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1.2.1. As necessidades
Deste modo, o problema económico tem início porque os indivíduos sentem
necessidades, i.e., insatisfações acompanhadas do desejo de possuir bens que jul-
gam capazes de as satisfazer. Uma vez que se trata de um estado psicológico, o
conceito de necessidade é subjetivo, variando de pessoa para pessoa, assim como
no espaço e no tempo. Os próprios bens e serviços podem criar novas necessidades,
p.e., através da publicidade.
1.2.2. Os bens
Um bem é um objeto ou serviço capaz de satisfazer necessidades.
Nota: por vezes, o mesmo bem pode ser direto ou indireto tendo em conta
a sua função, p.e. o leite é um bem direto se for usado para beber e indireto se a
sua finalidade for produzir iogurte.
1.2.3. A produção
Consiste num processo de criação de bens (e de serviços, segundo a perspe-
tiva marginalista) capazes de satisfazer necessidades e, como tal, de criar utilidades
para além daquelas que a natureza nos proporciona diretamente. A produção com-
preende várias modalidades:
1.2.4. A utilidade
A utilidade constitui a aptidão real ou presumida dos bens para satisfação
de necessidades, sendo, então, subjetiva e não tendo um sentido valorativo (p.e., a
heroína é útil para os toxicodependentes). Economicamente, um bem só é útil se a
pessoa em causa apresentar uma insatisfação e desejar possuir um bem que consi-
dera que a satisfará.
Pressupostos da lei:
Satisfação da necessidade com cada dose, i.e., a lei não se verifica se
a dose, em vez de satisfazer a necessidade, a aguçar ainda mais;
Persistência da mesma situação psicológica.
𝑈′𝐴 𝑃𝐴
= , sendo que P = preço
𝑈′𝐵 𝑃𝐵
𝑈′𝐴 𝑈′𝐵 𝑈′𝐶
= = … = U’m, sendo que U’m = utilidade marginal por unidade monetária de ren-
𝑃𝐴 𝑃𝐵 𝑃𝐶
dimento
4. Os tipos de organização
Walter Eücken propõe a distinção dos sistemas com base no modo como a
sociedade resolve, independentemente da época histórica, os problemas económi-
cos, i.e., que resultam da grande procura face a recursos escassos, nomeadamente:
O que produzir? A favor de quem (i.e., como repartir)? Como produzir? Como?
Quando?
Ora, há duas soluções extremas: a solução de uma direção totalmente central
e a solução totalmente de mercado.
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Não obstante, a lei da procura enfrenta exceções, existindo casos nos quais
ao aumento do preço de um bem corresponde a subida da procura e, do mesmo
modo, a descida do preço de um bem é acompanhada da diminuição da sua pro-
cura. Tal pode ocorrer em três situações distintas:
Para se saber quanto vale a pena comprar, há que comparar o preço com a
utilidade. P.e., assumindo que 1€ vale 2 úteis e que 1kg de café custa 6€ (12 úteis),
valerá a pena comprar até 10kg de café. Já se 1kg de café passar a custar 10€ (20
úteis), valerá a pena comprar 7 kg. Assim, confirma-se a lei da procura: quanto
maior o preço, menor a procura (e vice-versa).
3. A elasticidade-preço da procura
3.1. O modo de medir a elasticidade
A elasticidade-preço da procura (ED ) corresponde à relação entre a variação
relativa da quantidade procurada e a variação relativa do preço:
Exemplo:
Quantidade 100 90
Preço 1€ 1,25 €
Receita total 100 € 112, 5€
variação % do € do bem A
variação % da D do bem B
Assim, esta permite avaliar em que medida os bens sucedâneos são próxi-
mos entre si ou os bens complementares são estreitamente relacionados:
6. A elasticidade-rendimento da procura
A elasticidade-rendimento da procura é a relação entre a variação percentual
da procura de um bem e a variação percentual do rendimento dos seus comprado-
res:
variação % da D de 1 bem
variação % do rendimento dos seus consumidores
3. A elasticidade-preço da oferta
A elasticidade-preço da oferta é a relação entre a variação percentual da
quantidade oferecida de um bem e a variação relativa do seu preço, admitindo que
os restantes fatores suscetíveis de influenciarem a oferta se mantêm constantes.
