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Autores:

ADÉLCIO /JAIME / RICARDO

CIÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO- 1º ANO

COSTA DE MARFIM- PERÍODOS HISTÓRICOS

Historia Contemporânea

Carlos Santos

Cidade do Mindelo, 26 de Janeiro de 2022


Universidade de Cabo Verde-faculdade de ciências humanas e
artes

COSTA DE MARFIM-ÉPOCAS HISTÓRICAS

Trabalho apresentado a disciplina de história


contemporânea, com o objetivo de explorar
sobre a história de Costa de Marfim .
Declaramos que citaremos todas as fontes
utilizadas, mencionadas na presente
pesquisa.

Cidade do Mindelo, 26 de Janeiro de 2022

Adélcio , Jaime e Ricardo


Resumo:

No seguinte trabalho trata-se essencialmente do neocolonialismo na África antes e depois


da queda de Berlim , o colonialismo no intuito de legitimar a ocupação da África, com a
finalidade de extorquir os recursos naturais do continente. Uma dessas estratégias, já
teorizada por Edward Said (2011), era o uso da literatura como meio de hierarquizar,
inferiormente, as práticas sociais dos povos africanos. Mas especificamente na Costa de
Marfim. Trata-se de como a França se apoderou da Costa de Marfim através do
imperialismo, quando viviam na Costa de Marfim tribos africanos de etnias diferentes que
praticavam atividades de subsistência. O nome do país, inclusive, está diretamente ligado
ao auge do período de comercialização do marfim pelos europeus , sobretudo nessa
mesma época Costa de Marfim servia de grande polo de comercialização de escravos,
pelos portugueses e também pelos franceses [século XIX]. A Franca retirou-se em 1870 ,
mas a medida que a “corrida europeia para dividir a Africa” [imperialismo] se acelerou,
a França reivindicou a Costa de Marfim como colônia em 1893. As fronteiras foram
determinadas em 1898, após a captura de Samory Touré. O governador Gabriel
Angoulvant começou a ocupação militar em 1908. A imposição de trabalho forcado e
impostos por cabeça levou a uma resistência feroz, especialmente entre os Baule, Anyi e
Abe (Abadia). Novas revoltas eclodiram quando a França recrutou milhares de marfinenses
para servir com outros soldados da África Ocidental na Primeira Guerra Mundial.

Oficialmente ocupada pela França a partir dos anos de 1840, a Costa do Marfim tornou-se
protetorado francês em 1888, e foi estabelecida como colônia autônoma de 1893 até o ano
de 1960, quando lhe foi concedida a “independência”.

Palavras-chave: Colonialismo ; Imperialismo em África ; Costa de Marfim ; colonia ;


ocupação militar; independência
Sumário
Introdução:................................................................................................................................6
Capítulo I- Definições e conceitos gerais..........................................................................7
Capítulo II-Leitura da geografia humana e física...........................................................10
África....................................................................................................................................10
Geografia física................................................................................................................10
Geografia humana e económica...................................................................................11
Geografia física e humana de Costa de Marfim.............................................................13
Capitulo III- Períodos históricos (Costa de Marfim)......................................................15
Período Pré-colonial.........................................................................................................15
Comércio na costa de Lôkhoda do século 15 ao século 18......................................16
Comércio na costa de Lôkhoda no século 19..............................................................16
Estereótipos étnicos coloniais.......................................................................................18
Período Pós-Colonial........................................................................................................19
Introdução:

Pretende-se no seguinte projeto de pesquisa fazer uma breve revisão sobre a intervenção
francesa em Costa de Marfim, da geografia humana de África e Costa de Marfim,
entretanto como foco, pretende-se explanar sobre a história da Costa de Marfim e
conhecer sua crônica, mencionando e desenvolvendo os principais acontecimentos que
marcam a história desse país e sobretudo a vivencia desse pais como colonia , as
dificuldades que se enfrentaram e as consequências que foram sentidas por esta após a
independência[pós-colonial] . O seguinte trabalho tem como principal objetivo de estudo a
Costa de Marfim e seus períodos e marcos históricos contando desde os mais antigos
registos que pode-se encontrar.

