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TERAPIA GENÉTICA
Beira
2024
ALINESSI PORTASIO LOURENÇO – ID: 1038
TERAPIA GENÉTICA
Beira
2024
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
1.1 Objectivos ........................................................................................................................ 5
1.1.1 Objectivo geral ............................................................................................................. 5
1.1.2 Objectivos específicos ................................................................................................. 5
2 TERAPIA GENÉTICA ....................................................................................................... 6
2.1 Definição do conceito e objectivo ................................................................................... 6
2.2 Tipos de terapia genética ................................................................................................. 6
2.3 Mecanismos de terapia genética ...................................................................................... 7
2.4 Métodos da terapia genética ............................................................................................ 8
2.4.1 Vectores não virais ....................................................................................................... 8
2.4.2 Vectores virais ............................................................................................................. 8
2.4.2.1 Vectores retrovirais ...................................................................................................... 9
2.4.2.2 Vectores adenovirais .................................................................................................... 9
2.4.2.3 Vectores adenoassociados............................................................................................ 9
2.4.2.4 Vectores herpesvirais ................................................................................................. 10
2.4.2.5 Outros Vectores Virais ............................................................................................... 10
2.4.3 Métodos Físicos ......................................................................................................... 10
2.4.3.1 Injecção Balística de ADN......................................................................................... 11
2.4.3.2 Injecção a Jacto (Jet injection)................................................................................... 11
2.4.3.3 Injecção Intravascular Hidrodinâmica ....................................................................... 11
2.4.3.4 Eletroporação ............................................................................................................. 11
2.4.3.5 Sonoporação ............................................................................................................... 11
2.4.3.6 Magnetofeção ............................................................................................................. 12
2.4.3.7 Fotoporação ............................................................................................................... 12
2.4.4 Métodos Químicos ..................................................................................................... 12
2.4.4.1 Lipofecção ................................................................................................................. 12
2.4.4.2 Polímeros Catiónicos ................................................................................................. 12
2.4.4.3 Péptidos ...................................................................................................................... 13
2.4.5 Métodos Biológicos ................................................................................................... 13
2.5 Problemas da terapia genética ....................................................................................... 13
3 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 14
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 15
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1 INTRODUÇÃO
A Genética é um dos campos da Biologia que mais sofreram avanços durante o tempo.
A descoberta dos genes e da estrutura do DNA, o sequenciamento do genoma humano e as
técnicas de DNA recombinante são apenas algumas das importantes vitórias dessa ciência.
A terapia genética idealmente visaria substituir um gene defeituoso por um gene normal.
A remoção de um gene do organismo é, entretanto, algo muito difícil de ser realizado, e
desnecessário na maioria das vezes. Assim, os procedimentos envolvem, em geral, a introdução
do gene de interesse, que deve ser completamente conhecido.
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1.1 Objectivos
2 TERAPIA GENÉTICA
Terapia Genética ou Geneterapia pode ser definida como um procedimento em que são
feitas modificações genéticas em células como uma forma de tratar uma doença, em especial,
doenças hereditárias. Essas modificações são realizadas por meio da inserção de um gene
funcional dentro da célula que substituirá o gene defeituoso e promoverá a produção de
proteínas correctamente. A técnica funciona como um “transplante de genes”.
1. Adição Génica: introdução de uma cópia funcional do gene nas células de forma
a suplementar um gene não funcional;
2. Eliminação de Mutações Patogénicas: substituição da sequência que contém a
mutação patogénica por uma sequência normal equivalente;
3. Inibição da Expressão Génica: introdução de ácidos nucleicos terapêuticos na
célula que inibem a expressão do gene mutado;
4. Morte Directa de Células Afetadas: introdução no genoma da célula-alvo de
genes que produzem toxinas ou genes que metabolizam fármacos em produtos
citotóxicos;
5. Morte Assistida de Células Afectadas: a expressão dos genes introduzidos na
célula-alvo desencadeia uma resposta imunitária que conduz à lise celular
(Imunoterapia).
Os ácidos nucleicos utilizados na terapia génica podem ser classificados segundo a sua
composição química e segundo a sua função. Do ponto de vista químico, temos os ácidos
nucleicos de ADN e os de ARN. Ainda são classificados segundo a função em ácidos nucleicos
codificadores de proteínas e não-codificadores de proteínas. Este último grupo tem
essencialmente uma função reguladora da expressão génica. Ainda segundo a função,
classificam-se os ácidos nucleicos em substitutos, inibidores e vacinas.
As proteínas codificadas pelos genes terapêuticos podem ter diferentes funções, desde
a substituição de uma proteína ausente até à modulação do sistema imunitário. Os genes
codificadores de antigénios, citoquinas, genes supressores de tumores e de enzimas “suicidas”
são os mais utilizados atualmente nos ensaios clínicos de terapia génica (55,3%) por serem os
agentes primários no combate ao cancro, a doença com mais ensaios clínicos registados. Apenas
1,8% dos ensaios clínicos envolve a transferência de ácidos ribonucleicos.
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Os DNAs contendo genes terapêuticos podem ser introduzidos nas células, utilizando-
se vesículas fosfolipídicas sinteticamente produzidas, chamadas de lipossomos. A composição
dessas moléculas assemelha-se à da membrana celular. Os lipossomos, portanto, criam uma via
de passagem dos genes para dentro da célula. Os genes transferidos por vectores não virais se
integram facilmente em cromossomos de células em cultura de laboratório, mas esse fenômeno
ocorre raramente in vivo. Essas moléculas lipídicas são fáceis de serem produzidas, são seguras,
não provocam reações imunológicas e podem abrigar DNAs com tamanhos de até 48 Kb.
