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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO – UNICID

CURSO DE BIOMEDICINA

DANIELLE OLIVEIRA ALBUQUERQUE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
CURRICULAR SUPERVISIONADO

São Paulo
2022
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO – UNICID
CURSO DE BIOMEDICINA

DANIELLE OLIVEIRA ALBUQUERQUE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
CURRICULAR SUPERVISIONADO

Relatório final de estágio


curricular supervisionado realizado no
laboratório DIA, a ser enviado à
Coordenação do Curso de Biomedicina,
para aprovação e obtenção do título de
Bacharel em Biomedicina e habilitação
em Análises Clínicas.

São Paulo
2022
DANIELLE OLIVEIRA ALBUQUERQUE

ESTÁGIO EM ANÁLISES CLÍNICAS

Coordenadora: Marisa Laporta Chudo


Curso: Biomedicina
Número de matrícula: 21171122
Período: Noturno
Empresa concedente: Dia Diagnóstico da América
Supervisores: Dr. Marco A. Ferrigno
Período: 23/02/2022 à 24/08/2022
Carga horária total do estágio: 643 horas
Modalidade: Análises Clínicas

APROVADO EM ____/____/____

São Paulo
2022
RESUMO

Esse relatório tem como objetivo registrar um resumo de aprendizagem teórica e


práticas obtidas durante o período de estágio em diversas áreas de análises clínicas sob a
supervisão do Prof. Marco Antonio Ferrigno, incluindo metodologias, rotinas, funcionamento
geral do laboratório, automações, equipamentos e técnicas utilizadas visando ética, boas
práticas laboratoriais e controle de qualidade, contribuindo de forma positiva para adquirir
experiências, vivência e aprendizados que também foram abordados ao longo da graduação. O
estágio foi realizado no período de 23/02/2022 à 24/08/2022, no Laboratório DIA -
Diagnósticos Integrados da América – LTDA, na unidade Belém - São Paulo, Brasil, para a
obtenção do título de Bacharel no Curso de Biomedicina da Universidade Cidade de São Paulo.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Esfregaço sanguíneo com sangue total colhido em tudo com EDTA. .......... 18
Figura 2- Esfregaço sanguíneo corado com álcool, eosina e azul de metileno. ........... 18
Figura 3- Lâmina de esfregaço sanguíneo com presença de segmentados. .................. 19
Figura 4: Lâmina de esfregaço sanguíneo com presença de segmentados. .................. 19
Figura 5: Lâmina de esfregaço sanguíneo com presença de linfócito. ......................... 20
Figura 6: Teste de VHS. ............................................................................................... 21
Figura 7: Materiais utilizados para fazer os testes de ABO-Rh.................................... 23
Figura 8: Testes de tipagem sanguínea; A: O -; B: A+................................................. 24
Figura 9: Amostra biológica – soro e placa de Klaine.................................................. 27
Figura 10: Amostra positiva para sífilis........................................................................ 27
Figura 11: Amostras biológicas e cartão teste. ............................................................. 28
Figura 12: Cartão teste com amostra do paciente, 1º poço com aglutinação. ............... 29
Figura 13: urina, estante, câmara de newbauer e fitas reativas..................................... 32
Figura 14: Amostra biológica, análise física – urina na cor amarelo citrino. ............... 32
Figura 15: Análise química da urina com fitas reativas. .............................................. 32
Figura 16: Análise microscópica – presença de leucócitos na urina. ........................... 33
Figura 17: Urina com presença de leveduras e leveduras em forma de hifas ............... 33
Figura 18: Urina com presença de oxalato de cálcio e leveduras em forma de hifas... 33
Figura 19: Placa de antibiograma. ................................................................................ 35
Figura 20: Bactérias Gram positiva. ............................................................................. 36
Figura 21: Bactérias Gram negativa. ............................................................................ 37
Figura 22: Cisto de Entamoeba histolytica. .................................................................. 38
Figura 23: Analisador automático MINDRAY BS 120. .............................................. 39
Figura 24: Tubos de coleta na ordem correta ............................................................... 40

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tipos sanguíneos após a lavagem das hemácias. .......................................... 23


