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Historia Contemporânea
Carlos Santos
Oficialmente ocupada pela França a partir dos anos de 1840, a Costa do Marfim tornou-se
protetorado francês em 1888, e foi estabelecida como colônia autônoma de 1893 até o ano
de 1960, quando lhe foi concedida a “independência”.
Pretende-se no seguinte projeto de pesquisa fazer uma breve revisão sobre a intervenção
francesa em Costa de Marfim, da geografia humana de África e Costa de Marfim,
entretanto como foco, pretende-se explanar sobre a história da Costa de Marfim e
conhecer sua crônica, mencionando e desenvolvendo os principais acontecimentos que
marcam a história desse país e sobretudo a vivencia desse pais como colonia , as
dificuldades que se enfrentaram e as consequências que foram sentidas por esta após a
independência[pós-colonial] . O seguinte trabalho tem como principal objetivo de estudo a
Costa de Marfim e seus períodos e marcos históricos contando desde os mais antigos
registos que pode-se encontrar.
Objetivo Geral :
Objetivos Específicos:
“O Ocidente venceu o mundo, não pela superioridade das suas ideias, valores ou religião,
(...) mas antes pela superioridade em aplicar a violência organizada. Os Ocidentais
esquecem, com frequência, este facto; os não-ocidentais, nunca.”
Colonialismo:
Para Hubert Deschamps, é a vontade de criar e/ou manter um sistema de sujeição para as
populações tecnicamente atrasadas.
Imperialismo:
Michael Doyle define-o como o processo de estabelecer uma relação, formal ou informal,
na qual um estado controla a soberania política efectiva de outra sociedade política. Esta
relação pode ser alcançada pela força, por colaboração política, ou por dependência
económica, social ou cultural. Para ele, o colonialismo é um dos possíveis resultados do
imperialismo.
Para Sousa Lara, o imperialismo é “a expansão de uma potência para territórios que
outrora não faziam parte do seu domínio, tendo como fundamento primeiro a força militar,
mas prosseguindo-se, posteriormente, com a divulgação das estruturas políticas, jurídicas,
económicas e sociais desse mesmo poder político para as novas áreas conquistadas ou
tuteladas”.
Michael Parenti define o imperialismo como o processo pelo qual os interesses políticos e
económicos dominantes de uma nação expropriam do seu próprio enriquecimento a terra,
o trabalho, as matérias-primas e os mercados de outro povo.
Neocolonialismo
Forma disfarçada e mais diluída do colonialismo puro, que surgiu após a II Guerra Mundial,
com o aparecimento de novos estados independentes e que se reveste de aspetos de
natureza tecnológica, económica, militar e cultural. Mantêm-se no entanto as diferenças de
tecnicidade económica e mental (divergência de estruturas filosóficas e tipos de raciocínio).
Colonia:
Segundo (Colônia. In Britannica Escola. Web, s.d.) uma colônia é um assentamento em
território estrangeiro formado por pessoas provenientes de determinado país. Essas
pessoas reivindicam a nova terra para seu país de origem, que passa então a ter poder
sobre ela. A prática de estabelecer colônias é chamada de colonialismo.
Tipos de colônia :
As colônias de ocupação eram formadas por meio do uso da força militar. Um país
conquistava um território, e algumas poucas pessoas desse país, geralmente de famílias
ricas, se mudavam para lá, a fim de controlar a área conquistada.
Etnia (Infopédia) o termo etnia diz respeito a um povo ou nação, a palavra tem a sua
origem no grego ethnikos, adjetivo de ethos. O conceito diz respeito a um grupo de
pessoas com origens, interesses, muitas vezes estes grupos partilham a mesma língua e a
mesma cultura, que os distingue de outros grupos étnicos com que convivem, mas outras
vezes a diferença não está na língua, que é a mesma, mas na cultura ou na "raça”.
Lôkhoda é o nome pelo qual os nativos Krus se referiam ao seu país(atual Costa de
Marfim). Mas situando-nos numa perspetiva afrocêntrica que usaremos nesta pesquisa, o
nome de Lôkhoda será para designar por extensão todo o espaço que a França designará
a partir de 1893 com o nome de Costa do Marfim.
Capítulo II-Leitura da geografia humana e física
África
Geografia física :
A África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a
Placa Euro-asiática, sendo composta por 54 países. Ao norte e na sua costa ocidental, é
banhada pelo oceano Atlântico e pelo oceano Índico do lado oriental.
