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LICICON
Revista de Licitações e Contratos
Cadastro de reserva x direito à nomeação do candidato.
Apontamentos sobre repactuação.
Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT).
Atividades de Fiscalização e Supervisão dos contratos -
Considerações.
realizadas por Agentes administrativos distintos – princípio
Decreto Federal
da segregação 8.241/14. Aditivos contratuais. Limites.
de funções.
Art. 29 do Decreto Federal 8.241/14. No âmbito das
Contratos. Prazo deefetivadas
contratações vigência. Contratos por escopo
pelas fundações x
de apoio, os
contratos de execução continuada.
limites impostos, para fins de aditivos contratuais, pelo
art. 65 da LeiProrrogação
Credenciamento. 8.666/93 nãodese aplicam.
apenas Considerações
alguns contratos
importantes.
Elaboração das especificações técnicas e cotação de preços
Elaboração do orçamento estimado. Fontes de pesquisa.
para aquisição de equipamentos. Necessária identificação de
Ausência de formatação específica para verificação dos
padrões representativos de todos os modelos.
preços.
Inexigibilidade de licitação. Contratação de instituição
Globalização. Impacto ao conceito de Constituição
financeira para concessão de crédito.
Econômica.
Portaria 86/14 da Secretaria de Logística e Tecnologia da
Serviços contínuos. Prorrogação do contrato.
Informação (SLTI).
Necessidade ou não de previsão no edital e no contrato
respectivo.
Princípio da Legalidade e sua aplicação aos Concursos
Públicos.
Processo administrativo. Rescisão unilateral.
Qualificação
Softwareeconômico-financeira e o conceito
Robô. Art. 2º da IN 03/11 SLTI/MPOG, alterada
“compromissos assumidos”, da Instrução
pela IN 03/13 SLTI/MPOG: em caso de Normativa 06/13.
falha no sistema,
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os lances
Serviços em desacordo
de terceirização comdea obra.
de mão normaRestrição
deverão ao
ser
desconsiderados pelo Pregoeiro, devendo a ocorrência
somatório de atestados de capacidade técnico-operacional:
ser comunicada
possibilidade imediatamente à Secretaria de Logística
e impossibilidade.
e Tecnologia da Informação. Análise, por parte do
Pregoeiro, após a fase de lances/disputa: ilegalidade.
LicicoN
Revista de Licitações e Contratos
ISSN 1984371–2
Dez 2014 | nº 84 | ano VII
Gráfica Capital e editora ltda.
A parceria entre o Instituto Negócios Públicos e a Gráfica Capital, para a impressão da LICICON – Revista de Licitações e
Contratos – foi realizada dentro do conceito de desenvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação
e tratamento de efluentes. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é reciclado por empresa
especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe
uma preocupação Gráfica/Instituto Negócios Públicos com os resíduos gerados.
Para adquirir um exemplar, mande seu nome, endereço, e–mail e telefone, para consultoria@negociospublicos.com.br
Serviço de Atendimento ao Cliente: (41) 3778 1700 / 3778 1780
Instituto Negócios Públicos do Brasil | R. Lourenço Pinto, 196 | 3º and. | Centro | CEP 80.010–160 – Curitiba–PR
Sumário
Pareceres Jurídicos ................................................................................08
1 Estabelecimento em edital do valor/percentual máximo a ser cotado a título de taxa administrativa. 09
2 Limitação de número de empresas por consórcio. 17
3 Contrato de fornecimento. Prorrogação da vigência contratual. 25
4 Pregão eletrônico. Utilização de software Robô. Regras impostas pela IN 03/11 SLTI/MPOG, alterada pela
IN 03/13 SLTI/MPOG. 31
5 Visita à sede do licitante. 37
Licitação. Parecer Jurídico. Utilização de minuta-padrão. Exceção. Quando houver identidade do objeto e não
restarem dúvidas acerca da possibilidade de adequação das cláusulas exigidas no contrato e às previamente
estabelecidas. 112
Arena ...................................................................................................194
A possibilidade de prorrogação do contrato de serviços contínuos deve estar prevista no edital e no contrato
respectivo? 195
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Pareceres Jurídicos
Assunto
Estabelecimento em edital do valor/percentual máximo a ser cotado a título de taxa
administrativa.
Legislação Aplicável
Constituição da República. Lei 8.666/93.
Ementa
Fornecimento de vales/tíquetes alimentação e refeição. Critério de julgamento a ser
adotado. Taxa de administração. Conceituação. Taxas zero ou negativas. Possibilidade.
Entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) (referencial). Propostas
comerciais. Estabelecimento em edital do valor/percentual máximo a ser cotado a título
de taxa administrativa. Lei 8.666/93, art. 40, inc. X: possibilidade, a priori. Conflito em
potencial com o Princípio Constitucional da Livre Iniciativa. Deslinde final a ser adotado
pela Administração Consulente de forma devidamente motivada. Recomendação de
consulta ao Tribunal de Contas respectivo.
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Pareceres Jurídicos
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Pareceres Jurídicos
Dito isso, embora a Administração 6. O mesmo ocorre com o forneci-
Consulente não se submeta ao con- mento de combustíveis ou de vales-
trole do Tribunal de Contas da União refeições, em que idêntico critério
(TCU), interessante mencionar, ainda de julgamento é empregado e o en-
tregador final do produto demanda-
que a título ilustrativo, alguns julga-
do não é o distribuidor de combus-
dos e referências de casos práticos, tíveis ou a empresa de vales, mas o
os quais, em seu contexto geral de posto de gasolina ou o restaurante
informações, poderão ser úteis à in- credenciados em que o abasteci-
teligência do conceito de taxa de ad- mento de cada veículo e consumo
ministração. Nesse sentido, veja-se: de cada refeição é feito.
3. É preciso destacar, inicialmente, 7. Esta similitude com outros tipos
que o objeto a ser contratado difere de certame afasta a segunda crítica
daquele que a administração usual- feita ao modelo, a de que não have-
mente demandava, a manutenção ria definição precisa do valor total do
veicular diretamente efetuada por contrato e dos preços a serem prati-
uma única oficina mecânica. No novo cados pelo fornecedor final do bem
modelo, o serviço demandado é de demandado. Tais peculiaridades, en-
administração e gestão da manu- tretanto, também ocorrem nos con-
tenção, o que significa que o con- tratos de fornecimento de passagens
tratado não será responsável direto aéreas e de combustíveis e as dificul-
pela execução dos serviços mecâni- dades delas decorrentes são sanadas
cos necessários. pela utilização de valores estimados,
prática que este Tribunal tem rotinei-
4. Por tal motivo, é adequado o uso
ramente admitido e que se repete no
do valor da taxa de administração
certame em foco.
como critério de julgamento. Não se
trata, aliás, de nenhuma inovação, já 8. Exatamente porque o mesmo
que tal sistemática têm sido rotinei- critério de julgamento tem sido
ramente empregada - sem qualquer corriqueiramente empregado em
crítica desta Corte sob este aspecto, outras licitações sem qualquer
friso - em licitações para contrata- censura desta Corte, também não
ção de serviços de gerenciamento procede o reparo de que a taxa de
em que o contratado não é o forne- administração corresponderia a
cedor direto do bem ou serviço final uma fração diminuta do valor global
demandado pela administração. do contrato, já que esse pequeno
peso relativo se repete em qualquer
5. É o caso, por exemplo, dos certa-
contratação de serviços realizada
mes para contratação de serviço de
na forma ora em exame e que não
fornecimento de passagens aéreas,
é possível, em princípio, vislumbrar
em que as agências de viagens, que
critério alternativo adequado para
não são as fornecedoras do serviço
remunerar os serviços do gestor
de transporte aéreo demandado
contratado2 (sem grifos no original).
pelo poder público, são selecionadas
com base no valor da taxa de admi- A oferta de taxa de administração
nistração que cobram. negativa ou de valor zero, em pre-
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rios simbólicos, irrisórios ou de valor cos ou faixas de variação em relação
zero, incompatíveis com os preços a preços de referência, ressalvado o
dos insumos e salários de mercado, disposto nos parágrafos 1º e 2º do
acrescidos dos respectivos encar- art. 48 (sem grifos no original).
gos, ainda que o ato convocatório
da licitação não tenha estabelecido Da exegese do supracitado coman-
limites mínimos, exceto quando se do normativo, tem-se que é permi-
referirem a materiais e instalações tida a fixação de preço máximo (ou
de propriedade do próprio licitante, desconto mínimo, conforme for o
para os quais ele renuncie a parcela caso) no edital, o que permite dizer
ou à totalidade da remuneração. que os licitantes que ofertarem pre-
Pois bem. Uma vez apresentado ços superiores terão suas propostas
este breve panorama no que tan- desclassificadas. O preço máximo
ge à contratação de empresa para é estabelecido com base no preço
fornecimento de vales/tíquetes ali- referencial ou valor estimado da
mentação e refeição, bem como, no contratação, obtido por meio de
que diz respeito à figura da taxa de pesquisa de mercado e junto a ou-
administração; voltemo-nos, especi- tras Administrações. No tocante ao
ficamente, ao deslinde do questio- preço mínimo, a seu turno, é vedada
namento ora apresentado, qual seja, sua fixação, salvo, por certo, em lici-
se em tratativas dessa natureza é tações para alienações, concessões
possível que a Administração Consu- ou permissões, em que a vantagem
lente estabeleça em seus editais, “as da oferta é avaliada em face do valor
taxas máximas a serem praticadas mínimo fixado.
no mercado, ou seja, as taxas que se-
rão cobradas dos estabelecimentos Observa-se, então, a abertura legis-
que integrarão a rede credenciada lativa para que as entidades licita-
da empresa vencedora do certame”. doras fixem em seus editais, o preço
Neste sentido, vejamos o que dispõe máximo a que se dispõem a pagar
o inc. X, do art. 40, da Lei 8.666/93: por uma determinada contratação.
Cumpre, então, avaliar a possibili-
Art. 40 - O edital conterá no preâm-
dade de avaliá-lo não com relação
bulo o número de ordem em série
anual, o nome da repartição de seu à contratação como um todo, mas
setor, a modalidade, o regime de com relação a cada uma das parce-
execução e o tipo da licitação, a men- las que integrem a composição de
ção de que será regida por esta Lei, seu preço final. Esclarece-se, então,
o local, dia e hora para recebimento desde logo, que da leitura do coman-
da documentação e proposta, bem do normativo supra, inexiste óbice
como para início da abertura dos en- legal, a priori, para tanto. Acerca
velopes, e indicará, obrigatoriamen-
disso, tratando especificamente de
te, o seguinte: (...)
contrato envolvendo a execução de
X - o critério de aceitabilidade dos obra, assim se pronunciou o Tribunal
preços unitário e global, conforme de Contas da União (TCU) (a título re-
o caso, permitida a fixação de pre-
ferencial), observe-se:
ços máximos e vedados a fixação de
preços mínimos, critérios estatísti- Relatório: (...)
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5 TCU. Acórdão 762/07. Órgão Julgador: Ple- 6 TCU. Acórdão 378/11. Órgão Julgador: Ple-
nário. Relator: Ministro Raimundo Carreiro. nário. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. DOU
DOU 04/05/07. 23/02/11.
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cução do objeto contratado - não é taxas abusivas, não nos parece que
caso de admitir propostas acima do tal intento esteja de fato refletindo
orçamento, mas de ajustá-lo, justifi- as finalidades pretendidas pelo legis-
cando o procedimento. (...) lador ao instituir este expediente.
A utilização de preços máximos se
Outrossim, para além desta inter-
justifica, porque o orçamento utili-
pretação finalística da norma, ou-
za a mediana ou a média dos custos
obtidos por meio de sistemas de re-
tro fator igualmente parece militar
ferência ou de pesquisa de mercado. contrariamente ao procedimento
Sabendo a Administração que há cuja adoção pretende a Entidade
agentes dispostos a ofertar o servi- Licitadora, a saber: apenas a parce-
ço/produto por preços mais baixos la da contratação referente à taxa
do que os orçados, pode optar por de administração seria variável. Isto,
fixar preços máximos abaixo desses partindo da premissa que a parcela
valores, para assegurar a apresenta- remanescente reflita os exatos gas-
ção de propostas mais baixas. tos de seus servidores com alimenta-
Somente é lícito contratar por valo- ção. Deste modo, a fixação de preço
res superiores aos orçados nos ca- máximo para tal custo do preço final
sos em que a Administração verifica estaria, ainda que indiretamente, fi-
tarde demais, para ajustar o orça- xando a própria margem de lucro do
mento, que os preços orçados não Contratado. Estar-se-ia, então, dian-
correspondem aos de mercado. Tal te de aparente afronta ao Princípio
circunstância, entretanto, deve ser
da Livre Iniciativa, consagrado pela
devidamente demonstrada pela Ad-
própria Constituição da República.
ministração nos autos do processo
licitatório.7 Assim, de posse de tais informações,
caberá à Administração Consulente,
Do que foi dito, abstrai-se, então, ponderar no caso concreto, se a fi-
que com a fixação de preços máxi- xação de preço máximo para a par-
mos ora pretende a Administração cela da contratação em destaque de
assegurar-se de que terá dotação fato se mostra necessária e mesmo
orçamentária suficiente para paga- oportuna. Recomendando-se, neste
mento do Contratado8, ora pretende sentido, antes da adoção de um po-
acautelar-se quanto à ocorrência de sicionamento terminativo por parte
jogo de planilhas. Tomando, então, da Administração Consulente, a for-
por cerne que na situação narrada mulação de consulta direta ao seu
pela Administração Consulente, respectivo Tribunal de Contas.
pretende-se mediante a fixação de
preço máximo evitar a cobrança de II Síntese conclusiva
7 TCU. Acórdão 6.456/11. Órgão Julgador: Face tudo quanto exposto, respon-
Primeira Câmara. Relator: Ministro Wal- dendo objetivamente ao questiona-
ton Alencar Rodrigues. DOU 16/08/11. mento formulado pelo Consulente,
qual seja, se em contratações des-
8 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei
tinadas ao fornecimento de vales/
de Licitações e Contratos Administrativos.
16. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
tíquetes alimentação e refeição, é
2014. p. 731. possível que a Administração Consu-
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Assunto
Limitação de número de empresas por consórcio.
Legislação Aplicável
Lei 8.666/93.
Ementa
Licitação. Limitação de número de empresas por consórcio. Ausência de
entendimento pacificado acerca da matéria. Obrigatoriedade de verificação
do posicionamento da Corte de Contas Estadual a respeito da questão.
Considerações.
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financeira) e, deste modo, atende- cada sociedade arca com parte do
rem aos requisitos de habilitação prejuízo e se desfazem quaisquer
estipulados pela Administração, vínculos jurídicos entre elas.4
não será propriamente o consórcio No que tange ao conteúdo desta
que se apresentará para a partici- formalização da constituição do
pação no certame licitatório, mas consórcio, muito embora o inc. V,
sim as potenciais empresas con- do art. 33, da Lei 8.666/93 impo-
sorciadas, uma vez que ainda não nha a solidariedade entre os seus
há consórcio constituído; apresen- integrantes, relativamente aos
tando, estas, a fim de formalizar atos praticados pelo consórcio,
sua condição de licitante, a título JUSTEN FILHO assim nos esclare-
de habilitação jurídica2, um Termo ce: “o consórcio não é dotado de
de Compromisso de constituição personalidade jurídica própria, es-
do consórcio de empresas. Ou,
pecífica e autônoma relativamente
nas palavras utilizadas por Marçal
às empresas consorciadas. A Lei
JUSTEN FILHO, uma “promessa de
exige, por isso, que a formalização
constituição do consórcio.”3 Sen-
da constituição do consórcio dis-
do que o referido autor, acerca
crimine os poderes e encargos de
desta dinâmica diferenciada re-
cada consorciado (ainda que im-
lativamente ao comparecimento
ponha a solidariedade entre todas
em processos licitatórios, assim
as empresas durante a licitação)”
comenta: 5
(sem grifos no original).
