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Escola Estadual Padre Camargos

Disciplina: Biologia
Professora: Edna
Ensino Médio

TERAPIA GENÉTICA

Anna Clara Silva


Arthur Moreira
Arthur Rhian
Giovana Venâncio
Ítalo da Cruz
Luiza Cirilo
Marcos Mariano
Maria Clara Oliveira
3001

Contagem, 21 de setembro de 2023


INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como objetivo descrever a Terapia Genética, que se
resume em um tratamento que introduz no organismo genes saudáveis para
substituir, modificar ou suplementar genes inativos ou disfuncionais que causem
algum problema de saúde.
De maneira geral, qualquer tratamento que altere a função gênica pode ser
considerado terapia gênica. Entretanto, é geralmente considerada terapia gênica
especificamente a inserção de genes normais em células de um indivíduo com falta
destes, devido a uma doença genética específica.

Desde as primeiras manipulações genéticas por volta da década de 1940,


começaram grandes avanços na manipulação de genes e, em meados da década
de 1960 as primeiras especulações a respeito das transferências de genes com uso
de vírus para curar doenças genéticas. Já por volta dos anos de 1990 surgiram as
primeiras aplicações da terapia gênica com o uso de técnicas de DNA recombinante
quando foi utilizada, pela primeira vez nos Estados Unidos, em um paciente com
uma imunodeficiência, sendo autorizada para uso no Brasil apenas em 2020 pela
ANVISA.

Devido a tudo que foi apresentado até agora, o objetivo deste trabalho é
demonstrar os avanços da engenharia genética em desenvolver terapias gênicas
que podem ser aplicadas no tratamento de doenças.
DESENVOLVIMENTO
A terapia genética trata-se de um procedimento que consiste na substituição
de genes defeituosos ou inativos por genes alterados em laboratório, tendo como o
resultado genes saudáveis, ou seja, é a inserção de genes normais nas células de
uma pessoa que não apresenta esses genes devido a um distúrbio genético
específico.
Os genes normais podem ser produzidos utilizando a metodologia de reação
em cadeia da polimerase (PCR) a partir do DNA normal doado por outra pessoa.
Como a maioria das doenças genéticas é recessiva, geralmente é inserido um gene
dominante normal. Atualmente este tratamento de inserção de gene tem maior
probabilidade de ser eficaz na prevenção ou cura de um único defeito genético.

Um dos tipos celulares mais visados pela terapia gênica são as células
chamadas tronco do organismo. Estas células são mantidas durante toda a vida do
indivíduo, e apresentam a propriedade de poder originar múltiplas linhagens de
células maduras. As células-tronco hematopoiéticas, por exemplo, originam todas as
células do sangue, de modo que a introdução nelas de um gene terapêutico garante
que muitos tipos celulares diferentes expressem este gene e produzam a proteína
de interesse. Outra abordagem da terapia gênica, bem como de outras formas de
manipulação genética, pode envolver células-tronco embrionárias. Estas células
apresentam maior potencial que as células-tronco do adulto, já que delas se
originam não apenas alguns, mas sim todos os tipos de células que compõem o
organismo. Além disso, as células-tronco do adulto são muitas vezes difíceis de
serem localizadas in vivo e manipuladas in vitro, o que não acontece com as
embrionárias. A utilização de células-tronco embrionárias, entretanto, depende da
destruição de um embrião, em uma fase extremamente precoce de desenvolvimento
(poucos dias). As questões éticas, que se impõem imperativamente frente às
inúmeras possibilidades de utilização destas informações, são especialmente
pertinentes ao se tratar das células-tronco embrionárias.

A transferência do DNA normal nas células de uma pessoa pode ser


realizada por vários métodos.

Transfecção viral é uma das maneiras de transferir DNA para as células do


hospedeiro. O DNA normal é inserido em um vírus, que então transforma as células
do hospedeiro, desta maneira transmitindo o DNA no núcleo da célula. Algumas
preocupações importantes sobre a inserção utilizando um vírus incluem reações ao
vírus, perda rápida (ou falha na propagação) do novo DNA normal, e danos no vírus
por anticorpos desenvolvidos contra o vírus, vetor viral ou proteína transfectada, que
o sistema imunitário reconhece como estranho. Outro meio de transferir DNA utiliza
lipossomos, que são absorvidos pelas células do hospedeiro e assim entregues ao
núcleo da célula. Os problemas potenciais com método de inserção de lipossomos
dentro de células incluem falha na absorção dos lipossomos pelas células,
degradação rápida do novo DNA normal e perda rápida da integração do DNA.

Na tecnologia antisense, em vez da inserção de genes normais, pode-se


alterar a expressão gênica, p. ex., fármacos que se combinam partes específicas do
DNA, prevenindo ou reduzindo a expressão gênica. A tecnologia antisense
atualmente está sendo testada para tratamento de câncer, porém ainda é muito
experimental. Entretanto, parece ser mais promissora do que a terapia de inserção
gênica, devido à possibilidade de taxas de sucesso mais elevadas e de menos
complicações.

