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UNIVERSIDADE DA CIDADE DE SÃO PAULO

BIANCA ESTER ALVES DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLINICAS

REFERENTE A 50 HORAS

São Paulo
2021
UNIVERSIDADECIDADE DE SÃO PAULO
BIANCA ESTER ALVES DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS

REFERENTE A 50 HORAS

Trabalho apresentado como requisito parcial


para obtenção de 50 horas e aprovação no
estágio de análises clínicas,do Curso de
Biomedicina, na Universidade da Cidade de
São Paulo.

Prof.ª Marisa Laporta Chudo

São Paulo
2021
SUMÁRIO

1. 6

1. 7

2. 8

2.1. 8

2.2. 9

3. 9

3.1. 10

3.2. 10

3.3. 10

3.4. 11

3.5. 11

3.6. 12

3.7. 13

3.8. 13

3.9. 13

3.10. 14

3.11. 15

3.12. 16

3.13. 16

3.14. 16

3.15. 17

3.16. 17

3.17. 17

4. 18

4.1. 20

3
4.2. 21

5. 23

5.1. 23

5.2. 23

5.3. 24

5.4. 25

5.5. 26

5.6. 27

5.7. 30

6. 31

6.1. 31

6.2. 32

6.3. 34

7. 35

8. 38

9. 41

10. 42

11. 43

11.1 Avaliação 48

11.2 Folhas De Frequência 50

4
LISTA DE FIGUTAS

Figura 1- análise de turbidez 11


Figura 2 - realização de análise química através da fita reagente 11
Figura 3 -Microscopia de um campo da câmara de Neubauer no aumento de 400x. 17
Figura 4- Verificação de sangue oculto e técnica de kato-katz. 20
Figura 5- Ascaris Lumbricoides ovo fértil 21
Figura 6- Giárdia Lamblia 22
Figura 7- Entamoeba Coli 22
Figura 8- Trichuris Trichuria 22
Figura 9 - Enterobius Vermiculares 22
Figura 10 - Hematopoiese 23
Figura 11- - Realizado no laboratório L.E.A.C, obtenção do hematócrito. 24
Figura 12- Resultado do VHS (Velocidade de Hemossedimentação) após 1 hora. 27
Figura 13- Resultados que iremos obter ao final da realização do exame. 28
Figura 14- Tipagem Sanguínea/ Aglutinação 29
Figura 15- Técnica Realizada 29
Figura 16- Aparelho Mindray de Hematologia do Lab. D.I.A 30
Figura 17- Resultado 31
Figura 18- Reagentes utilizados. 32
Figura 19- Resultado obtido no laboratório. 32
Figura 20- Resultado positivo obtido no laboratório. 33
Figura 21- Lâminas de BK coradas com Ziehl-Neelsen. 34
Figura 22- - Lâmina de BK+ 35
Figura 23- Máquina de bioquímica do laboratório D.I.A 37
Figura 24- Verificação de reagentes 37
Figura 25- Resultado obtido na máquina automatizada de bioquímica do laboratório D.I.A. 38
Figura 26- Kit do teste de waaler-rose. 38
Figura 27- Bula de glicose. 39
Figura 28- Teste de glicose após a retirada do banho maria 39
Figura 29- Espectrofotômetro manual utilizado no laboratório L.E.A.C 40

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1. Campos de Estágio

O estágio foi realizado no laboratório D.I.A. (Diagnósticos Integrados


da América) localizado no bairro Tatuapé, e no Laboratório Escola L.E.A.C
localizado dentro da faculdade UNICID, os dois realizam diversos exames
focados em análises clínicas. Os laboratórios cumprem as adequações
determinadas na RDC.

● Coordenador: Marisa Laporta Chudo

● Curso: Biomedicina

● Número de matrícula: 17525217

● Período: Noturno

● Nome da empresa concedente: laboratório D.I.A. (Diagnósticos

Integrados da América) e Laboratório Escola L.E.A.C.

● Supervisores: Tatiane O. Colombo E Marco Antonio Ferrigno.

● Modalidade do estágio (obrigatório Análises Clínicas)

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1. Introdução

Os laboratórios têm como foco a análises clínicas, sendo assim, seus


principais setores são: coleta, bioquímica, hematologia, urinálise,
parasitologia, imunologia e citologia. Com isso, houve a separação dos
alunos por setor, onde foi dedicado duas semanas dentro de cada setor,
além de que, foram aplicados atividades e casos clínicos referente a cada
setor. Paralelamente, na triagem foi apresentado um novo sistema de
cadastro. Levando em conta que nos laboratórios há diferentes sistemas
de cadastros, o que se torna extremamente válido aprender como
funciona dos mais diversos. No primeiro dia de estágio houve integração
com os supervisores responsáveis do estágio, Apresentação do
cronograma que seria realizado nos dias de estágio. Além de aprender e
realizar a rotina de cada setor, foi dada a tarefa de escrever e montar os
POPs (Procedimento Operacional Padrão) de determinados exames
referentes a cada setor. O POP é um documento essencial para manter a
rotina em um laboratório, além de minimizar erros.
Com isso, ao mesmo tempo que foi ensinado cada exame que se
realiza nos diferentes setores, houve a inclusão de tarefas necessárias
que um gestor precisa saber para padronizar a rotina laboratorial. Dando
assim uma visão amplificada de tudo que é pertinente para se ter e
manter um laboratório de análises clínicas. Durante o mês de novembro,
a professora juntou todos os setores para que os alunos pudessem
aprender a realizar vários exames ao mesmo tempo e assim vivenciar
uma rotina laboratorial.

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2. Controle de Qualidade

Para atingir a Qualidade no Laboratório é necessário controlar todas as


etapas do processo, desde a fase pré-analítica até à fase pós-analítica. São
necessárias várias ferramentas, tais como manuais de procedimentos, o
Controlo de Qualidade Interno (CQI), o Programa de Avaliação Externa da
Qualidade (AEQ), formação contínua do pessoal e cooperação Inter
laboratorial.

2.1. Controle de Qualidade Interno


Na fase analítica, o CQI é um processo estatístico utilizado para monitorizar
e avaliar o processo analítico que produz os resultados dos pacientes. Os
resultados do CQI são usados para validar a operacionalidade do equipamento
dentro das especificações pré-definidas, evidenciando que os resultados das
amostras dos pacientes são fiáveis. Através do CQI controlamos a precisão e
reprodutibilidade dos métodos, vigiando a incidência de erros aleatórios.