De regra, o consórcio não existirá
antes, nem fora, nem além da lici- Nesse diapasão, vejam-se ain-
tação. Será constituído para o fim da os pertinentes comentários
de participar da licitação e, eventu- de Carlos Pinto Coelho MOTTA:
almente, promover a execução do “Enfatize-se que, no somatório de
contrato. Geralmente, o consórcio atestados referidos no inciso III,
apenas se aperfeiçoará quando quando se tratar de qualificação
e se a proposta formulada for a
econômico-financeira, a parcela de
vencedora. De usual, as socieda-
des interessadas apenas efetivam
cada empresa consorciada deverá
promessa de contratação de con- ser proporcional à respectiva par-
sórcio. Afinal, o empreendimento ticipação na licitação. Eis porque é
objeto do consórcio será a contra- importante a indicação, no Termo
tação com a Administração Pública de Compromisso de constituição
– evento futuro e incerto. Assim, do consórcio, do percentual de
os interessados estabelecem pre- participação de cada consorciada”
viamente todas as condições ati- 6
(destaques do autor).
nentes ao consórcio, ingressam na
licitação e aguardam obter êxito.
4 Id.
Se for o caso de vitória, o consór-
cio será aperfeiçoado; na derrota, 5 Ibid., p. 662-663.
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Pareceres Jurídicos
no termo de referência com rela- 68.1 Justificativas/Providências
ção à fixação em três o número
- Inicialmente era intenção do Se-
máximo de empresas participan-
nado Federal não permitir a parti-
tes em consórcio, uma vez que o
cipação de consórcios, entretanto,
referido dispositivo legal não veda
face à grandeza do empreendimen-
tal fixação.
to, foi decidida a sua admissão,
Voto do Relator (...) limitado a duas empresas, objeti-
Com relação às demais questões vando uma maior competitividade
examinadas pela unidade técnica, no certame licitatório; A ausência
ponho-me de acordo. (....) de limitação poderá atrair eventu-
ais consórcios formados por em-
Diante do exposto neste Voto e nos presas que poderiam atender aos
despacho e instrução transcritos requisitos técnicos, pelo somatório
no relatório precedente, voto, em de seus atestados, mas sem experi-
consonância com o decidido no TC ência/capacidade de gestão para o
013.041/2000-0, no qual foi profe- porte do empreendimento.
rida a Decisão Plenária 532/2002,
por que o Tribunal aprove o acór- 68.2 Análise
dão que ora submeto à apreciação 68.2.1 A fixação de número máxi-
deste Plenário. (...) ACORDAM os mo de empresas participantes em
Ministros do Tribunal de Contas da consórcio foi mantida na nova mi-
União, reunidos em sessão do Ple- nuta de edital, consoante subitem
nário, ante as razões expostas pelo 2.3, alínea `a:
Relator, e com fundamento nos art.
43, inciso I, da Lei 8.443/92 e arts. 2.3 Será permitida a participação
237, inciso VI, e 250, inciso II, do Re- de empresas em consórcio, desde
gimento Interno, e no art. 69, inciso que sejam atendidos os seguintes
I, da Resolução 136/2000, em: requisitos:
9.1. conhecer da presente re- a. apresentação de instrumento
presentação e considerá-la público ou particular de compro-
improcedente;9 (sem grifos no ori- misso de constituição de consórcio,
ginal). limitado a até no máximo 02 (duas)
empresas na sua composição.
No entanto, no Acórdão 597/08 –
Plenário, do TCU, os Ministros po- 68.2.2 O Tribunal tem tratado a
sicionaram-se no sentido de que a estipulação de número máximo de
limitação de a um número máximo empresas participantes em con-
sórcio como cláusula restritiva ao
de empresas participantes no con-
caráter competitivo do certame
sórcio restringe o caráter competi- licitatório, caracterizando infrin-
tivo do certame, violando o art. 3º, gência ao art. 3º, § 1º, inciso I da
§1º, inc. I, da Lei 8.666/93: Lei nº 8.666/93, a exemplo do con-
Relatório do Ministro Relator (...) siderado no Acórdão nº 1259/2006
- Plenário (TC - 009.484/2006-
- Limitação do consórcio a duas em- 2; subitem 9.2.1.13) e Acórdão
presas - Item 2.1.3 - alínea `a¿ nº 101/2004 - Plenário (TC -
007.277/2003-3 - subitem 9.3.2).
9 TCU. Acórdão 1.404/04. Órgão Julgador:
Plenário. Relator: Ministro Walton Alencar 68.2.3 Entende-se portanto perti-
Rodrigues. DOU: 23/09/04. nente ser feita recomendação ao
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ou seja, se é possível restringir o cia para a União e para o Estado de
número de empresas contrata- Minas Gerais, visto que faz parte do
das para fazer o mesmo serviço a pacote de investimentos em Infra-
apenas uma (na hipótese de não estrutura para a Copa de 2014.
se permitir consórcios), também é
21. A limitação do número de em-
de se supor que a Administração,
presas participantes do consórcio
ao avaliar, segundo os critérios da
já foi analisada em outras oportu-
oportunidade e conveniência, que
não deve ser permitido um número nidades pelo Tribunal, como, por
maior que 2 empresas no consór- exemplo, no Acórdão 1.332/2006-P:
cio licitante, tenha a liberdade de, "Considerando que a lei possibilita
justificadamente, estabelecer tal vedação à participação de consór-
restrição." cios, entendemos que não haveria
18. No caso concreto, justifica-se óbices à fixação de número de má-
a restrição no número de empre- ximo de empresas por consórcio,
sas que poderiam formar consór- desde que devidamente justifica-
cio para, em nome do interesse da. Assim, seria pertinente a argu-
público, evitar um alto número de mentação apresentada pelos res-
empresas consorciadas, o que tem ponsáveis de que a não limitação
levado a Infraero a ter dificuldade de quantidade de empresas por
na fiscalização de contratos do qual consórcio poderia diminuir a quan-
participem um grande número de tidade de concorrentes, vez que o
empresas em consórcio, compro- número de consórcios participan-
metendo o ritmo de execução das tes, potencialmente, seria reduzi-
obras e a qualidade da prestação do. Sobre a questão em debate,
dos serviços, tendo causado atra- o Tribunal reconheceu a possibili-
so no cronograma dos empreendi- dade de limitação do número de
mentos. empresas por consórcio nos Acór-
dãos nº 1.297/2003, 1.708/2003 e
19. Além disso, permitir a participa-
ção ilimitada de empresas em um 1.404/2004, todos do Plenário."
único consórcio pode produzir, ain- 22. Cabe ressaltar que, como regra
da, outro efeito indesejado. Caso geral, o Tribunal tem decidido que,
não haja nenhum controle quanto por ausência de previsão legal, é ir-
à quantidade máxima de consor- regular a condição que estabeleça
ciados, pode haver transgressão número mínimo ou máximo de em-
indireta da Lei, possibilitando, sob presas participantes no consórcio.
o pretexto de ampliar a competi- Esta Corte de Contas tem enten-
ção, que empresas absolutamente dido que, se a Lei deixa à discricio-
desprovidas de qualificação técnica nariedade administrativa a decisão
sagrem-se vencedoras do certame. de permitir a participação no certa-
20. A participação de consórcios, me de empresas em consórcio, ao
portanto, não pode, sob o pretex- permiti-la a Administração deverá
to de ampliar a competitividade, observar as disposições contidas
ser interpretada de forma tão ri- no art. 33, da Lei nº 8.666/93, não
gorosa, sob pena de se inviabilizar, podendo estabelecer condições
indiretamente, a correta execução não previstas expressamente na
do objeto contratual, que, no caso Lei, mormente quando restritivas
concreto, é de essencial importân- ao caráter competitivo da licitação.
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Assunto
Contrato de fornecimento. Prorrogação da vigência contratual.
Legislação Aplicável
Lei 8.666/93.
Ementa
Contrato de fornecimento. Prorrogação da vigência contratual. Fornecimento
versus serviços. Distinções elementares. Diferenciação entre as espécies de
prorrogação do art. 57. Considerações.
I Consulta II Resposta
“A Lei 8.666/93 determina em seu Antes, pois, de objetivamente
art. 57 uma vigência máxima de responder aos questionamentos
12 meses aos contratos de forne- propostos, importa entremostrar,
cimento. Entretanto em seu §1º o ainda que com certa brevidade, os
mesmo artigo traz a informação matizes jurídicos conformadores
que existe a possibilidade de pror- da análise solicitada. Isto porque,
rogação de certos prazos em deter- as luzes que sobre eles se lançarão
minadas situações. certamente alumiarão as dúvidas
1. Em se tratando de contrato de suscitadas Veja-se os.
fornecimento de bens, cujo quan-
Principie-se, então, por diferenciar
titativo seja aditivado com base
compras (fornecimento) de servi-
na previsão do §1º, do art. 65, há
ços. A distinção proposta fora es-
possibilidade de prorrogação da vi-
tabelecida a proposito das disposi-
gência para além dos 12 meses ori-
ções dos incs. II e III, do art. 6º, da
ginais a fim de comportar a entrega
Lei 8.666/93, verbis:
dos produtos (numa interpretação
do art. 57, §1º, inc. IV)? Art. 6º Para os fins desta Lei, con-
2. Num contrato de fornecimento sidera-se:
de bens no qual não houve qual- Omissis (...)
quer acréscimo ao quantitativo ori-
II - Serviço - toda atividade destina-
ginal, há possibilidade de se pror- da a obter determinada utilidade
rogar a vigência para além dos 12 de interesse para a Administração,
meses a fim possibilitar alteração tais como: demolição, conserto,
no cronograma de entregas dos instalação, montagem, operação,
produtos mediante solicitação do conservação, reparação, adapta-
setor demandante?” ção, manutenção, transporte, loca-
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analisar a possibilidade ou não de Em comentários ao caput do dispositi-
prorrogação da vigência do contra- vo legal acima citado comenta JUSTEN
to de fornecimento (obrigação de FILHO:
dar). Destaca-se, inicialmente, que, O art. 57 reflete a disciplina consti-
em regra, a duração dos contratos tucional. O caput do dispositivo es-
administrativos regidos pela Lei tabelece a regra de que nenhuma
8.666/93 deve se restringir à vigên- contratação poderá ter prazo de
vigência que ultrapasse o crédito
cia dos respectivos créditos orça-
orçamentário a que se vincular. As
mentários. No entanto, constituem
exceções estão previstas nos incisos
exceção a essa regra as hipóteses do dispositivo.
arroladas nos incs. I a V, do art. 57,
Deve-se insistir em que as exceções
da citada Lei, segundo os quais:
consagradas nos incisos não se rela-
Art. 57. A duração dos contratos cionam propriamente à natureza ou
regidos por esta Lei ficará adstrita à importância do objeto da contra-
à vigência dos respectivos créditos tação. A disciplina adotada se rela-
orçamentários, exceto quanto aos ciona com questões orçamentárias,
relativos: pura e exclusivamente.2
I - aos projetos cujos produtos es- A primeira exceção à regra (inc. I)
tejam contemplados nas metas es- preceituada pelo caput do art. 57
tabelecidas no Plano Plurianual, os permite que “projetos cujos pro-
quais poderão ser prorrogados se dutos estejam contemplados nas
houver interesse da Administração metas estabelecidas no Plano Plu-
e desde que isso tenha sido previsto
rianual” sejam prorrogados, “desde
no ato convocatório;
que isso tenha sido previsto no ato
II - à prestação de serviços a serem convocatório”.
executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorroga- Trata-se de “empreendimentos re-
da por iguais e sucessivos períodos alizados pela Administração que
com vistas à obtenção de preços e demandam mais de um exercício
condições mais vantajosas para a para serem executados, como é o
administração, limitada a sessenta caso de grandes obras, tais como
meses; rodovias, barragens, usinas, portos,
III - (Vetado). etc.”3 A vista do que, se autorizou
sua prorrogação para além de um
IV - ao aluguel de equipamentos e à mandato governamental.
utilização de programas de informá-
tica, podendo a duração estender- A segunda exceção à regra (inc. II)
se pelo prazo de até 48 (quarenta e diz, pois, com a possibilidade de
oito) meses após o início da vigência elastecer, para além do respectivo
do contrato. exercício financeiro, os prazos dos
V - às hipóteses previstas nos incisos
IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos 2 Ibidem, p. 830.
contratos poderão ter vigência por 3 MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Li-
até 120 (cento e vinte) meses, caso citações e Contratos. 11. ed. Belo Horizon-
haja interesse da administração. te: Del Rey, 2008. p. 663.
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contratos que tenham por objeto Por fim, a quarta e última exce-
serviços de natureza continuada. ção à regra (inc. IV) diz, pois, com
a possibilidade de se dilatar o pra-
Tratam-se de serviços que não po-
zo contratual em até 120 meses.
dem “ser interrompidos; fazem-se
Esse prazo diferenciado aplica-se
‘sucessivamente, sem solução de
às quatro hipóteses de dispensa de
continuidade, até seu exaurimen- licitação disciplinadas pelos incs. IX,
to ou conclusão do objeto’”.4 A XIX, XXVIII e XXXI, do art. 24, da Lei
exemplo ter-se-iam os serviços de 8.666/93.
vigilância, limpeza e conservação,
segurança, entre outros. Em resumo, são essas as hipóte-
ses que legalmente comportam a
A matéria é objeto de incessantes ampliação do prazo de vigência do
debates doutrinários e jurispru- contrato, com vistas a renovar à
dencial. Cá para nós, basta saber assunção das obrigações original-
que contratos que envolvam o mente pactuadas. Os demais casos
fornecimento contínuo (como os admitirão, apenas, a flexibilização
combustíveis, material de limpe- dos prazos previstos para a execu-
za, gêneros alimentícios, etc.), por ção o objeto. Ou seja, trata-se, em
sua natureza, não se subsumem verdade, de situações nas quais o
ao conceito de serviços contínuos particular não conseguirá executar
e, porquanto, não lhes pode ser o objeto no prazo avençado em vis-
conferido o tratamento jurídico tas de eventos que não possam ser
(possibilidade de prorrogação) do a ele imputados. Insista-se, não se
inc. II, do art. 57, da Lei 8.666/93.5 trata da renovação das obrigações
inicialmente assumidas, mas antes,
A terceira exceção à regra (inc. III) e tão somente, da dilação do prazo
permite que a Administração es- para o adimplemento da obrigação
tenda a execução de contratos que contratada.
envolvam o “aluguel de equipa-
mentos e à utilização de programas Essas hipóteses de alteração do
de informática”. prazo de execução correspondem
à plêiade de situações enumeradas
4 MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Li-
pelos incisos do §1°, do art. 57, da
citações e Contratos. Apud, SZKLAROWSKI, Lei 8.666/93. Vejam-se as.
Leon Fredja. p. 663.
A primeira possibilidade de alterar
5 Nesse sentido vide o Acordão 1.136/02 do o prazo de execução diz, pois, com a
Tribunal de Contas da União (TCU): “ob- “alteração do projeto ou das espe-
serve atentamente o inciso II do art. 57 da cificações pela Administração” (inc.
Lei 8.666/93, ao firmar e prorrogar contra- I, do §1°, do art. 57, da Lei 8.666/93).
tos, de forma a somente enquadrar como Com efeito, a hipótese disciplina,
serviços contínuos contratos cujos objetos no plano da execução, as eventuais
correspondam a obrigações de fazer e a
implicações trazidas pelas altera-
necessidades permanentes”. In. TCU. Acór-
ções qualitativas do objeto. Nes-
dão 1.136/02. Órgão Julgador: Plenário.
Relator: Min. Iram Saraiva. Data da sessão:
se caso, o legislador entendeu ser
04/09/12. devido ao particular a devolução
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do prazo de execução, se as alte- tir ao particular prazo necessário
rações propostas pela Administra- para o cumprimento, a contento,
ção inviabilizarem o cumprimento das obrigações assumidas.
dos prazos. Nesse sentido, não é
A quarta possibilidade de dilação do
demais enfatizar que a “simples al- prazo de execução redunda do “au-
teração do projeto não é suficiente mento das quantidades inicialmen-
para provocar a prorrogação. Deve- te previstas no contrato, nos limites
rá, por exemplo, evidenciar-se que permitidos por esta Lei” (inc. IV, do
alteração do projeto (causa) invia- §1°, do art. 57, da Lei 8.666/93). Tal
bilizou o cumprimento dos prazos hipótese disciplina, no campo da
(consequência)”.6 execução, as implicações decor-
A segunda possibilidade de dilação rentes da alteração quantitativa
do prazo de execução nasce da “su- do objeto. A concessão desse pra-
perveniência de fato excepcional zo depende da comprovação, pelo
ou imprevisível, estranho à vontade particular, de que não dispõe de
das partes, que altere fundamen- condições para produzir/entregar
talmente as condições de execução em quantidade maior o objeto con-
do contrato” (inc. II, do §1°, do art. tratado. Uma vez evidenciado que
57, da Lei 8.666/93). Trata-se, da o particular, efetivamente, dispõe
ocorrência de fatos excepcionais de condições em cumprir com a
e imprevisíveis, posteriores à cele- obrigação no prazo, inicialmente,
bração do contrato, que obstacu- pactuado o contrato não poderá
lizam o cumprimento dos prazos. ser prorrogado.
