se aposentado com R$1.800,00! Mas depois do meu

trabalho, ela vai receber o dobro!

Eu espero que esse material seja muito útil para você e já te


deixo um convite...
JÉSSICA MATIAS PÁGINA 17

cálculos previdenciários

SOBRE A AUTORA

Especialista em cálculos previdenciários e advogada apaixonada


pelo que faz, Jéssica Matias é previdenciarista, empreendedora e
dona do seu próprio negócio, além de influenciadora e criadora
de conteúdo digital sobre Direito Previdenciário e advocacia.

Referência na área previdenciária, Jéssica é graduada pela


Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduada em Direito
Previdenciário. Atualmente é sócia-proprietária do Carreiro
Matias Advocacia, escritório especializado em Direito
Previdenciário, tendo atendido centenas de segurados e
auxiliado na concessão de aposentadorias mais benéficas, por
meio da expertise em cálculos previdenciários.

Além de produzir conteúdo de valor na internet, Jéssica é


apaixonada por compartilhar conhecimento e ministra o curso
Do Zero ao Melhor Benefício, onde ensina cálculos e
planejamento previdenciário, de maneira didática e
descomplicada. Para saber mais, clique aqui.

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acompanhe mais de perto!
@jessicamatias Jéssica Matias Jéssica Matias

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