Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Revolução Industrial:
notas sobre o debate historiográfico
Cláudia Rodrigues
[Doutora em História pela UFF.
Professora Adjunta da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO]
1 Segundo ele, as diferentes características que costumam ser associadas ao campesinato são: a
ausência do direito individual de propriedade, a restrição à penetração extensiva da moeda e dos
mercados ao nível da aldeia, a baixa mobilidade geográfica, a ligação simbólica com a terra, uma
certa estrutura de unidade domiciliar, dentre outras. (p.258)
9
nação onde terra e trabalho eram vistos como mercadorias; onde a lei
e a vida davam ênfase à propriedade; onde a maioria dos serviços já
vinham sendo prestados há muito tempo em troca de uma
remuneração; e onde as propriedades rurais eram cultivadas com o
olho no lucro. Nesta sociedade, também já desde o século XIII, a
economia, a propriedade, a produção e o consumo não se baseavam
no sistema de parentesco, como tradicionalmente o era nas demais
estruturas camponesas. (p. 187) A propriedade já se encontrava
altamente individualizada, onde a terra podia ser comprada e vendida
sem o envolvimento de ninguém acima do marido ou da mulher,
sendo na verdade tratada como uma mercadoria qualquer,
pertencendo a indivíduos, e não à unidade domiciliar. O que era
possibilitado pelo sistema de herança que se baseava na
primogenitura, levando os filhos mais novos ou menos dotados a
migrarem para outras paróquias. Na medida em que a propriedade
era detida por indivíduos, os filhos deixavam o lar paterno numa
idade prematura e a unidade básica de produção, consumo e
propriedade não residia na família. (p.38-45)
BIBLIOGRAFIA