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 17
2 APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO ..................................................... 17
3 HEMATOLOGIA ...................................................................................................... 17
3.1 Hemograma automatizado ...................................................................................... 17
3.2 Hemograma manual ................................................................................................ 18
3.3 Leucograma ............................................................................................................ 18
3.4 Esfregaço sanguíneo ............................................................................................... 18
3.4.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 19
3.4.2 Lâminas................................................................................................................ 19
3.5 Contagem de reticulócitos ...................................................................................... 20
3.5.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 20
3.6 Prova de falcização ................................................................................................. 20
3.6.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 20
3.7 VHS – Velocidade de hemossedimentação ............................................................ 21
3.7.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 21
3.8 Sistema ABO – RH ................................................................................................. 21
3.8.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 22
3.8.2 Possíveis resultados ............................................................................................. 23
3.9 Exames de coagulação sanguínea ........................................................................... 24
3.9.1 Tempo de protrombina – TP ................................................................................ 24
3.9.2 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 24
3.9.3 Tempo de tromboplastina parcial ativada – TTPA .............................................. 25
3.9.4 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 25
4 TESTES RÁPIDOS ................................................................................................... 26
4.1 VDRL – Venereal Disease Research Laboratory ................................................... 26
3.1.2 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 26
4.2 Imuno -látex PCR ................................................................................................... 27
4.2.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 28
4.3 Imuno – Látex ASLO ............................................................................................. 29
4.3.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 29
4.4 Imuno -Látex Fator Reumatoide – FR .................................................................... 30
4.4.1 Materiais e equipamentos utilizados .................................................................... 30
5. URINÁLISE ............................................................................................................. 31
5.1 Materiais e equipamentos utilizados ....................................................................... 31
6 MICROBIOLOGIA ................................................................................................... 34
6.1 Antibiograma .......................................................................................................... 34
6.2 Materiais e equipamentos utilizados ....................................................................... 34
6.3 Meios de cultura ..................................................................................................... 35
6.4 Coloração de gram .................................................................................................. 35
6.5 Materiais equipamentos utilizados ......................................................................... 36
7 PARASITOLOGIA ................................................................................................... 37
7.1 Métodos e equipamentos utilizados ........................................................................ 37
8 BIOQUÍMICA ........................................................................................................... 38
9 COLETA DE SANGUE ............................................................................................ 39
9.1 Materiais e equipamentos utilizados ....................................................................... 40
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 40
11 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 41
17

1 INTRODUÇÃO

Este relatório tem como objetivo a obtenção da habilitação de análises clínicas


necessário para a conclusão do curso de biomedicina, onde estarão descritas as atividades
desenvolvidas em diversas áreas das análises clínicas como, hematologia, testes rápidos,
urinálise, microbiologia, parasitologia, bioquímica e a elaboração do POP (Procedimento
Operacional Padrão) de cada setor.
Estágio iniciado em 23/02/2022 com término em 24/08/2022 totalizando 500 horas de
estágio.

2 APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

O laboratório DIA está localizado na rua Ulisses Cruz, 88 – Belém – São Paulo. Com
professores qualificados e empenhados em ensinar o melhor aos alunos.

3 HEMATOLOGIA

O objetivo central da hematologia é estudar os elementos figurados do sangue: glóbulos


vermelhos (eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas, que estuda o estado e
normalidade dos elementos sanguíneos e de órgãos hematopoiéticos e doenças realizadas,
dando início a investigação até o tratamento da doença.

3.1 Hemograma automatizado

Utilizamos o equipamento de hematologia da MINDRAY BC-3600. Esse mesmo


equipamento possui os controles alto, normal e baixo que é necessário passar todos os dias antes
de iniciar o plantão, o mesmo equipamento consegue identificar o nome dos pacientes. O tubo
de EDTA é homogeneizado e colocado no equipamento sem a tampa para que a análise possa
ser realizada. O equipamento realiza a análise e emite os valores do eritrograma (hemoglobina,
hematócrito (VCM, HCM, CHCM e RDM), leucograma que é dividido em granulócitos que
são os neutrófilos, eosinófilos e basófilos, os agranulócitos que são os: linfócitos e monócitos
e os valores das plaquetas.
18

Para obter um melhor diagnóstico o ideal é realizar o esfregaço sanguíneo e fazer a


leitura da lâmina no microscópio.

3.2 Hemograma manual

No hemograma manual é realizado o leucograma, onde avaliamos os glóbulos brancos


através da leitura das lâminas. Neste hemograma realizamos a contagem total das células e a
diferenciação dos leucócitos e a contagem das plaquetas.