Objetivo Geral :

 Investigar/identificar os períodos históricos da Costa de Marfim

Objetivos Específicos:

 Distinguir os períodos históricos ;

 Relacionar a conferencia/queda de Berlim e o Imperialismo em Africa


Capítulo I- Definições e conceitos gerais

Durante cerca de quatro séculos, a civilização, cultura e religiões europeias dominaram e


subjugaram outro tipo de sociedades. Samuel Huntington defende que a razão fundamental
da expansão europeia foi tecnológica: descoberta de processos de navegação oceânica e
desenvolvimento de meios militares para as conquistas.

“O Ocidente venceu o mundo, não pela superioridade das suas ideias, valores ou religião,
(...) mas antes pela superioridade em aplicar a violência organizada. Os Ocidentais
esquecem, com frequência, este facto; os não-ocidentais, nunca.”

Colonialismo:

Para Hubert Deschamps, é a vontade de criar e/ou manter um sistema de sujeição para as
populações tecnicamente atrasadas.

Segundo a Enciclopédia Universal, é o domínio de uma minoria estrangeira num território


sobre a população indígena de cultura divergente e em maioria. Esta imposição implica o
reconhecimento do sistema político e judicial da sociedade dominante, sob o argumento da
superioridade étnico-racial, ao mesmo tempo que legitima a exploração dos recursos e
fatores de produção existentes na sociedade dominada, em benefício do espaço
económico explorador.

T. R. Adam define colonialismo como o controlo político de um povo subdesenvolvido, cuja


vida social e económica é dirigida pela potência dominadora.

Para Adriano Moreira, a colonização traduz-se sempre na imposição de um poder superior


alienígena sobre um povo e seu território, com um sistema cultural diferente, em regra de
etnia diferente, e um projeto político diferente. A relação que se estabelece, além do
domínio político pelo colonizador, implica que este leve eventualmente o capital e a técnica
e exija a terra e o trabalho dos nativos. Este processo de expansão, que esteve sempre
presente na história dos povos, é normalmente determinado pelo exclusivo interesse do
colonizador, que procura novos espaços, ou novas matérias-primas, ou novos mercados,
ou apoios estratégicos.

Imperialismo:

Michael Doyle define-o como o processo de estabelecer uma relação, formal ou informal,
na qual um estado controla a soberania política efectiva de outra sociedade política. Esta
relação pode ser alcançada pela força, por colaboração política, ou por dependência
económica, social ou cultural. Para ele, o colonialismo é um dos possíveis resultados do
imperialismo.

Para Sousa Lara, o imperialismo é “a expansão de uma potência para territórios que
outrora não faziam parte do seu domínio, tendo como fundamento primeiro a força militar,
mas prosseguindo-se, posteriormente, com a divulgação das estruturas políticas, jurídicas,
económicas e sociais desse mesmo poder político para as novas áreas conquistadas ou
tuteladas”.

Michael Parenti define o imperialismo como o processo pelo qual os interesses políticos e
económicos dominantes de uma nação expropriam do seu próprio enriquecimento a terra,
o trabalho, as matérias-primas e os mercados de outro povo.

Sobretudo a característica fundamental do imperialismo é a relação assimétrica entre a


potência imperial e os seus territórios dominados. A potência imperial pode controlar
aspetos do comportamento da sua colónia para o seu próprio interesse e não existe
reciprocidade na influência exercida.

Neocolonialismo

Forma disfarçada e mais diluída do colonialismo puro, que surgiu após a II Guerra Mundial,
com o aparecimento de novos estados independentes e que se reveste de aspetos de
natureza tecnológica, económica, militar e cultural. Mantêm-se no entanto as diferenças de
tecnicidade económica e mental (divergência de estruturas filosóficas e tipos de raciocínio).

De acordo com Sousa Lara, o neocolonialismo relaciona-se com atividades e


manifestações que, não cabendo na moldura formal do colonialismo, conduzem a
resultados semelhantes. É o prosseguimento do colonialismo, mas sem o aspecto
fundamental que é o controlo político, jurídico e administrativo formal. A subordinação
direta não está presente, mas “existe uma subordinação material, consistente e
identificável ”. (Silvestre dos Santos, 2015)

Andrew Heywood identifica neoimperialismo com neocolonialismo e caracteriza-o como “o


processo pelo qual as potências industrialmente desenvolvidas controlam territórios
estranhos pelo domínio económico e cultural, embora respeitando a independência política
formal do território”.

