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1. BENS ECONÔMICOS
Fábio Nusdeo, no livro “Curso de Economia – Introdução ao Direito Econômico”, de ne que bem
econômico é todo o que tenha alguma utilidade, e que seu fornecimento seja limitado, ou
simplesmente escasso. Entretanto, uma questão levantada por Nusdeo é a real capacidade de
um determinado bem de atender a uma certa necessidade. Com isto, o autor expõe que para
entender a utilidade de um bem econômico é preciso conhecer com precisão o que é
necessidade e suas características.
2. NECESSIDADES
Defende Nusdeo que necessidade é um desejo manifestado socialmente que leva uma ação de
quem a experimenta. Necessidade não pode ser confundida com aspiração, já que defronte a
uma necessidade, a carência em questão é suprida por ações econômicas.
Nem toda necessidade humana tem uma utilidade social, algumas são, inclusive, reprováveis
pela sociedade por serem nocivas, ilegais e imorais, entretanto por movimentarem recursos para
seu atendimento, não podem serem ignoradas na economia. Portanto, uma necessidade não
precisa ser correta ou comprovada para ser agregar valor a um bem, basta que alguém veja
nestes bens certos atributos e o mesmo passará a ser útil perante a economia.
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3. UTILIDADE E ESCASSEZ
Já entendemos que somente pode ser escasso o bem que é útil. Devemos agora entender o que
é utilidade e escassez.
Um bem pode ter uma utilidade marginal, pode ser livre e supér uo.
1. Utilidade marginal – é a utilidade de aproveitar uma unidade adicional de um bem. Um
diamante por exemplo, uma joia considerada é supér ua para a vida humana, custa mais caro
que um copo de água, que é essencial. Isso ocorre porque enquanto estamos diante de uma
abundância de água, estamos também diante de uma escassez de diamantes. A escassez
agrega valor ao diamante.
2. Bens livres – é todo bem encontrado em abundância e sem valor. O ar e a água podem ser
considerados bens livres, pois podemos encontrá-los fartamente na natureza e sem custo. Vale
destacar que alguns bens considerados livres em determinado locais, podem não serem assim
classi cados em outro. A água é um grande exemplo, devido sua extrema escassez nos desertos
sua valorização é alta.
3. Bens supér uos – os bens podem ser classi cados supér uos de acordo com a cultura,
economia e costumes de cada povo. Um agasalho em uma região fria pode ter um alto valor, o
que não aconteceria em uma praia. Um único pão para um milionário não signi ca absolutamente
nada, enquanto para um miserável seria de extrema importância para saciar sua fome.
2. Quanto à nalidade: os bens econômicos podem ser divididos em bens de consumo, bens de
produção e bens de uso.
2.1. Os bens de consumo atendem de forma direta e imediata uma necessidade. Exemplos:
alimentos e vestuários.
2.2. Os bens de produção são empregados em cadeia para gerar bens de consumo. Exemplos:
máquinas, matérias primas e a mão de obra.
2.3. Os bens de uso são aqueles que atendem necessidades instantâneas e também continuas.
Exemplos: um carro, uma geladeira, um vestuário, etc..
3. Quanto às relações entre si: os bens econômicos podem ser classi cados como
complementares e sucedâneos.
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3.1. Bens complementares são aqueles que complementam outro, é o caso do combustível e o
automóvel, a semente e a terra, etc..
3.2. Bens sucedâneos são os que podem ser substituídos em determinadas situações. É o caso
do feijão e lentilha, gasolina e álcool, etc..
4. Quanto ao âmbito da necessidade: os bens podem ser exclusivos ou coletivos. Vale registrar
que em determinadas situações um mesmo bem apresenta características de exclusivo e
coletivo.
4.1. Bens exclusivos são aqueles que atendem às necessidades de uma única pessoa. Um bom
exemplo é o uso de uma gravata. Enquanto ela está sendo utilizada por um determinado
indivíduo, não pode ser utilizada por outro, o excluindo.
4.2. Bens coletivos são aqueles que atendem às necessidades de grupos, de um estado ou até
mesmo uma nação. Uma estrada, um posto de saúde, o ar que respiramos, a praça que
frequentamos são alguns exemplos.
5. VALOR ECONÔMICO
Os bens úteis e escassos passaram a ter valor a partir do entendimento de que eventuais perdas,
provocadas por destruição ou desaparição, resultariam em necessidades não atendidas, desta
forma, os bens perdidos gerariam um empobrecimento. Junto com esta ideia, duas dimensões
também surgiram: a chamada valor de uso e a chamada valor de troca.
Na dimensão valor de uso, se enfoca o valor por uma perspectiva de um determinado indivíduo
ou um pequeno grupo. Neste enfoque enquadra-se o valor de estimação dos bens. Já na
dimensão denominada valor de troca, os bens são avaliados em uma dimensão maior, de forma
impessoal e objetiva, sem qualquer subjetivismo.
Vale o registro de que tais dimensões não surgiram com o objetivo de classi car o valor, já que os
bens podem possuir ambas dimensões que podem se unirem ou se sobreporem.
Durante muitos anos, em épocas remotas da sociedade, apenas o valor de uso tinha uma real
importância, já que os indivíduos e grupos se organizavam através do autoconsumo, ou seja,
produziam apenas os bens que necessitavam. Com o crescimento da população e a necessidade
do relacionamento entre os grupos organizados, ganhou força o valor de troca e a divisão do
trabalho.
A divisão do trabalhão trouxe grandes avanços econômicos para a época. Com ela
intensi caram-se as trocas destinadas a suprir os bens e serviços de determinados grupos. Com
a divisão do trabalho o homem começou a deixar de trabalhar para si e passou a trabalhar para
os outros.
Criado o mercado, havia naquele momento a necessidade de estipular o valor dos bens, e isso
começou justamente identi cando a escassez. A carne animal, por exemplo, estava mais difícil
de se conseguir do que raízes e tubérculos, desta forma, devido à escassez, a carne tinha maior
valor do que as raízes e tubérculos.
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Com o mercado estabelecido e os bens com seus conceitos de utilidade e escassez de nidos,
outro problema surgiu: quando o indivíduo tivesse um bem para troca e não tivesse nenhuma
necessidade imediata, como procederia? Surge então a moeda de troca.
6. CONCLUSÃO
• Bem econômico é todo aquele útil e escasso;
• Necessidade é um desejo manifestado socialmente. Nem toda necessidade tem uma utilidade
social, algumas são, inclusive, reprováveis pela sociedade por serem nocivas, ilegais e imorais.
Basta que alguém veja em algum bem certos atributos e o mesmo passará a ser útil perante a
economia;
• Um bem pode ter uma utilidade marginal, pode ser livre ou supér uo;
• Bens econômicos podem ser classi cados quanto à sua materialidade, quanto à sua nalidade,
quanto às relações entre si e quanto ao âmbito da necessidade;
• Com a ideia de valor também surgiram duas dimensões: o valor de uso e o valor de troca;
• Com o crescimento da população, dos grupos e das comunidades, foi criada a divisão do
trabalho;
• Com a divisão do trabalho, bens começaram a ser trocados entre os grupos;
• A escassez de determinados bens começaram a impor seu maior ou menor valor perante
outros;
• Instaurado o mercado, houve uma necessidade de se estabelecer um bem que serviria como
moeda de troca em transações futuras;
• O sal foi escolhida como primeira moeda de troca. Estudos apontam que animais, conchas,
adornos e metais também serviram como moeda de troca em diferentes épocas e locais;
• O preço dos bens surgiu com a para padronizar do valor econômico dos bens.
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