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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I
PROF: RAMON DE MATOS MACIEL
ALUNO: JOATAN BATISTA MASSIMINO TOMAZ

RESENHA CRÍTICA

Referência: DECCA, Edgar Salvadori de. O colonialismo como a glória do


Império. In: REIS FILHO, Daniel Aarão, FERREIRA, Jorge, ZENHA, Celeste
(org.). O século XX. O tempo das certezas. Da formação do capitalismo à
Primeira Guerra Mundial. Volume 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

O artigo por título “O colonialismo como a glória do Império” foi escrito pelo
professor Edgar Salvadori de Decca, pesquisador Nivel 1B do CNPq, Doutor em
História Social pela Universidade de São Paulo em 1979 e docente titular da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O trabalho faz uma análise
crítica do processo de colonialismo produzido pelos principais países europeus,
com ênfase na Inglaterra.
A partir de diferentes acontecimentos e dinâmicas que marcaram as
viagens coloniais durante mais de IV séculos, o texto apresenta o significado e
o valor socioeconômico da expansão territorial das grandes potências por meio
da colonização realizada no Brasil e em outros países do continente americano
e africano. O termo “glória” do império representa exatamente uma expressão
de riqueza e poder dos colonizadores a partir das atividades produzidas nos
novos territórios, extraindo recursos naturais, apropriando-se do trabalho
escravo local, estabelecendo seus processos de produção e comercialização,
sempre voltados para o crescimento e fortalecimento da coroa.
O texto destaca diversas exposições de conquistas (invasões) europeias
em diversos países e territórios, utilizando os recursos explorados e as
atividades desenvolvidas como a riqueza de manutenção do imperialismo. A
narrativa do texto promove uma análise para além da descrição do período
colonial, fundamentando um olhar crítico das ações e motivações que
impactaram as grandes navegações.
Em termos contextuais, múltiplos materiais didáticos, artigos, pesquisas e
autores ainda centralizarem a história de colonização e “descoberta” de
territórios, como o brasileiro, na perspectiva da narrativa historiográfica dos
portugueses, espanhóis, ingleses, holandeses e demais europeus,
negligenciando os conflitos territoriais e principalmente as consequências e
implicações que fizeram e fazem parte das tribos indígenas e povos nativos que
tanto sofreram com esse processo.
As matanças, conflitos manchados por sangue, a implantação do sistema
escravocrata, a exploração dos recursos naturais, a marginalização dos povos
nativos e a exclusão da cultura (religião, costumes e hábitos) das comunidades
exploradas são questões normalmente esquecidas e negligenciadas nas
discussões e análises sobre o colonialismo, podendo ser evidenciado a partir
das discussões intencionais do presente texto.
Além das atividades econômicas, o colonialismo marca a realização das
aventuras imperialistas, denominadas no trabalho de “turismo ocidental”.
Trazendo famílias e grupos integrados as classes dominantes ao conhecimento
dos novos territórios explorados, em prol das finalidades imperiais e burguesas,
como também das metas econômicas que por meio das revoluções industriais,
precisavam de novos territórios para expandir, mão de obra barata, recursos
naturais para utilização na produção, entre outras finalidades.
Uma das viagens abordadas no texto foi o Titanic, navio que simbolizava
a vitória da tecnologia, da ciência, mas acima de tudo, da burguesia europeia e
os seus interesses, tendo como passageiros famílias ricas e tradicionais da
Inglaterra e demais países da Europa. O “turismo”, nesse sentido, representa
mais do que uma atividade de lazer da época, mas uma expressão de poder e
riqueza das grandes potencias.

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