3.3 Leucograma

Também faz parte do hemograma e tem como função avaliar as células brancas,
conhecidos como leucócitos células de defesa do nosso organismo, como os basófilos,
bastonetes, eosinófilos, linfócitos, monócitos e neutrófilos/segmentados.

3.4 Esfregaço sanguíneo

O esfregaço sanguíneo consiste em espalhar uma camada fina de sangue sobre uma
lâmina para contagem e identificação das células do sangue, a mesma lâmina é corada e depois
é realizada a leitura em um microscópio.
A leitura deve ser realizada do meio da lâmina para a calda, em caso de leucopenia pode-
se ler do início da lâmina.

Figura 1- Esfregaço sanguíneo com sangue total colhido em tudo com EDTA.

Figura 2- Esfregaço sanguíneo corado com álcool, eosina e azul de metileno.


19

3.4.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (sangue total colhido em tubo com EDTA);


• Lâmina;
• Lâmina extensora;
• Pipeta/ponteiras ou capilares;
• Coloração panótipo – metanol e corantes eosina e azul de metileno;
• Óleo de imersão;
• Microscópio.

3.4.2 Lâminas

Após realizar o hemograma automatizado é orientado realizar a leitura das lâminas.

.
Figura 3- Lâmina de esfregaço sanguíneo com presença de segmentados.

Figura 4: Lâmina de esfregaço sanguíneo com presença de segmentados.


20

Figura 5: Lâmina de esfregaço sanguíneo com presença de linfócito.

3.5 Contagem de reticulócitos

A contagem de reticulócitos é utilizada para determinar a quantidade de hemácias no


sangue e verificar a velocidade de produção da medula óssea.

3.5.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (sangue total colhido em tubo com EDTA);


• Tubos de vidro;
• Pipetas e ponteiras;
• Corante azul de cresil brilhante;
• Banho maria
• Cronômetro para cronometrar o tudo de vidro com a amostra biológica e o
corante no banho maria;
• Óleo de imersão;
• Microscópio.

3.6 Prova de falcização

A prova de falcização determina se o paciente possui ou não a hemoglobina S (HbS)


nos eritrócitos, usado para identificar a anemia falciforme.

3.6.1 Materiais e equipamentos utilizados


21

• Amostra biológica (sangue total colhido em tubo com EDTA);


• metabissulfito de sódio;
• Pipetas e ponteiras;
• Lâmina e lamínula;
• Esmalte;
• Microscópio.

3.7 VHS – Velocidade de hemossedimentação

É um tipo de exame utilizado para detectar inflamação e infecção no organismo do


paciente. O VHS não fecha diagnóstico preciso e não indica que tipo de inflamação ou infecção
o paciente tem.

3.7.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (sangue total colhido em tubo com EDTA);


• Pipeta de Wersten green.

Figura 6: Teste de VHS.

3.8 Sistema ABO – RH


22

No sistema ABO existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses tipos de sangue


são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os
algutinogênios e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutinas, no plasma
sanguíneo.
O fator Rh um grupo de antígenos que determina se o sangue possui o Rh positivo ou
negativo. Este exame é indicado quando o paciente realiza doação de sangue, transfusão
sanguíneo, em preparos pré-operatórios, em gestantes e em recém-nascidos com suspeita de
incompatibilidade materno fetal.

3.8.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (sangue total colhido em tubo com EDTA);


• Tubos de vidro;
• Estante para apoiar os tubos;
• Solução fisiológico 0,9%;
• Pipeta e ponteiras;
• Centrifuga;
• Local para descarte do soro fisiológico 0,9%;
• Soro Anti - A Anti - B e Anti – D (Anti – Rh).

No laboratório utilizamos cinco tubos de vidro seguindo o passo a passo abaixo:


• 1º tubo: Colocamos 0,5 mL de sangue + 1 mL de solução fisiológico 0,9% e
centrifugamos por 1 minuto à 300 rpm. Após centrifugar, descartamos o sobrenadante
e adicionamos mais 1 mL de solução fisiológica 0,9% e colocamos para centrifugar
novamente por 1 minuto à 3.000. Esse procedimento é conhecido como lavagem das
hemácias e o mesmo deve ser repetido por 3x.
• 2° tubo: Após a última lavagem descartar o sobrenadante, pegar 0,1 mL das hemácias
lavadas + 2 mL de solução fisiológica 09 % e homogeneizar, em seguida pegar 0,05 mL
e colocar nos tubos seguintes;
• A: 0,05 mL das hemácias lavadas e da SF 0,9% + uma gota do soro anti-A;
• B: 0,05 mL das hemácias lavadas e da SF 0,9% + uma gota do soro anti-B;
• Rh: 0,05 mL das hemácias lavadas e da SF 0,9% + uma gota do soro anti- D (Anti –
Rh).
23

Em seguida centrifugar por 30 segundos à 3.000 rpm.