O erro sistemático é evidenciado pela alteração na média dos valores do


controlo. A alteração na média pode ser gradual e demonstrada como uma
tendência nos valores do controlo ou pode ser abrupta e demonstrada como
um desvio nos valores do controlo. Nos setores de Hematologia, e
Imunoquímica o CQI é efetuado diariamente como amostra de rotina, segundo
o plano instituído nas instruções de trabalho aprovadas para cada área
analítica. Para a maioria dos parâmetros analíticos destes setores, são
realizados dois níveis de controlo diários. Nos casos de análises efetuadas
semanalmente, os três níveis de controlo disponíveis são efetuados. Os
critérios de aceitação dos controlos são baseados no intervalo de valores
aceitável presente nas respetivas bulas e na interpretação das cartas de
controlo (cartas de Levey-Jennings) de acordo com as Regras de Westgard.
Periodicamente, por análise das cartas de controlo e sempre que é necessário,
os responsáveis dos setores reavêm o intervalo de referência aceitável para
cada parâmetro. Os limites aceitáveis são ± 2DP (Desvio Padrão) da média. O
CQI é efetuado também sempre que um novo lote de reagente é utilizado,
depois de nova calibração, após manutenção do equipamento ou qualquer
alteração nas suas condições de funcionamento. No setor de Microbiologia, o

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CQI é assegurado com a cultura, identificação e antibiograma de várias
estirpes padrão ATCC, com uma periodicidade mensal (uma estirpe padrão
ATCC semanalmente). Quinzenalmente, é efetuado o CQI dos vários tipos de
coloração utilizadas neste setor.

2.2. Avaliação Externa da Qualidade

O Programa de AEQ baseia-se na avaliação retrospectiva do desempenho


dos Laboratórios. Permite melhorar a comparabilidade dos resultados,
rastreabilidade das medições e desempenho dos métodos. Permite, nalguns
casos, comparar os resultados com outros laboratórios, com vários métodos
analíticos e com vários modelos de equipamentos. A periocidade dos ensaios
de controlo externo da qualidade (CQE) variam entre mensais, para os
parâmetros de Bioquímica e Hematologia e trimestrais ou semestrais, para os
parâmetros mais específicos das áreas de Imunologia e Microbiologia. Se o
resultado da participação no ensaio não for aceitável, é procurada a causa
possível e aplicada, se for caso disso, as ações corretivas e preventivas.

3. Urinálise

A urinálise é um exame que detecta produtos normais e anormais


do metabolismo, células, fragmentos de celulares e bactérias na urina. Os rins
filtram o sangue, eliminando na urina restos metabólicos desnecessários, como
ureia e creatinina, e conservando substâncias necessárias e reaproveitáveis,
como proteínas e glicose. Alterações da composição da urina podem indicar
problemas metabólicos ou problemas renais. Muitos distúrbios afetam a
composição da urina, principalmente aumentando a quantidade de substâncias,
como proteínas, glicose ou bilirrubina, e células, como leucócitos e hemácias.
A urina deve ser analisada rapidamente após a coleta, de preferência em até
30 minutos após a obtenção. Se isto não for possível, deve ser imediatamente
refrigerada (a 4°C) e armazenada, a amostra não deve ser congelada. Urinas
refrigeradas devem ser levadas à temperatura ambiente e completamente
homogeneizadas antes da análise. Durante o armazenamento, cilindros e
células podem se desintegrar e o pH urinário pode se alterar. Essas alterações

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são mais pronunciadas em tempos longos de armazenamento e em altas
temperaturas. As demais, microrganismos podem continuar a replicação, sendo
eles contaminantes ou agentes infecciosos. A urinálise está dividida em três
partes: exame físico, exame químico e avaliação do sedimento urinário por
microscopia.

3.1. Exame Físico

3.2. Cor

A urina normal é tipicamente transparente e amarela à inspeção visual.


Amostras de urina concentrada podem apresentar uma coloração âmbar, ao
passo que amostras diluídas se mostram amarelo claro. No entanto, a
coloração da urina nunca deve ser utilizada para a determinação da gravidade
específica. Existem inúmeros pigmentos endógenos e exógenos que podem
levar a uma coloração anormal da urina, sendo as cores mais observadas a
vermelha, a marrom e a preta, em casos de hematúria, hemoglobinúria e
mioglobinúria, além da bilirrubinúria. A centrifugação de uma urina com
coloração alterada pode diferenciar entre hematúria verdadeira e
hemoglobinúria ou mioglobinúria, pois os eritrócitos íntegros sedimentam no
fundo da amostra, evidenciando um sobrenadante limpo. Pacientes com
bilirrubinúria tipicamente apresentam bilirrubinemia, porém bilirrubinúria sem
hiperbilirrubinemia pode ser observada em cães machos normais. Gatos com
bilirrubinúria na ausência de hiperbilirrubinemia devem ser submetidos a
avaliações seriadas de urina e bioquímica sérica para monitorar o
desenvolvimento de icterícia.

3.3. Turbidez

Da mesma forma que a cor, a turbidez da urina pode ser influenciada pela
concentração urinária. Uma amostra concentrada está mais propensa à
turbidez do que uma amostra diluída. Leucócitos, eritrócitos, cristais, bactérias,
muco, lipídeos e materiais contaminantes podem aumentar a turbidez da
amostra. A avaliação do sedimento urinário auxilia a elucidar a causa da

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turbidez aumentada. Preconiza-se a observação da turbidez imediatamente
após a coleta da urina, pois os cristais podem precipitar durante o
armazenamento e influenciar neste parâmetro.

Figura 1- análise de turbidez

3.4. Exame químico

O exame químico consiste na utilização de tiras reagentes, um método


qualitativo e semiquantitativo de monitorar vários aspectos bioquímicos da
urina. Estas tiras foram desenvolvidas para monitorar constituintes da urina
humana, no entanto alguns dos testes não são aplicáveis para uso em animais,
como o nitrito, a atividade de esterase leucocitária, a densidade e o
urobilinogênio.