Tal qual à hipótese anterior, a so- A quinta possibilidade de altera-
brevinda de eventos que escapam ção do prazo executório decorre
à vontade do particular restituem- do “impedimento de execução do
lhe o prazo de execução. contrato por fato ou ato de tercei-
A terceira possibilidade de modifi- ro reconhecido pela Administração
cação do prazo de execução decor- em documento contemporâneo à
re da “interrupção da execução do sua ocorrência” (inc. V, do §1°, do
contrato ou diminuição do ritmo de art. 57, da Lei 8.666/93). Trata-se,
trabalho por ordem e no interesse pois, de hipótese em que a execu-
da Administração” (inc. III, do §1°, ção contratual é afetada por ato/
do art. 57, da Lei 8.666/93). Nesse fato voluntario/involuntário de
caso, o “atraso no cumprimento terceiro absolutamente alheio à
dos prazos está implícito. Se a Ad- relação contratual. Nesse caso, o
ministração altera o ritmo ou de- Contratado deve comunicar à Ad-
terminação a cessação da execução ministração o evento impeditivo da
da prestação, presume-se pela im- execução para que ela (Administra-
possibilidade de cumprimento dos ção) o ateste e tome as devidas pro-
prazos”.7 Porquanto, deve-se garan- vidências a cerca da alteração dos
prazos.
6 JUSTEN FILHO, Marçal. Op. cit., p. 959.
Por fim, a sexta e última possibilida-
7 Ibidem, p. 960. de de dilação do prazo executório
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Assunto
Pregão eletrônico. Utilização de software Robô. Regras impostas pela IN 03/11
SLTI/MPOG, alterada pela IN 03/13 SLTI/MPOG.
Legislação Aplicável
Lei 8.666/93. Lei 10.520/02. Decreto Federal 5.450/05. IN 03/11 SLTI/
MPOG. IN 03/13 SLTI/MPOG.
Ementa
Pregão eletrônico. Utilização de software Robô. Art. 2º da IN 03/11 SLTI/MPOG,
alterada pela IN 03/13 SLTI/MPOG: em caso de falha no sistema, os lances em
desacordo com a norma deverão ser desconsiderados pelo Pregoeiro, devendo a
ocorrência ser comunicada imediatamente à Secretaria de Logística e Tecnologia
da Informação. Análise, por parte do Pregoeiro, após a fase de lances/disputa:
ilegalidade. Considerações.
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conduzidos via portal Comprasnet, ter externado seu entendimento a
estabelecendo, se for o caso, ins- respeito da constatação de afronta
truções complementares sobre a quanto à utilização de dispositivo
matéria, conforme preconiza o art.
de envio automático de lances em
31 do Decreto nº 5.450/2005;
Pregões eletrônicos, no que tange
9.2. determinar à SLTI/MP que: ao Princípio da Isonomia entre os
9.2.1. tão logo conclua o processo participantes da disputa. No que
de identificação da alternativa de- se refere ao entendimento do TCU,
finitiva para coibir a utilização de ainda, faz-se imperioso mencionar
ferramenta de envio automático que em recente decisão, ratifi-
de lances nos pregões eletrôni- cou seu entendimento quanto ao
cos operacionalizados no sistema
desprestígio e, sobretudo, mácu-
Comprasnet, mencionado nos itens
5 e 6 da Nota Técnica 112/DLSG/ la do Princípio Constitucional em
SLTI/MP, dê ciência das respectivas comento. De modo que, de forma
conclusões e propostas de imple- mais flexível, passou a entender
mentação a este Tribunal; que a Administração deve dispor
9.2.2. enquanto não for implemen- de meios para coibir os efeitos
tada a alternativa definitiva con- nocivos quanto à utilização do sof-
forme item anterior, encaminhe tware Robô. Na ocasião, a análise
mensalmente a este Tribunal docu- sobre a utilização de dispositivo de
mento informando as medidas que envio automático de lances ocor-
estão sendo tomadas com relação reu no âmbito do sistema opera-
ao cumprimento do subitem 9.1.13 cional denominado Licitações-e,
do Acórdão 1.647/2010-TCU-Plená-
implantado pelo Banco do Brasil.
rio;
Vede Acórdão 1.216/14 – Plenário:
9.3. dar ciência deste acórdão,
acompanhado do relatório e do 28. Longe de coibir o uso desses
voto que o fundamentam: à Se- recursos, busca-se, isto sim, evitar
cretaria de Logística e Tecnologia que os dispositivos de envio rápido
da Informação do Ministério do e automático de lances gerem de-
Planejamento, Orçamento e Ges- sequilíbrio no espaço virtual de dis-
tão e à 5ª Secretaria de Controle puta do pregão eletrônico a ponto
Externo (5ª Secex), unidade cuja de suprimirem a distribuição iguali-
clientela inclui o órgão auditado; tária de tempo necessário para que
9.4. determinar à Secretaria de cada licitante, seja detentor ou não
Fiscalização de Tecnologia da Infor- da referida ferramenta tecnológica,
mação (Sefti) que prossiga no mo- possa avaliar a oferta de seu con-
nitoramento do subitem 9.1.13 do corrente e, assim, apresentar con-
Acórdão nº 1.647/2010-TCU-Plená- traproposta. (...)
rio1 (sem grifos no original). 39. No cumprimento dessa deter-
Portanto, como se vê, a IN 03/11 minação, a instituição bancária
SLTI/MPOG foi editada após o TCU poderá, se assim o quiser, compar-
tilhar os estudos e a experiência
1 TCU. Acórdão 2.601/11. Órgão Julgador:
angariados pela SLTI/MPOG ao en-
Plenário. Relator: Ministro Valmir Campelo. frentar os mesmos problemas na
DOU 28/09/11. administração do ComprasNet.
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Com base em tal premissa impos- pois os lances estão velados e não
ta pela IN 03/13 SLTI/MPOG, a sabemos ainda quem os ofertou”,
regra será a de que o próprio sis- em tese, data venia, não há o que
tema descarte automaticamente se “temer” nesta etapa, por parte
os lances ofertados em desacor- do Pregoeiro; mesmo porque, de
do com o art. 2º. Sendo que só acordo com o que dispõe o art. 24,
haverá ingerência por parte do §5º, do Decreto Federal 5.450/05,
Pregoeiro nesta análise (quanto à a vedação quanto à identificação
observância da regra contida no dos licitantes na sessão do Pregão
art. 2º), quando houver falhas no é norma que se impõe a todos os
referido sistema. Fato que levará participantes, inclusive aos Prego-
o Pregoeiro a fazer a análise quan- eiros condutores do certame. De
to aos critérios a serem observa- modo que não há como se aceitar
dos por parte dos licitantes, para, a afirmação de que “o Pregoei-
obrigatoriamente, desconsiderar ro somente poderá analisar com
os lances apresentados em desa- exatidão após o encerramento do
cordo com a norma. certame e a geração da Ata do Pre-
gão”, já que a observância estrita
Observe-se que os critérios inse-
aos critérios enunciados no art.
ridos no art. 2º da IN 03/11 SLTI/
2º da IN 03/11 (com redação dada
MPOG (com redação dada pela IN
pela IN 03/13) diz respeito à etapa
03/13) são meramente objetivos,
de lances e não pode ser avaliada
cabendo ao Pregoeiro, ao consta-
após o encerramento da disputa
tar falhas3 no sistema, proceder
ou no decorrer da fase de análise
obrigatoriamente ao descarte
dos documentos de habilitação.
(desclassificação sumária) dos
lances que macularem as regras A verificação quanto à observân-
impostas. Portanto, considerando cia dos critérios impostos pela IN
o relato do Consulente quanto ao 03/11 e IN 03/13 perfazem um juí-
acompanhamento “com precisão” zo de admissibilidade, por parte do
dos “lances que não cumprem o Pregoeiro, quanto à aceitação dos
estabelecido, sendo temeroso nes- lances ofertados pelo Pregoeiro,
ta fase o descarte dos mesmos, conduzindo, conforme dito alhu-
res, à desclassificação sumária do
3 Observe-se, por oportuno, que a Adminis- licitante que não observá-los.
tração não poderá ficar à mercê das limita-
ções e/ou falhas constatadas pelo sistema
Não se olvide a Entidade Consulen-
operacional para o processamento de suas te quanto ao seu dever de observar
licitações na forma eletrônica. E, a respeito de forma absoluta as regras impos-
do tema, cumpre ressaltar posicionamento tas pela Secretaria de Logística e
do Tribunal de Contas da União (TCU), emi- Tecnologia da Informação para que
tido no Acórdão 130/14 – Plenário, no qual se legitime o certame por ela ins-
ficou consignado que “ao concretizar o jul-
taurado e ultimado. De modo que
gamento pelo critério disponibilizado pelo
se faz imperioso advertir-se que o
Comprasnet, diferente daquele constante
no edital e reforçado pelo pregoeiro, o cer-
objetivo da IN 03/11 SLTI/MPOG
tame foi maculado”. não é exatamente proibir o uso do
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vados por parte dos licitantes, para, etapa de lances e não poderá ser
obrigatoriamente, desconsiderar os avaliada após o encerramento da
lances apresentados em desacordo disputa ou no decorrer da fase de
com a norma. Neste sentido, caberá análise dos documentos de habili-
ao Pregoeiro, ao constatar falhas no
tação, sob pena de ilegalidade (em
Sistema, proceder obrigatoriamen-
sentido amplo) do procedimento li-
te ao descarte dos lances que ma-
cularem as regras impostas. citatório, e sua consequente anula-
ção; além da responsabilização a ser
Por fim, advirta-se que a observân- atribuída do Pregoeiro pelas falhas
cia estrita aos critérios enunciados
cometidas na condução da disputa.
no art. 2º da IN 03/11 (com redação
dada pela IN 03/13) diz respeito à Por Elaine Cristina Bertoldo
Assunto
Visita à sede do licitante.
Legislação Aplicável
Lei 8.666/93.
Ementa
Visita à sede do licitante. Inexistência de fundamento legal para tanto. Documentos
de habilitação. Rol taxativo. Inexistência de sede do licitante. Necessidade de
consulta a profissional do Direito Empresarial.
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zação do serviço a ser contratado das obrigações objeto da licitação”,
é, além de legalmente admissível, nos termos do que preceitua o inc. III,
recomendado que a Administra- do art. 30, da Lei 8.666/93. No entan-
ção exija dos licitantes a compro- to, não há que se falar na possibilida-
vação de que os mesmos tomaram de de que a Administração vá até a
conhecimento das informações e sede do licitante verificar se a mesma
efetivamente existe ou se o mesmo
condições necessárias à plena e
tem condições locais para o cumpri-
satisfatória consecução do futuro
mento das obrigações, uma vez que
contrato. tal fato não pode ser entendido como
Entretanto, nas licitações realizadas visita técnica. Estas informações de-
por meio de Pregão, a necessidade verão estar descritas de forma deta-
de exigir-se a apresentação do alu- lhada no edital de Pregão, bem como
dido documento deverá ser previa- constar na proposta do licitante. Se o
mente analisada, haja vista que tal licitante classificado provisoriamente
modalidade se destina à aquisição de em primeiro lugar não comprovar que
objetos comuns, cuja execução, em atende os requisitos previstos no edi-
princípio, não envolveria situações tal, o mesmo será inabilitado, ou caso
de grande complexidade ou dotadas apresente uma oferta que não for
de peculiaridades nas quais fosse im- aceitável, sua proposta será desclas-
prescindível a realização de visitas sificada, e o Pregoeiro examinará as
técnicas. Mas, havendo elementos ofertas subsequentes, nos termos do
que fundamentem tal exigência, a inc. XVI, do art. 4º, da Lei 10.520/02.
mesma poderá (e deverá) ser realiza-
da pela Administração. Nesse sentido, A respeito da proibição da realiza-
cita-se novamente o posicionamento ção dessa ‘visita técnica as avessas’,
do Tribunal de Contas da União (TCU), importante citar o entendimento do
conforme consta no Informativo de TCU:
Jurisprudência sobre Licitações e Con-
REPRESENTAÇÃO. EXIGÊNCIA PARA
tratos 76: “Visita técnica em licitação
HABILITAÇÃO ABUSIVA. ART. 48,
por pregão eletrônico para aquisição
§3º, DA LEI Nº 8.666, DE 1993. CO-
de móveis só deve ser exigida se exis-
NHECIMENTO. PROCEDÊNCIA. DE-
tentes elementos que a justifiquem,
TERMINAÇÃO. ARQUIVAMENTO.
sendo ilícita que tal medida tenha de
ser realizada por arquiteto empregado Voto: (...)
da licitante, dado não ter pertinência
4. Como visto, a questão tratada
com a finalidade desse procedimento,
nesta oportunidade restringe-se,
além de não se amoldar ao disposto
basicamente, à legitimidade da
no art. 30, III, da Lei de Licitações.”4
(sem grifos no original). cláusula 9.2.5 do edital ao exigir,
como condição de habilitação, a
Como já comentado acima, a visita realização de vistoria por servido-
técnica deve ser utilizada para com- ra do XXX a ser realizada nas de-
provar que o licitante “tomou conhe- pendências da licitante para ates-
cimento de todas as informações e das tar a capacidade técnica própria
condições locais para o cumprimento de execução, nos seguintes termos:
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Pareceres Jurídicos
II Síntese conclusiva aceitável. Assim, o licitante não
poderá ser inabilitado por esse
Isto posto, compreende-se que
motivo.
não há fundamento legal para
que Administração Consulente Frise-se que a legalidade ou não
realize visita na sede do licitante. da coexistência da sede da pessoa
O rol de documentos que a Admi- jurídica com o domicílio da pessoa
nistração licitadora poderá exigir física somente poderá ser consta-
dos licitantes é considerado taxa- tada por profissional especializa-
tivo, isto é, se restringem àqueles do na área de Direito Empresarial,
previstos nos arts. 27 a 31 da Lei seara alheia à atuação desta Con-
8.666/93 e a visita na sede do lici- sultoria. Por essa razão, a esse res-
tante não está entre eles. peito, recomenda-se consulta a
O fato da sede da pessoa jurídica profissional especializado na área.
coincidir com o domicílio da pes-
Salvo melhor juízo, considerados
soa física, no caso em tela, não
os elementos fáticos fornecidos
prejudica/impede que o licitante
pelo Consulente, esse é o enten-
execute o objeto licitado, desde
dimento da Consultoria Negócios
que o mesmo preencha todos os
Públicos.
requisitos de habilitação exigidos
e que apresente uma proposta Por Melissa de Cássia Pereira
Notas:
COMO CITAR
ESTA FONTE: No dia 30 de outubro de 2014 entrou em vigor a Lei 13.019 de julho de
CONSULTORIA 2014. O citado diploma normativo “estabelece o regime jurídico das
NEGÓCIOS parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferência de recursos fi-
PÚBLICOS.
Pareceres Jurídicos.
nanceiros, entre a Administração pública e as organizações da socieda-
LICICON – Revista de civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finali-
de Licitações e dades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento
Contratos. Instituto
Negócios Públicos: e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui o termo
Curitiba, PR, ano de colaboração e o fomento; altera as Leis 8.429 de 2 de julho de 1992,
VII, n.84, p.09-41, e 9.790, de 23 de março de 1999.
dezembro 2014.
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RESPOSTAS
OBJETIVAS
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Respostas Objetivas
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Respostas Objetivas
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Respostas Objetivas
das propostas e/ou participação observância do disposto no inc.
dos interessados; de modo que II, do §2º, do art. 40, da mesma
será obrigatória a divulgação de Lei, que assim preceitua: “§2º
tais esclarecimentos, por parte Constituem anexos do edital,
da Administração, a todos os li- dele fazendo parte integrante:
citantes interessados. Já as infor- II - orçamento estimado em pla-
mações sobre o processo licitató- nilhas de quantitativos e preços
rio (informações às quais alude o unitários”.