3.8.2 Possíveis resultados

A B Rh Resultado
Aglutinou Aglutinou A+
Aglutinou A-
Aglutinou Aglutinou B+
Aglutinou B-
Aglutinou Aglutinou Aglutinou AB+
Aglutinou Aglutinou AB-
Aglutinou O+
O-
Tabela 1: Tipos sanguíneos após a lavagem das hemácias.

Figura 7: Materiais utilizados para fazer os testes de ABO-Rh


24

A B

Figura 8: Testes de tipagem sanguínea; A: O -; B: A+.

3.9 Exames de coagulação sanguínea

3.9.1 Tempo de protrombina – TP

O tempo de protrombina - TP é um teste que avalia a capacidade do sangue para


coagular. O TP avalia a via extrínseca da coagulação, que abrange o fator tecidual e o fator VII,
além dos fatores de via final comum (X, V, II e fibrinogênio), além disso este exame detecta a
deficiência de fatores de coagulação da vitamina K, que são os VII, X e II.

3.9.2 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica do paciente (plasma colhido em tubo com citrato);


• Centrífuga;
• Tubos de vidros;
• Ponteiras e pipetas;
• Banho maria à 37ºC;
• Reagente TP;
• Cronômetro.

No laboratório pegamos um tubo com citrato e centrifugamos por 15 minutos, após isso
o mesmo foi colocado com banho maria, junto com um outro tubo que continha 0,2 mL do
25

reagente por 3 minutos à 37ºC. Em seguida 0,1 mL do plasma foi colocado no tubo com o
reagente com o cronômetro acionado e delicadamente inverter o tubo até registrar o tempo de
coagulação.

3.9.3 Tempo de tromboplastina parcial ativada – TTPA

O tempo de tromboplastina parcial ativada – TTPA avalia a via instrínseca da


coagulação que inclui os fatores XII, XI, XI, VIII, além dos fatores de coagulação da via final
comum X, V e II e fibrinogênio. O teste consiste na determinação do tempo de coagulação do
plasma citratado, após a adição do reagente que contém um ativador plasmático (ácido elágico)
e fosfolípedes que atuam como substitutos das plaquetas. Após a incubação ocorre a ativação,
sendo adicionado posteriormente o cloreto de cálcio (recalcificação). Nesta etapa ocorre a
formação do coágulo, devendo ser cronometrado. Pacientes com hemofilias A e B, doenças
hepáticas, uso de coagulantes e deficiência de vitamina K realizam este teste.

3.9.4 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica do paciente (plasma colhido em tubo com citrato);


• Tubos de vidro;
• Cloreto de cálcio – CaCl2 (aquecido à 37ºC);
• Centrífuga;
• Ponteiras e pipetas;
• Banho maria à 37ºC;
• Reagente TTPA;
• Cronômetro.

No laboratório misturamos 0,1 mL do reagente TTPA CLOT com 0,1 mL da amostra


do paciente, em seguida incubamos por 3 minutos à 37º C. Após os 3 minutos adicionar 0,1 mL
do CaCl2 aquecido e disparamos o cronômetro simultaneamente, agitando tubo dentro do banho
maria vagarosamente por 15 a 20 segundos e tirando o mesmo antes de atingir o tempo de
coagulação.
26

4 TESTES RÁPIDOS

4.1 VDRL – Venereal Disease Research Laboratory

O exame VDRL é utilizado para diagnosticar o tratamento da sífilis, doença


sexualmente transmissível. Essa mesma doença também é transmitida verticalmente pela
gestação da mãe para o filho, conhecida como sífilis congênita. O VDRL é um teste não
treponêmico, teste de triagem que não fecha diagnóstico. Existe um exame padrão ouro
conhecido como FTA-ABS, ele indica se a pessoa realmente está contaminada pelo Treponema
Pallidum.
No laboratório é realizado dois tipos de testes, o qualitativo e o quantitativo.
O teste qualitativo é realizado em uma placa de Klaine, onde é necessário colocar 50 uL
do reagente e 50 uL da amostra do paciente e placa homogeneizar a placa por quatro minutos e
levar ao microscópio, caso seja visualizado floculação no primeiro poço é necessário realizar a
diluição.
Na diluição (teste quantitativo), é necessário colocar 50 uL de solução fisiológica 0,9%
em todos os poços a partir do segundo (1:4), após isso pegar 50 ul do primeiro poço que contém
apenas reagente e amostra (1:2) e adicionar no segundo poço (1:4), homogeneizar e pegar 50
uL do segundo poço (1:4) e colocar no terceiro (1:8) e assim por diante, no último poço
descartar 50 uL. O valor é liberado como positivo acima de 1:16.