Colonia:
Segundo (Colônia. In Britannica Escola. Web, s.d.) uma colônia é um assentamento em
território estrangeiro formado por pessoas provenientes de determinado país. Essas
pessoas reivindicam a nova terra para seu país de origem, que passa então a ter poder
sobre ela. A prática de estabelecer colônias é chamada de colonialismo.

Tipos de colônia :

As colônias em geral se dividem em dois tipos: colônias de povoamento e colônias de


ocupação. As colônias de povoamento se formavam em lugares pouco habitados.

As colônias de ocupação eram formadas por meio do uso da força militar. Um país
conquistava um território, e algumas poucas pessoas desse país, geralmente de famílias
ricas, se mudavam para lá, a fim de controlar a área conquistada.

No planeta há uma grande diversidade de etnias, entretanto a maioria delas se estabelece


em África.

Etnia (Infopédia) o termo etnia diz respeito a um povo ou nação, a palavra tem a sua
origem no grego ethnikos, adjetivo de ethos. O conceito diz respeito a um grupo de
pessoas com origens, interesses, muitas vezes estes grupos partilham a mesma língua e a
mesma cultura, que os distingue de outros grupos étnicos com que convivem, mas outras
vezes a diferença não está na língua, que é a mesma, mas na cultura ou na "raça”.

No entanto, alguns pesquisadores contestam essa classificação, alegando a utilização de


elementos superficiais – um idioma, por exemplo, pode ser utilizado por diversos grupos
étnicos diferentes.

Lôkhoda é o nome pelo qual os nativos Krus se referiam ao seu país(atual Costa de
Marfim). Mas situando-nos numa perspetiva afrocêntrica que usaremos nesta pesquisa, o
nome de Lôkhoda será para designar por extensão todo o espaço que a França designará
a partir de 1893 com o nome de Costa do Marfim.
Capítulo II-Leitura da geografia humana e física

África

Geografia física :

A África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a
Placa Euro-asiática, sendo composta por 54 países. Ao norte e na sua costa ocidental, é
banhada pelo oceano Atlântico e pelo oceano Índico do lado oriental.

Os países africanos se dividem em dois grupos principais: o Norte da África e a África


subsaariana. Essa divisão foi definida com o intuito de analisar e observar de maneira
mais abrangente toda a biodiversidade do continente. Os dois grupos principais de dividem
em sub-regiões, denominadas de :

 África Central

 Meridional

 Setentrional

 Ocidental

 Oriental

A geografia física africana é muito diversa, com a presença de vários tipos climáticos
como o desértico ,o tropical, o equatorial e o húmido e é marcada de uma vegetação
caracterizada pela presença de savanas, estepes e florestas tropicas. sendo uma muita
rica em mineração. Possui grandes rios, como o Nilo, e pontos de elevada altitude, como o
Kilimanjaro.

Relevo e Hidrografia :

A África com a exceção da costa norte e dos montes Atlas, é um planalto vasto e
ondulado, desfigurado por grandes bacias.

Em geral, é um continente elevado de noroeste para sudeste. As faixas litorâneas baixas,


com exceção da costa mediterrânea e da costa da Guiné que são estreitas e elevam-se
bruscamente em direção ao planalto. A característica peculiar do planalto setentrional é o
Saara, que ocupa um quarto do continente . Os planaltos central e meridional englobam
várias depressões importantes, em especial a bacia do rio Congo e o deserto de Kalahari.
Outros elementos ao sul do planalto são as montanhas Drakensberg, na costa a sudeste, e
o Karoo. A região central do continente é atravessada pela linha do Equador, o norte pelo
Trópico de Câncer e o sul pelo Trópico de Capricórnio.

No oriente se encontra os pontos mais altos do continente, se prolongam desde o mar


Vermelho até o rio Zambeze. Um elemento topográfico característico é o Rift Valley - são
falhas tectônicas que se dividiram em placa Núbia (maior) e placa Somali (menor), que
giram em sentido contrário. Se isso persistir, a placa menor se soltará da placa maior e os
vales formados serão inundados de água..