TCU), dizem respeito apenas ao
A esse respeito importante citar
interessado em obtê-la, de modo
Joel de Menezes NIEBUHR, que
que, muito embora seja obriga-
afirma: “O inciso II do §2º do art.
tória sua divulgação ao mesmo,
7º da Lei nº 8.666/93 prescreve
não o será em relação a outros
que as obras e os serviços somen-
licitantes. Isto pelo fato de que o
te devem ser licitados quando
pedido de informação referente
existir orçamento detalhado em
ao processo licitatório (como é o
planilhas que expressem a com-
caso de informação relacionada
posição de todos os seus custos
ao valor referencial da Adminis-
unitários. Demais disso, o inciso II
tação, bem como, concernente a
do §2º do art. 40 da mesma Lei
quaisquer outros elementos não
determina que o orçamento esti-
essenciais ao procedimento de
mado em planilhas de quantita-
licitação e/ou contratação em si,
tivos e preços unitários é anexo
a exemplo da justificativa para a
obrigatório e parte integrante
eleição de determinada moda-
do edital.”4 Consequentemente,
lidade de licitação, da justifica-
em tais licitações será obrigató-
tiva acerca do interesse público
ria a divulgação do orçamento
envolvido ou das necessidades
estimado, pela Administração Li-
administrativas envolvidas, in-
citadora, no bojo de seus editais,
formações essas que igualmen-
figurando este como um de seus
te devem constar nos autos do
anexos indispensáveis.
processo), e que não seja pedido
de esclarecimento do ato con- Por fim, faz-se importante co-
vocatório em si, não tem qual- lacionarmos entendimento de
quer influência, a priori, com a Marçal JUSTEN FILHO sobre a
elaboração das propostas e/ou desnecessidade de sigilo quanto
participação dos demais interes- ao preço estimado no Pregão:
sados. O TCU reputa que a Lei 10.520, di-
Em contraponto, para fins de versamente da Lei 8.666/93, omitiu
complementação de estudo, ob- a vedação à existência de elemen-
tos sigilosos para orientar a decisão
serve-se que em se tratando de
administrativa. Portanto, seria lícito
procedimentos licitatórios de-
à Administração deixar de divulgar
flagrados por uma das modali-
dades da Lei 8.666/93, sujeitas, 4 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação Públi-
portanto, apenas às disposições ca e Contrato Administrativo. 2. ed. Belo
nela contidas, será inafastável a Horizonte: Fórum, 2012. p. 271.
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Respostas Objetivas
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Respostas Objetivas
física, nos moldes do inc. II, do cada um de seus estabelecimen-
art. 31, da Lei 8.666/93. tos localizados no Brasil ou no
exterior, antes do início de suas
Dito isso, reportou-se na presen- atividades. (...)
te Consulta, que em Concorrência
§2º No âmbito do CNPJ, estabe-
realizada pela Administração
lecimento é o local, privado ou
Consulente, o endereço da sede
público, edificado ou não, móvel
de determinado licitante cons- ou imóvel, próprio ou de tercei-
tante na Certidão de regularida- ro, onde a entidade exerce, em
de perante o FGTS, era diverso caráter temporário ou perma-
daquele disposto na Certidão nente, suas atividades, inclusive
afeta à regularidade municipal; as unidades auxiliares constan-
muito embora o CNPJ contido tes do Anexo VII desta Instrução
em ambos os documentos seja Normativa, bem como onde se
o mesmo. À vista disso, questio- encontram armazenadas merca-
nou-se se é possível a aceitação dorias.
de tal documentação nestes ter- §3º Considera-se estabelecimen-
mos, bem como, se todos os do- to, para fins do disposto no §2º, a
cumentos a serem apresentados plataforma de produção e arma-
por determinada empresa devem zenamento de petróleo e gás na-
conter o mesmo endereço. tural, ainda que esteja em cons-
trução.
Pois bem. Há que se considerar,
§4º No caso previsto no §3º, o en-
inicialmente, que dentro do rol
dereço a ser informado no CNPJ
que conforma as chamadas con- deve ser o do estabelecimento
dições de habilitação, podemos da pessoa jurídica proprietária ou
listar tanto o CNPJ (art. 29, inc. I), arrendatária da plataforma, em
quanto o registro comercial, ato terra firme, cuja localização seja a
constitutivo, estatuto ou contra- mais próxima (sem grifos no ori-
to social em vigor, a depender da ginal).
natureza jurídica do licitante (art.
Infere-se, portanto, que para fins
28, incs. II, III e IV); sendo que em
de inscrição no CNPJ, as pessoas
ambos os documentos, constará
jurídicas devem necessariamente
o endereço da sede do licitante.
indicar um estabelecimento em
Neste sentido, no que tange par-
específico, sendo este conside-
ticularmente ao CNPJ, veja-se o
rado “o local, privado ou público,
que dispõe a Instrução Normativa
edificado ou não, móvel ou imó-
1.470/14 (SRF)1:
vel, próprio ou de terceiro, onde
Art. 3º - Todas as pessoas jurídi- a entidade exerce, em caráter
cas domiciliadas no Brasil, inclusi- temporário ou permanente, suas
ve as equiparadas pela legislação atividades”; ou, em outras pala-
do Imposto sobre a Renda, estão
vras, o endereço de sua sede. Por
obrigadas a inscrever no CNPJ
consequência, considerando-se
que nas certidões referenciadas
1 Disponível em: <http://www.receita.
fazenda.gov.br/Legislacao/ins/2014/
pelo Consulente consta o mesmo
in14702014.htm>. Acesso em: 26/08/14. número de CNPJ, a princípio, em
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dústria e Comércio Ltda. (fl. 33), art. 67, caput, da Lei 8.666/93, se-
expedida em 05/03/2009, com as gundo o qual “a execução do con-
informações que constam na 18ª trato deverá ser acompanhada e
Alteração e Consolidação de Con- fiscalizada por um representante
trato Social da aludida empresa,
da Administração especialmente
datada de 30/07/2009 (fls. 64/69),
verifica-se que há divergências nos designado, permitida a contrata-
dados referentes ao capital social e ção de terceiros para assisti-lo e
ao objeto. subsidiá-lo de informações perti-
nentes a essa atribuição.” Sendo
9. No que tange ao capital social,
oportuno mencionar, neste con-
houve alteração de R$ 4.644.000,00
para R$ 9.000.000,00, e no tocante texto, ainda que para além da te-
ao objeto, foi acrescentada a fabri- mática proposta na presente con-
cação de veículos ferroviários ou sulta, considerando o dispositivo
sobre pneus para transporte de legal mencionado, que parcela
passageiros ou cargas, bem como a da doutrina faz menção não só à
sua manutenção, assistência técni- figura do fiscal do contrato, mas
ca e operação. também à do seu gestor. Diferen-
10. Entretanto, embora tais mo- ciação esta, aliás, com a qual co-
dificações - que, aliás, evidenciam aduna esta Consultoria Jurídica.
incremento positivo na situação Neste sentido, nas palavras de
da empresa - não tenham sido ob- Gabriela Verona PÉRCIO, de um
jeto de nova certidão, seria rigor lado, ao gestor do contrato se de-
excessivo desconsiderar o efetivo
lega o “acompanhamento formal
registro da Bom Sinal Indústria e
Comércio Ltda. no Crea/CE, enti-
nos aspectos administrativos,
dade profissional competente, nos procedimentais e contábeis”1. E,
termos exigidos no subitem 6.4.1 de outro, existe a figura do fiscal
do edital (fl. 209) e no art. 30, inciso do contrato, preferencialmente
I, da Lei n. 8.666/1993.2 “detentor de conhecimentos téc-
nicos na área do objeto, o acom-
2 TCU. Acórdão 352/10. Órgão Julgador: Ple- panhamento e fiscalização da
nário. Relator: Ministro Marcos Bemquerer execução in loco”2 (destaques da
Costa. Sessão 03/03/10. autora).
De modo sintético, portanto, no
que tange às competências atri-
buídas ao fiscal e ao gestor de
03. Gostaríamos de saber se contrato, teríamos, dentre ou-
existe alguma hipótese em que tras, as seguintes funções, res-
é dispensável a nomeação de pectivamente: a) Fiscal: acompa-
fiscais, considerando também os nhamento in loco da execução,
casos em que não há formaliza- verificação de cumprimento de
ção de contrato.
1 PÉRCIO, Gabriela Verona. Contratos Ad-
A necessária fiscalização e geren- ministrativos. Curitiba: Negócios Públicos,
ciamento dos contratos adminis- 2008. p. 81.
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tender, será inafastável a desig- ços intelectuais7 (destaques da au-
nação de fiscal do contrato, em tora) (sem grifos no original).
verdade, naquelas contratações Por consequência, em nosso en-
cujo cumprimento de suas res- tender, para cada contrato cele-
pectivas obrigações se protraia brado pela Administração, cuja
no tempo. Isto, ainda, indepen- execução se protraia no tempo,
dentemente do instrumento que e cuja natureza específica admi-
efetivamente tiver sido utilizado ta a fiscalização, será imperiosa
para a formalização da avença: a designação do correspondente
termo de contrato, nota de em- fiscal. Isto, conforme se pontuou,
penho, ordem de serviço, etc. independentemente do instru-
Deste modo, o que evidenciará mento contratual que tiver efe-
a necessidade ou não da desig- tivamente formalizado a avença.
nação do fiscal de contrato, será,
em verdade, não a existência 7 PÉRCIO, Gabriela Verona. Contratos Admi-
de contrato propriamente dita, nistrativos sob a ótica da gestão e da fisca-
mas antes as especificidades da lização. Curitiba: Negócios Públicos, 2010.
prestação a ser executada. Nes- p. 113.
se diapasão, a fim de melhor con-
textualizar a presente linha de ra-
ciocínio, adotamos como razões
de decidir, o escólio doutrinário
de PÉRCIO6, que assim leciona: 04. Em um Pregão eletrônico,
Mais do que prerrogativa, a fiscali- observamos que a fase de lances
zação da execução contratual é um aleatórios foi muito curta ape-
dever da Administração, intransfe- sar de termos uma concorrência
rível e irrenunciável, competindo- acirrada. Entendemos que po-
-lhe zelar para que o fim público
deríamos obter um valor menor,
seja alcançado. (...)
apesar de a primeira colocada já
A regra se aplica apenas a contra- estar abaixo do estimado. Ten-
tos que comportem e demandem
tamos negociar com a primeira
tal intervenção, a exemplo de
obras de engenharia e serviços de colocada, ao que não obtivemos
natureza continuada. Não é aplicá- êxito. Optamos, então, em abrir
vel a casos em que a constatação do oportunidade para que todos
cumprimento da prestação pode os participantes oferecessem
ser auferida de forma plena através
propostas com valores menores
do recebimento do objeto, como o
simples fornecimento de bens, ou que o menor valor alcançado na
nas hipóteses em que a natureza da fase aleatória. Obtivemos duas
execução não admite a fiscalização propostas no prazo limite esti-
invasiva, ex vi a prestação de servi- pulado. Uma da primeira colo-
cada, que ofereceu o valor de R$
6 Neste mesmo sentido, vede: JUSTEN FILHO,
171.000,00 e outra empresa que
Marçal. Comentários à Lei de Licitações
e Contratos Administrativos. 15. ed. São
ofertou o valor de R$ 101.000,00.
Paulo: Dialética, 2012. p. 934. Como terceiro passo, oferecemos
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tunidade dos licitantes ofertarem cumulativamente, se os gastos a
novos lances), os quais poderiam serem despendidos com a reali-
cobrir o primeiro lance melhor zação de um novo processo licita-
classificado. Este procedimento, tório não superarão os benefícios
por falta de embasamento legal, obtidos com a licitação já reali-
deverá ser anulado, retornando- zada e a contratação do preço
se o andamento dos atos ao vencedor, o qual se encontra em
momento de negociação com o conformidade com o preço esti-
vencedor da oficial fase final de mado. Conforme for, a revogação
disputa, ocorrida durante o tem- da licitação em curso somada à
po randômico. Mantendo o mes- posterior realização de novo cer-
mo sua oferta, e estando esta tame poderá resultar, diferente-
enquadrada aos termos do edital mente do que se espera, em prá-
(compatível com o valor estima- tica antieconômica por parte da
do), configurará sua habilitação Administração.
para então, conforme for, decla-
rá-lo vencedor do certame.
Apenas a título de comentário,
diante do exposto e em nosso
05. Numa pesquisa de mercado
entender, apesar do obrigatório
para formação do preço de refe-
conhecimento de todos, de que
rência, realizada unicamente por
o tempo randômico em um Pre-
gão eletrônico poderá ser de 0 a meio de sites, devem ser des-
30 minutos (cujo reflexo seria a considerados os preços promo-
oferta mais breve possível pelo cionais. Mas como deve o Órgão
licitante de sua melhor proposta proceder em relação aos fretes
de preço, logo que iniciado tal cobrados, considerando princi-
tempo pelo Sistema eletrônico), palmente o fato de os valores va-
seria apenas cogitável a revoga- riarem demasiadamente?
ção da licitação em liame (como
Primeiramente, insta consignar
um todo, e não apenas de sua
que a verificação dos preços pra-
fase externa), na hipótese de ha-
ticados no mercado, para deter-
ver certeza inequívoca de que
minado bem ou serviço que pre-
a Administração obteria lances
tenda a Administração Pública
ainda mais reduzidos (o que po-
contratar, é exigência que pode
deria ser atestado, por exemplo,
ser extraída do inc. II, do §2º, do
por meio de declarações a serem
art. 40 e do inc. IV, do art. 43, am-
firmadas pelos licitantes e junta-
bos da Lei 8.666/93, e art. 3º, inc.
das nos autos do processo). Não
III, da Lei 10.520/02.
nos parece ser o caso, uma vez
que apenas dois licitantes (dentre A intenção do legislador ordiná-
eles o próprio primeiro coloca- rio, ao instituir tal obrigação às
do) teriam reduzido seus preços Entidades Licitadoras, foi a de
finais. Neste contexto, ainda, a promover o estabelecimento de
Administração deverá sopesar, um preço referencial, a fim de
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b) Verificação dos preços fixados que poderiam ser considerados
por órgão oficial competente, aceitáveis.
quando for o caso; Ademais, como já comentado
c) Verificação dos preços registra- pela própria Consulente, numa
dos em Atas de Sistema de Regis- pesquisa de mercado para forma-
tro de Preços, quando existentes. ção do preço de referência, de-
vem ser desconsiderados os pre-
Sobre a questão, comentava o
ços promocionais. No entanto,
saudoso administrativista Carlos
caso o objeto demande a utiliza-
Pinto Coelho MOTTA: “Ambos os
ção de frete, o valor do mesmo
registros – o do preço do merca-
deverá ser considerado para fins
do e o do preço praticado pela de obtenção do preço estimado.
Administração – constituirão uma
base comparativa suficiente para A grande variação de preços
evitar contratações com sobre- de fretes, dependendo da lo-
preço que impliquem lesão aos calidade da qual o objeto será
cofres públicos. Essa diretriz é vá- transportado, não exclui esse
lida tanto para compras quanto componente como item a ser
para obras e serviços”.2 considerado para fins de verifi-
cação do preço estimado. Assim
É possível acrescentar, também, como ocorre variação dos pre-
como sistemática plenamente ços do objeto a ser contratado,
aceitável no tocante à pesquisa haverá variação dos valores dos
de preços, a verificação quanto fretes, a depender do local. Des-
aos preços praticados por outros se modo, será necessário con-
órgãos e entidades administrati- siderar todos os componentes
vas em contratos similares. do custo do objeto, tais como:
Inexiste, portanto, formatação tributos, taxas aduaneiras, se-
legal específica para que o Poder guros, assistências técnicas, en-
Público proceda à verificação tre outros itens essenciais, aos
dos preços correntes de merca- quais deve ser incluir o trans-
do, para posterior confecção de porte, para fins de obtenção do
seu orçamento estimado; con- valor estimado da contratação.
sequentemente, inexiste óbice A esse respeito vede Acórdão
legal para que seu processamen- 1.147-16/10 – Plenário, do TCU:
to se opere também por meio “9.5.2.2. explicite, quando for o
caso, todos os custos e despesas
de pesquisa de preços efetuada
envolvidas no preço final esti-
pela internet, ou Banco de pre-
mado, tais como impostos, taxas
ços privado, bem como, requisito
aduaneiras, fretes, seguros, trei-
específico para incluir tais proce-
namentos, assistência técnica, e
dimentos na relação dos preços
outras, no intuito de aferir com
precisão os valores praticados no
2 MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Li-
citações e Contratos. 11. ed. Belo Horizon-
mercado e de forma a selecionar
te: Del Rey, 2008. p. 56. a proposta mais vantajosa para a
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Art. 37. A administração pública E, segundo posicionamento do
direta e indireta de qualquer dos Tribunal Regional da 1ª Região:
Poderes da União, dos Estados, do
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE
Distrito Federal e dos Municípios
SEGURANÇA. LICITAÇÃO. PROCES-
obedecerá aos princípios de legali-
SO ADMINISTRATIVO. VISTA DOS
dade, impessoalidade, moralidade,
AUTOS E OBTENÇÃO DE CÓPIAS.
publicidade e eficiência e, também,
PUBLICIDADE PRINCÍPIO DE OBSER-
ao seguinte (sem grifos no original).
