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COLÉGIO ADVENTISTA DE VILA YARA

ALVARO LUIZ, ANDREZA SANTOS, CHIARA DAMASCENO, GABRIEL VIANA,


ISABELLA DEANA , MATHEUS FORMIGONE, JULIANA ALEXANDRINO

TERAPIA GÊNICA
DNA Gene Mutação

OSASCO
2023
RESUMO:
Terapia gênica é caracterizada pela transferência de material genético (DNA), para células-
alvo, visando a cura ou melhora do quadro clínico de
determinada doença.
AIDS, doenças cardiovasculares, câncer (mama, prostata, ovário, pulmão e leucemias),
doenças auto-imunes, diabetes e fibrose
císticas são algumas das doenças que a terapia genica estuda.
É ainda experimental, e está sendo estudada em protocolos clínicos para diferentes tipos de
doenças; •Apesar do grande esforço dirigido na última década para o aperfeiçoamento dos
protocolos de terapia gênica humana, e dos avanços importantes na pesquisa básica, as
aplicações terapêuticas da tecnologia de transferência gênica continuam ainda em grande
parte teóricas.
Palavras-Chave: Material Genético; DNA; Doenças Raras; Genes ; Vetores

ABSTRACT:
Gene therapy is characterized by the transfer of genetic material (DNA) to target cells, aiming
at curing or improving the clinical picture of certain disease.
AIDS, cardiovascular diseases, cancer (breast, prostate, ovary, lung and leukemias),
autoimmune diseases, diabetes and fibrosis cysts are some of the diseases that gene therapy
studies.
It is still experimental, and is being studied in clinical protocols for different types of
diseases; •Despite the great effort made in the last decade to improve human gene therapy
protocols, and important advances in basic research, the therapeutic applications of gene
transfer technology are still largely theoretical.
Keywords: Genetic Material; DNA; Rare deseases; Genes; Vectors
INTRODUÇÃO

Terapia gênica é um tratamento que introduz no organismo genes saudáveis - chamados de


terapêuticos ou de interesse, para substituir, modificar ou suplementar genes inativos ou
disfuncionais que causem algum problema de saúde. O primeiro teste clínico bem-sucedido
com terapia gênica foi divulgado em 1990, nos Estados Unidos, em uma paciente que nasceu
com um tipo de erro inato do metabolismo.
Desde então, houve avanços, mas só em 2020 o registro do primeiro tratamento utilizando
esta tecnologia foi autorizado no Brasil.
A terapia gênica pode tratar diversos tipos de condições entre elas, doenças hereditárias e
raras. Elas podem ser causadas pela mutação de um único gene, como na hemofilia e em
doenças metabólicas. Como há somente um gene defeituoso, as chances de a terapia gênica
tratar a causa da doença são maiores.
Doenças multifatoriais podem ser causadas pela mutação de diferentes genes, ter influência do
ambiente e/ ou ter causa desconhecida. A terapia gênica visa diminuir ou evitar o avanço de
doenças graves e neurodegenerativas, como a doença de Parkinson. O tratamento pode focar
nos fatores genéticos de pré-disposição ou gravidade, ou na possibilidade de modificar
mecanismos fundamentais ou a estrutura das células, dos órgãos ou sistemas atingidos.

•Como o paciente recebe a Terapia Gênica?


Existem duas formas de o material genético ser introduzido nas células do paciente. Quando
as células são isoladas, modificadas em laboratório e retornadas ao corpo do paciente, a
técnica usada é a ex vivo. Quando os genes são inseridos diretamente nas células através de
um vetor, normalmente um vetor viral, se denomina técnica in vivo.
 Ex vivo: Ex vivo (locução latina) designa o procedimento cirúrgico, no qual um órgão é trabalhado fora
do organismo e depois recolocado em seu local original.
Exemplos:
* Coração ou vasos isolados (fisiologia e farmacologia cardiovascular).
* Estudos de inflamação usando biópsias de pele.
* Descobrimento de novas drogas
• In vivo : “dentro do que se vive”, se refere aos estudos realizados com organismos vivos. Exemplo:
estudos feitos em bovinos.
•O que são os vetores na Terapia Gênica?
A terapia gênica é baseada na introdução de genes nas células, seja de forma direta – como na
técnica in vivo – seja modificada anteriormente, como na técnica ex vivo. Para que isso ocorra
de forma bem-sucedida, é necessário um veículo, chamado de vetor, para facilitar a entrada do
DNA nas células. Existem três categorias principais de vetores, que continuam sendo
aprimorados:
Vetores virais - vírus inofensivos ou nocivos, que podem ser manipulados para perder essas
características;
Plasmídeos (pequenos segmentos de DNA);
Vetores nanoestruturados (polímeros).
Atualmente, os vetores virais são os veículos mais amplamente utilizados na terapia gênica,
devido, principalmente, à alta eficiência de transdução por eles obtida.