A oeste, fica a cordilheira Ruwenzori. Há poucos rios na África, mas grandes e extensos
como o Rio Nilo com mais de 6.500 km de extensão, o maior do mundo em extensão.
Existem também o Rio Níger, Rio Congo ou Rio Zaire, Rio Zambeze, Rio Limpopo, Rio
Orange e outros.

Os maiores e mais importantes rios do continente encontram-se predominantemente na


África Central: Nilo, Congo, Níger e seus afluentes.

Também o continente dispõem de lugares são cobertos por dunas de areia e solos
pedregosos com formações de catos, palmeiras e plantas rasteiras. Outro fato a ser
destacado é que é comum ter animais adaptados ao climas rigorosos, como o camelo.

Geografia humana e económica:

A sua história é marcada pela ocupação e exploração do continente pelas potências


europeias. Alvos do processo de colonialismo e do neocolonialismo, a exploração de
recurso naturais do continente é ainda praticada por nações desenvolvidas. Como
consequência, muitos países africanos, principalmente na África Subsaariana,
enfrentam profundos problemas sociais e econômicos, como a fome e a pobreza.
Segundo Mateus Campos a África possui uma história muito antiga , que é considerada
uma das regiões de ocupação mais antiga do mundo, com destaque para a porção norte
do continente. Nessa região está o Egito, uma civilização muito antiga e representativa dos
primórdios da história africana.

Segundo o historiador Mateus Campos , a África é o segundo continente mais populoso


do globo, com mais de um bilhão de habitantes e a sua população encontra-se distribuída
de uma maneira desigual, estando concentrada nas regiões mais húmidas e com maior
disponibilidade de água. Os desertos africanos por são praticamente despovoados.

A população africana possui uma média de idade baixa, em contraste com a elevada taxa
de natalidade assim como pela baixa expectativa de vida. A taxa de natalidade é a maior
do planeta segundo estudos que têm sido feitos. Os países mais populosos da África
são Nigéria, Etiópia e Egito, com mais de 100 milhões de habitantes. As maiores cidades
da África também se encontram nesses países, sendo que o maior centro urbano é a
capital do Egito, Cairo, seguida por Lagos, na Nigéria. Essas duas cidades são as únicas
do continente que possuem mais de 10 milhões de habitantes.

A África apresenta grandes dificuldades econômicas, sendo que a sua economia é


considerada por muitos bastante atrasada e altamente dependente da produção e
exportação de bens primários. A África é uma grande produtora de recursos minerais,
com destaque para o petróleo e o gás natural, assim como o ouro, o diamante, o
manganês, o fosfato e o cobre.

Segundo João Marcelo Vela a principal atividade econômica praticada na África é o


extrativismo mineral, em países como Angola, Nigéria, Mauritânia, Líbia, África do Sul,
Republica Democrática do Congo e Zâmbia têm nessa atividade mais da metade de suas
exportações. Os principais minérios explorados são: urânio, em Níger e Namíbia, cobre, na
África do Sul, Zâmbia, Zimbábue e RPC, diamantes, em Lesoto, Botsuana e Serra Leoa,
ferro, na Mauritânia e África do Sul, bauxita, no Moçambique, além de petróleo na Líbia e
Nigéria.

O país mais rico de África com o PIB per capita (também chamado renda por pessoa) são
as ilhas Seychelles e a Nigéria é a principal potência económica do continente(2020),
mantém sua posição de liderança como o país mais rico da África em termos de produto
interno bruto segundo in África .

O país mais pobre de África é o Níger (Henrique Mendonça)2021 .O país tem a maior parte
de seu território localizada no deserto. A falta de água, alimentos, educação e saneamento
é o principal problema social.

No continente Africano encontram-se várias grupos étnicos, estimam-se mais de 100. Os


principais e maiores grupos étnicos são Zulu, Xhosa, Basotho, Bapedi, Venda , Tswa na
e Tsonga.
Geografia física e humana de Costa de Marfim :

A Costa do Marfim é um país de 322.462 km2 localizada na África Ocidental. Limita-se a


Norte por Mali e Burkina Faso, a oeste pela Libéria e Guiné, a leste por Gana e a sul pelo
Oceano Atlântico com uma costa de 520 km. Seu capital político e administrativo é
Yamoussoukro e Abidjan é seu capital econômico. A língua oficial é o francês.