3.1.2 Materiais e equipamentos utilizados


• Amostra biológica (soro ou plasma);
• Placa de Klaine;
• Pipeta e ponteiras;
• Descarte para ponteiras;
• Reagente;
• Microscópio;
• Solução fisiológico 0,9%.
27

Figura 9: Amostra biológica – soro e placa de Klaine.

Figura 10: Amostra positiva para sífilis.

4.2 Imuno -látex PCR

A proteína C - reativa (PCR), é uma proteína sintetizada pelo fígado, seus níveis
aumentam em resposta a inflamação/ infecção aguda. Quando a inflamação/infecção se torna
crônica o sistema para de liberar a proteína C – reativa.
O exame PCR é solicitado quando o médico suspeita de alguma inflamação/infecção
não visível, como suspeitas de infecções virais ou bacterianas. A PCR também detecta doenças
cardiovasculares, pois quanto mais alto, maior o risco da doença.
Este exame ele não informa qual o tipo de inflamação/infecção, porém o aumento desta
proteína indica que o organismo está combatendo algum agente agressor, neste caso é
necessário solicitar outros tipos de exames para ter o diagnóstico correto.
28

No laboratório é realizado dois tipos de testes, o qualitativo e o quantitativo. O teste


qualitativo é realizado para saber se o organismo do paciente está liberando a proteína C, para
isso é necessário pegar 25 uL da amostra do paciente e 25 uL do reagente monoclonal anti –
PCR e homogeneizar por dois minutos através de movimentos rotacionais e observar se forma
aglutinação. Na presença da aglutinação é necessário realizar o teste quantitativo, diluindo em
solução salina de 1:2, 1:4, 1:8, 1:16 e assim por diante, após a diluição é necessário adicionar a
mesma quantidade de reagente monoclonal anti – PCR em todos os poços diluídos e verificar a
aglutinação nos poços.
A titulação do PCR: < 6 mg de PCR no organismo do paciente.

4.2.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (soro);


• Cartão teste;
• Pipeta e ponteiras;
• Local para descarte das ponteiras;
• Cronômetro;
• Suspensão de látex revestida com anticorpo monoclonal anti – PCR;
• Solução fisiológica 0,9%.

Figura 11: Amostras biológicas e cartão teste.


29

Figura 12: Cartão teste com amostra do paciente, 1º poço com aglutinação.

4.3 Imuno – Látex ASLO

A estreptolisina O, produzida por quase todas as cepas de Streptococus pyogenes, é uma


hemolisina oxigênio-lábil (inativada pelo oxigênio), com potente antigenicidade. O anticorpo
formulado contra ela, o antiestreptolisina O, tem se tornado o indicador de infecções
estreptocócicas e suas complicações, tais como a febre reumática e a glomerulonefrite aguda.
A concentração de anticorpos antiestreptolisina O, aumenta no final da primeira semana após a
infecção estreptocócica e atinge seu valor máximo entre a 3ª e 5ª semanas, retornando, na
maioria dos casos, ao nível normal do segundo ao quarto mês.

4.3.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (soro);


• Cartão teste;
• Pipeta e ponteiras;
• Local para descarte das ponteiras;
• Cronômetro;
• Suspensão de látex revestida com anticorpo monoclonal anti – estreptolisina O;
• Solução fisiológica 0,9%.

No laboratório realizamos dois tipos de testes, o qualitativo e o quantitativo.


30

• Qualitativo: Pipetamos 25 µl do soro do paciente em uma área do cartão-teste,


homogeneizamos a suspensão de látex e pipetamos 25 µl na mesma área da amostra,
misturamos muito bem o soro com o látex, espalhando cuidadosamente com uma
ponteira através de movimentos suaves de rotação, sob uma boa fonte de luz,
observamos durante 2 minutos a formação de uma eventual aglutinação.