Figura 2 - realização de análise química através da fita reagente

3.5. pH urinário

O pH urinário não reflete necessariamente o pH sanguíneo, e pode ser


influenciado pela dieta, alimentação recente, infecção bacteriana e tempo de
armazenamento/retenção. Estudos demonstram que as tiras reagentes para
detecção do pH não são acuradas em comparação aos pHmetros. Para manter
11
o pH sanguíneo constante, entre 7,35 e 7,45 haverá alteração do pH urinário.
Animais que ingerem carne e cereais apresentam o pH urinário entre 5,5 e 7,0
devido à presença de fosfatos de sódio e cálcio, enquanto herbívoros, com
dieta mais alcalina, apresentam pH urinário fisiológico entre 7,0 e 8,5 devido à
presença de bicarbonato de cálcio solúvel. Existem várias causas de urina
alcalina. A alimentação pode resultar em uma urina alcalina transitória como
resultado da vaga alcalina pós-prandial, que devido à secreção de ácido
gástrico causa uma relativa alcalose. Alcaloses respiratórias e metabólicas
resultam em reduzida excreção urinária do íon hidrogênio (H⁺). A infecção do
trato urinário com bactérias produtoras de urease (Protheus sp. e
Staphylococcus sp., por exemplo) pode acarretar a conversão de ureia em
amônia, alcalinizando a urina. A retenção urinária permite a decomposição da
amônia em 8 ureia. Atraso de processamento, má conservação da amostra e
administração de alcalinizantes também constituem causas de urina com
elevado pH. Da mesma forma, uma redução do pH urinário possui várias
causas. Acidoses respiratórias e metabólicas induzem uma maior excreção de
H⁺. A hipocalemia aumenta a reabsorção renal de K⁺ que é acompanhada com
um aumento na excreção de H⁺. Uma outra causa importante de urina ácida é
a acidúria paradoxal que ocorre em alcaloses metabólicas em animais com
hipocloremia devido ao vômito. Nesta situação o vômito conduz a uma perda
de ácido clorídrico (HCl) e K⁺, fazendo com que o sódio (Na⁺) seja reabsorvido
com bicarbonato (HCO₃⁻), resultando em uma urina com pH reduzido.

3.6. Glicose

A glicosúria é detectada por uma reação enzimática específica para glicose.


Amostras de urina refrigeradas devem ser aquecidas à temperatura ambiente
para evitar falsos negativos, pois baixas temperaturas inibem a reação. A
glicosúria pode ser causada por hiperglicemia ou lesão de túbulo proximal
renal. Normalmente, os túbulos proximais reabsorvem a glicose filtrada, mas
quando a concentração sanguínea e a do ultrafiltrado excedem a capacidade
de reabsorção, a glicose aparece na urina. Glicosúria na ausência de
hiperglicemia reflete um defeito de reabsorção tubular em que o rim falha em
reabsorver a glicose do filtrado glomerular.

12
3.7. Cetonas

As tiras de urina possuem nitroprussiato de sódio que reage com ácido


acético e acetona, mas não detectam β-hidroxibutirato. A urina fisiológica é livre
de corpos cetônicos. A cetonuria ocorre quando estes compostos aumentam no
plasma (acetonemia) em decorrência de distúrbios no metabolismo de ácidos
graxos e carboidratos. Algumas condições que levam à cetonuria: cetose em
vacas, jejum prolongado, anorexia, lipidose hepática, cetoacidose diabética,
toxemia da gestação e hepatopatias.

3.8. Proteínas

As tiras reagentes produzem resultados semiquantitativos de proteinúria, e


detectam principalmente albumina, sendo insensíveis para globulinas e
proteínas de Bence Jones (fragmentos de cadeia curta de globulinas que
podem estar presentes em urina de animais com mieloma múltiplo). Uma
pequena quantidade de proteína pode ser considerada normal na urina, mas o
resultado da tira reagente deve ser interpretado juntamente com a densidade
urinária, pois está relacionado com a concentração da urina. A proteinúria pode
ser decorrente de glomerulonefropatia, defeitos de transporte tubular, ou
inflamação ou infecção do trato urinário. A hematúria deve ser
macroscopicamente visível para produzir proteinúria significativa. A proteinúria
pode ser pré-real, renal ou pós-renal. Proteinúria pré-real pode ser decorrente
de febre, convulsões, exercício muscular intenso, hipertensão glomerular,
hiperproteinemia e extremos de frio ou calor. A proteinúria renal ocorre em
doenças glomerulares e tubulares. A proteinúria pós-renal é observada em
infecções ou inflamações do trato urinário inferior.

3.9. Bilirrubina

Quando a hemoglobina é degradada, a porção heme é convertida em


bilirrubina, que por sua vez é conjugada no fígado e excretada na bile. Uma

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parcela da bilirrubina conjugada escapa para a circulação e é filtrada pelo
glomérulo, aparecendo na urina. O rim canino tem a capacidade de metabolizar
hemoglobina em bilirrubina e secretá-la na urina, o que permite que uma
pequena quantidade seja encontrada em cães saudáveis. Cães machos têm
uma capacidade secretória maior em comparação com fêmeas. Há um
pequeno limiar renal para a bilirrubina, e mesmo um leve aumento na bilirrubina
plasmática pode conduzir à bilirrubinúria. Assim, a bilirrubinúria é detectada
antes da hiperbilirrubinúria ou da icterícia. A bilirrubina urinária está na forma
conjugada, uma vez que a bilirrubina não conjugada se liga à albumina e está
usualmente não atravessa a barreira glomerular em quantidades suficientes,
exceto em casos de doença glomerular. A bilirrubinúria pode ser encontrada
em distúrbios hepático e hemolíticos ou em obstrução das vias biliares com
colestase intra e extra-hepática.

3.10. Densidade urinária

A gravidade específica da urina ou densidade é um indicador muito útil da


habilidade de concentração urinária renal. É definida como a relação entre a
massa de um volume líquido e a massa de um mesmo volume de água
destilada. É diferente da osmolaridade urinária, a qual depende somente do
número de partículas na solução. Como a determinação da osmolaridade
urinária necessita de equipamentos especiais e a densidade pode ser obtida
por refratometria, a densidade urinária é muito mais utilizada na prática clínica.
Estes dois valores refletem a capacidade do rim em concentrar ou diluir a urina.
A densidade em pacientes saudáveis irá variar conforme a hidratação corporal
e o consumo de fluidos. A densidade deve ser analisada juntamente com tiras
de análise. Quando há um aumento marcante na glicose ou proteína na urina,
a densidade pode estar aumentada, e isto pode conduzir a uma interpretação
de que o paciente possui uma habilidade de concentração urinária melhor do
que realmente tem. A densidade é um teste muito útil para a avaliação da
capacidade de diluição e concentração renal, pois a perda da habilidade de
concentração costuma ser o primeiro sinal de doença tubular renal. A
hipostenúria é definida como uma densidade menor que 1008 e indica que a