Figura 1/Côte d'Ivoire (orthographic projection por Figura 2/criado por mapchart.net
Marcos Elias de Oliveira Júnior)
território marfinense é caracterizado por um
relevo pouco elevado. O oeste do país, região montanhosa, apresenta, todavia, alguns
relevos além de mil metros. As águas cobrem cerca de 4.462km2, ou 4 seja 1,38% da
superfície total do país. O clima é geralmente quente e húmido com uma estação de
chuvas e uma estação seca. A vegetação marfinense é constituída de savana ao norte, ao
centro leste, de floresta ao sul a oeste.

Figura 3/ http://www.cursobraga.com.br/uploads/aulas-3-
e-4---breve-olhar-sobre-a-africa

Existem mais de 60 grupos étnicos na Costa do Marfim. Tradicionalmente, os grupos eram


independentes uns dos outros, mas, com o tempo, a migração interna e os casamentos
mistos extensos reduziram enormemente a identidade do grupo com uma tradição cultural
particular em qualquer localidade.

A população marfinense, constituída de forte proporção de jovens, foi estimada em 2010


em 20.6000.000 habitantes. Além da grande natalidade, o crescimento rápido da
população (2,9%) é imputável ao fluxo migratório contínuo. A Costa do Marfim conta com
cerca de 26% de estrangeiros (a taxa mais alta do mundo). Esses imigrantes,
maioritariamente vindos dos países vizinhos, membros da Comunidade Econômica dos
Estados da África do Oeste (CEDEAO), em busca de maior bem-estar, foram atraídas pelo
desenvolvimento econômico rápido e pela estabilidade política e social do país. A moeda
oficial da Costa do Marfim é o franco CFA. A unidade utilizada é trocada apenas de várias
em várias décadas. O Franco é a moeda utilizada em 12 países africanos. Atualmente o
franco CFA é dividido em duas moedas o franco CFA central e o franco CFA ocidental.

Bandeira de Costa de Marfim:

Figura 4/Bandeira da costa do Marfim. (Par Jon Harald Søby


[domínio público] do Wikimedia Common

A bandeira da Costa do Marfim é o símbolo nacional que representa esta república


africana. Este símbolo nacional é composto por três faixas verticais, cada uma delas com
uma cor que cobre sua totalidade. Da esquerda para a direita, as cores são laranja, branco
e verde.

A cor laranja representa os campos de savana e a sua fertilidade, enquanto o branco


simboliza os rios e a paz do país e o verde representa as florestas costeiras e a esperança
de um futuro melhor.
Capitulo III- Períodos históricos (Costa de Marfim)

Período Pré-colonial

Evidências arqueológicas abundantes confirmam a presença dos primeiros humanos no


que hoje é a Costa do Marfim. Grupos no norte foram atraídos para as redes de comércio
transariana dos impérios de Gana e Mali . O Islã chegou com os mercadores Melinke á
medida que o comércio se expandia. O colapso do Mali no século 16 resultou em uma
grande revolta que enviou ondas de migrantes para o sul, onde fundaram novos reinos no
interior da zona da floresta. Os habitantes originais foram deslocados ou assimilados por
esses novos grupos. As informações sobre a Costa do Marfim antes da colonização são
muito escassas, dado os problemas relacionados às fontes. A história da Costa do Marfim
antes do primeiro contato com os europeus é quase desconhecido.

Parece que as primeiras investigações remontam ao Paleolítico Superior (15 000 a 10 000
anos a.C.). Mas investigações arqueológicas são difíceis porque os ossos não mantêm no
clima húmido do país.

Entre os primeiros povos que habitaram no país, encontramos a Senufo e Koulangos (no
norte) e os pigmeus, a partir do Saara. Os primeiros registros escritos aos quais se têm
acesso, muitas vezes, são relatos de viajantes e exploradores europeus, atravessados,
portanto, pela lógica da dominação e desumanização das populações locais. Ainda assim,
as breves descrições sobre as populações nos oferecem indícios sobre uma grande
diversidade étnica.

