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RESUMO
A busca por tratamentos eficazes para doenças genéticas hereditárias
impulsionou a medicina regenerativa, usando células-tronco e terapia gênica.
Este artigo explora seu papel nos transplantes de medula óssea e os desafios
enfrentados. O transplante de medula óssea é vital para doenças hematológicas
e imunológicas, mas terapias tradicionais têm limitações. Terapias celulares e
gênicas são promissoras para corrigir as bases genéticas subjacentes em
condições como anemia falciforme, beta-talassemia e imunodeficiências graves.
Elas inserem genes funcionais ou corrigem defeituosos nas células-tronco da
medula óssea, melhorando a saúde do paciente. No entanto, a terapia gênica
precisa de mais estudos clínicos para otimização. A pesquisa também destaca
o potencial das células-tronco na regeneração de tecidos, como em doenças
cardíacas, mas enfrenta desafios técnicos e efeitos adversos. Em resumo, a
medicina regenerativa está transformando o tratamento de doenças genéticas,
oferecendo esperança para pacientes em todo o mundo.
1 INTRODUÇÃO
A busca incessante por soluções eficazes no tratamento de doenças
genéticas hereditárias tem levado à evolução constante da medicina
regenerativa com isso a pesquisa sobre a aplicação de células-tronco para
regenerar tecidos ou órgãos danificados em pacientes com doenças crônicas e
degenerativas é relativamente recente. A primeira evidência da habilidade das
células-tronco da medula óssea em transformar-se em células especializadas foi
documentada em 1998. Utilizando um modelo de estudo onde lesões
musculares foram induzidas quimicamente em ratos scid/bg, Ferrari e seus
colegas demonstraram que as células-tronco da medula óssea de ratos adultos
poderiam migrar para a área afetada do músculo e diferenciar-se em células
musculares esqueléticas.
Nesse contexto, as terapias celulares e a terapia gênica têm emergido
como abordagens revolucionárias, oferecendo perspectivas promissoras para
pacientes afetados por condições genéticas debilitantes. Uma das estratégias
mais notáveis é a utilização dessas terapias em conjunto com o transplante de
medula óssea, um procedimento estabelecido que se beneficia
substancialmente do avanço das técnicas moleculares e da compreensão
crescente da biologia celular. Este artigo explora o crescente corpo de evidências
2 METODOLOGIA
A metodologia adotada para a elaboração deste artigo consistiu em
realizar uma revisão bibliográfica integrativa de abordagem qualitativa. O
objetivo principal foi analisar a aplicação das terapias celulares e da terapia
gênica no contexto do transplante de medula óssea e seu impacto no tratamento
de doenças genéticas hereditárias.
Primeiramente, conduzimos uma pesquisa sistemática na base de dados
PubMed, uma plataforma que oferece acesso gratuito ao banco de dados
MEDLINE, além da plataforma SCIELO. Utilizamos descritores em inglês, como
"cellular therapy," "gene therapy," "bone marrow transplant," e suas respectivas
variações em português, para buscar artigos relevantes relacionados ao tema.
A seleção dos artigos para inclusão na revisão foi baseada em critérios
específicos. Consideramos artigos publicados nos últimos 15 anos, a partir de
2008, que abordassem a aplicação das terapias celulares e da terapia gênica
em pacientes afetados por doenças genéticas hereditárias. Além disso, os
artigos selecionados deveriam oferecer insights sobre os avanços, perspectivas
promissoras e desafios dessas abordagens terapêuticas.
A fase de seleção dos artigos envolveu a análise dos títulos e resumos,
permitindo a identificação de trabalhos relevantes para o escopo da pesquisa.
Foram excluídos artigos que não estavam diretamente relacionados ao uso das
terapias celulares e da terapia gênica no contexto do transplante de medula
óssea para doenças genéticas hereditárias. Também foram excluídos aqueles
que apresentavam metodologias pouco claras ou que não contribuíam de
maneira substancial para o tema abordado.