14
osmolalidade da urina é menor que a do plasma. Para a diluição da urina, os
túbulos contorcidos distais do rim devem estar intactos. A presença da
hipostenúria é difícil de ser distinguida entre poliúriae polidipsia. Pacientes com
falha renal não possuem capacidade para diluir a urina a uma densidade menor
que 1008. A isostenúria é definida por uma densidade entre 1008 a 1012 e
indica que a osmolalidade urinária é igual à plasmática. O achado de
isostenúria pode ser sugestivo de falha renal primária, porém pacientes com
outras causas de poliúria/polidipsia também podem apresentar densidade 7
urinária dentro destes valores. Na doença renal, a isostenúria ocorre quando há
lesões que afetam parênquima renal (insuficiência renal), sendo que a
azotemia não ocorre até que mais de 75% dos rins tenham sido lesionados
(falha renal). É importante interpretar a densidade juntamente com a hidratação
do paciente. A presença de uma urina concentrada frente a um paciente
desidratado elimina a possibilidade de falha renal como causa da desidratação.
Não é apropriado que um paciente desidratado apresente uma densidade
urinária baixa. A observação da densidade urinária em pacientes azotêmicos
pode auxiliar na diferenciação entre causas renais e pré-renais. A densidade
deve ser analisada antes da administração de fluidos intravenosos. No entanto,
pacientes saudáveis podem apresentar urina isostenúrica ou hipostenúrica. Um
paciente com hipostenúria ou isostenúria inesperada deve ter seu consumo
hídrico quantificado para identificar uma possível polidipsia.

3.11. Sangue, hemoglobina e mioglobina

As tiras reagentes detectam a porção heme da hemoglobina e da mioglobina.


A hematúria é encontrada em doenças do trato urinário inferior ou genital,
incluindo infecção, neoplasia, doença inflamatória ou idiopática, e do trato
urinário superior. A hemoglobinúria pode ocorrer quando eritrócitos intactos
lisam em urina extremamente diluída (densidade <1,008) ou quando há níveis
elevados de hemoglobina no sangue decorrente de hemólise intravascular. A
mioglobinúria ocorre após rabdomiólise, seja por injúria isquêmica, traumática,
tóxica ou necrose. Para distinguir hematúria de hemoglobinúria ou
mioglobinúria, o sobrenadante urinário deve ser observado, e encontrando- se
límpido na hematúria. As tiras reagentes não distinguem mioglobinúria de
hemoglobinúria, mas a presença de icterícia ou hemólise sugere
15
hemoglobinemia. Um nível elevado de mioglobina no sangue não altera a
coloração do plasma.

3.12. Avaliação do sedimento urinário por microscopia

A terceira etapa da urinálise consiste na avaliação microscópica do


sedimento urinário. Os resultados do sedimento urinário devem ser
interpretados juntamente com o conhecimento do método de coleta, exame
químico e exame físico.

3.13. Cilindros

Os cilindros formam-se nos túbulos renais a partir de muco proteínas


secretadas pelas células epiteliais tubulares. Estas proteínas se condensam
formando os cilindros hialinos. Os cilindros hialinos podem adquirir debris
celulares e tornarem-se cilindros granulares. Quando estes cilindros
envelhecem e/ou se deterioram e se solidificam nos túbulos, ocorre a formação
dos cilindros cérceos. Uma urina normal pode conter poucos cilindros hialinos e
granulosos, mas uma quantidade maior destas estruturas reflete uma patologia
renal, mais precisamente uma doença tubular aguda. Inflamação ou
hemorragia renal podem levar à formação de cilindros leucocitários ou
eritrocitários, respectivamente. Os cilindros podem ser depositados na bexiga
intermitente, podendo se desintegrar rapidamente em urinas velhas ou
alcalinas. Então, a ausência de cilindros não exclui uma doença tubular renal. A
cilindrúria indica que há uma doença renal, mas não necessariamente uma
falha renal. A cilindrúria também não indica que necessariamente o rim seja o
órgão primário envolvido na doença. Por exemplo, uma hipóxia associada a
choque hipovolêmico pode resultar em cilindrúria. A presença de cilindros na
urina não discrimina entre doença glomerular, intersticial ou tubular.

3.14. Células

Baixas quantidades de eritrócitos e leucócitos podem ser encontradas em


urinas normais. Também deve ser encontrado um pequeno número de células
epiteliais transicionais, porém em casos de irritação/inflamação da bexiga pode
ser observado um aumento na quantidade destas células. A urina também

16
pode conter células epiteliais escamosas da uretra ou vagina. Células epiteliais
ureterais e renais são observadas em número bastante reduzido em urinas de
pacientes normais.

3.15. Cristais

A presença de cristalúria é influenciada pelo pH urinário, densidade urinária,


saturação de precursores na urina e presença de promotores ou inibidores de
cristais. Pacientes com amostras de urina muito concentradas, com altas
concentrações de substâncias cristalogênicas ou com reduzida taxa de fluxo
renal estão predispostos à formação de cristais. A presença de cristais na 11
urina pode não ser clinicamente significativa em animais saudáveis, mas em
pacientes com histórico de urolitíase ou sinais clínicos relevantes, pode ser
significativa.

3.16. Outros achados

Bacteriúria pode refletir contaminação ou inflamação, sendo que a resposta


inflamatória associada dá suporte à inflamação, mas nem sempre está
presente. Outros organismos, como nematódeos (ou seus ovos), leveduras e
hifas podem ser identificadas ocasionalmente. Muco e espermatozoides
também podem ser observados.

Figura 3 -Microscopia de um campo da câmara de Neubauer no aumento de 400x.

3.17. Descrição Da Técnica

Passo a Passo do procedimento:

17
● Verificar se a amostra está devidamente identificada com nome,
data de nascimento, sexo e pedido médico, logo após realizar seu
cadastro no sistema;
● Transferir 10ml da amostra para tubo Falcon e com uma planilha
(mapa), fazer as anotações das características físicas da
amostra: cor e aspecto.
● Mergulhar as tiras reagentes e aguardar alguns segundos
anotando novamente as reações encontradas e referências que
ultrapassam a normalidade indicada pelo rótulo;
● Centrifugar em 10 minutos com 3.000 RPM e desprezar o
sobrenadante restando apenas 1ml;
● Com o capilar deve-se colocar aproximadamente uma gota da
amostra e cobrir com a lamínula realizando a leitura e contagem
dos subprodutos.