VÂNCIA OBRIGATÓRIA (ART. 5º, XX-
E, transpondo os apontamentos XIII, LX, ART. 37, CAPUT, DA CF/88,
supra à seara das licitações e con- ART. 2º DA LEI Nº 9.784/99 E ART.
tratos administrativos, há que se 3º DA LEI Nº 8.666/93).
ressaltar que a Lei 8.666/93 con- 1. A Administração Pública está
sagra, expressamente, o princípio adstrita ao princípio da publicidade,
ora aludido. Entre os dispositivos conforme previsto no art. 37, caput,
da Constituição Federal, sobretudo
que o preveem destacam-se os
quando se trata de licitações e con-
seguintes: tratos administrativos, cuja publici-
Art. 3º A licitação destina-se a ga- dade é expressamente exigida pelo
rantir a observância do princípio art. 3º da Lei n. 8.666/1993.
constitucional da isonomia, a se- 2. Ressalvadas as hipóteses cons-
leção da proposta mais vantajosa titucionais de sigilo (segurança do
para a administração e a promoção Estado e da Sociedade e preser-
do desenvolvimento nacional sus- vação da intimidade de cidadão),
tentável e será processada e julga- todos os atos do Poder Público de-
da em estrita conformidade com os vem ser transparentes, franque-
princípios básicos da legalidade, da ando-se aos interessados e aos ci-
impessoalidade, da moralidade, da dadãos ampla e irrestrita consulta2
igualdade, da publicidade, da pro- (sem grifos no original).
bidade administrativa, da vincula-
ção ao instrumento convocatório, Isto posto, conclui-se que res-
do julgamento objetivo e dos que salvados os casos de sigilo (que
lhes são correlatos. envolvem segurança do Estado/
sociedade e preservação da inti-
(...)
midade do cidadão), todos os atos
§3º A licitação não será sigilosa, da Administração Pública devem
sendo públicos e acessíveis ao pú- ser públicos. Considerando que
blico os atos de seu procedimento, o Princípio da Publicidade consti-
salvo quanto ao conteúdo das pro- tucionalmente assegurado e que
postas, até a respectiva abertura.
o art. 63 da Lei 8.666/93 oportu-
Art. 63. É permitido a qualquer niza a obtenção de cópia auten-
licitante o conhecimento dos ter- ticada do processo licitatório a
mos do contrato e do respectivo qualquer interessado, seja este
processo licitatório e, a qualquer licitante ou não, o entendimento
interessado, a obtenção de cópia
autenticada, mediante o paga- 2 TRF1. Acórdão 2003.34.00.033575-5/DF.
mento dos emolumentos devidos Relator: Desembargadora Selene Maria de
(sem grifos no original). Almeida. DJ: 24/04/08.
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Deste modo, sob o viés motivo/ O “interesse público não se con-
finalidade a contratação inten- funde com interesse do Estado”.4
tada pela Entidade Consulente Com efeito, “não é possível de-
apenas poderia ser reputada finir interesse público a partir
válida se devidamente motiva- da identidade de seu titular, sob
da, ou seja, se presentes as ra- pena de inversão lógica e axioló-
zões que as tornasse necessária, gica. O equívoco está em que o
oportuna e conveniente; Estado existe para satisfazer as
necessidades coletivas (...). Ou
b) Ademais disso, toda despesa seja, o interesse público existe
realizada com recursos públicos, antes do Estado”5 (destaques do
norteia-se em dois princípios ba- autor).
silares do Regime Jurídico Admi-
O “interesse público não se con-
nistrativo, quais sejam: a Supre-
funde com o interesse do aparato
macia do Interesse Público sobre administrativo”.6 Isto porque, a
o Privado e, a Indisponibilidade Administração pode desenvolver
do Interesse Público.3 Conse- interesses tais quais os interesses
quentemente, a contratação em privados. Esses interesses esta-
liame deverá, inexoravelmente, tais “secundários” (ou seja, com
pautar-se na satisfação do inte- características individuais) não
resse público, sob pena de irre- podem ser reconhecidos como
gularidade. A assertiva nos convi- interesse público primário.
da a investigar: o que é interesse Por fim, “o interesse público não
público? se confunde com o interesse do
A pergunta parece simples, e até agente público”7 (sem grifos no
mesmo despretensiosa, mas não original). Mesmo porque, o agen-
é. Isto porque não é fácil delimi- te público pode ter interesses que
tar os contornos jurídicos do Prin- conflitam com o interesse públi-
cípio da Supremacia do Interesse co. Sobre este último viés, JUS-
Público. Seu conceito é impreci- TEN FILHO acrescenta de forma,
ainda, mais contundente que:
so/indeterminado, o que a um só
tempo afasta a exatidão de con- Também é necessário distinguir o
teúdo e facilmente induz a erro interesse público do interesse pri-
vado do sujeito que exerce função
os mais desavisados.
administrativa. O exercício da fun-
Não obstante a fluidez que lhe é ção pública não pode ser afetado
imanente é possível estabelecer
critérios negativos de identifica- 4 FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Ad-
ministrativo. São Paulo: Saraiva, 2005. p.
ção, por meio dos quais, pode-se
37.
determinar o que não equivale
em substância ao interesse públi- 5 Idem.
co. Veja-se:
6 Ibidem, p. 38.
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so interposto. Como se sabe, “a
08. “Quando da abertura do
interposição recursal opera, no
processo administrativo para
plano processual e também no
aplicação de multas previstas no plano fático, inúmeros efeitos,
contrato, adotamos o seguinte alguns com maior, outros com
procedimento: primeiro, é feito menor intensidade”.1 Tais efeitos
um comunicado para defesa pré- “são sentidos, por vezes, logo na
via do fornecedor em relação à interposição do recurso, eventu-
irregularidade ocorrida, a memó- almente em momento anterior a
ria de cálculo conforme previsão este, e por outras vezes somente
contratual, a citação das alíneas no julgamento da impugnação”.2
não atendidas e a concessão do Não cabe nesse particular dis-
prazo de defesa previsto no art. correr sobre cada um dos efeitos
87, §2º, da Lei 8.666/93. Após a recursais, até porque nem todos
análise da defesa prévia, caso a incidiriam na situação narrada
mesma seja indeferida, será dada pelo Consulente. Por isso, se dará
continuidade ao processo com o enfoque àquele que efetivamen-
envio da notificação da penalida- te guarda estrita relação com a
de com o direito ao recurso pre- matéria analisada, a saber: o efei-
visto no art. 109 da Lei 8.666/93 to suspensivo.
e neste momento, caso o forne- Quando se fala que determinado
cedor possua créditos vincendos recurso possui efeito suspensivo
junto à Administração, é lançado está-se, na realidade, a se afirmar
o valor da multa no sistema de que a decisão que por ele possa
pagamentos para a realização ser recorrida não produzirá efei-
do bloqueio, que será efetivado tos. Assim, uma decisão impug-
quando da liberação do crédito nável por recurso investido dessa
ao fornecedor. A nossa dúvida é: “característica”, somente poderá
podemos fazer o lançamento do produzir efeitos depois de escoa-
bloqueio de créditos vincendos do o prazo recursal (ou seja, após
o julgamento do recurso), ou ain-
simultaneamente com a notifica-
da a partir do momento em que a
ção, ou deve ser concluído toda a
parte aceitar a decisão ou renun-
fase recursal?”
ciar ao direito de recorrer.
Em síntese, questiona o Con-
Analisemos, então, quais os efei-
sulente se é possível dar início
tos atribuíveis aos recursos dis-
à execução provisória de uma
ciplinados pelo art. 109 da Lei
multa, proveniente de processo
8.666/93, verbis:
sancionador, pendente ainda, de
julgamento de recurso adminis-
1 MARINONI. Luiz Guilherme. ARENHART,
trativo. Sergio Cruz. Processo de Conhecimento. 7.
A resposta para o questionamen- ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
p. 522.
to proposto variará a depender
dos efeitos atribuídos ao recur- 2 Idem.
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Ademais disso, nos termos dos daquela descontada, se prestada
§§2º e 3º, do art. 86, da Lei em dinheiro. Isto, numa interpre-
8.666/93, c/c o §1º, de seu art. tação restrita do dispositivo. Con-
87, temos que o valor a elas cor- tudo, em se adotando a doutrina
respondente será, inicialmente, de JUSTEN FILHO, poderá ocorrer,
descontado da garantia contra- diretamente, a glosa do valor de-
tual, quando houver e, na hipóte- vido das parcelas de pagamento,
se deste valor superar o valor da independentemente do prévio
garantia, poderá a Contratante desconto da garantia contratual;
descontar o valor remanescente c) O remanescente da multa será
dos “pagamentos eventualmente descontado dos pagamentos ou
devidos pela Administração ou cobrado judicialmente, conforme
ainda, quando for o caso”, cobrá- o caso.
lo judicialmente. Sendo que, na
inteligência dos destacados co-
mandos normativos, o desconto
do valor das multas dos paga-
mentos devidos ocorrerá ape- 09. Entidade pertencente ao
nas após o desconto da garantia, Sistema S questiona: é possível
em caso de insuficiência desta. fazer acréscimo contratual para
Inobstante o teor do texto legal, aumentar a quantidade do obje-
apresentando um posicionamen-
to a ser entregue quando o prazo
to mais flexível, assim se pronun-
contratual de entrega dos equi-
cia Marçal JUSTEN FILHO: “... o
pamentos já está encerrado e
valor da multa será compensado
com os créditos que o particular os equipamentos constantes do
tiver a receber. Se insuficientes contrato já foram entregues, es-
esses créditos, a Administração tando em vigor, contudo, os pra-
poderá recorrer à garantia e pro- zos de garantia e suporte técnico
mover a cobrança judicial, nos dos equipamentos e, por isso,
termos aludidos no comentário também a vigência contratual?
ao art. 80, inc. III.” 5
Cumpre consignar que tendo
Isto posto, em resumo, pontuam- sido extinto o prazo de vigência
se as seguintes considerações: do contrato ao qual se alude na
a) O bloqueio dos créditos devi- presente consulta, não haverá
dos ao Contratado dependerá da possibilidade de efetuar alte-
concessão ou não de efeito sus- ração no mesmo, seja quantita-
pensivo ao recurso interposto; tiva ou qualitativa, nos termos
pretendidos, com base no que
b) Em contratos em que tenha dispõe o art. 65 da Lei 8.666/93,
sido requisitada a prestação de citado apenas a título referencial.
garantia, pelo particular, o va-
lor correspondente à multa será Com efeito, o período de valida-
de do correspondente contrato,
5 Ibidem, p. 1.137. para fins de realização de adita-
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vez que esse direito, de acordo objeto tem prazo de vigência
com o que preceitua o art. 69, e próprio e desvinculado daquele
o §2º, do art. 73, todos da Lei nº fixado no contrato, permitindo
8.666/93, perdura após a execu- eventual aplicação de penalida-
ção do objeto do contrato. des em caso de descumprimen-
8.3. esclarecer ao IPqM que, nas to de alguma de suas condições,
hipóteses em que for aplicável mesmo depois de expirada a vi-
a Lei 8.078/90, poderá exigir do gência contratual" (sem grifos no
contratado, termo de garantia em original).
separado, segundo o disposto no
art. 50 e parágrafo único, da men-
cionada lei; e”2 (Sem grifos no ori-
ginal).
Em outra ocasião, a Colenda Cor- 10. É correto utilizarmos o limi-
te de Contas ratificou seu enten- te de valor estabelecido na Lei
dimento. Vede excertos do Acór- 8.666/93 para formalizar os aditi-
dão 1.789/05 – Primeira Câmara:
vos de valor nos contratos decor-
Acórdão: (...) rentes de contratação realizada
1.Determinar à Diretoria do Foro da com base no Decreto 8.241/14
Seção Judiciária do Ceará que: (...) ou será de conveniência da Fun-
1.8. atente para o cumprimento dação estabelecer tais limites?
do art. 57 c/c o art. 69, §2º do art.
Primeiramente, cumpre salientar
73, da Lei nº 8666/93 que trata do
prazo de duração dos contratos, no que o Decreto Federal 8.241/14
qual não deve ser incluído o perí- regulamenta o art. 3º da Lei
odo de vigência da garantia, uma 8.958/94, para dispor sobre a
vez que esse direito perdura após aquisição de bens e a contrata-
a execução do objeto do contrato ção de obras e serviços pelas fun-
(Decisão TCU nº 202/2002 - Primei-
dações de apoio. Assim dispõe o
ra Câmara).3
art. 1º da Lei 8.958/94:
Demais disso, cumpre mencio-
As Instituições Federais de Ensino
nar entendimento, também, da
Superior - IFES e as demais Insti-
Advocacia Geral da União (AGU), tuições Científicas e Tecnológicas -
cuja citação se faz a título mera- ICTs, de que trata a Lei nº 10.973,
mente referencial, por não vin- de 2 de dezembro de 2004, pode-
cular a Entidade Consulente, na rão celebrar convênios e contratos,
Orientação Normativa 51/14: "a nos termos do inciso XIII do caput
garantia legal ou contratual do do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, por prazo determi-
2 TCU. Decisão 202/02. Órgão Julgador: Pri- nado, com fundações instituídas
meira Câmara. Relator: Ministro Walton com a finalidade de apoiar proje-
Alencar Rodrigues. DOU 22/05/02. tos de ensino, pesquisa, extensão,
3 TCU. Acórdão 1.789/05. Órgão Julgador:
desenvolvimento institucional,
Primeira Câmara. Relator: Ministro Marcos científico e tecnológico e estímulo
Bemquerer Costa. DOU 30/08/05. à inovação, inclusive na gestão ad-
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Respostas Objetivas
COMO CITAR
ESTA FONTE: Notas:
CONSULTORIA
NEGÓCIOS
PÚBLICOS. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG/SLTI) dis-
Respostas Objetivas. ponibiliza em seu sítio oficial uma cartilha contendo o Plano de Geren-
LICICON – Revista ciamento de Resíduos Sólidos como instrumento de responsabilidade
de Licitações e
Contratos. Instituto Socioambiental na Administração Pública.1
Negócios Públicos:
Curitiba, PR, ano
1 Confira acessando o site: <https://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/carti-
VII, n.84, p.43-66,
dezembro 2014. lhas/cartilha_pgrs_mma.pdf.>
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edital
comentado
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Edital Comentado
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a demanda da XXXXX – XXXXX,
Edital Comentado
XXXXX, conforme condições,
Comentários da
quantidades e exigências estabe- Consultoria:
lecidas neste instrumento e seus
anexos: O presente edital, tomado ape-
1.2. A especificação completa do nas para fins de estudos, foi
objeto de impugnação e ques-
objeto está descrita no Anexo I
tionamento, à época, quanto à
deste instrumento.
adequabilidade da modalidade
(...) escolhida (Pregão) e a classifica-
8. DO CRITÉRIO DE JULGAMEN- ção do objeto como “comum”.
TO, DISPUTA E ACEITABILIDADE Houve, então, a impugnação
DAS PROPOSTAS do mesmo por parte de licitan-
te que considerava inadequada
8.1. No julgamento das propos-
a modalidade adotada para a
tas será adotado o critério de aquisição do objeto descrito no
MENOR PREÇO POR ITEM, aten- edital.
didas as condições estabelecidas Sobre a utilização da modalida-
neste Pregão. de Pregão, importa relembrar
(...) que sua escolha derivará de
TERMO DE REFERÊNCIA um obrigatório exercício do ad-
ministrador - o de identificar e
1. DO OBJETO
enquadrar o objeto a ser licita-
1.1. Registro de Preços para aqui- do às características do bem ou
sição de veículos especiais equi- serviço considerado “comum”.
pados com escâneres (geradores Isto é, deverá o agente respon-
de imagens), para uso em ativi- sável apurar a configuração
dades de policiamento nas ope- de tal característica com o fim
rações de fiscalização de veículos de avaliar a aplicabilidade do
e cargas, de modo não intrusivo, Pregão como modalidade lici-
tatória apta ao certame. Para
através de processo de visualiza-
tal desempenho poderá o res-
ção do seu interior, atendendo
ponsável solicitar a ajuda e co-
a demanda da XXXXX – XXXXX, laboração do setor requisitante
XXXXX XXXXX XXXXX, conforme do objeto a ser licitado, o qual
condições, quantidades e exigên- detém conhecimento mais deta-
cias estabelecidas neste instru- lhado sobre o mesmo.
mento: Marçal JUSTEN FILHO bem es-
1.2. A especificação completa do clarece que:
objeto está descrita no Anexo I O ponto de partida reside
deste instrumento. em reconhecer que a Lei nº
1.3. Estimativas de consumo indi- 10.520 não instituiu compe-
vidualizadas, para o órgão geren- tência discricionária para a
determinação das hipóteses
ciador e órgãos Participantes: (...)