Outra abordagem à terapia genética é aumentar ou reduzir as atividades de


alguns genes, ao modificar as reações químicas na célula que controla a expressão
gênica. Por exemplo, a modificação de uma reação química, chamada metilação,
pode mudar a função de um gene, o que provoca o aumento ou a diminuição da
produção de algumas proteínas ou para produzir diferentes tipos de proteínas.

Esses métodos estão sendo testados experimentalmente para tratar alguns


cânceres. As modificações químicas podem afetar também o imprinting genômico,
apesar deste efeito não estar claro.

O gene de interesse (também chamado de transgene) é transportado por um


vetor e está contido em uma molécula de DNA ou RNA que carrega ainda outros
elementos genéticos importantes para sua manutenção e expressão. As formas de
transferência deste vetor contendo o gene são muito variadas. Em primeiro lugar, é
importante definir se é mais apropriado introduzir o gene diretamente no organismo
(in vivo) ou se, alternativamente, células serão retiradas do indivíduo, modificadas e
depois reintroduzidas (ex vivo).

Na introdução in vivo o vetor é introduzido diretamente no organismo. Essa


forma é considerada mais eficiente e menos dispendiosa. Porém, é preciso o
endereçamento correto, se um gene é destinado ao fígado, deve-se garantir que
chegue a este órgão e não ao pâncreas, por exemplo.

Nos procedimentos ex-vivo, o DNA é primeiramente transferido para células


isoladas de um organismo, previamente crescidas em laboratório. As células
isoladas são modificadas e podem ser introduzidas no paciente. Este método é
indireto e mais demorado, porém oferece a vantagem de uma eficiência melhor da
transferência e a possibilidade de selecionar e ampliar as células modificadas antes
da reintrodução

Assim como no tratamento da anemia falciforme, o processo é realizado por


uma proteína guiada por um RNA específico que corta a fita de DNA
especificamente no local da mutação da anemia falciforme. Em seguida, a correção
utiliza um molde de DNA contendo a sequência do gene capaz de gerar
hemoglobina saudável.Nos pacientes com anemia falciforme ocorre uma mutação
em um dos genes responsáveis por formar as proteínas conhecidas como
hemoglobinas (que são a principal forma de transportar oxigênio para os tecidos),
que se situam dentro dos glóbulos vermelhos do sangue. Por causa dessa mutação,
que leva à formação de uma hemoglobina anormal, os glóbulos vermelhos, que
deveriam ter o formato bicôncavo, assumem uma forma parecida com a de uma
foice - daí a origem do nome anemia falciforme. Nesses casos, as células-tronco do
paciente são coletadas, levadas para o laboratório onde são feitas as modificações
genéticas dessas células, e depois de modificadas elas são inseridas novamente na
circulação do paciente. De volta ao corpo, essas células vão repovoar a medula e
passar a produzir as hemoglobinas novas e normais, em vez das alteradas.
CONCLUSÃO
A terapia gênica é uma ótima perspectiva de tratamento para os diversos
tipos de doenças e com uma ampla forma de aplicação a qual visa a melhor forma
para se alcançar uma cura sem grandes efeitos colaterais. Diversos estudos e
ensaios clínicos buscam uma prova concreta da eficácia da tão sonhada terapia
gênica, e esses estudos mostram como os avanços da biotecnologia têm efeitos
positivos sobre a edição de genes e a aplicação da terapia.

Apesar de ser uma proposta teoricamente perfeita, a terapia gênica enfrenta


muitas dificuldades às quais vão desde as limitações da tecnologia até possíveis
efeitos ainda não descobertos. Um dos grandes desafios é o sistema de entrega dos
genes, o qual além de ter que contornar as reações imunes do paciente e proteger o
gene de possíveis danos, tem que ter um bom sistema de entrada e fixação do
gene. Também existem os problemas que envolvem dificuldades na produção de
vetores e em outras técnicas de manipulação de material genético.

Os desafios ainda são muitos e diversas barreiras ainda precisam ser


vencidas, mas, a terapia gênica se apresenta como uma esperança de tratamento
para diversas doenças sem cura e, assim, os avanços nas pesquisas e tecnologias
se fazem de extrema ajuda e necessidade para a aplicação dessa metodologia. É
de se esperar que fique cada vez mais próximo o dia no qual a terapia gênica será
um dos tratamentos disponíveis para a população. No entanto, é necessário realizar
mais pesquisas para garantir sua eficácia e segurança a longo prazo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● Terapia Gênica - Só Biologia


● TERAPIA GÊNICA NA ANEMIA FALCIFORME: O ESTADO DA ARTE EM 2020 | Hematology,
Transfusion and Cell Therapy
● .Anemia Falciforme
● Terapia gênica - Brasil Escola
● Terapia Gênica: resumo, o que é, tipos, como funciona, no Brasil - Toda Matéria
● Terapia gênica
● O que é terapia genética? - Canaltech
● O que é terapia gênica? — Retina Brasil
● Anvisa aprova primeira terapia gênica no Brasil. O que isso significa? | Veja Saúde
● Terapia genética - Fundamentos - Manual MSD Versão Saúde para a Família
● Como a terapia gênica mudou o mundo
● Terapia gênica | Pfizer Brasil

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