4. Parasitologia

A parasitologia é a ciência que estuda os parasitos, seus hospedeiros e as


relações entre eles. Os parasitos são organismos que vivem em associação
com outros (hospedeiros), retirando destes, os meios para sua sobrevivência,
processo conhecido como parasitismo. Dentre os parasitos temos
representantes dos protozoários (ex: Giárdia lamblia), nematódeos (ex:
Ascarislumbricoides), trematódeos (ex: Schistosomamansoni), cestoides (ex:
Taeniasolium). A presença de parasitos e consequentemente de doenças
parasitárias, está intimamente relacionada com o meio ambiente. A falta de
higiene e saneamento básico aumenta gradativamente a presença de parasitos
e de pessoas doentes. Muitas parasitoses, como Enterobius vermiculares,
podem ser controladas apenas com ações de higiene coletivas e individuais.

Os parasitos precisam recolher nutrientes para sua alimentação e agem sob


diversas formas em seus hospedeiros:

● Ação espoliativa: absorvem sangue e nutrientes dos seus


hospedeiros;

18
● Ação enzimática: produzem enzimas que dissolvem partes do corpo
dos seus hospedeiros;
● Ação irritativa: causam irritação no local parasitado;
● Ação mecânica: podem interferir no fluxo alimentar e na absorção dos
alimentos;
● Ação tóxica: produzem substâncias que podem ser tóxicas para o
hospedeiro;

Para o diagnóstico das doenças parasitárias intestinais, a pesquisa de


parasitos nas fezes, também conhecido como exame parasitológico de fezes
(EPF). Existem diversas técnicas que são utilizadas para o diagnóstico de
protozoários e helmintos intestinais. Os procedimentos mais utilizados na rotina
para diagnosticar os parasitos intestinais são as técnicas de enriquecimento
coproparasitológicas, por sedimentação ou flutuação, pois permitem concentrar
formas evolutivas de parasitos, determinar a sua presença e identificá-las até
família, gênero ou espécie. Um ponto crítico no diagnóstico parasitológico
microscópico é a amostra fecal. Andrews, Sawitz e Faust, Hiatt e Cartwright
defendem a análise em separado de múltiplas amostras fecais no diagnóstico
parasitológico, porém outros têm proposto o uso de amostras fecais em pool,
resultando em um processamento único. Baseado nesse contexto, esse estudo
teve como objetivo comparar o uso de amostras individuais de diferentes dias e
de pool dessas amostras no que se refere à sensibilidade do diagnóstico de
parasitoses intestinais.

Existem dois métodos que são mais utilizados para ser utilizado no exame
parasitológico de fezes. O mais comum dentre todos os PPF, o método de
Hoffman (sedimentação espontânea). A sedimentação espontânea é utilizada
para identificação das diversas infestações parasitárias (ovos e larvas de
helmintos e cistos de protozoários) e na triagem das infecções intestinais. A
intensidade do parasitismo influi no número de formas parasitárias eliminadas.
É recomendável o exame de fezes em três amostras colhidas em dias
diferentes, pois a ausência de parasitas em uma amostra de fezes não elimina
a possibilidade da presença dele no organismo.

19
Figura 4- Verificação de sangue oculto e técnica de kato-katz.

4.1. Técnica Hoffman:

● Em um pequeno recipiente (como um copinho de dose, como


mostrado na figura acima) colocar um pouco de água e uma pequena
porção de fezes. Homogeneizar bem com auxílio de um palito de
madeira para obter uma suspensão;
● Transferir a suspensão de fezes para um copo cônico contendo água
(um pouco menos que a metade do copo), tendo o cuidado de passar
previamente por uma peneira para a obtenção de um filtrado de fezes;
● Deixar em repouso de 2 a 24 horas;
● Com o auxílio de uma cânula, retirar pequena porção do sedimento
formado e transferir para uma lâmina. Adicionar uma gota de Lugol e
analisar em microscópio óptico (objetiva de 10 e 40x).
● Lugol: Iodo 5%, Iodeto de potássio 10%. Preparado em água destilada
e conservado em frasco escuro.

Outro método utilizado é o de Kato-Katz, no qual permite identificação e


a quantificação por grama de fezes das infestações por alguns helmintos
(Ascarislumbricoides, Necatoramericanus, Schistosomamansoni,
Trichuristrichiura, Taenia sp, Enterobius vermiculares e
Strongyloidesstercoralis). Cistos de protozoários podem não ser identificados
por este método. A sua execução pode ser inviável em fezes diarreicas.

20
4.2. Técnica de Kato- Katz:

● Cortar papel celofane semipermeável em pedaços de 24 mm por 30


mm e deixá-los mergulhados na solução de verdemalaquita por pelo
menos 24 horas.
● Colocar, sobre um papel, uma pequena quantidade da amostra fecal.
● Comprimir as fezes com um pedaço de tela metálica (marca Ibras, nº
120, fios e trama: 0,09mm) ou similar de náilon.
● Retirar as fezes que passaram para a parte superior da tela e
transferi-la, com o auxílio de um palito, para o orifício (6 mm de
diâmetro) de um cartão retangular de plástico, colocado sobre uma
lâmina de vidro.
● Após encher completamente o orifício, retirar o cartão
cuidadosamente, deixando as fezes (42 mg) sobre a lâmina.
● Cobrir as fezes com o papel celofane. Inverter a lâmina sobre uma
folha de papel e comprimi-la.
● Após uma hora, examinar no microscópio contando os ovos presentes
na preparação.
● O número de ovos encontrados, na preparação fecal, multiplicado por
24, corresponderá ao nº de ovos por grama de fezes.

No laboratório realizamos a utilização de um pool que continha diversos tipos


de parasitas, sendo assim tivemos a oportunidade de observar, identificar e
diferenciar os parasitas, através do uso da microscopia. A seguir as imagens
dos Parasitas

Parasitas encontrados:

Figura 5- AscarisLumbricoides ovo fértil

21
Figura 6- Giárdia Lamblia

Figura 6- Giárdia Lamblia

Figura 7- EntamoebaColi

Figura 8- TrichurisTrichuria

22
Figura 9 - Enterobius Vermiculares

5. Hematologia

5.1. Hemograma

O hemograma estuda os componentes figurados que contêm no sangue:


hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. É
possível também analisar as anormalidades dos órgãos hematopoiéticos,
elementos sanguíneos e patologias relacionadas a eles.

