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Podemos dizer que o ser humano com o seu trabalho produz bens e serviços. Ao
viver em sociedade, as pessoas participam diretamente da produção, tendo como principais
atividades econômicas a produção, a distribuição (circulação) e o consumo de bens e
serviços. Assim, o conjunto de indivíduos que participa da vida econômica de uma nação é o
conjunto de indivíduos que participam da produção, da distribuição e do consumo de bens e
serviços.
*O conjunto de indivíduos que constitui a vida econômica de uma nação é o conjunto
de indivíduos que participam da produção (foto A), da distribuição (B) e do consumo de bens
e serviços (C).*
Vejamos outro exemplo, que nos permitirá compreender de forma mais detalhada o
processo produtivo. Ao trabalhar, a costureira transforma o corte de tecido de linho - que é
obtido de matéria-prima vegetal - numa roupa: para isso ela utiliza linhas, botões, colchetes,
etc. E também tesouras, agulhas e máquina de costura. Além disso, para poder trabalhar,
ela gasta energia elétrica para a iluminação da casa e para o funcionamento da máquina de
costura elétrica.
Como vemos, um dos elementos que intervêm no processo de produção é o
trabalho.
Trabalho é a atividade realizada pela pessoa que, utilizando os instrumentos de
produção, transforma a matéria-prima num bem.
TRABALHO
Toda atividade desenvolvida pelo ser humano - seja ela física ou mental- é
considerada trabalho. Dele resultam bens e serviços. É trabalho tanto a atividade do
operário de uma indústria como a do arquiteto que projeta os bens a serem produzidos por
essa indústria.
Assim, tanto a atividade manual como a atividade intelectual são trabalho, desde que
tenham como resultado a obtenção de bens e serviços.
Deve-se considerar que toda atividade manual implica uma atividade mental.
Algumas profissões exigem do trabalhador uma atividade intelectual maior (no exemplo
anterior, o arquiteto) do que outras (o operário). Todo trabalho é sempre uma combinação
desses dois tipos de atividade - manual e intelectual. O trabalho de um operário é mais
manual que intelectual ou, em alguns casos, quase exclusivamente manual; ainda assim,
exige um mínimo de esforço mental. O trabalho do arquiteto é mais intelectual que manual -
a concepção de uma forma no espaço -; mas, ainda assim, a sua atividade tem um aspecto
manual, seja no manuseio de seus instrumentos de trabalho, seja na passagem da
concepção do projeto para o papel.
Então, não existe trabalho exclusivamente manual ou trabalho exclusivamente
intelectual, mas, sim, trabalho predominantemente manual ou trabalho predominantemente
intelectual.
O trabalho executado por um desenhista industrial exige uma aprendizagem anterior,
um certo nível de escolaridade. Já o trabalho de um jornaleiro, por exemplo, não exige
aprendizagem anterior: ele é capaz de executá-lo por imitação.
Quanto à execução, o trabalho pode ser classificado conforme o grau de capacidade exigido
das pessoas que o exercem. Assim, temos:
● O trabalho qualificado - não pode ser realizado sem um grau de aprendizagem; o
trabalho de um torneiro mecânico, por exemplo, enquadra-se nessa categoria;
● O trabalho não qualificado - pode ser realizado praticamente sem aprendizagem; por
exemplo, o trabalho de um servente de pedreiro.
É interessante notar que essa classificação não é meramente teórica, mas existe de
fato, já que diferentes salários são atribuídos, conforme o grau de capacitação exigido pelas
tarefas a cumprir. Analisando anúncios de emprego podemos avaliar as vantagens salariais
de um torneiro ou de um instrumentista - cujas funções exigem um aprendizado prévio - em
relação a um operário da construção civil não especializado, por exemplo.
MATÉRIA-PRIMA
RECURSOS NATURAIS
Dessa forma, o conceito de recursos naturais é relativo, isto é, ele varia no tempo e
no espaço. O que é recurso natural num processo de produção capitalista, acessível e
incorporável à atividade econômica de uma nação, pode não sê-lo numa comunidade
primitiva.