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Edital Comentado
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Edital Comentado
guintes comentários formulados no edital.4 Em outras palavras,
pela doutrina. considera Fernanda MARINELA
Marçal JUSTEN FILHO afirma que “podem ser adquiridos, por
que ”...a interpretação do con- meio de pregão, os bens e ser-
viços comuns cujos padrões de
ceito de ‘bem ou serviço co-
desempenho e qualidade sejam
mum’ deve fazer-se em função
objetivamente definidos em edi-
das exigências do interesse pú-
tal, por meio de especificações
blico e das peculiaridades pro-
usuais de mercado. Por exem-
cedimentais do próprio pregão. plo, incluem-se, nessa categoria,
A natureza do pregão deve ser as peças de reposição de equi-
considerada para determinar pamentos, mobiliário padroni-
o próprio conceito de ‘bem ou zado, combustíveis, material de
serviço comum’.2 escritório e serviços, tais como:
Jessé Torres PEREIRA JUNIOR limpeza, vigilância, conserva-
esclarece que “...o objeto pode ção, seguro-saúde, locação,
portar complexidade técnica manutenção de equipamentos,
e ainda assim ser ‘comum’, no agenciamento de viagem, vale-
sentido de que essa técnica é refeição, bens e serviços de
perfeitamente conhecida, do- transporte e outros.”5
minada e oferecida pelo merca- Acrescenta, ainda, Armando
do. Sendo tal técnica bastante Moutinho PERIN que “...somen-
para atender as necessidades te poderão ser classificados
da Administração, a modalidade como ‘comuns’ os bens e servi-
pregão é cabível a despeito da ços de fácil identificação e des-
crição, cuja caracterização tenha
maior sofisticação do objeto.”3
condições de ser feita mediante
Para Sidney BITTENCOURT, os a utilização de especificações
bens e serviços comuns são gerais, de conhecimento públi-
aqueles corriqueiros no dia a co, sem prejuízo da qualidade do
dia da Administração e que não que se pretende comprar.“6
exigem maiores detalhamentos
e especificações, sem embargo 4 BITENCOURT, Sidney. Pregão Eletrônico.
da necessidade de existirem pa- 3. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2010. p.
39.
drões razoáveis de desempenho
e qualidade a serem definidos 5 MARINELA, Fernanda. Direito Adminis-
trativo. 4. ed. Niterói: Impetus, 2010. p.
2 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à 351.
Legislação do Pregão Comum e Eletrô-
nico. São Paulo: Dialética, 2001. p. 20. 6 PERIN, Armando Moutinho. Pregão:
breves considerações sobre a nova
3 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Comen- modalidade de licitação, na forma pre-
tários à Lei de Licitações e Contratações sencial. In Interesse Público, a. 5, n. 18,
da Administração Pública. 6. ed. Rio de mar./abr. 2003. Porto Alegre: Notadez,
Janeiro: Renovar, 2003. p. 1006. 2003, p. 174.
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Edital Comentado
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serviço é de caráter especí- depende da sofisticação ou de-
fico, dependendo de deter- senvolvimento tecnológico do
minadas variantes para sua bem ou serviço, e será o mer-
adequabilidade e execução, cado quem ditará a linguagem
não pode estar disponível no definidora de certos padrões de
mercado, pois essa disponibi- desempenho ou qualidades ne-
lidade pressupõe a oferta em cessários à classificação do “ser-
larga escala, e não somente viço comum” que se pretende
para determinado grupo ou contratar por Pregão.
pessoa.
Porém, se existir necessidade
Nada obstante se reconheça de maiores averiguações acerca
ampla possibilidade de aplica- da capacidade técnica dos lici-
ção da doutrina do professor tantes, diante de peculiaridades
Marçal Justen Filho, entende- do objeto, haverá indicativo de
se que a análise específica do que o mesmo não deverá ser
caso concreto é indispensável considerado comum para os fins
7
(destaques do autor). da Lei 10.520/02. Nesse caso,
Em resumo, pode-se dizer que será necessário avaliar e julgar
a definição de “comum” não a técnica dos licitantes (via lici-
tação do tipo “melhor técnica”
7 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Con- ou “técnica e preço”), restando
tratação de Obras e Serviços de Enge-
afastada a modalidade Pregão
nharia pela Modalidade Pregão. In O
Pregoeiro, ano IV, Curitiba, abril/2008,
por conta de a mesma limitar o
p. 07. julgamento apenas ao preço.
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Jurisprudência
Comentada
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os demais Ministérios. Inicialmente, os serviços de locação de veículos
houve a solicitação de abertura de necessários, onde quer que seja,
processo licitatório, na modalidade dentro do padrão estabelecido pela
concorrência, para a contratação de Unidade quanto aos carros e aos
serviços de locação de veículos de motoristas, com cadastro regular no
pequeno, médio e grande portes, SICAF e a preços compatíveis com o
nas cidades de Brasília, São Paulo, mercado. Este padrão reflete, tam-
Rio de Janeiro, Manaus, Porto Ale- bém, aquele dos países estrangeiros
gre, Foz do Iguaçu, Salvador e Recife. anfitriões do Presidente da Repúbli-
No entanto, por sugestão da Consul- ca e de outras autoridades brasilei-
toria Jurídica, no Despacho ao Me- ras.
morando CPL/018/97, de 11.03.97, Ademais, conforme levantamento
o objeto da licitação passou a ser efetuado nos processos de paga-
serviços de locação de veículos de mento de despesas com locação de
pequeno, médio e grande porte, em veículos no primeiro semestre de
todas as capitais brasileiras. 1997, anteriormente à assinatura do
"Muito embora a grande maioria Contrato nº 02/97, pode-se verificar
dos eventos organizados pelo Ceri- que os preços praticados por outras
monial se concentre na capital do locadoras que não a Locadora Brasal
País, Brasília, alguns eventos tam- Ltda., fora de Brasília, encontravam-
bém ocorrem em outras cidades de -se acima dos valores da propos-
acordo com a programação de visi- ta vencedora da Concorrência nº
tas de autoridades estrangeiras ao 01/97. Em face do exposto, consta-
Brasil. (...) ta-se que, ao invés de obter preços
A programação de eventos orga- mais caros do que os que vinham
nizados pelo Cerimonial apresenta sendo praticados, o Cerimonial op-
como característica específica a re- tou por solução que se configurou
duzida previsibilidade, depende de mais vantajosa para a Administra-
variáveis exógenas sobre as quais a ção Pública.
Unidade tem pouco controle (datas No que tange ao critério de menor
das visitas, dimensão e composição preço global, cumpre observar que
das delegações), podendo ocorrer o artigo 15 da Lei nº 8.666/93 não
visitas em qualquer localidade do impõe incondicionalmente o parce-
País desde que consideradas rele- lamento, apenas estabelece que 'As
vantes na agenda da autoridade es- compras, sempre que possível, de-
trangeira visitante. Cumpre destacar verão:' [grifo do original].
visitas a algumas cidades inusitadas, Por outro lado, é inegável que a lici-
tais como Rolândia e Carambeí, no tação tinha uma dimensão de servi-
Paraná. ço. Ainda que o artigo 8º, §1º, da Lei
A exigüidade de tempo disponível nº 8.666/93 estivesse em vigor, veri-
para o equacionamento da ope- ficar-se-ia que a subdivisão em par-
racionalização de cada um desses celas seria técnica e economicamen-
eventos não permite ao Cerimonial te inviável. A hipótese de divisão, no
deixar de contar com a garantia de referido artigo, foi porém suprimida
se dispor de empresa apta a prestar pela Lei nº 8.883, de 08.06.94".
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JUSTIFICATIVA: "O encaminhamen- d) OCORRÊNCIA: Pagamento con-
to dos procedimentos licitatórios no tinuado de faturas de prestação de
âmbito do Ministério das Relações serviços de locação de automóveis
Exteriores, incluindo a elaboração sem que esteja presente a compe-
de editais de licitação bem como tente confirmação do responsável
de minutas dos correspondentes pela fiscalização do contrato, cons-
contratos, constitui competência da tando apenas o seu visto em notas
Comissão Permanente de Licitação fiscais, que, no mais das vezes, en-
(CPL) do MRE, vinculada à Divisão de globam serviços prestados em vá-
Serviços Gerais do Departamento rios dias e anotados nos documen-
de Administração", sendo que tanto tos 'Extratos para Conferência de
os editais quanto as minutas de con- Contratos', de emissão da própria
trato são devidamente analisadas empresa contratada, onde sequer
pela Consultoria Jurídica do Minis- consta quem eram os usuários do
tério, antes da publicação dos avisos serviço.
de licitação e após o julgamento e
JUSTIFICATIVA: Foram designados,
homologação dos processos licita-
mediante portarias publicadas em
tórios.
Boletins de Serviço do MRE, três res-
"Estes procedimentos foram devi- ponsáveis pela fiscalização do Con-
damente observados nos contratos trato nº 02/97.
questionados pela auditoria do Tri-
bunal de Contas. (...) "Tais designações foram necessá-
rias considerando a especificidade
Cumpre observar, entretanto, a di- do quadro de pessoal do Itamaraty,
ficuldade existente quanto à previ-
que apresenta rotatividade acentu-
são de quantitativos físicos para os
ada em função da remoção de seus
serviços de locação de veículos, con-
servidores para servir nos Postos no
fecção de impressos, confecção de
Exterior. Convém observar, ainda,
arranjos florais e hospedagem. Tal
que a natureza das atividades do
deve-se ao dinamismo e imprevisibi-
Cerimonial inclui deslocamentos e
lidade das agendas de Visitas de Es-
ausências freqüentes e, por vezes,
tado, Oficiais e de Trabalho, realiza-
prolongadas de seus funcionários.
das tanto por nossos Presidente da
República e Ministro de Estado das Os serviços de locação de veículos
Relações Exteriores quanto por seus objeto do Contrato nº 02/97 são so-
homólogos estrangeiros ao Brasil". licitados à empresa Locadora Brasal
ANÁLISE: A dificuldade levantada Ltda. pelos diplomatas da Subchefia
pelo responsável é procedente. No do Cerimonial encarregados da or-
entanto, o Tribunal pode determi- ganização de cada evento. Durante
nar que, "nos futuros contratos, seja a prestação dos serviços também
incluída cláusula contratual com os existe um diplomata encarregado
preços dos itens a serem forneci- do acompanhamento de cada even-
dos, ou, ainda, sejam esses preços to".
vinculados, em cláusula contratual, Os documentos apresentados pela
à proposta declarada vencedora no empresa contratada "são rigorosa-
processo licitatório". mente conferidos pelos encarrega-
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a 100 km/dia na locação de auto- anexados também os comprovan-
móveis, a despeito de acordado, no tes de pagamento efetuados pela
Contrato nº 02/97, que a quilome- Locadora Brasal Ltda., nos valores
tragem seria livre. de R$26.522,43, relativos aos exer-
JUSTIFICATIVA: "Constatou-se que cícios de 1997 e de 1998, deposi-
a empresa apresentou Notas Fiscais tado em favor da Conta Única do
com cobrança irregular de quilome- Tesouro Nacional, e de R$13.549,47,
tragem excedente, o que não foi relativos ao exercício de 1999, rein-
devidamente constatado na época corporado ao Programa de Trabalho
e as faturas foram pagas com tais 12.072.0410.2061.0001 - Manuten-
incorreções. Deste modo, esta Uni- ção do Cerimonial].
dade Gestora efetuou pagamento ANÁLISE: Diante do reconhecimen-
de parcela não devida referente a to expresso da irregularidade e do
quilometragem extra, no montante ressarcimento do prejuízo aos co-
de R$ 41.599,58 (quarenta e um mil, fres públicos, considera-se sanada a
quinhentos e noventa e nove reais e ocorrência apontada.
cinqüenta e oito centavos). Tais valo- f) OCORRÊNCIA: Realização das
res estarão sendo devidamente res- Concorrências nºs 06/97 e 01/98 e
sarcidos à União pela empresa, con- celebração do Contrato nº 03/98
forme determina a legislação e de com o objetivo explícito de, por in-
acordo com correspondências entre termédio de interposta pessoa - a
as partes envolvidas (Anexo 19). empresa contratada -, tornar pos-
O elevado número de eventos que sível a contratação de hospedagem
ocorrem no âmbito do Cerimonial, em qualquer hotel, independente-
muitas vezes simultaneamente, mente de sua regularização junto
o grande número de veículos in- ao SICAF.
tegrando cada cortejo, aliados ao JUSTIFICATIVA: "O Cerimonial, por
excesso de minúcias dos relatórios cortesia e tendo em vista a praxe
apresentados pela Contratada, têm internacional, tem dado ao visitan-
dificultado a tempestiva identifica- te liberdade de selecionar os hotéis
ção de falhas. em que deseja hospedar-se, sempre
Nesse sentido, a auditoria do Tribu- tomando-se em conta a opinião dos
nal de Contas constituiu-se em ins- órgãos competentes brasileiros re-
trumento de suma importância para lativamente ao risco à segurança.
nortear revisão dos procedimentos A este aspecto, soma-se a preocu-
internos desta Unidade Gestora no pação com que os preços para uma
acompanhamento dos contratos determinada categoria de estabe-
existentes". lecimento de hospedagem estejam
[Posteriormente¸ foi juntada docu- dentro da faixa que se pratica no
mentação contendo novo estudo mercado".
sobre o pagamento indevido de Com vistas a buscar uma solução
quilometragem extra, em que foi que permitisse a manutenção da fle-
corrigido o valor total desses paga- xibilidade necessária para a garantia
mentos para R$ 40.071,90. Foram da hospedagem de visitantes es-
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Dessa forma, as razões de justificati- Assim, solicitou parecer da Con-
va apresentadas não elidiram a res- sultoria Jurídica do MRE acerca da
ponsabilidade do Sr. Frederico Cézar possibilidade de contratação direta
de Araújo, devendo o Tribunal, com emergencial de tais serviços, com
base no parágrafo único do art. 43 base no art. 24, inciso IV, da Lei nº
da Lei nº 8.443/92, aplicar-lhe a mul- 8.666/93, que, em conseqüência,
ta prevista nos incisos II e III do art. orientou a Unidade a formular con-
58 da mesma Lei. sulta às oito empresas que haviam
g) OCORRÊNCIA: Contratação de retirado cópia do Edital da Concor-
empresa, Contrato nº 01/98, por rência nº 06/97, a qual foi efetuada.
dispensa de licitação lastreada em No entanto, somente a agência Voe-
caráter emergencial, não estando tur Turismo e Representações Ltda.
presentes os elementos caracteri- compareceu à reunião de recebi-
zadores da pleiteada emergência. mento e abertura, razão pela qual
Além disso, a referida contratação foi considerada vencedora, confor-
teve o objetivo explícito de, por in- me a Ata da Sessão (Anexo 30).
termédio de interposta pessoa - a "Na seqüência, em 15.01.98, foi
empresa contratada -, tornar pos- assinado o Contrato nº 01/98 com
sível a contratação de hospedagem a empresa Voetur Turismo e Re-
em qualquer hotel, independente- presentações Ltda., no valor de R$
mente de sua regularização junto ao 417.250,00 (quatrocentos e dezesse-
SICAF. te mil e duzentos e cinqüenta reais),
JUSTIFICATIVA: Como não compa- conforme extrato publicado no DOU
receram agências de turismo inte- em 20.01.98, com vigência de 180
ressadas na Concorrência nº 06/97, dias, improrrogáveis".
anteriormente mencionada, o Ce-
ANÁLISE: Não há comentários adi-
rimonial, considerando os prazos
cionais quanto ao fato de interposi-
legais que começariam a ser nova-
ção de empresa de turismo para a
mente contados para o novo pro-
contratação de hotéis, uma vez que
cedimento licitatório (Concorrência
não foi trazido nenhum elemento
nº 01/98), e "tendo em vista que a
novo às razões de justificativa apre-
programação de visitas de autori-
sentadas para a ocorrência mencio-
dades estrangeiras ao Brasil e pelo
Ministro de Estado das Relações Ex- nada na alínea f, que trata do mes-
teriores não teria condições de ser mo assunto.
interrompida", necessitaria tomar Quanto à emergência, lastrea-
uma decisão que permitisse a con- da no inciso IV do art. 24 da Lei nº
tinuidade de suas atividades, "em 8.666/93, o Tribunal pode aceitar
especial no tocante aos serviços de as razões de justificativa apresen-
hospedagem de comitivas de outros tadas, "pois mesmo que não esteja
países - como era o caso do Primei- caracterizada a emergência, restou
ro-Ministro do Canadá, que havia demonstrado que poder-se-ia, com
programado visita a nosso País ain- o mesmo objetivo, ter sido utili-
da para o mês de Janeiro/98, dentre zado o inciso V do art. 24 da Lei nº
outras". 8.666/93".