5.2. Série Vermelha:

Hematócrito (HT): É um índice que calcula o volume total de todas as


hemácias presente na amostra sobre o volume total dela, em porcentagem
(contém além das hemácias, leucócitos, plaquetas e o plasma). O HT não
depende somente das hemácias, mas também do volume delas.

● Número de glóbulos vermelhos (RBC): É a contagem do número de


hemácias em quantidade de volume de sangue podendo ser chamado
também de hematimetria. Os valores de referência variam de acordo com
idade e sexo.
● Dosagem de Hemoglobina (HB): É determinada pela sua concentração no
sangue presente nas hemácias em 1dL de sangue
● Volume Corpuscular Médio (VCM ou VMC): É correspondente ao tamanho
das hemácias, e com os resultados é possível identificar e classificar em:
o Microcíticas: quando os valores são abaixo dos valores de
referência.
● Hemoglobina Corpuscular Média (HCM ou HMC): Indica a quantidade de
hemoglobina expressa em cada hemácia e com os resultados é possível
identificar e classificar em:

23
o Hipocrômicas: quando os valores são abaixo dos valores de
referência.
o Hipercrômicas: quando os valores são acima dos valores de
referência.
● Concentração de Hemoglobina
Corpuscular Média (CHCM): É a
média de hemoglobina nas
hemácias em um volume de sangue
conhecido.

Figura 11- - Realizado no laboratório L.E.A.C, obtenção do hematócrito.

5.3. Série Branca:

Contagem de leucócitos: Pode-se chamar também de leucograma, destinada


a contagem total dos leucócitos e em uma contagem diferencial contasse 100
células classificando-as. O valor normal de um adulto é 5.000 – 10.000
leucócitos por 1mm³ de sangue.

Contagem de leucócitos diferencial: É feito de forma automática no


equipamento, e seu resultado é emitido por porcentagem. Em casos de
anormalidades é necessário realizar uma lâmina de esfregaço sanguíneo para
conferência dos resultados em um processo manual. A realização do processo
manual de adultos se torna necessário caso ocorra tais alterações:

● Leucócitos>15.000
● Granulócitos> 80%

24
● Linfócitos < 10%
● Hemoglobina < 11%
● Hematócrito < 34%
● Plaquetas < 140.000

Em pacientes com condições normais são encontradas as seguintes células:

● Monócitos: Em quantidades maiores que a de referência chamamos


de monocitose ocorre em quadros de infecções virais, após sessões
de quimioterapia e leucemia mielomonocítica.
● Linfócitos: Tem quantidade predominante em crianças e em adultos
quando ocorre chamamos de linfocitose, nesse caso, seu aumento é
indício de leucemia linfocítica crônica ou infecção viral.
● Eosinófilos: Quando há aumento é indicado em processos alérgicos
ou parasitoses e damos o nome de eosinofilia.
● Basófilos: Seu aumento é indicativo de processos alérgicos.
● Neutrófilos: segmentados: Células mais predominantes em adultos.
Quando há seu aumento possui dois indicadores: principalmente
infecções bacterianas ou infecções virais.
● Bastonetes: Não se ver aumento de quantidade dessa célula em
casos normais, porem podem sugerir infecções.

5.4. Série Plaquetária

Sua contagem é feita de forma automática, onde os valores de referência


variam entre 150.000 à 400.000 por microlitro de sangue, e é observado além
de quantidade seu tamanho. Em anormalidades é necessário realizar um
esfregaço sanguíneo para conferência dos valores. Materiais e equipamento
utilizado: Tubo com EDTA (tampa roxa), lâmina, lamínula, capilar, óleo de
imersão, corante tipo panóptico, e equipamento contador diferencial de células.

Passo a passo do procedimento:

● Registrar a amostra com os dados necessários mínimos que cada


aparelho solicita de forma correta;

25
● Homogeneizar a amostra e inserir no local indicado de acordo com
cada aparelho;
● Aguardar o tempo necessário para ocorrer a análise e imprimir o
laudo.

Quando a necessidade de conferência dos valores em um esfregaço


sanguíneo:

● Homogeneizar a amostra, com capilar pegue uma quantidade da


amostra e coloque na lâmina, realizando um deslizamento com auxílio
de lâmina extensora no ângulo de 45º aproximadamente;
● Utilizar corante tipo panóptico na lâmina e aguardar sua secagem de
forma natural;
● Realizar sua leitura no microscópio na objetiva de 100x com óleo de
imersão, contar os 100 leucócitos e identificar suas diferenciações,
além de observar de forma geral a morfologia das hemácias. É correto
começar essa contagem pela cauda da lâmina.

5.5. VHS

Chama-se também de Velocidade de Hemossedimentação, essa análise


tem como objetivo avaliar alguma infecção ou inflamação no organismo
variando de simples resfriado, doenças inflamatórias, infecções bacterianas,
por exemplo.

Verifica a velocidade que ocorre a separação dos glóbulos vermelhos e o


plasma, pela ação da gravidade. Se houver algum processo inflamatório ou
infeccioso na corrente sanguínea, são formadas proteínas que diminuem a
viscosidade do sangue, e como consequência acelera a hemossedimentação
resultando em um VHS alto.

Materiais e equipamentos: tubo com EDTA (tampa roxa), pipeta graduada


Westergreen e suporte para VHS.

Passo a Passo do procedimento:

26
● Homogenizar a amostra e inserir a pipeta graduada Westergreen;
● Transferir a pipeta com a amostra para o suporte e aguardar 1 hora;
● Analisar o resultado.

Figura 12-
Resultado do VHS
(Velocidade de

Hemossedimentação) após 1 hora.

5.6. ABO fator RH

Exame tem como objetivo determinar o grupo ABO de cada indivíduo, que
para determinadas técnicas médicas como cirurgias ou transfusões de sangue
que há a necessidade de utilizar o fornecimento ideal de sangue, evitando
incompatibilidade que consequentemente levaria a óbito o paciente.
27
Materiais e equipamentos: Tubo com EDTA (tampa roxa), pipeta graduada,
tubo de ensaio, estante para tubos, soro fisiológico, antígeno Anti-A, antígeno
Anti-B, antígeno Anti-D, e centrifuga.