O clima húmido da região dificultou a preservação de vestígios orgânicos , como já


havíamos acima mencionado . Contudo, os fragmentos de armas e ferramentas antigas
encontradas em alguns sítios arqueológicos indicam que há presença humana na região
desde 10.000 a.C. ou antes.

Como mencionamos acima, sem dúvida existem contatos desde a antiguidade entre
europeus e africanos no Golfo da Guiné. Mas o primeiro contato documentado entre
europeus e africanos de Lôkhoda (futura Costa do Marfim) data de 1469 (Adama, 2012).
Com efeito, depois de Arguim, os portugueses chegarão à costa de Lôkhada alguns anos
mais tarde. Foi em 1469 que o português Soeiro da Costa chegou foz do rio que por eles
passou a designar-se por Sassandra.

Um dos povos que habitaram a região antes do século XV foram os Adiukrus, ou krus.
Situados na região sudoeste do território costa-marfinense, eles foram deslocados do
território quando os mandingas estabeleceram o Império de Congue. A região, portanto,
sempre foi palco de disputas entre diversas etnias — akans e baulés são outras etnias
presentes no território desde antes da chegada dos europeus. Quando os primeiros
europeus chegaram no século XV (os portugueses), o povo Krus já estava instalado entre
Cap de Palmes e Lahou, na costa da Guiné.

Lôkhoda, tal é o nome com que este povo designou o seu país. O que se traduz
literalmente como lô = os elefantes, ko = estão e Da = ali. Isso quer dizer "Os elefantes
estão lá" ou "a terra dos elefantes". O nome Lôkhoda está na origem do nome da colônia
francesa criada em 1893. Na verdade, é a tradução distorcida do nome indígena Lôkhoda
que dará origem aos nomes de Côte des Dents e então de Costa do Marfim.
Posteriormente, foi com referência à Côte des Dents que o francês Bouêt Willaumez
designou em 1839 “Côte d'Ivoire toda a fração da costa entre o cabo de Palmes e Assinie”.
O nome Costa do Marfim será retomado posteriormente pelas autoridades francesas, que o
atribuirão à nova colônia por ela criada por decreto de 10 de março de 1893, em um
contexto de rivalidade franco-inglesa (Adama, 2012).

Comércio na costa de Lôkhoda do século 15 ao século 18

No século XV, os krus formaram comunidades de linhagem independentes umas das


outras, organizadas em federações e confederações. A costa era muito povoada e tinha
grandes cidades. As trocas com os vizinhos das florestas próximas envolviam sal, peixes,
tecidos, ouro e cobre. Como referimos acima, foi a partir de 1441 que os portugueses,
movidos por razões económicas e em particular pelo saque do ouro, inauguraram uma
nova era de relações comerciais diretas entre a Europa e África. Dois produtos dominam
nesta primeira fase (séculos XV-XVIII); marfim e ouro. O comércio de escravos ainda não
era preponderante.

A segunda fase , de 1650 ao século XVIII é dominada pelo tráfico de escravos. Os demais
produtos ficam esquecidos ao segundo lugar. Cap La hou é o principal local do tráfico de
escravos nestas costas e em menor medida Saint-André [hoje Sassandra], Tabou, Béréby,
Bassam, Coetroe, Jack-jack e Assinie são também visitados pelos “traficantes de
escravos”.

Comércio na costa de Lôkhoda no século 19

A luta dos negros deportados contra a escravidão, a resistência dos povos africanos às
invasões dos europeus , a ação dos abolicionistas, a transformação estrutural da economia
europeia e a revolução industrial levaram ao fim do tráfico negreiro no Atlântico do século
XIX. Em 1815, no Congresso de Viena, as potências europeias decidiram aboli-lo. Esta
decisão foi posteriormente confirmada no Congresso de Berlim de 1885. Agora os países
comerciantes de escravos se transformaram em nações antiescravistas. Eles se colocaram
como policiais do mundo todo para processar e punir os traficantes infratores . Grã-
Bretanha e França, as principais potências navais da Europa, foram as mais ativas de
1815-1848. Seus navios vigiavamm a costa da África Ocidental. A base inglesa instalada
na colônia "humanitária" de Serra Leoa foi de longe a mais ativa. Brilha em toda a costa da
Guiné e em particular nas costas de Lôkhoda e Gold Coast.