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O responsável confirma que efeti- i) OCORRÊNCIA: Aceitação, como
vamente é o Cerimonial que efetua garantia no Contrato n° 03/98, de
todos os procedimentos necessários cessão de direitos de Títulos da Dí-
à contratação de hotéis, objeto dos vida Agrária - TDA, pelo seu valor de
Contratos nº 01/98 e nº 03/98, ce- face. Esses títulos são sabidamente
lebrados com a empresa Voetur Tu- comercializados com deságio e o
rismo, salientando a impossibilidade seu resgate, ante eventual inadim-
de delegação de tais responsabilida- plemento contratual por parte da
des àquela empresa de turismo. contratada, pode não ser imediato
"Cabe então a seguinte indagação: e oferecer riscos para o contratante.
se não é possível delegar as res- JUSTIFICATIVA: "Essa modalidade de
ponsabilidades que são objeto dos garantia não havia sido, até então,
referidos contratos, por que então apresentada como lastro de contra-
eles foram firmados? Qual é o ver- tos anteriores, mas, como previsto
dadeiro fundamento da contratação no artigo 56 da Lei nº 8.666/93 e no
de empresa de Turismo? A resposta, Edital de Licitação, depreende-se
conforme admitido pelo Sr. Chefe do que constitui alternativa legítima e
Cerimonial no Memorando C/714/ legal, factível de utilização".
AEFI, de 27/10/97 (fls. 208/209 do ANÁLISE: "A Voetur ofertara, na sua
Volume I) e já comentado anterior- proposta, a garantia na modalidade
mente, é que 'a contratação de ho- fiança bancária, a qual foi substitu-
téis por interposta pessoa nos dá ída, com autorização do Sr. chefe
a garantia de que seja possível a do Cerimonial, por Títulos da Dívida
eleição de qualquer hotel, indepen- Agrária TDA.
dentemente de estar ou não regular Os TDA, conforme frisado no Rela-
junto ao Sicaf'". tório de Auditoria, são considerados
Quanto à questionada antieconomi- 'moeda podre' no mercado de capi-
cidade dos mencionados contratos, tais, sendo normalmente comercia-
"ainda que a Voetur não adicione lizados com grande deságio. Dessa
nenhum valor às faturas dos hotéis, forma, a garantia prestada por eles,
alguma retribuição financeira ela considerando-se o valor de face
deve receber, e isso não foi esclare- dos títulos, pode não ser suficiente
cido pelo Sr. Chefe do Cerimonial". para ressarcir o erário por prejuízos
Assim, as justificativas apresenta- decorrentes de eventuais inadim-
das, além de se mostrarem insufi- plementos contratuais causados
cientes, reforçam o entendimento pela contratada.
de que aquelas oferecidas para as Acrescente-se que os títulos em
ocorrências tratadas nas alíneas f e questão não foram dados em cau-
g igualmente o são, razão pela qual ção e não estão em poder do Ceri-
propõe-se, com base no parágrafo monial. Segundo a documentação
único do art. 43 da Lei nº 8.443/92, levantada na auditoria, foi apenas
a aplicação ao responsável da multa emitida a cessão de direitos (fls.
prevista nos incisos II e III do art. 58 294/299 do Volume I). A proprie-
da mesma Lei. dade desses títulos foi comprovada
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signou em seu item 17 que arcaria presa licitante. O próprio responsá-
com todos os tributos incidentes so- vel, nas razões de justificativa apre-
bre as atividades da Voetur Turismo sentadas para a ocorrência da alínea
e Representações Ltda. e não dos h, informa que 'a Voetur não adicio-
estabelecimentos hoteleiros (Anexo na quaisquer valores às faturas dos
42). Tal compromisso tem sido hon- estabelecimentos hoteleiros'.
rado pela empresa no decorrer da O art. 25 e seu inciso II, do Regula-
vigência do Contrato nº 03/98, de mento dos Meios de Hospedagem e
forma que os valores apresentados Turismo, dizem o seguinte:
pelos hotéis são absolutamente os
'Art. 25 - O meio de hospedagem de-
mesmos faturados pela Voetur, sem
verá incluir nos impressos distribuí-
quaisquer acréscimos. (...)
dos, ou nos meios de divulgação uti-
Quanto aos procedimentos opera- lizados, ainda que de forma sintética
cionais adotados, cumpre esclarecer e resumida, todos os compromissos
que a Subchefia do Cerimonial envia recíprocos entre o estabelecimento
fac-simile aos hotéis para reserva. e o hóspede, especialmente em re-
Após o recebimento de confirmação lação a:
de reserva dos hotéis, é encaminha- (...)
do Mini-memorandum ao Ordena-
dor de Despesas, por delegação de II- importâncias ou porcentagens
competência, desta Unidade Gesto- que possam ser debitadas à conta
ra, autorizando os serviços de hos- do hóspede, inclusive, quando apli-
pedagem. cável, o adicional de serviço para
distribuição aos empregados;'
Em vista do que precede, os paga-
mentos efetuados no âmbito do Objetivamente, o instrumento le-
Contrato nº 03/98, correspondentes gal invocado pelo responsável para
aos serviços de hospedagem fatura- justificar a pretensa legalidade do
dos pelos hotéis com taxa de serviço pagamento da taxa de 10% sobre
de 10%, estão devidamente ampa- o valor da diária, na verdade proíbe
essa cobrança por parte dos hotéis,
rados pelos instrumentos anterior-
a menos que efetivamente divulga-
mente citados".
do antes da contratação, o que de
ANÁLISE: "Relativamente a impos- fato não ocorreu, uma vez que não
tos e taxas, o item 17 da proposta da constava da proposta comercial da
Voetur diz o seguinte: 'Declaramos empresa Voetur.
que todos os impostos, taxas, segu-
Já o item 3.7 do Anexo I - Projeto Bá-
ros e encargos sociais e trabalhistas
sico, diz o seguinte:
estão inclusos na nossa proposta'.
'III-DAS OBRIGAÇÕES DA LICITANTE
Não é possível imaginar que esses
VENCEDORA
impostos, taxas, seguros e encargos
sociais e trabalhistas sejam inciden- (...)
tes sobre as atividades da Voetur, 3.7 - Apresentar, juntamente com as
vez que a proposta inclui, exclusiva- faturas, as notas fiscais de serviços
mente, valores de diárias dos hotéis relativos às diárias dos hotéis agru-
e não de eventuais despesas da em- pados por eventos e, quando for o
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des do mercado, conforme deter- Durante as visitas de vistoria dos
mina o inciso IV do art. 15 da Lei nº itens do edital junto ao Cerimonial,
8.666/93. alguns representantes das gráficas
JUSTIFICATIVA: O objeto da contra- comentaram a complexidade dos
tação era a prestação de serviços impressos e o inadequado apare-
gráficos para o Cerimonial, impres- lhamento de suas empresas para
sos esses "que exigem um altíssimo produzi-los".
padrão de qualidade, em nível inter- Apenas três empresas comparece-
nacional, com utilização de papéis ram à Sessão de Abertura da Toma-
especiais, (...), com impressão em da de Preços nº 08/97, sendo que
alto relevo americano e as Armas uma delas não pôde participar do
da República em alto relevo fran- certame por não estar em dia com
cês ouro e em alto relevo seco. Tais o SICAF, sagrando-se vencedora a
especificações não são usuais para Relevo Gráfica Rafaela Ltda. por ter
todo o parque gráfico local, que está cotado todos os itens do Anexo I.
mais voltado para trabalhos gráficos "O reduzido número de participan-
de maior simplicidade, não dispon- tes da abertura da tomada de pre-
do, na sua maioria, de equipamen- ços pareceu confirmar que a relação
tos adequados para o atendimento de impressos do Cerimonial não se-
das especificações do Cerimonial. ria de fácil confecção por todas as 32
(...) empresas inicialmente interessadas.
Empresas distintas poderiam pro- (...)
duzir um mesmo símbolo, como por O artigo 15 da Lei nº 8.666/93 não
exemplo as Armas da República, em impõe incondicionalmente o par-
alto relevo francês ouro, em tons celamento, apenas estabelece que
dourados e/ou espessura de traços 'As compras, sempre que possível,
diferentes. Isto levaria a que, num deverão:'
mesmo jantar, o convite, a capa do Por outro lado, é inegável que a lici-
discurso e a capa do menu tivessem tação tinha uma dimensão prepon-
cada um Armas da República dife- derantemente de serviço. Ainda que
rentes entre si". o artigo 8º, §1º, da Lei nº 8.666/93
A CPL elaborou, então, o respectivo estivesse em vigor, verificar-se-ia
edital de licitação e o enviou à Con- que a subdivisão em parcelas seria
sultoria Jurídica, que apresentou técnica e economicamente inviável.
diversos comentários sobre alguns A hipótese de divisão, no referido
aspectos específicos do Edital e da artigo, foi porém suprimida pela Lei
Minuta de Contrato, mas não sobre nº 8.883, de 08.06.94".
o critério de julgamento pelo menor ANÁLISE: As razões de justificativa
preço global. apresentadas reforçam a tese de
"Confirmando a boa divulgação do que o critério de julgamento empre-
processo licitatório, trinta e duas gado restringiu o caráter competiti-
empresas retiraram cópia do Edital vo do certame, com possíveis refle-
junto à Comissão Permanente de Li- xos negativos na economicidade da
citação. contratação.
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A Tomada de Preços nº 15/97 foi objeto da licitação como sendo o
vencida pela empresa Flores da Al- fornecimento de arranjos florais em
vorada Ltda., com a qual foi firmado todas as capitais do território na-
o Contrato nº 04/97 em 29/08/97, cional, quando era sabido que esse
com vigência de dois anos, no valor fornecimento dificilmente seria so-
de R$ 400.000,00. licitado fora de Brasília, e pela utili-
ANÁLISE: "As contratações por dis- zação, no julgamento das propostas,
pensa de licitação foram realizadas do critério do menor preço global, o
com a mesma empresa que ven- que impedia a divisão do objeto da
ceu a licitação, a Flores da Alvorada licitação em parcelas visando apro-
Ltda., histórica fornecedora do Ce- veitar as peculiaridades do merca-
rimonial, sendo que as outras duas do, conforme determina o inciso IV
do art. 15 da Lei nº 8.666/93.
empresas consultadas para cotar os
preços foram sempre as mesmas: JUSTIFICATIVA: "Muito embora a
a Tropicália Flores e Decorações e grande maioria dos eventos organi-
a Flores Belly. Essas duas floricultu- zados pelo Cerimonial se concentre
ras, a despeito de nunca venderem na capital do País, Brasília, alguns
ao Cerimonial um buquê sequer, deles também ocorrem nas demais
sempre apresentaram suas cota- capitais das Unidades da Federação,
ções com preços superiores aos de acordo com a programação das
ofertados pela Flores da Alvorada", visitas de autoridades estrangeiras
indicando inclusive forte indício de ao Brasil. (...)
conluio. A programação de eventos organi-
Quanto à justificativa do responsá- zados pelo Cerimonial é imprevisí-
vel, depende de variáveis não-con-
vel para o fato de não ter realizado
troláveis, além da intempestividade
licitações na modalidade de convi-
das definições, podendo ocorrer
te, "há que se considerar que mui-
visitas em qualquer ponto do País
to menos são legais as sucessivas
desde que consideradas relevantes
contratações por dispensa de licita-
na agenda da autoridade estrangei-
ção com o mesmo objetivo lastrea-
ra visitante, ou seja, de interesse na-
das no inciso II do art. 24 da Lei nº
cional. (...)
8.666/93, que caracterizam o fracio-
namento da despesa em detrimento Como é do interesse geral, o mer-
do devido processo licitatório". cado de flores apresenta como ca-
racterística bastante peculiar o fato
Assim, as justificativas apresentadas de trabalhar, há muito tempo, com
não elidem as irregularidades, razão sistema de interação espacial, de
pela qual propõe-se, com base no forma a permitir que consumidores
parágrafo único do art. 43 da Lei nº de uma determinada cidade possam
8.443/92, que o Tribunal aplique ao escolher as flores que gostariam que
responsável a multa prevista nos in- fossem entregues em uma outra ci-
cisos II e III do art. 58 da mesma Lei. dade, inclusive no plano internacio-
p) OCORRÊNCIA: Restrição do ca- nal. Nesse sentido, as floriculturas
ráter competitivo da Tomada de estão interligadas em redes de com-
Preços nº 15/97, pela definição do plementaridade de serviços".
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tocante a presentes a serem confec- de fornecedor, uma vez que, pela
cionados pelo Grupo GAL, e a con- prática comercial, o 'produtor' é que
seqüente solicitação de parecer à oferece o melhor preço".
Consultoria Jurídica quanto à admis- ANÁLISE: "Mesmo partindo-se do
sibilidade de que a Unidade pudesse pressuposto da conveniência da
contratar a empresa corresponden- aquisição de objetos confecciona-
te, com base no inciso III do art. 25 dos com pedras brasileiras combina-
da Lei nº 8.666/93. dos com prata, não foi apresentado
"A Consultoria Jurídica tem-se mani- nenhum documento que comprove
festado favoravelmente a tais solici- ou que indique ser a ME Adriana
tações, considerando que se incluem de Benedictis Marinoni a única for-
as aquisições pretendidas dentro do necedora capacitada. Da mesma
que a doutrina denominou 'serviços forma que foram apresentados re-
de atividade singular' e consideran- cortes de jornais com notas sobre
do que a singularidade, nos casos exposições e críticas positivas sobre
em tela, se revela por ser produção essa artista, poderiam ser apresen-
artística que se define pelo cunho tados sobre vários outros.
pessoal ou coletivo expressado em
Consultando o SIAFI, não foi encon-
características artísticas.
trada nenhuma aquisição, durante
Cabe ressaltar que os preços apre- os exercícios de 1997, 1998 e 1999,
sentados pela empresa na época junto às empresas citadas nas razões
encontravam-se dentro dos valo- de justificativa, ou seja, H. Stern Co-
res praticados pelo mercado para a mércio e Indústria, Pedras Nativas
venda de peças artísticas em pedras Comércio de Pedras Ltda., Gemas da
brasileiras e prata com característi- Terra, ou de qualquer outra empre-
cas semelhantes, conforme deter- sa ou artista que forneça objetos da
mina o inciso III do artigo 26 da Lei mesma natureza.
nº 8.666/93.(...)