África Central
Meridional
Setentrional
Ocidental
Oriental
A geografia física africana é muito diversa, com a presença de vários tipos climáticos
como o desértico ,o tropical, o equatorial e o húmido e é marcada de uma vegetação
caracterizada pela presença de savanas, estepes e florestas tropicas. sendo uma muita
rica em mineração. Possui grandes rios, como o Nilo, e pontos de elevada altitude, como o
Kilimanjaro.
Relevo e Hidrografia :
A África com a exceção da costa norte e dos montes Atlas, é um planalto vasto e
ondulado, desfigurado por grandes bacias.
A oeste, fica a cordilheira Ruwenzori. Há poucos rios na África, mas grandes e extensos
como o Rio Nilo com mais de 6.500 km de extensão, o maior do mundo em extensão.
Existem também o Rio Níger, Rio Congo ou Rio Zaire, Rio Zambeze, Rio Limpopo, Rio
Orange e outros.
Também o continente dispõem de lugares são cobertos por dunas de areia e solos
pedregosos com formações de catos, palmeiras e plantas rasteiras. Outro fato a ser
destacado é que é comum ter animais adaptados ao climas rigorosos, como o camelo.
A população africana possui uma média de idade baixa, em contraste com a elevada taxa
de natalidade assim como pela baixa expectativa de vida. A taxa de natalidade é a maior
do planeta segundo estudos que têm sido feitos. Os países mais populosos da África
são Nigéria, Etiópia e Egito, com mais de 100 milhões de habitantes. As maiores cidades
da África também se encontram nesses países, sendo que o maior centro urbano é a
capital do Egito, Cairo, seguida por Lagos, na Nigéria. Essas duas cidades são as únicas
do continente que possuem mais de 10 milhões de habitantes.
O país mais rico de África com o PIB per capita (também chamado renda por pessoa) são
as ilhas Seychelles e a Nigéria é a principal potência económica do continente(2020),
mantém sua posição de liderança como o país mais rico da África em termos de produto
interno bruto segundo in África .
O país mais pobre de África é o Níger (Henrique Mendonça)2021 .O país tem a maior parte
de seu território localizada no deserto. A falta de água, alimentos, educação e saneamento
é o principal problema social.
Figura 1/Côte d'Ivoire (orthographic projection por Figura 2/criado por mapchart.net
Marcos Elias de Oliveira Júnior)
território marfinense é caracterizado por um
relevo pouco elevado. O oeste do país, região montanhosa, apresenta, todavia, alguns
relevos além de mil metros. As águas cobrem cerca de 4.462km2, ou 4 seja 1,38% da
superfície total do país. O clima é geralmente quente e húmido com uma estação de
chuvas e uma estação seca. A vegetação marfinense é constituída de savana ao norte, ao
centro leste, de floresta ao sul a oeste.
Figura 3/ http://www.cursobraga.com.br/uploads/aulas-3-
e-4---breve-olhar-sobre-a-africa
Período Pré-colonial
Parece que as primeiras investigações remontam ao Paleolítico Superior (15 000 a 10 000
anos a.C.). Mas investigações arqueológicas são difíceis porque os ossos não mantêm no
clima húmido do país.
Entre os primeiros povos que habitaram no país, encontramos a Senufo e Koulangos (no
norte) e os pigmeus, a partir do Saara. Os primeiros registros escritos aos quais se têm
acesso, muitas vezes, são relatos de viajantes e exploradores europeus, atravessados,
portanto, pela lógica da dominação e desumanização das populações locais. Ainda assim,
as breves descrições sobre as populações nos oferecem indícios sobre uma grande
diversidade étnica.
Como mencionamos acima, sem dúvida existem contatos desde a antiguidade entre
europeus e africanos no Golfo da Guiné. Mas o primeiro contato documentado entre
europeus e africanos de Lôkhoda (futura Costa do Marfim) data de 1469 (Adama, 2012).
Com efeito, depois de Arguim, os portugueses chegarão à costa de Lôkhada alguns anos
mais tarde. Foi em 1469 que o português Soeiro da Costa chegou foz do rio que por eles
passou a designar-se por Sassandra.
Um dos povos que habitaram a região antes do século XV foram os Adiukrus, ou krus.
Situados na região sudoeste do território costa-marfinense, eles foram deslocados do
território quando os mandingas estabeleceram o Império de Congue. A região, portanto,
sempre foi palco de disputas entre diversas etnias — akans e baulés são outras etnias
presentes no território desde antes da chegada dos europeus. Quando os primeiros
europeus chegaram no século XV (os portugueses), o povo Krus já estava instalado entre
Cap de Palmes e Lahou, na costa da Guiné.