•Efeitos colaterais conhecidos da Terapia Gênica


Apesar dos avanços relacionados à terapia gênica, ainda há questões sobre os riscos, danos e
efeitos colaterais que pode provocar. Já foram verificadas alterações leves e de curto prazo em
algumas pessoas tratadas com terapias aprovadas, por
exemplo:
Dor ou inflamação leve no local da injeção;
Dor de cabeça;
Febre baixa;
Sintomas característicos de uma gripe.
Existem dúvidas quanto a durabilidade e efeitos a longo prazo. No entanto, as consequências
da terapia gênica para tratamentos aprovados são toleráveis se comparadas aos benefícios.

• Terapia Gênica no Brasil


Onze anos depois, em agosto de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
autorizou, pela primeira vez, o registro de uma terapia gênica no país. A aprovação é referente
ao uso dessa técnica no tratamento das Doenças Hereditárias da Retina (DHR). Raras, elas são
causadas por mutações no gene RPE65, que provoca a perda da visão. Logo em seguida, outra
terapia gênica foi aprovada no Brasil, dessa vez para tratar pacientes que tenham a doença
rara Atrofia Muscular Espinhal (AME), visando suplantar a falta do gene SMN1, responsável
pela sobrevivência do neurônio motor e pelo controle do movimento muscular.
DESENVOLVIMENTO:

3.1- DNA GENE MUTAÇÃO

O DNA (Ácido Desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo das células de todos
os seres vivos e que carrega toda a informação genética de um organismo. É formado por uma
fita dupla em forma de espiral (dupla hélice), composta por nucleotídeos. A molécula de DNA
é constituída por três substâncias químicas: Bases nitrogenadas Adenina (A), Timina (T),
Citosina (C) e Guanina (G); Pentose – Um açúcar que apresenta moléculas formadas por
cinco átomos de carbono; Fosfato – un radical de ácido fosfórico.Os dois filamentos que
constituem o DNA enrolam-se um sobre o outro e unem-se através de pontes de hidrogênio,
que se formam entre as 4 bases nitrogenadas dos nucleotídeos: A-Adenina; T-Timina; C-
Citosina; G-Guanina.

As pontes de hidrogênio são formadas entre os pares de bases: A-T e C-G. Adenina com
Timina e Citosina com Guanina. O DNA está tão compactado no núcleo celular, que se fosse
possível esticá-lo, ele teria 2 metros de comprimento.

Gene, são unidades de informação hereditária que formam os cromossomos, formados por
sequências especiais de centenas ou milhares de pares de bases nitrogenadas (A-T ou C-G).
São eles que determinam tanto as características próprias da espécie humana, quanto às
características próprias de cada indivíduo. Os genes especificam as sequências de
aminoácidos que servem de base para a síntese de proteínas celulares. Essas proteínas, em
geral enzimas, atuam na estrutura e nas funções metabólicas das células e, consequentemente,
no funcionamento de todo o organismo.

Os cromossomos são formados por diferentes sequências de DNA. O ser humano ter 46
cromossomos, sendo assim 23 são da parte paterna e 23 da materno. Cada par de
cromossomos é composto de inúmeros genes.
O Genoma é toda a informação hereditária codificada no DNA de um organismo ou no RNA,
no caso dos vírus. É o conjunto de todos os genes de determinada espécie.

O sequenciamento de DNA ou genoma é a técnica usada para determinar em que ordem as


bases nitrogenadas (Adenina, Timina, Citosina, Guanina) se encontram no DNA. Sequenciar
um genoma significa determinar a ordem em que as informações, ou seja os genes, estão
colocados no genoma, o que permite obter informações sobre a linha evolutiva dos
organismos, podendo trazer novos métodos para diagnosticar doenças ou formular
medicamentos e vacinas.

3.2- Terapia Gênica

Atualmente os métodos terapêuticos usam abordagens farmacêuticas ou cirúrgicas que podem


ou não ser eficazes e trazer diversos efeitos colaterais. Com o surgimento de novos
equipamentos, novas abordagens e avanços na biologia molecular e medicina a terapia gênica
tem sido uma importante possibilidade de tratamento eficaz e sem prováveis efeitos colaterais,
dando assim esperanças para cura de diversas doenças na atualidade.