Assim, recursos naturais são os elementos acessíveis da natureza e que podem ser
incorporados à atividade econômica do homem.
INSTRUMENTOS DE PRODUÇÃO
RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
Após a onda milenária da era rural, após a onda bem mais breve do maquinismo
industrial, mil novos sintomas anunciam o advento de uma terceira onda, de uma era
pós-industrial capaz de exaltar a dimensão criativa das atividades humanas, privilegiando
mais a cultura do que a estrutura.
A nova estrutura social está associada ao surgimento de um novo modo de
desenvolvimento pós-industrialismo - o informacionismo ou sociedade interativa - moldado
pela reestruturação do modo capitalista de produção do século XX. Houve substanciais
mudanças de tecnologias mecânicas para as tecnologias de informação.
A teoria clássica do pós-industrialismo (também chamada economia de serviços)
combina três afirmações e previsões que devem ser diferenciadas analiticamente:
● O a fonte de produtividade e crescimento reside na geração do
conhecimento, estendida a todas as esferas da atividade econômica
mediante o processamento da informação;
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No caso dos impérios inca e asteca, também contribuiu para o seu fim a conquista do
território pelos espanhóis.
trabalhadores são obrigados a trabalhar para os proprietários dos meios de produção, que
são donos do capital.
Como vemos, no capitalismo há duas classes principais: a burguesia e os
trabalhadores assalariados.
O desenvolvimento da produção no capitalismo é movido pelo desejo de lucro. É
para aumentar os seus lucros que os capitalistas procuram aumentar a produção, por meio
dos aperfeiçoamentos técnicos, da exigência de maior produtividade dos operários, de uma
maior racionalização do processo de produção.
ETAPAS DO CAPITALISMO
rigidamente pelo Estado, que se apoiava num regime político com escassa participação
popular, não subsistirá. Está sendo substituído por formas mais flexíveis de organização
política e econômica, com pluripartidarismo e menor participação do Estado na economia.
As mudanças mais significativas nesse sentido ocorreram na Alemanha Oriental, que
abandonou inteiramente o caminho do socialismo e se integrou à Alemanha Ocidental,
capitalista, formando com ela um só país.
O modo de produção socialista, atualmente, ainda existe, com algumas alterações de
caráter político e econômico, na China, Mongólia, Laos, Camboja, Guiné-Bissau, Angola,
Moçambique, Vietnã e Cuba.
Sem dúvida, o fato mais surpreendente e marcante do final do século XX foi a
desagregação do sistema socialista, principalmente nos países da Europa oriental: Polônia,
Hungria, Romênia, Bulgária, Albânia, República Tcheca, Eslováquia, Iugoslávia, Eslovênia,
Croácia, Macedônia, Bósnia-Herzegovina, Rússia e as demais catorze repúblicas que
constituíam a antiga União Soviética. Essa desagregação expõe um erro de previsão na
interpretação do processo histórico mundial que julgava uma consequência histórica o
fortalecimento do Estado e a extensão do regime socialista para todas as regiões do globo.
O marxismo falhou em suas previsões. A capacidade de autotransformação, o
movimento de vertiginoso progresso tecnológico, o atendimento amplo das necessidades do
bem-estar da população que se registram nas formas assumidas pelo capitalismo no
Primeiro Mundo deram mostras, entretanto, de que o desenvolvimento social não pode
prescindir do sistema de economia de mercado(aspecto econômico) e das mais amplas
liberdades políticas da democracia (aspecto político).
O texto abaixo analisa a situação atual do modelo socialista, comparando-o com o
capitalismo.
O FIM DO SOCIALISMO?
O socialismo europeu passa por uma crise de identidade, gerada por problemas
econômicos crônicos agravados pela dívida externa. Na era Brejnev, a URSS chegou a
gastar 16% do PIB com a defesa militar. O Brasil gastava até 1989 pouco mais de 4% de
seu PIB com dívida externa e todos conhecem na pele as consequências. A questão de
fundo reside na inadequação daquele projeto socialista ao conceito de democracia. A
identificação entre Estado-governo-partido, herança stalinista, leva inevitavelmente à perda
dos elos capazes de articular a socialização da economia com democracia política e
pluralismo ideológico. A saída, porém, não se encontra na tão apregoada "liberdade" do
Ocidente capitalista - de fato, liberdade de uns poucos terem cada vez mais propriedades, à
custa de muitos impedidos de serem proprietários até meșmo de sua força de trabalho.