• Quantitativo: Diluímos o soro do paciente em salina (NaCl a 0,9%) 1:2, 1:4, 1:8, 1:16
e pipetamos 25 µl de cada diluição em cada área do cartão-teste, homogeneizamos a
suspensão de látex e pipetamos 25 µl em cada área onde estava a diluição da amostra,
misturamos muito bem o soro com o látex, espalhando cuidadosamente com uma
ponteira (uma para cada diluição). Através de movimentos suaves de rotação, sob uma
boa fonte de luz, observamos durante 2 minutos a formação de aglutinação.

4.4 Imuno -Látex Fator Reumatoide – FR

O diagnóstico da artrite reumática é amplamente baseado no exame clínico, juntamente


com os testes radiológicos e laboratoriais. São uteis para confirmar o diagnóstico clínico e para
avaliar a severidade e curso da doença.
Um dos mais úteis marcadores clínicos da artrite reumatóide é o fator reumatóide (FR)
no soro. Fator reumatóide é o termo usado para descrever uma variedade de anticorpos (IgM,
IgG, IgA e IgE) que podem se ligar ao fragmento Fc de uma imunoglobulina G. O Imuno-látex
FR é um teste bastante sensível que utiliza partículas de látex revestidas com IgG humana
altamente purificada, estabilizada e suspensa em tampão glicina pH 8,2.
4.4.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (soro);


• Cartão teste;
• Pipeta e ponteiras;
• Local para descarte das ponteiras;
• Cronômetro;
• Suspensão de látex revestida com anticorpo monoclonal anti-fator reumatoide;
• Solução fisiológica 0,9%.
31

No laboratório realizamos o teste qualitativo e quantitativo, seguindo o mesmo passo a


passo do Imuno - Látex ASLO.

5. URINÁLISE

Urinálise ou exame de urina tipo I - EAS (Elementos anormais do sedimento) é um dos


exames mais solicitados neste setor. Ele avalia os distúrbios dos rins e do trato urinário, além
de auxiliar no diagnóstico de distúrbios sistêmicos, como diabetes e problemas no fígado.
Este exame é divido em três etapas, são elas: análise física (visual) onde analisa a cor
da urina, o aspecto e a densidade, análise química (tira reativa) onde é possível verificar o pH,
a densidade, se a urina possui urobilinogênio, glicose, corpos cetônicos, entre outros e por
último a análise microscópica, onde é possível visualizar a presença os glóbulos brancos e
vermelhos, leveduras, cristais, bactérias e células epiteliais. Através do pH da urina é possível
saber se os cristais são ácidos ou alcalinos.
Orientar o paciente a coletar mL de urina. Esa mesma urina será passada para um tubo
cônico, onde ele será centrifugado à 1.500 rpm por 5 minutos, após a centrifugação deixar
apenas 1 mL no tubo, ressuspender e com um capilar colocar uma quantidade suficiente para
analisar na câmara de newbauer. Conta-se os dezesseis quadrados de cada quadrante (4), após
toda a contagem multiplica o valor por 250, a soma final é a quantidade de hemácias e leucócitos
encontrados na urina.

5.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Amostra biológica (urina);


• Estantes para colocar as amostras;
• Tubos cônicos;
• Tiras reativa;
• Centrífuga;
• Capilar;
• Lamínula;
• Câmara de newbauer;
• Microscópio.
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Figura 13: urina, estante, câmara de newbauer e fitas reativas.

Figura 14: Amostra biológica, análise física – urina na cor amarelo citrino.

Figura 15: Análise química da urina com fitas reativas.


33

Figura 16: Análise microscópica – presença de leucócitos na urina.

Figura 17: Análise microscópica – urina com presença de leveduras e leveduras em forma de hifas.

Figura 18:Análise microscópica – urina com presença de oxalato de cálcio e leveduras em forma de
hifas.
34

6 MICROBIOLOGIA

6.1 Antibiograma

O antibiograma é um teste realizado que tem como objetivo verificar a sensibilidade


de certos tipos de microrganismo a determinado tipo de antibiótico, utilizando um padrão
estabelecido. Existem dois meios de realizar o antibiograma: método de diluição em tubo e
método da difusão dos discos na placa de petri. A distância do halo vai dizer qual antibiótico a
bactéria é resistente.
As placas são incubadas em uma estufa com temperatura e tempo adequados para
permitir o crescimento da bactéria e para verificar se a mesma é sensível (S), intermediário (I)
ou resistente (R) ao antibiótico. Se um organismo for sensível a um antibiótico, uma zona clara
aparece ao redor do disco, onde o crescimento do organismo foi inibido. Através de uma tabela
de referência de antimicrobianos é possível classificar se o microrganismo é sensível,
intermediário ou resistente aquele antibiótico.
No laboratório realizamos apenas a leitura das placas de antibiograma, pois não houve
tempo hábil de cultura e cultivo da bactéria.