Passo a Passo do procedimento:

● Homogenizar a amostra manualmente e transferir 500ul para um tubo


de ensaio, completar com 3ml de soro fisiológico e centrifugar
1.500RPM por 5 minutos;
● Desprezar o sobrenadante e acrescenta o 3ml de soro fisiológico
(esse processo é lavagem de hemácias e deve ser repetido 3x);
● Após a última lavagem e de desprezar o sobrenadante prepare em
um outro tubo de ensaio 100ul de hemácias lavadas e acrescente 2ml
de soro fisiológico (suspensão de hemácias lavadas);
● Com auxílio da estante de tubos, pegue 3 tubos de ensaio e
identifique como A, B e D, sendo o tubo A uma gota de antígeno Anti-
A, o tubo B uma gota do antígeno Anti-B, e o tubo D uma gota do
antígeno Anti-D. Acrescente uma gota da suspensão de hemácias
lavadas;
● Centrifugar os tubos em 1.000 RPM por 1 minuto;
● Avaliar a ausência de hemólise, balançar os tubos moderadamente e
verificar se houve aglutinação ou não.

Figura 13- Resultados que iremos obter ao final da realização do exame.

28
O exame é considerado positivo quando há aglutinação após balançar os
tubos e não dissolver o aglomerado, caso haja sua ressuspensão indica
negativo.

Figura 14- Tipagem Sanguínea/ Aglutinação

O antígeno Anti-D vai determinar o fator Rh, completando o resultado em


positivo ou negativo em qualquer tipo sanguíneo, sendo interpretado da mesma
forma que os antígenos anteriores. Realizamos um procedimento para fazer a
determinação do D fraco. Em seguida a técnica disponibilizada pelo supervisor
de estágio.

Figura 15- Técnica Realizada

29
5.7. Reticulócitos

Exame solicitado quando há diminuição de quantidade de hemácias,


hemoglobina e hematócrito com intuito de avaliar a função da medula óssea.
Além disso, pode ser solicitado em sintomas de fraqueza, fadiga, palidez,
sangue nas fezes, falta de ar, deficiência de ferro, vitamina B12, folato,
pacientes recém transplantados e em tratamentos de quimioterapias.

Materiais e equipamentos: tubo com EDTA (tampa roxa), tubo de ensaio,


reagente azul cresil brilhante, pipeta, lâmina, óleo de imersão, microscópio.

Passo a Passo do procedimento:

● Homogeneizar a amostra e transferir 300ul para o tubo de ensaio e


acrescentar 200ul do reagente azul cresil brilhante;
● Misturar os dois componentes com a pipeta e aguardar 30 minutos
em temperatura ambiente;
● Realizar a extensão na lâmina e aguardar sua secagem
naturalmente;
● Observar no microscópio com auxílio do óleo de imersão, realizando
sua contagem de 1.000 hemácias, anotando os reticulócitos
encontrados simultaneamente.

É necessário realizar um cálculo para determinar o resultado, número de


reticulócitos ÷ 10 = % de reticulócitos

Figura 16- Aparelho Mindray de Hematologia do Lab. D.I.A

30
Figura 17- Resultado

6. Imunologia

São análises realizadas para identificar se aquele paciente está com


determinada doença ou já teve contato, podendo ser de forma quantitativa ou
qualitativa. É comumente feito por amostra de sangue com reagentes
específicos para cada patologia que se deseja avaliar contendo antígeno e
anticorpo e um controle positivo e negativo para garantir resultados fidedignos.

6.1. Toxoplasmose

Patologia resultante de infecção por parasita Toxoplasma gondii,


encontrado em alimentos contaminados ou em fezes de gatos. Possui sintomas
parecidos com a da gripe e pode levar o parasita a infectar o sistema nervoso.
O exame baseia-se em aglutinar na presença do anticorpo Anti-T gondii e de
glóbulos vermelhos sensibilizados com antígenos citoplasmáticos e da
membrana. A composição dos dois antígenos torna a análise mais especifica e
sensível podendo ter o diagnóstico precoce dele.
Materiais e equipamentos: Soro, Reagentes do Kit específico para
toxoplasmose, microplaca com fundo em U e pipeta graduada.
Passo a Passo do procedimento:
● Realizar o controle positivo na primeira cavidade, controle negativo na
segunda cavidade e na terceira colocar 50µl da amostra e 25µl do reagente;
● Com movimentos circulares por 30 segundos analisar se houver
aglutinação;
● Caso ocorra o resultado é positivo, sendo necessário realizar sua titulação;

31
● É feita de 1:2, 1:4, após fazer movimento circulares por 30 segundos, ficar
em repouso por 90 minutos;
● Deve-se avaliar onde permanece aglutinando após diluir a amostra,
classificando o nível de infecção.

Figura 18- Reagentes utilizados.

Figura 19- Resultado obtido no laboratório.

6.2. Chagas

Patologia causada pelo parasita Trypanossomacruzi, geralmente evolui


para fase crônica da doença e seu diagnostico laboratorial depende da fase
que se encontra o paciente, ou seja, na fase aguda é possível encontrar na
corrente sanguínea, já na fase crônica é necessário métodos sorológicos. Essa

32
análise baseia-se na hemoglutinação indireta, pois os anticorpos (Anti-T. cruzi)
aglutinam na presença de glóbulos vermelhos com antígenos da membrana e
citoplasma do parasita.
Materiais e equipamentos: Soro, microplacas com 96 cavidades em V,
reagentes do kit específico de chagas, tubo de ensaio e micropipetas.

Passo a Passo do procedimento:


● Realizar o controlo positivo e negativo que vem no Kit e em tubo de ensaio
colocar 400µl do reagente e 10µl do soro;
● Colocar 50µl da diluição que foi feita no tubo de ensaio, e adicionar 25µl do
antígeno na cavidade das microplacas;
● Misturar dando batidas no canto da placa por 30 segundos no mínimo;
● Deixar em repouso por 60 minutos e após realizar a leitura.
● Se houver aglutinação deve-se realizar sua diluição para classificar o grau
da infecção.

Figura 20- Resultado positivo obtido no laboratório.