Por mais erros e equívocos que o socialismo real contenha, é preciso reconhecer
que ele é portador de valores éticos jamais encontrados nas anteriores sociedades de
economia de mercado. Todas as conquistas do capitalismo ficam sombreadas quando se
constata que o progresso de todas as nações capitalistas do Primeiro Mundo resulta da
exploração que elas exercem sobre os países emergentes. No entanto, o alto nível de
desenvolvimento social dos países socialistas é fruto do trabalho de seus cidadãos. Nenhum
deles explora povos estrangeiros. Nos países socialistas, crianças, idosos, trabalhadores
estrangeiros e pessoas portadoras de deficiências físicas merecem do Estado a atenção
adequada. Não são encontrados também sintomas coletivos de desagregação social, como
favelas, drogas, prostituição, exploração de menores ou crime organizado.
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1. Relacione o nome de cinco empresas que produzem bens e cinco empresas que
produzem serviços.
2. O que você entende por produção?
3. Quais são as principais atividades econômicas humanas?
4. Explique do ponto de vista sociológico o conceito de:
a. trabalho; b. matéria-prima; c. recursos naturais.
5. Pesquise nas páginas de anúncios de empregos nos jornais o grau de escolaridade
exigido e os salários propostos. Escreva um pequeno texto explicando o que você concluiu
dessa pesquisa.
6. Tomando como exemplo uma fazenda de gado, identifique os meios de produção.
7. Qual a diferença que existe entre as forças produtivas num país cuja principal atividade
econômica seja a agricultura (o Paraguai, por exemplo) e num outro bastante industrializado
(o Brasil, por exemplo)?
8. O que você entende por modo de produção? Que palavra pode ser usada como sinônimo
de modo de produção?
9. Quais os modos de produção que existiram ao longo da História?
10. Situe a evolução econômica do Brasil, de acordo com o conceito de modo de produção.
11. Que diferenças existem entre o escravo e o servo?
12. Pesquise as consequências da expansão do modo de produção capitalista sobre os
povos indígenas brasileiros da atualidade.
13. A classe deve dividir-se em grupos de trabalho; cada grupo deverá escolher um modo de
produção e fazer uma pesquisa sobre ele. As conclusões podem ser apresentadas à classe.
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TEXTOS COMPLEMENTARES
OS ÍNDIOS DE RORAIMA
sem classes e que vive em harmonia com a natureza. No posto Demini e na maloca
-Watoriktheri -, observamos o comportamento de cerca de trinta crianças com menos de 6
anos. Não foi possível assistir a uma única briga, ou a um singular choro infantil, como esses
que ocorrem dez vezes ao dia nas famílias brasileiras. São brincalhões e alegres. O
folguedo preferido é o de atirar pedras com certeira pontaria.
A agricultura, a cerâmica, a cestaria e os diferentes utensílios são tão primitivos que
mostram os Yanomami num tempo muito distante daquele que os historiadores chamam de
"revolução agrícola do Neolítico Superior". Esta foi a grande inflexão da História, o abalo
sísmico que mudou o destino da raça humana, singelamente resultou de que o homem
começou a produzir mais do que precisava. Aí surgiram as questões da divisão do trabalho
e de quem se apropria do excedente. A comida guarda proporção com a fome. Mas o critério
de referência para a formação do excedente passou a ser o seu próprio crescimento,
mesmo à custa da fome. Esse foi o marco inicial daquilo que chamamos de "civilização", ou
meIhor, da história da servidão humana ...
(Adaptado de GOMES, Severo, Folha de S.Paulo.)
PENSE E EXPLIQUE
1. Qual é o modo de produção característico dos Yanomami mostrado pelo texto? Explique
sua resposta.
2. Quais as consequências da expansão do modo de produção capitalista sobre os povos
indígenas brasileiros mencionadas no texto?