6.2 Materiais e equipamentos utilizados

• Discos de antibiograma já cultivados;


• Régua;
• Tabela de referências de antimicrobianos, para classificação de sensibilidade e
resistência.
35

Figura 19: Placa de antibiograma.

6.3 Meios de cultura

Os meios de cultura são preparações químicas geralmente usadas para a realização de


análises laboratoriais, que possuem na sua fórmula nutrientes entre outras substâncias que
contém as condições necessárias para que os microrganismos inoculados se multipliquem em
meios artificiais, para que o mesmo seja material de estudo e análise.
Existem os meios de cultura seletivo e diferenciado. O seletivo cresce apenas a bactéria
de interesse, impedido o crescimento de outras bactérias. Já o meio de cultura diferenciado
cresce outros tipos de bactérias, porém, a bactéria de interesse é de fácil identificação.
No laboratório não foi possível preparar as placas devido a falta de local adequado, mas
o supervisor nos mostrou diferentes tipos de placas com meio de cultura, como o meio ágar
sangue, ágar MacConkey e ágar cled.

6.4 Coloração de gram


A coloração de Gram consiste na preparação de um esfregaço para microscopia, no qual
permitem diferenciar bactérias. Essas bactérias podem ser classificadas como Gram positivo ou
Gram negativo.
Com a coloração de Gram é possível verificar a forma da bactéria e a cor. As bactérias
Gram-positivo serão azul-violeta e as Gram-negativo serão vermelhas. Além disso as bactérias
Gram-positivo possuem a parede bacteriana fina, enquanto a gram-negativo possuem a parede
bacteriana grossa.
A técnica de coloração de Gram é considerada um dos mais importantes dentro dos
laboratórios de análises clínicas e microbiologia. Essa técnica é essencial para obter resultados,
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ela é usada principalmente para identificar a morfologia das bactérias ou para verificar a
quantidade de tal bactéria nos exames de análises clínicas.
A técnica é realizada da seguinte forma:
Passar o material biológico na lâmina com uma alça e fixar o material através do calor
(bico de Bunsen), cobrir a lâmina com o corante cristal violeta e deixar por 1 minuto e enxaguar
com pouca água a lâmina sempre tomando cuidado para não perder o material biológico, após
isso cobrir a lâmina com lugol e deixar por 1 minuto lavar novamente e aplicar o álcool acético
até descorar a lâmina, em seguida a mesma deve ser lavada com pouca água e coberta com
fucsina deixando agir por 30 segundos, lavar novamente e deixar secar e visualizar a lâmina no
microscópio com a objetiva de 100x.

6.5 Materiais equipamentos utilizados

• Material biológico;
• Lâmina;
• Bico de bunsen;
• Corantes – cristal de violeta, lugol, álcool cetônico e fucsina fenicada;
• Óleo de imersão;
• Microscópio.

Figura 20: Bactérias Gram positiva.


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Figura 21: Bactérias Gram negativa.

7 PARASITOLOGIA

O setor de parasitologia é destinado para diagnosticar parasitas intestinais que são


eliminados nas fezes. Existe o método quantitativo, que avalia q intensidade do parasitismo,
como contagem de ovos, cistos, oocistos, larvas, entre outros. Já o método qualitativo mostra
as formas parasitarias.
Os métodos existentes na parasitologia para identificar os parasitas são: macroscópica,
microscópica, sedimentação espontânea - Hoffman, sedimentação por centrifugação – Hoffman
modificado, flutuação espontânea – Willis, centrifugo/flutuação – Faust, método de Kato-Kats,
exame direto a fresco e exames parasitológicos de fezes.
No laboratório realizamos a técnica de Hoffman modificado, onde o mesmo é
centrifugado e pegamos o sedimento do fundo do tubo e colocamos em uma lâmina junto com
uma lamínula e uma gota de lugol para ser analisada no microscópio.