Após a aplicação rigorosa dos critérios de inclusão e exclusão, um total
de 4 artigos foi selecionado para leitura completa e análise detalhada. Esses
3 RESULTADOS
A anemia hereditária é uma condição causada por distúrbios genéticos
hematológicos, incluindo doença falciforme (SCD), anemia de Fanconi (FA),
deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) e talassemia. Cada uma
dessas condições é resultado de uma alteração genética específica que afeta a
produção ou função das hemácias. (ANUROGO et al., 2021). A doença
falciforme (SCD) é causada por uma mutação no gene da cadeia β-globina, que
leva à formação de hemoglobina falciforme (HbS) em vez de hemoglobina
normal. Em condições de baixo nível de oxigênio, a HbS tende a se polimerizar,
levando à formação de glóbulos vermelhos em forma de foice. Nesse viés, essas
hemácias deformadas podem obstruir o fluxo sanguíneo e são mais propensas
à hemólise.
Atualmente, as principais abordagens terapêuticas para SCD incluem
hidroxiureia, transfusão de sangue e transplante de células-tronco
hematopoiéticas (HCT). Além disso, a terapia genética (GT) e a terapia celular
projetada têm mostrado resultados promissores. A abordagem de célula-tronco
projetada para SCD envolve a coleta de células-tronco hematopoiéticas
autólogas, modificação genética por edição de genes para corrigir o defeito
genético e, em seguida, o transplante das células corrigidas de volta ao paciente
após condicionamento quimioterápico (ANUROGO et al., 2021).
A anemia de Fanconi (FA) é uma doença genética rara que leva à falha
da medula óssea, pancitopenia, malformações congênitas e risco aumentado de
câncer. O tratamento atual inclui o transplante de células-tronco hematopoiéticas
(HCT), mas a terapia genética (GT) emergente tem mostrado resultados
promissores como uma alternativa. As abordagens de GT para FA envolvem a
inserção de cópias funcionais do gene FA em um vetor viral e sua incorporação
4 CONCLUSÃO
Em conclusão, as investigações das anemias hereditárias têm revelado a
complexidade das alterações genéticas subjacentes que afetam a produção e
função das hemácias. As doenças como a anemia falciforme, a anemia de
Fanconi, a deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) e a talassemia
representam desafios médicos substanciais, requerendo abordagens
terapêuticas inovadoras e personalizadas.
A evolução da medicina regenerativa trouxe à luz uma nova esperança,
manifestada nas promissoras terapias celulares e terapia gênica. Essas
abordagens oferecem perspectivas revolucionárias para o tratamento das
anemias hereditárias, permitindo a correção genética direta nas células-tronco
da medula óssea. A terapia celular projetada, que envolve a modificação
genética das células-tronco do paciente, representa uma abordagem com
potencial para reduzir rejeição e efeitos adversos, enquanto a edição precisa de
genes por meio da tecnologia CRISPR-Cas9 abre novas vias para correção de
defeitos genéticos.
Embora os resultados preliminares sejam promissores, há desafios
consideráveis a serem enfrentados. A segurança e a eficácia das terapias
celulares e terapia gênica requerem mais estudos e validação clínica em larga
escala. A otimização das técnicas de edição genética, a minimização de efeitos
fora do alvo e a garantia da estabilidade a longo prazo são aspectos críticos para
a transformação dessas abordagens em tratamentos confiáveis.
Além disso, o avanço na compreensão das células-tronco e sua
capacidade de regenerar tecidos lesados apresenta um horizonte de
possibilidades promissoras no tratamento de doenças cardíacas e outras
condições degenerativas. Os estudos em andamento estão construindo o
conhecimento necessário para implementar terapias celulares com sucesso,
abrindo caminho para abordagens mais eficazes e personalizadas.
ANUROGO, Dito et al. Cell and Gene Therapy for Anemia: Hematopoietic Stem
Cells and Gene Editing. International Journal of Molecular Sciences, v. 22, p.
6275, 2021.