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08/07/13 História do Rio Grande do Norte n@ Web

História do Rio Grande do Norte n@ Web

Os franceses na costa potiguar

(Por Francimar de Araújo Galvão; Josefa Emília de Macêdo; Maria Deusa


dos Anjos Lima; Nilba dos Santos Medeiros – alunos do período 99.2)

Oficializado o descobrimento do Brasil, fato consolidado em 1500, pouco


foi feito em termos de colonização nos primeiros anos do século XVI. Aos
portugueses naquele momento interessava mais a exploração do Oriente
onde predominava o comércio das especiarias – produtos tão cobiçados
na Europa da época. Por essas bandas de comercializável predominava
apenas as madeiras tintoriais que, ao que parece, não interessava muito
aos portugueses naquele instante.

A espreita rondavam os corsários franceses que, por sua vez, não


contando com uma frota marítima capaz de lhes proporcionar grandes
conquistas, vão aos poucos adentrando os mares tendo penetrado na
costa potiguar lá pelos idos de 1535; um feito que enaltecera os franceses
apesar de ter sido um fato ilegal visto que pelo Tratado de Tordesilhas
essas terras pertenciam a coroa de Portugal.

A situação geográfica da região onde hoje se localiza o atual Rio Grande


do Norte foi bastante favorável às incursões dos piratas e/ou corsários
franceses que logo travaram grande camaradagem com os indígenas da
áreas tendo estabelecido o comércio e o tráfico do pau-brasil e
proporcionado às mestiçagens na área dominada pelos potiguares.

Também por aquela época a coroa portuguesa instituíra o sistema de


capitanias hereditárias tendo sido concedida a área do Rio Grande ao
honrado Feitor da Casa de Mina e da Índia, João de Barros. Com o
objetivo de evitar maiores dispêndios na ocupação de seu quinhão, João
de Barros associa-se a dois outros donatários que haviam sido
beneficiados com lotes de terras em regiões a Oeste do Rio Grande.
Impossibilitado de participar da honrosa empreitada de ocupação de sua
capitania, devido suas atividades de burocrata, Barros autoriza seus dois
filhos, João e Jerônimo, a partirem para a colônia e apossarem-se das
terras que, de acordo com o supremo direito concedido por El Rei D. João
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III, lhes pertencia.

Ao adentrarem em "terras" potiguares os arrojados colonizadores


portugueses foram recepcionados à flechadas pelos nativos potiguares
que, ajudados pelos traficantes franceses, resolveram impedir a posse
dos filhos de João de Barros na capitania.

A fácil amizade firmada entre franceses e nativos potiguares deveu-se, em


boa parte, ao tipo de interesse econômico que aqueles tinham para com a
terra. Os franceses buscavam apenas o comércio, sobretudo do pau-
brasil e para tanto, fazia-se necessário cultivar a amizade dos nativos
potiguares de forma a obterem a mão-de-obra e os produtos desejados
sem terem que enfrentar maiores dificuldades. Ao contrário dos franceses,
que desenvolveram vivência comum com os nativos potiguares por vários
anos, os portugueses pretendiam fixar-se na terra vindo a proporcionar
mudanças drásticas de costumes, hábitos e crenças, através da
imposição de uma nova ordem e disciplina aos indígenas.

O clima de familiaridade firmado entre franceses e potiguares foi fator


preponderante para que, durante o século XVI a área que abrangia a
capitania do Rio Grande tenha sido um reduto de traficantes de madeiras
tintoriais. Foi somente no final do século mencionado que os portugueses,
temerosos de que os franceses viessem a consolidar a dominação da
costa potiguar, decidiram-se pela ocupação definitiva da área. O
empreendimento final da conquista, por parte dos portugueses, coube ao
Governo Geral que, aliado a alguns colonos ricos esperançosos de
dominarem uma nova região aberta ao comércio, partiu para uma
ocupação definitiva. Os objetivos iniciais da colonização do território
potiguar seria a construção de uma fortaleza militar e a edificação de uma
cidade que serviria com marcos de dominação.

O domínio do território não foi tarefa fácil pois os potiguares continuaram


hostis em relação aos portugueses, mesmo não contando mais com todo
o apoio dos franceses que ao presenciarem a armada portuguesa,
picaram suas amarras deixando para trás uma capitania devastada pela
exploração desenfreada de suas matas. Apesar das freqüentes
hostilidades dos nativos, os portugueses consolidaram o domínio definitivo
da capitania, fato que se deu nos últimos dias de 1597.

Favor citar da seguinte forma:

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GALVÃO, F. de A; MACÊDO, J. E. de; LIMA, M. D. dos A. &


MEDEIROS, N. dos S. Os franceses na costa potiguar. História do RN n@
WEB [On-line]. Available from World Wide Web: <URL:
www.seol.com.br/rnnaweb/>

Referências Bibliográficas

CASCUDO, Luiz da Câmara. História do Rio Grande do Norte. Rio de


Janeiro: Departamento de imprensa Nacional, 1955.

SANTOS, Paulo Pereira dos. Evolução econômica do Rio Grande do


Norte (do século XVI ao XX). Natal: Clima, 1994.

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