Apesar dessas vantagens, apresentam uma baixa eficiência de transferência in vivo e podem ser
destruídas por nucleases celulares.
Muitos tipos de vírus foram adaptados para servir como vectores de transferência
gênica. Os vectores virais mais utilizados em terapia gênica são: retrovírus, adenovírus e vírus
adenoassociado. Esforços substanciais têm sido empregados no desenvolvimento dos poxivírus
e do vírus herpes simples.
Os vírus utilizados em terapia gênica são modificados para que percam sua capacidade
replicativa. Eles são produzidos em cultura de células especializadas, chamadas de células
empacotadoras. Essas são células especificamente criadas para prover as funções removidas do
vírus selvagem, empacotando o vector viral com as proteínas capazes de infectar a célula uma
única vez. As células empacotadoras possuem os genes gag, env e pol inseridos estavelmente
em diferentes regiões de seus cromossomas, o que assegura que a recombinação desses genes
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seja improvável. O cuidado na produção dos vírus empacotados por essas células é essencial
para que não resgatem a habilidade de criar novas partículas virais infectivas.
Os vectores retrovirais são os mais bem estudados e podem infectar até 100% de células
em cultura que estão em divisão. Os retrovírus são vírus dupla fita de RNA que replicam após
integração do material genético no genoma hospedeiro. Antes do retrovírus ser utilizado como
vector, os genes gag (codifica proteínas estruturais internas), pol (codifica a transcriptase
reversa) e env (codifica o envelope viral formado por glicoproteínas), que perfazem 80% de seu
genoma, são retirados e substituídos pelo gene terapêutico e por um gene que permite a seleção
das células transfectadas. Desta maneira, um vírus selvagem é convertido em um vector de
terapia gênica seguro. A principal vantagem do emprego de vectores retrovirais está relacionada
com a capacidade de integrarem seus genes no cromossoma da célula hospedeira, possibilitando
a manutenção da expressão gênica por longo tempo. Entretanto, essa integração é ao acaso, o
que pode interromper um gene essencial ou mesmo activar um oncogene. A chance de
ocorrência de mutagênese insercional é baixa, mas não deve ser descartada. Além disso,
infectam somente células em divisão. Essa “limitação” tem sido explorada na terapia gênica
para o câncer, permitindo a infecção específica das células tumorais que apresentam uma taxa
de divisão muito maior do que as células normais.
Os vectores adenovirais são construídos com base nos adenovírus humanos, cujo
material genético é formado por DNA. A maioria dos adenovírus selvagens apresenta as
seguintes características: não causam doenças sérias, possuem a capacidade de carregar genes
terapêuticos de tamanho grande e infectam células que não estão em divisão. Entretanto, os
genes podem funcionar transitoriamente, pois são vectores que não se integram ao cromossoma
da célula hospedeira, permanecendo no núcleo sob a forma de epissomos (livres). Além disso,
são altamente imunogênicos.
selvagem possui tropismo pelo cromossomo 19 humano. Sua principal desvantagem está
relacionada com a capacidade de carregar apenas genes terapêuticos pequenos.
Os vectores herpesvirais são capazes de carregar genes para dentro de células nervosas,
pois possuem tropismo pelo sistema nervoso central. Entre suas propriedades estão a habilidade
de infectar células em divisão ou quiescentes, a capacidade de incorporar múltiplos genes
terapêuticos e o facto de normalmente não integrarem seus genes nas células hospedeiras. O
principal impedimento para o efectivo uso do vírus herpes simples como vector está na
toxicidade residual das formas não replicantes. Além disso, provocam resposta imune, assim
como os adenovírus.
Estes métodos implicam a utilização de uma força física, de natureza variada, que
fragiliza a membrana celular e, consequentemente, a torna mais permeável aos ácidos nucleicos.
Constituem métodos simples, que permitem readministração sem problemas e, ao contrário dos
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vectores virais e de alguns vectores não-virais químicos, não recorrem a substâncias citotóxicas
ou imunogénicas e não apresentam limitação no tamanho do ácido nucleico a ser transportado.
2.4.3.4 Eletroporação
2.4.3.5 Sonoporação
2.4.3.6 Magnetofeção
2.4.3.7 Fotoporação
Este método aplica um pulso laser como força física para gerar poros transitórios na
membrana celular e assim permitir a internalização do material genético.
2.4.4.1 Lipofecção
2.4.4.3 Péptidos
À semelhança dos vírus, também bactérias, bacteriófagos e fungos têm sido explorados
como veículos de transferência génica. Usados fundamentalmente para o tratamento de
neoplasias, encontram-se actualmente presentes em 27 ensaios clínicos.
3 CONCLUSÃO
Os vectores virais destacam-se, uma vez que são altamente capacitados para invadir
normalmente as células. Para que a terapia gênica seja eficiente com vetores virais, retiram-se
desses organismos os genes responsáveis pelo desenvolvimento de doenças e sua multiplicação,
garantindo que o vírus carregue o vírus funcional sem causar doenças. Assim sendo, ao
encontrar a célula-alvo, o vírus injeta seu material genético, levando com ele o gene funcional,
que é utilizado pela célula hospedeira.
Apesar de a terapia gênica possuir bons resultados quando testada em laboratório, ela
ainda enfrenta algumas limitações que impedem que alguns tratamentos sejam realizados em
grande escala. Entre os problemas enfrentados, destacam-se os métodos de transferência gênica
pouco eficientes e a dificuldade de criação de mecanismos precisos de regulação do gene
funcional.
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BIBLIOGRAFIA