Assim, traduz a capacidade do ofertante para, rapidamente, aumentar ou diminuir
a quantidade oferecida, tendo em conta a variação do preço. Como a curva da
oferta tem uma inclinação positiva, a elasticidade da oferta também nunca é nega-
tiva:
Oferta elástica maior que um (ES > 1): a quantidade oferecida varia
em maior proporção que o preço, o que ocorre (p.e., no caso de bens de fácil im-
portação, a subida do preço leva à maior compra ao exterior);
Oferta elástica menor que 1 ( 0> ES < 1): a quantidade oferecida varia
em menor proporção que o preço (o que ocorre com bens produzidos com maté-
rias-primas raras ou em cuja produção dificilmente se pode dispor de um fator em
maior medida);
Nesta lei, o preço constitui uma forma de racionamento dos bens, já que
estes são entregues a quem é capaz de pagar o preço que o mercado pede. Outras
formas de racionamento são a ordem das procuras (fica com o bem quem chega
primeiro) ou através da autoridade (p.e., o Estado) que determina o critério de dis-
tribuição dos bens.
4. O monopólio
4.1. Caracterização e explicação
Estamos perante uma situação de monopólio sempre que há apenas um
vendedor, pelo que este controla a sua oferta. Tal ocorre com produtos que não
têm sucedâneos próximos, i.e., que têm uma elasticidade cruzada com outros bens
muito fraca, e pode verificar-se por diversas razões:
5. A concorrência monopolística
5.1. Caracterização e explicação
Esta é uma forma intermediária de mercado, uma vez que conjuga caracte-
rísticas do monopólio e da concorrência perfeita. Assim, na concorrência mono-
polística há uma multiplicidade de empresas e mobilidade perfeita, mas não há
publicidade perfeita, pelo que os vendedores não conhecem as disposições dos
compradores.
Para além disso, aqui vigora o princípio da diferenciação mínima, procu-
rando as empresas que os seus produtos sejam similares aos demais existentes, mas
mantendo determinadas diferenças, i.e., mantendo nos compradores o espírito de
que nenhum bem é substituto perfeito do de outra empresa que se dedique à mesma
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Serviços que só podem ser prestados às pessoas que deles se aproveitam de modo imediato, não podendo
sê-lo mediante intermediários.
6. Oligopólio
6.1. Caracterização e explicação
O mercado de oligopólio é aquele no qual os produtos dos vários ofertantes
se distinguem material e juridicamente, existindo um pequeno número de grandes
empresas (competition among few), que procuram dominar o setor, como ocorre,
p.e., nos campos das gasolineiras ou das telecomunicações. Em caso de oligopólio
parcial, coexistem pequenas empresas ao lado dessas maiores.
São estas reações, que são tanto mais fortes e rápidas quanto mais próximos
forem os sucedâneos, que levam a uma curva quebrada da procura.
Ora, é esta a característica mais diferenciadora de um mercado de oligopó-
lio: estamos perante ele sempre que o número de empresas é tão reduzido que a
procura dos seus produtos se torna indeterminada, estando elas sujeitas às restantes
existentes no mercado: qualquer tentativa de fixação de um preço leva a perdas
para todos os ofertantes existentes.
Ainda assim, não deixa de haver concorrência entre as várias empresas, po-
dendo esta verificar-se através:
Da publicidade;
Das condições de venda (p.e., descontos ou garantias);
Do controlo do acesso às matérias primas, das redes de distribuição
e do comércio de retalho;
Da inovação técnica;
Da ocupação de todo o espaço disponível no mercado, não deixando
mais espaço para as restantes empresas alargarem a sua produção e venda.
2. Modos de cálculo
Na realização do somatório das produções deve evitar-se duplas contagens,
sob pena de o cálculo do produto ficar dependente da maior ou menor integração
dos circuitos, levando à consideração de valores díspares da realidade.
Este problema pode ser resolvido contabilizando-se os valores acrescenta-
dos, método que não implica a realização de mais operações. Por outro lado, pode
considerar-se apenas o valor do bem final, devendo depois fazer-se os necessários
acertos para que o valor apurado não fique aquém ou para lá da produção efetiva-
mente realizada no país em causa durante um ano: deve deduzir-se os bens inter-
mediários utilizados na produção que tenham vindo do período anterior ou que
tenham sido importados; deve ainda acrescentar-se os bens intermediários que
ainda não tenham sido incorporados nos bens finais ou que tenham sido exporta-
dos.
3.2. Rendimento
Rendimento nacional disponível: corresponde ao rendimento nacio-
nal deduzido das transferências correntes pagas ao resto do mundo e acrescido das
transferências correntes recebidas.