7.1 Métodos e equipamentos utilizados

• Material biológico (fezes);


• Cálice de sedimentação;
• Gazes;
• Palito de madeira;
• Lâmina e lamínula;
• Pipeta pasteur;
• Lugol;
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• Microscópio.

Figura 22: Cisto de Entamoeba histolytica.

8 BIOQUÍMICA

O analisador de bioquímica é utilizado para determinar a presença de matabólitos em


amostras biológicas. Normalmente a amostra mais utilizada nesse aparelho é o soro do paciente.
No laboratório usamos a MINFRAY BS120 que é capaz de realizar 100 testes
fotométricos por hora, com auxílio de um software de fácil utilização onde fazíamos a triagem
e o cadastro no sistema de cada exame escolhido para cada amostra, aparelho silencioso,
randômico e totalmente automatizado. O equipamento deve estar sempre calibrado e dentro dos
parâmetros de controle de qualidade, devemos sempre respeitar o tempo de restituição de cada
componente, como cartuchos, calibradores, controles, e diluentes, para evitar descalibração dos
analitos e liberação de laudos errados.
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Figura 23: Analisador automático MINDRAY BS 120.

9 COLETA DE SANGUE

A coleta de sangue é o principal tipo de coleta realizada dentro de um laboratório. O


profissional responsável deve estar sempre atento a forma correta de realizar a coleta, pois um
erro nesta etapa pode levar a um diagnóstico errado. O processo da coleta é dividido em três
fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica(laudo).
• Fase pré-analítica: é a preparação do paciente e dos materiais que serão utilizados, coleta
e armazenamento da amostra.
• Fase analítica: é a análise do material biológico que foi coletado.
• Fase pós-analítica: Liberação dos laudos.
É importante lembrar que existe uma ordem a ser seguida dos tubos para coletar as
amostras.
• Frascos para hemoculturas.
• Tubos com citrato (tampa-azul claro).
• Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha
ou amarela).
• Tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa verde).
• Tubos com EDTA (tampa roxa).
• Tubos com fluoreto (tampa cinza).
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Figura 24: Tubos de coleta na ordem correta

9.1 Materiais e equipamentos utilizados

• Algodão;
• Álcool etílico 70%;
• Luvas descartáveis;
• Óculos de proteção;
• Escalpes;
• Garrote;
• Agulhas e seringas descartáveis;
• Adaptador de tubo a vácuo;
• Tubos a vácuo;
• Curativos ou esparadrapos;
• Descarpack.

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio em si foi uma ótima experiência onde foi possível ter uma vivência com a
prática laboratorial, aprendendo além do que é ensinado nas aulas teóricas. Além disso o
laboratório DIA disponibilizou ótimos profissionais, os professores Marco e Jéssica, que com
amplos conhecimentos técnicos laboratoriais e acadêmicos, nos ensinaram as práticas no dia a
dia em um laboratório.
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11 REFERÊNCIAS

1. BARCELOS, Luiz Fernando; AQUINO, Jerolino Lopes. Tratado de Análises Clínicas


-1ª Ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018.

2. FRANCO, Rendrik. Fisiologia da coagulação, anticoagulação e fibrinólise.


Medicina, Ribeirão Preto, v.34, p.229-237, jul/dez 2001.

3. Hofbrand, V., Moss, P.A.H. (2013). Fundamentos em Hematologia. 6.ªedição.


Londres, Reino Unido: Artmed, pp.3-13.

4. Koivunen M., Krogsrud R., Princípios de Técnicas Imunoquímicas Utilizadas em


Laboratórios Clínicos. Medicina Laboratorial. (2006) 37 (8) 490-497.

5. Marques-Garcia, F., Garcia-Codesal, M.F., Caro-Narros, T., Contreras-SanFeliciano, T.


(2015). Importância da implementação de um sistema de controle de qualidade
analítico em um laboratório central. Revista de Calidad Assistencial. 30 (6) 302-309.

6. MINISTERIO DA SAUDE, Técnica de coloração de gram. Programa Nacional de


Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, 1997. 63 p.: iI. (Série TELELAB).

7. Pop’s (procedimentos operacionais padrão) fornecidos pela entidade do estágio


(laboratório Dia – Diagnóstico da América)

8. ANDRIOLO, Dr. Adagmar et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de


Patologia Clínica Medicina laboratorial para Coleta de Sangue Veneoso. 2. ed.
atual. São Paulo - SP: Manola Ltda, 2010. 130 p. ISBN 978-85-98416-94-6.

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