Neocolonialismo na África:

Após o século XVI, a colónia passava a ser uma terra distante, unida a uma estado por
uma ligação de “dependência” jurídica e económica. Assim se afirmou o carater económico
e politico da nova colonização. Essa dominação ocorreu devido a busca incansável pelo
lucro dos europeus, sendo que estavam vivendo uma segunda Revolução industrial e
necessitava de matérias primas, mão de obra barata e de novos mercados consumidores.
Quando o assunto é o neocolonialismo(Imperialismo) não se pode esquecer do Tratado de
Berlim, visto que foi o que definiu a divisão do continente africano entre os países
europeus.

Tratado de Berlim foi uma reunião entre as potências imperialistas da época (Alemanha,
Inglaterra, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Bélgica, Holanda). Esse Tratado ocorreu na
cidade de Berlim (atual capital da Alemanha), no ano de 1884, e tinha como objetivo inicial
o domínio europeu do continente africano.

Os principais países que ficaram com as maiores porções de territórios no continente


africano foram a Inglaterra e a França, nota-se claramente esse tracos na língua desse
países que foram colónias. Por exemplo Senegal, Costa do Marfim, Guiné e alguns outros
que falam a língua Francesa.

Período Colonial:

O poder colonial francês transformou um poder político na Costa do Marfim. Depois de


obter importantes conquistas em territórios como a Argélia, as forças coloniais da França
avançaram no final do século XIX. O objetivo era ocupar todo o território da África
Ocidental.

Até o século 19, o contato europeu limitava-se ao litoral, onde comerciantes franceses e
portugueses buscavam escravos e marfim. Louis-Édouard Bouet-Willaumez começou a
assinar tratados com chefes costeiros na década de 1830 que permitiam que
França construiria fortes e feitorias. A França retirou-se em 1870, mas os comerciantes
privados permaneceram.

Em 10 de março de 1893, o governo francês constituiu oficialmente como colônia a Costa


do Marfim e as fronteiras da nova colônia foram demarcadas em anos posteriores por
Louis Gustave Binger, (Larané, 2020) oficialmente ordenado de Faidherbe, as fronteiras
foram determinadas em 1898, após a captura de Samory Touré . Binger vem da infantaria
de fuzileiros navais, corpo subestimado do exército francês que descobriu na colonização,
na África como no Extremo Oriente , uma oportunidade inesperada de se exibir. Este
oficial, aliás notável, apaixonado pela África e bom administrador, tornou-se aos 36 anos o
primeiro governador da nova colônia da Costa do Marfim. Ele manteria o cargo por apenas
dois anos antes de se tornar Diretor de Assuntos Africanos no Ministério Colonial.

Começou a ocupação militar em 1908. A imposição de trabalho forcado e impostos por


cabeça levou a uma resistência feroz, especialmente entre os Baule, Anyi e Abe (Abadia).
A Costa do Marfim não é pacificada para todos. Na década que se seguiu até 1911, as
revoltas multiplicaram-se entre o povo Baoulé no centro do país. Novas revoltas surgiriam
quando a França recrutou milhares de marfinenses para servir com outros soldados da
África Ocidental na Primeira Guerra Mundial. O armamento superior da França finalmente
triunfou, embora a colônia não fosse considerada sob controle até 1918. A região recebeu
o status de colônia autônoma em 1893, e passou a fazer parte da África Ocidental
Francesa em 1899. O exército francês estabeleceu uma ocupação militar entre 1908 e
1918, durante a construção de uma linha férrea, ligando o interior ao litoral, para o
escoamento da produção de ouro e outros minerais.