33
6.3. Diagnóstico bacteriológico e o método de Ziehl-Neelsen

Lâminas de BK (Bacilo de Koch) A baciloscopia ou exame microscópico é a


pesquisa de Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR) em um esfregaço de
amostra clínica, preparado e corado com metodologia padronizada. Apesar dos
avanços tecnológicos na micobacteriologia, a baciloscopia, corada pelo método
de ZiehlNeelsen e seguindo técnica padronizada de observação ao
microscópio de campo claro, mesmo sendo um método de simples execução,
continua sendo particularmente importante no combate da tuberculose por ser
de baixo custo e por detectar casos bacilíferos, ou seja, casos infecciosos de
tuberculose pulmonar, responsáveis pela manutenção da cadeia de
transmissão. Na leitura de todas as baciloscopias devem ser lidos no mínimo
100 campos úteis de microscópico. Os critérios para leitura e interpretação dos
resultados da baciloscopia realizada com escarro espontâneo distendido e
corado pelo o método de Ziehl-Neelsen são: Quando não encontrado nada em
100 campos- NEGATIVO.27 Encontrados de 1 a 9 em 100 campos- relata-se
apenas a quantidade encontrada. Encontrados de 10 a diante em 100 campos-
POSITIVO Representação de lâmina fornecidas pelo laboratório D.I.A corado
com a técnica de Ziehl-Neelsen:

Figura 21- Lâminas de BK coradas com Ziehl-Neelsen.

34
Figura 22- - Lâmina de BK+

Os B.A.A.R. apresentam-se como bastonetes finos, corados em vermelho,


sobre fundo corado em azul. O resultado do exame de escarro corado pelo
Ziehl-Neelsen pode ser dado conforme a seguinte tabela do Serviço Nacional
de Tuberculose.

7. Bioquímica

Setor do D.I.A totalmente automatizado, que realizada diversas reações e


cálculos de acordo com o produto realizado, abrangendo exames do sistema
renal, circulatório, hepático e equilíbrio metabólico. Por final geram laudos
quantitativos que é interface do e impresso após a análise.

As substâncias analisadas no equipamento são:

SUBSTÂNCIA OBJETIVO DO ANALITICO

PCR Investiga o risco de patologias


cardiovasculares.

TGO Principalmente usada para diagnósticos

35
hepáticos, musculares e cardiovasculares.

TGP Analisa a função hepática.

Ácido Urico Identificar gota e/ou risco de cálculos renais.

Proteínas totais e frações – Albumina Indicador de doenças renais e hepáticas.


e Globulina

Colesterol total e frações Analisa o risco de obstrução das artérias e


doenças cardiovasculares.

Glicose Diagnosticar diabetes.

Lactato Indica a intensidade de atividades físicas e


fadiga.

Eletrólitos – Sódio e Potássio Detecta hiponatremia ou hipernatremia


associado a desidratação, além de

Cálcio Monitorar as condições dos ossos, coração,


dentes, rins e nervos.

Magnésio Verificar função nervosa e muscular e


determina o balanço eletrolítico.

Ureia Detecta insuficiência renal e/ou infecção nos


rins.

Creatinina Avaliação da função renal.

Bilirrubinas totais e frações – Investigar e diagnosticar patologias


Bilirrubina direta e Bilirrubina hepáticas.
indireta

CK Detecta lesões musculares.

CKMB Diagnostico para lesões cardíacas.

TROPONINA Determina lesão cardíaca ou infarto do


miocárdio.

36
Figura 23- Máquina de bioquímica do laboratório D.I.A

Figura 24- Verificação de reagentes

37
Figura 25- Resultado obtido na máquina automatizada de bioquímica do laboratório
D.I.A.

8. Waaler-rose

O método de Waaler – Rose ou Imuno-Látex PCR (proteína C reativa) é


utilizado no diagnóstico de doenças inflamatórias ou infecciosas e para o
acompanhamento da eficácia do seu tratamento, porém, com este método não
é possível identificar o agente causador. Para a análise diagnóstica, utilizamos
uma placa de reação, reagentes e o soro do paciente. Para garantir a validade
do resultado, devemos fazer um controle positivo em um dos poços da placa de
reação e um controle negativo em outro poço. Feito isso, pipetamos 20
microlitros da amostra do paciente em um terceiro poço e adicionamos o látex.
Em seguida mexemos a placa em movimentos circulares por cerca de 2
minutos e depois analisamos se formou aglutinação (positivo) ou não
(negativo).

Figura 26- Kit do teste de waaler-rose.

38
No laboratório escola L.E.A.C realizamos os experimentos através de um
banho maria, onde seguíamos o prescrito pela bula do teste e através do
espectrofotômetro calculávamos os resultados, em seguida podemos observar
o exame de glicose:

Figura 27- Bula de glicose.

Figura 28- Teste de glicose após a retirada do banho maria

39
Figura 29- Espectrofotômetro manual utilizado no laboratório L.E.A.C

40
9. Conclusão

A vivência de tais estágios foram essenciais para minha formação


profissional como futura Patologista clínica. Conseguir compreender melhor os
processos realizados dentro de um laboratório, pois algumas análises tinham
sido vistas na parte teórica da graduação, entender a necessidade de um
controle de qualidade, além de garantir dados de confiança para auxiliar
médicos em tratamentos específicos de cada paciente em busca da cura.
Realizar cada processo de forma padronizada e com EPI’s corretos, garantindo
assim minha própria integridade e participar ativamente nos principais
segmentos de Hematologia, Imunologia, Bioquímica, Urinalise e Parasitologia.

Houve poucos aspectos negativos, o que pode ser citado é incluir análises de
Microbiologia, dos quais poucos laboratórios possuem esse perfil e realizam
tais processos. Já os profissionais envolvidos nesse percurso sempre
demostraram dominar os conhecimentos desses setores, dispostos a sanar
dúvidas sempre que necessário e quantas vezes fosse preciso. A
Coordenadora Marisa, que desempenhou um trabalho excelente para garantir
um espaço físico e profissionais capacitados em meio a pandemia mundial
para que nós alunos da instituição conseguíssemos concluir mais uma etapa
de nossas vidas e de forma eficaz e segura dentro do laboratório-escola.

41
10. Referencias

Urinálise (labtestsonline.org.br)

magnus_urinalise.pdf (ufrgs.br)

https://pt.slideshare.net/luizcgms13/atlas-do-exame-de-urina-de-rotina

Material e conteúdo citado neste relatório seguiu-se de acordo com os


Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) de cada laboratório.

http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/3-
Coloracao_microbiologia.pdf

42
11. Anexos

43
44
45
46
47
11.1 Avaliação

48
49
50
51
52
11.2 Folhas De Frequência

53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68

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