A definição de terapia gênica é a inserção de material genético em células de um indivíduo


para fins terapêuticos (Figura 1). O material genético utilizado pode ser inserido de duas
formas, a primeira é a utilização de genes (DNA) específicos e funcionais para substituir
genes defeituosos, e a segunda é a utilização de RNA de interferência para silenciar algum
gene, geralmente defeituoso. Essa introdução ocorre por meio de vetores e acontecem por
meio de duas estratégias: ex vivo e in vivo.

Essas estratégias, in vivo e ex vivo (Figura 2), são nomeadas pela forma de introdução dos
vetores de transferência de material genético nas células. A estratégia ex vivo utiliza células
retiradas do paciente, geralmente da medula óssea, e cultivadas in vitro. O uso de vetores
acontece in vitro para que as células já estejam modificadas antes de serem reintroduzidas no
paciente. Na estratégia ex vivo os vetores são injetados diretamente no paciente próximo ou
diretamente no tecido alvo e, com isso, os vetores irão agir dentro do paciente.
Figura 1 – Descrição das etapas que envolvem a terapia gênica

Legenda:

1, Seleção do gene terapêutico e do vetor;

2, Substituição de genes do vírus pelos genes terapêuticos;

3, Introdução do genoma no vírus;

4,transfecção;

5, Substituição do gene defeituoso pelo gene terapêutico;


6, Gene correto é passado para as células filhas;

7, Proteínas corretas começam a ser produzidas.

Fonte: Valentim 2016

A terapia gênica pode ser realizada em células germinativas ou em células somáticas,


dependendo do alvo e função desejados. A realização da terapia em células germinativas não
é convencional, pois ao fazer edição ou supressão nos genes, a modificação é passada para a
prole. Utilizar células somáticas como alvo não passa modificações à prole e tem como
objetivo corrigir defeitos genéticos que causam consequências clínicas, como em doenças
genéticas.

Figura 2 – Estratégias de terapia gênica in vivo e ex vivo.

Legenda:

Meio ex vivo:
1, Coleta de células do paciente e cultivo in vitro;

2,Introdução do vetor contendo gene terapêutico na cultura;

3, Seleção e multiplicação das células modificadas e;

4, reintrodução das células no paciente.

Meio in vivo:

1, Montagem do melhor vetor com gene terapêutico e;

2, Introdução dos vetores no tecido alvo do paciente.

Fonte: Menck; Ventura (2007).

CONCLUSÃO:

Com ampla aplicabilidade e a promessa de reações adversas mínimas, a terapia gênica


representa uma abordagem de tratamento transformadora para uma variedade de doenças.
Inúmeras investigações científicas e tentativas clínicas visam confirmar sua eficácia,
ressaltando os avanços significativos que a biotecnologia fez nos domínios da modificação
genética e implementação de terapias.
De obstáculos tecnológicos a possíveis consequências desconhecidas, a terapia gênica
enfrenta inúmeros obstáculos, embora apresente uma solução hipotética impecável.
Muitas barreiras devem ser enfrentadas, mas a terapia genética oferece a promessa de curar
doenças intratáveis. Avanços significativos em tecnologia e pesquisa são essenciais para seu
sucesso.
Representando um avanço no tratamento de inúmeras doenças, a terapia genética é
incrivelmente versátil e causa consequências negativas mínimas. Existem inúmeros estudos
clínicos e estudos científicos que esperam comprovar seus benefícios, mostrando os incríveis
avanços que a biotecnologia tem feito nos campos da modificação genética e implementação
de terapias.
A terapia genética, embora aparentemente perfeita em teoria, encontra vários obstáculos e
resultados imprevistos. Esses desafios, desde obstáculos técnicos até consequências
imprevistas, tornam complexo o processo de terapia gênica.
Para vencer doenças persistentes, a terapia genética apresenta um vislumbre de esperança,
apesar dos vários obstáculos que devem ser enfrentados. Avanços importantes em
investigação e inovação são fundamentais para sua realização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• http://www.scielo.br/scielo - Terapia gênica , o que é e o que não será


• http://www.incor.usp.br/conteudo-medico/geral/terapia%20genica –Terapia gênica
• https://www.scielo.br/scielo.php - Bioethical conflicts of gene therapy: a brief critical review

• http://tudosobrecelulastronco.com.br/terapia-genica-3-celulas-tronco-e-terapia-genica -
Tudo sobre células tronco e terapia gênica
• https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/11662/1/21413350.pd - Terapia gênica e
suas aplicações no tratamento de doenças
• https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/terapia-genica
• https://www.scielo.br/j/eins/a/cPw3g6fGY8srqk5hs83dDKR/?lang=pt&format=pdf -
Terapia gênica: avanços, desafios e perspectivas

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