Lôkhoda, tal é o nome com que este povo designou o seu país. O que se traduz
literalmente como lô = os elefantes, ko = estão e Da = ali. Isso quer dizer "Os elefantes
estão lá" ou "a terra dos elefantes". O nome Lôkhoda está na origem do nome da colônia
francesa criada em 1893. Na verdade, é a tradução distorcida do nome indígena Lôkhoda
que dará origem aos nomes de Côte des Dents e então de Costa do Marfim.
Posteriormente, foi com referência à Côte des Dents que o francês Bouêt Willaumez
designou em 1839 “Côte d'Ivoire toda a fração da costa entre o cabo de Palmes e Assinie”.
O nome Costa do Marfim será retomado posteriormente pelas autoridades francesas, que o
atribuirão à nova colônia por ela criada por decreto de 10 de março de 1893, em um
contexto de rivalidade franco-inglesa (Adama, 2012).
A segunda fase , de 1650 ao século XVIII é dominada pelo tráfico de escravos. Os demais
produtos ficam esquecidos ao segundo lugar. Cap La hou é o principal local do tráfico de
escravos nestas costas e em menor medida Saint-André [hoje Sassandra], Tabou, Béréby,
Bassam, Coetroe, Jack-jack e Assinie são também visitados pelos “traficantes de
escravos”.
A luta dos negros deportados contra a escravidão, a resistência dos povos africanos às
invasões dos europeus , a ação dos abolicionistas, a transformação estrutural da economia
europeia e a revolução industrial levaram ao fim do tráfico negreiro no Atlântico do século
XIX. Em 1815, no Congresso de Viena, as potências europeias decidiram aboli-lo. Esta
decisão foi posteriormente confirmada no Congresso de Berlim de 1885. Agora os países
comerciantes de escravos se transformaram em nações antiescravistas. Eles se colocaram
como policiais do mundo todo para processar e punir os traficantes infratores . Grã-
Bretanha e França, as principais potências navais da Europa, foram as mais ativas de
1815-1848. Seus navios vigiavamm a costa da África Ocidental. A base inglesa instalada
na colônia "humanitária" de Serra Leoa foi de longe a mais ativa. Brilha em toda a costa da
Guiné e em particular nas costas de Lôkhoda e Gold Coast.
Neocolonialismo na África:
Após o século XVI, a colónia passava a ser uma terra distante, unida a uma estado por
uma ligação de “dependência” jurídica e económica. Assim se afirmou o carater económico
e politico da nova colonização. Essa dominação ocorreu devido a busca incansável pelo
lucro dos europeus, sendo que estavam vivendo uma segunda Revolução industrial e
necessitava de matérias primas, mão de obra barata e de novos mercados consumidores.
Quando o assunto é o neocolonialismo(Imperialismo) não se pode esquecer do Tratado de
Berlim, visto que foi o que definiu a divisão do continente africano entre os países
europeus.
Tratado de Berlim foi uma reunião entre as potências imperialistas da época (Alemanha,
Inglaterra, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Bélgica, Holanda). Esse Tratado ocorreu na
cidade de Berlim (atual capital da Alemanha), no ano de 1884, e tinha como objetivo inicial
o domínio europeu do continente africano.
Período Colonial:
Até o século 19, o contato europeu limitava-se ao litoral, onde comerciantes franceses e
portugueses buscavam escravos e marfim. Louis-Édouard Bouet-Willaumez começou a
assinar tratados com chefes costeiros na década de 1830 que permitiam que
França construiria fortes e feitorias. A França retirou-se em 1870, mas os comerciantes
privados permaneceram.
Período Pós-Colonial
Após o fim da ocupação militar francesa, em 1919, a porção norte da colônia declarou-se
independente. A parte do território que incorpora Abidjan, contudo, ainda permaneceria sob
jurisdição francesa até o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Em 1944, foi criado o Sindicato Agrícola Africano que, dois anos depois, daria origem ao
Partido Democrático da Costa do Marfim, um importante ator na luta por Independência.
Em 1958, foi proclamada a República da Costa do Marfim, já como uma república
autônoma dentro da Comunidade Francesa. Em 7 de agosto de 1960, Félix Houphouët-
Boigny declarou a ex-colônia francesa da Costa do Marfim um estado-nação
independente.
Silvestre dos Santos, E. (2015). Revista Militar. Fonte: site da Revista Militar:
https://www.revistamilitar.pt/artigo/1015