Estereótipos étnicos coloniais

Na Costa do Marfim, como em outros países africanos, o estado colonial desempenhou um


papel crucial na formação de identidades étnicas e a tradução destas no espaço - territorial
e mental - do poder. Os etnólogos coloniais, incluindo Maurice De la fosse que foi um dos
primeiros a distinguir neste território as grandes famílias linguísticas como os Agni, Dioula,
Sénoufo, desencadeou um processo de classificação de grupos que daria forma a
estereótipos culturais cujos vestígios ainda hoje podem ser encontrados. Logo no início,
uma distinção teria sido construída dentro da colônia entre grupos étnico-regionais, a partir
de uma hierarquia funcional que foi estabelecido no que diz respeito a comportamentos
definidos de acordo com a docilidade e a disponibilidade de mão de obra para o
desenvolvimento colonial.
Os Agni do sudeste e certas populações de lagunas que foram os primeiros interlocutores
dos europeus e gozavam de certa consideração por parte da administração colonial, que
via seus reinos (Indénié, Sanwi) como úteis retransmissores de poder.

Período Pós-Colonial

Após o fim da ocupação militar francesa, em 1919, a porção norte da colônia declarou-se
independente. A parte do território que incorpora Abidjan, contudo, ainda permaneceria sob
jurisdição francesa até o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Em 1944, foi criado o Sindicato Agrícola Africano que, dois anos depois, daria origem ao
Partido Democrático da Costa do Marfim, um importante ator na luta por Independência.
Em 1958, foi proclamada a República da Costa do Marfim, já como uma república
autônoma dentro da Comunidade Francesa. Em 7 de agosto de 1960, Félix Houphouët-
Boigny declarou a ex-colônia francesa da Costa do Marfim um estado-nação
independente.

Desde a introdução do multipartidarismo na Costa do Marfim, em 1991, que as eleições


para a presidência da República deste país têm sido alvo de controvérsia. A Costa do
Marfim obteve a sua independência de França, em 1960 e o seu líder histórico, Félix
Houphouët Boigny, deteve a presidência durante 33 anos até à data da sua morte, a 7 de
Dezembro de 1993. Nessa altura, e de acordo com a Constituição marfinense, a
presidência da república foi assumida pelo presidente da Assembleia Nacional, Henri
Konan Bédié. Foi dado um golpe de Estado que destitui-o, quem que havia assumido a
presidência após a morte de Houphouët-Boigny. O golpe, liderado pelo general Robert
Guéï (1941-2002), chamou os partidos políticos para organizarem um retorno à ordem
democrática.

Então o primeiro ministro Alassane Ouattara manifestou a intenção de se candidatar nas


eleições presidenciais seguintes, de 1995, e foi a partir desse momento que se
desenvolveu o jogo político que alimentaria a divisão étnica e fomentaria a xenofobia na
sociedade marfinense. Esta, por sua vez, está a viver uma crise económico-social que se
iniciou na década de 80 e encontra-se sujeita a um programa de ajustamento estrutural
internacional. Os golpes de Estado de Dezembro de 1999 e Setembro de 2002 , no
seguimento deste último e a subsequente divisão do país em dois, proporcionaram o palco
para a violência que se instalou de seguida no território.
Conclusão:

Ao fim desse trabalho/projeto de pesquisa, conclui-se que a África é o principal continente


afetado pelo colonialismo europeu, e como parte de África, Costa de Marfim não seria
exceção. A interferência da Europa em África foi fundamental na divisão dos períodos
históricos , diferindo-os em pré-colonial, colonial e pós-colonial.

A presença de Europa em Costa de Marfim ficou marcada pela violência e do “sequestro”


dos bens e minérios valiosos e históricos existentes em África. Costa de Marfim passou por
muitas crises económicas desde a sua independência, tudo isso ainda como
consequências do colonialismo europeu.
Obras Citadas

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https://dyabukam.com/index.php/fr/savoir/histoire/item/183-aux-origines-de-la-domination-
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 Colônia. In Britannica Escola. Web, 2. (s.d.). Fonte: https://escola.britannica.com.br/artigo/col


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https://mundoeducacao.uol.com.br/curiosidades/10-paises-mais-pobres-do-mundo.htm

 Infopédia, P. E.–e. (s.d.). Fonte: https://www.infopedia.pt/$etnia

 Larané, A. (09 de 03 de 2020). herodote.net. Fonte:


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 Silvestre dos Santos, E. (2015). Revista Militar. Fonte: site da Revista Militar:
https://www.revistamilitar.pt/artigo/1015

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