Não foram apresentados documen-
O Itamaraty, ao presentear autori- tos ou informações objetivas que
dades estrangeiras, procura sempre justifiquem os preços praticados nas
divulgar a arte brasileira em suas compras em comento".
diferentes formas e manifesta-
ções. Nesse sentido, e com aquela Dessa forma, as razões de justifi-
finalidade, adquirem-se pinturas, cativa apresentadas não elidem as
tapeçaria, tecidos, livros de arte, li- irregularidades apontadas, motivo
vros antigos, pedras semipreciosas, pelo qual propõe-se, com base no
metais nobres, etc. Dentro de cada parágrafo único do art. 43 da Lei nº
segmento, procura o Cerimonial 8.443/92, que o Tribunal aplique ao
selecionar na conjuntura um artis- responsável a multa prevista nos in-
ta mais representativo. Por isso, a cisos II e III do art. 58 da mesma Lei.
aquisição de objetos de pedras e RESPONSÁVEIS: Juliano Feres Nasci-
prata de Adriana de Benedictis Ma- mento, Carlos José Areias Moreno
rinoni ME representa apenas a con- Garcete e Elio de Almeida Cardoso
centração de aquisições de um mes- (encarregados pela fiscalização da
mo artista, mas não favorecimento execução do Contrato nº 02/97)
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nadas as irregularidades atinentes a mesmos motivos enunciados an-
essa questão. teriormente, podendo o Tribunal,
No tocante à deficiência de fiscaliza- caso julgue conveniente, determinar
ção do contrato de locação de auto- a instauração de tomada de contas
móveis, as razões de justificativa do especial para quantificar o montan-
Sr. Elio de Almeida Cardoso, acima te do pagamento irregular e identifi-
descritas, corroboram a constata- car os responsáveis pelo débito.
ção da auditoria. No entanto, restou RESPONSÁVEIS: Betsaida Capile Tu-
evidenciado que quaisquer que fos- nes, Ricardo Casimiro Batista, Arnal-
sem os responsáveis designados a do Cetrone, Rogério Baruffaldi, José
fiscalização seria deficiente, motivo Carlos da Silveira Batista (membros
pelo qual devem ser acatadas as ra- da Comissão Permanente de Licita-
zões de justificativa ora em análise, ção)
devendo, por outro lado, ser pro- a) OCORRÊNCIA: Não-definição, nos
cedida determinação ao Cerimonial editais da Concorrência nº 01/97 e
no sentido de que, nos contratos da Tomada de Preços nº 08/97, do
de locação de automóveis, os pa- que vem a ser o critério de aceita-
gamentos às empresas contratadas bilidade de preços, contrariando o
sejam feitos a partir de controles disposto no inciso X do art. 40 da Lei
efetuados por representantes do nº 8.666/93.
Cerimonial.
JUSTIFICATIVA: Os responsáveis
RESPONSÁVEIS: Marco Antônio apresentaram razões de justificativa
Nakata e Eduardo Carvalho (encar- de mesmo teor, argumentando que
regados pela fiscalização da execu- "o critério de aceitabilidade de pre-
ção do Contrato nº 03/98) ços, conceito utilizado nos editais
a) OCORRÊNCIA: Aparente inexis- da Concorrência nº 01/97 e Tomada
tência de fiscalização no Contrato de Preços nº 08/97, refere-se aos
nº 03/98, função que lhes fora atri- preços utilizados no mercado, que
buída por Portarias do Cerimonial, faziam parte da Planilha de Preço,
o que tornou possível a continuada anexa aos editais. A CPL não preten-
cobrança irregular, por parte de al- deu contrariar o disposto no inciso
guns hotéis, da taxa de serviço de X do artigo 40 da Lei nº 8.666/93;
10%, não prevista em contrato e a ao contrário, quis assegurar que a
continuada apresentação de faturas Administração não aceitaria preços
sem a competente confirmação da comprovadamente fora daqueles
prestação dos serviços. praticados no mercado".
JUSTIFICATIVA: Segue a mesma li- ANÁLISE: As razões de justificativa
nha das apresentadas pelo Embaixa- podem ser consideradas satisfató-
dor Frederico Cézar de Araújo para rias.
as ocorrências de que tratam as alí- b) OCORRÊNCIA: A não-adjudicação,
neas j e k. na Tomada de Preços nº 08/97, em
ANÁLISE: As justificativas não eli- favor da licitante ME-Antônio Amân-
dem a irregularidade do pagamen- cio da Silva, dos itens em que essa
to da taxa de serviço de 10%, pelos empresa cotou preços inferiores ao
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tora, desde a assinatura do termo e no item 5.1.2 do edital da Concor-
contratual em 1º de julho de 1998 rência nº 01/98.
até 21 de junho do corrente. (...) Com relação à adjudicação do obje-
Como resultado do levantamento, to da Concorrência n° 01/98 à em-
averiguou-se que em 1998 o mon- presa que apresentou a proposta
tante gasto com diárias, na reali- mais onerosa, as razões de justifi-
dade, foi inferior ao que teria sido cativa procuram demonstrar que,
gasto se contratada fosse a Inter- a despeito da escolha ter recaído
line, gerando, portanto, benefício sobre a maior proposta, não houve,
aos cofres públicos, da ordem de R$ até o momento, prejuízo ao erário.
405,49 (quatrocentos e cinco reais e Dessa forma, mesmo que sejam
quarenta e nove centavos) (Anexo, procedentes os levantamentos leva-
pág. 27). Em contrapartida, em 1999 dos a cabo pelos membros da CPL,
apurou-se uma diferença de aproxi- o Tribunal deve ignorá-los, por inde-
madamente R$ 18.470,97 (dezoito vidos.
mil, quatrocentos e setenta reais e Restando comprovado que foi esco-
noventa e sete centavos) (Anexo, lhida a proposta mais onerosa para
pág. 28). No entanto, deve-se com- os cofres públicos, propõe-se que
putar a favor da Comissão de Licita- o Tribunal, com base no parágrafo
ção que os preços dos hotéis mesmo único do art. 43 da Lei nº 8.443/92,
em moeda nacional têm, pela práti- aplique aos responsáveis a multa
ca comercial brasileira, sua base de prevista nos incisos II e III do art. 58
referência fixada em dólar norte- da mesma Lei.
americano, razão pela qual todos b) OCORRÊNCIA: Não-consideração,
os preços tiveram aumento efetivo no Convite nº 158/97, com previsão
decorrente da maxi-desvalorização de abertura em 04/12/97, da pro-
do Real pelo Banco Central, em 13 posta comercial da empresa Unitem
de janeiro último, que alterou a taxa Comercial Ltda. feita em 09/10/97,
de câmbio de forma inesperada e com o mesmo objeto do Convite,
violenta, o que certamente teria porém com os preços inferiores em
ocorrido também com a concorren- R$ 8.184,44 aos preços da proposta
te Interline, principalmente conside- da mesma empresa Unitem Comer-
rando-se a declaração expressa na cial Ltda., declarada vencedora des-
sua proposta de que 'todas as tarifas se processo licitatório.
estão sujeitas a reajuste sem prévio JUSTIFICATIVA: Os responsáveis
aviso'". apresentaram razões de justificativa
ANÁLISE: Com relação à não-des- de mesmo teor, argumentando o se-
classificação da licitante Voetur, cuja guinte: "Com relação ao Convite nº
proposta apresentava cotações em 158/97, para a aquisição de água mi-
moeda estrangeira, as justificativas neral, refrigerantes e sucos de fru-
apresentadas não merecem ser aco- tas a serem servidos na Sala VIP do
lhidas, uma vez que o referido pro- Aeroporto Internacional de Brasília,
cedimento contraria o disposto no a proposta da empresa Unitem Co-
caput do art. 5º da Lei nº 8.666/93 mercial Ltda. encaminhada, via fax,
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contrariar o disposto no caput do cidiu responder ao consulente "que
art. 5º da Lei nº 8.666/93; a contratação de serviços de hospe-
c) garantia contratual prestada pela dagem para autoridades estrangei-
cessão de direitos de Títulos da Dívi- ras em visita ao País pode prescindir
da Agrária, considerando o do certame licitatório, com funda-
mento no art. 25, caput, da Lei nº
Voto do Ministro Relator
8.666/93, desde que presentes as
As conclusões do meticuloso tra- circunstâncias que recomendam a
balho empreendido pela equipe de adoção deste procedimento excep-
auditoria da 3ª SECEX mereceram cional, observadas as formalidades
alguns ajustes por parte do Diretor- prescritas no Estatuto de Licitações
Substituto e da representante do e Contratos".
Ministério Público, com os quais, por
Naquela assentada, observou o Re-
seus lídimos fundamentos, manifes-
lator que "em determinadas circuns-
to, desde já, minha concordância.
tâncias a contratação pode assumir
Passo, assim, a examinar as ocorrên- contornos especiais" e que "tais par-
cias que, após tais ajustes, enseja- ticularidades, relacionadas a aspec-
ram a proposição de multa ao Che- tos de segurança, estratégia, convi-
fe do Cerimonial do Ministério das vência, comodidade ou, mesmo, de
Relações Exteriores, bem como aos preferência da autoridade visitante,
membros da Comissão Permanente devem ser respeitadas pelo Minis-
de Licitação - CPL. tério das Relações Exteriores, até
Uma das questões diz respeito à real mesmo por uma questão de corte-
necessidade de se contratar agência sia, em observância ao princípio da
de viagem/turismo para ofereci- reciprocidade, que encontra ampla
mento de acomodações em hotéis, aplicação no campo das relações in-
em qualquer parte do Brasil, para ternacionais".
as atividades oficiais do Cerimonial/ Percebe-se, na situação presente,
MRE, aí incluídas as hospedagens a que a unidade, em que pese a orien-
autoridades estrangeiras. Segundo tação emanada desta Casa, viu-se
os pareceres, a solicitação para que premida entre a exigência de regula-
fosse realizada a correspondente ridade junto ao SICAF, estabelecida
licitação teve por objetivo tão-so- pela IN-MARE nº 05/95, e a necessi-
mente possibilitar a contratação, dade inquestionável de providenciar
por intermédio de interposta pes- as acomodações requeridas pelas
soa, de qualquer hotel, independen- autoridades visitantes.
temente de sua regularização junto Cabe aqui um parêntesis para re-
ao Sistema de Cadastramento Unifi- gistrar que muitos órgãos da Ad-
cado de Fornecedores - SICAF. ministração Pública Federal, em
De início, é importante assinalar obediência à mencionada Instrução
que a contratação de serviços de Normativa, têm exigido que as em-
hospedagem já foi inclusive objeto presas, tanto para participarem de
de consulta do Ministério a este Tri- licitação como para serem contra-
bunal, que, mediante a Decisão nº tadas diretamente, estejam cadas-
447/97 - Plenário (ata nº 29/97), de- tradas junto ao SICAF. O Decreto nº
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relação a estes últimos o Tribunal a proposta mais vantajosa à ad-
já se manifestou favoravelmente à ministração. Segundo o edital, as
participação dessas empresas nos licitantes deveriam informar, para
processos licitatórios (Decisões nºs os hotéis ali listados, os valores das
409/94 e 592/94, ambas do Plená- tarifas-balcão, os descontos conce-
rio), para fins de contratação. didos sobre tais tarifas (em percen-
Com essas ponderações, entendo tuais) e, por fim, os valores das tari-
que podem ser acolhidas as justifi- fas a serem cobradas do Cerimonial
cativas apresentadas pelo respon- (tarifas-balcão x descontos). A em-
sável. presa vencedora seria aquela que
Observo, por outro lado, que o Ce- computasse o menor somatório
rimonial tem assumido tarefas que desses últimos valores.
seriam de competência da empresa É de se notar que as tarifas-balcão
contratada, o que a propósito julgo não foram pré-fixadas, e, sendo
compreensível, ante as peculiarida- assim, as diferenças identificadas
des dos serviços da unidade, que nessas tarifas para um mesmo ho-
envolvem, entre outras, questões tel podem revelar, dentre outros
de segurança e de especificidades fatos, cotações para tipos de aco-
da autoridade visitante. modações diferentes, pois o edital
Todavia, considerando que a uni- não indicou o tipo de acomodação
dade tem avocado para si essas a ser cotada (apartamento duplo/
tarefas e, ainda, que existe a possi- suíte, standard/luxo, etc.).
bilidade de ela também conseguir
Significa ainda dizer que o maior
descontos diretamente junto aos
desconto, para uma mesma entida-
hotéis, tenho por pertinente a de-
de hoteleira, não implicaria neces-
terminação sugerida pelo Diretor,
sariamente o menor valor da tarifa
no sentido de que seja avaliada a
a ser cobrada da unidade, já que a
real necessidade da contratação de
tarifa-balcão poderia ser muito su-
agência de viagens para disponibili-
zação de hospedagens a autorida- perior àquelas apresentadas pelas
des estrangeiras no Brasil. outras licitantes.
Outro aspecto que ensejou audiên- Faço essas observações por enten-
cia dos responsáveis refere-se à ad- der necessário que se encaminhe
judicação da mencionada licitação ao Cerimonial determinação no
à Voetur Representações e Turismo sentido de que, em futuras licita-
Ltda., que, além de apresentar a pro- ções dessa natureza, procure de-
posta mais onerosa, ofertou preços finir com clareza e objetividade os
em moeda estrangeira, caracteri- critérios de seleção da melhor pro-
zando inobservância ao caput do posta oferecida.
art. 5º da Lei nº 8.666/93. Tratando, agora, do procedimento
Antes de enfrentar a questão apon- licitatório desencadeado, em que se
tada, gostaria de, preliminarmente, sagrou vencedora a Voetur, constato
fazer algumas considerações sobre que, de fato, a proposta da referida
o critério adotado para selecionar agência era, dentro dos critérios es-
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situação que, no meu entender, po- racterizar fracionamento, tendo em
deria inclusive comprometer a mar- vista o disposto no inciso II do art. 24
gem de comissão da empresa e, em da Lei nº 8.666/93.
conseqüência, o equilíbrio financeiro No tocante ao processo licitatório
do contrato. para o fornecimento desses arranjos
Assinalo, por outro lado, que os va- (Tomada de Preços nº 15/97) em to-
lores constantes das notas fiscais das as capitais do território nacional,
expedidas no período demonstram considero que, de fato, merecem ser
a concessão de significativos des- acolhidas as razões expostas pelo
contos em relação às tarifas-balcão, Chefe do Cerimonial, principalmente
se compararmos com as quantias se forem levadas em conta as pecu-
indicadas pela empresa no anexo do liaridades do mercado de flores, que
procedimento licitatório instaurado se encontra interligado em redes
posteriormente. de complementaridade de serviços.
Nada obstante, considerando que a
O que se constata, na verdade, é que
utilização dessas redes implica maior
as notas fiscais foram emitidas pelos
custo na contratação, entendo que
valores efetivamente cobrados, sem
o Cerimonial deve efetuar certames
discriminar detalhadamente a natu-
licitatórios por estado, quando a de-
reza das tarifas e os descontos con-
manda por esses serviços justificar
cedidos, não permitindo, portanto,
tais procedimentos.
o efetivo controle do cumprimento
do contrato, fato que, a meu ver, Relativamente à adoção do crité-
ensejaria determinação saneadora à rio de menor preço global, tanto na
unidade. mencionada Tomada de Preços nº
15/97 quanto na Concorrência nº
Outra questão apontada nos autos 01/97 (contratação de locadora de
trata das sucessivas compras, sem li- automóvel) e na Tomada de Preços
citação, de arranjos florais ocorridas nº 08/97 (contratação de serviços
no primeiro semestre de 1997. Dos gráficos), em que pese compreen-
documentos examinados, constata- der as razões de ordem estratégica
se, todavia, que a licitação instaura- e operacional que levaram o Ceri-
da no início daquele mesmo ano so- monial a adotá-lo, restou patente a
freu, realmente, considerável atraso. restrição ao caráter competitivo dos
Dessa forma, considerando as ca- certames, razão pela qual entendo
racterísticas típicas da atividade de que deva ser encaminhada determi-
cerimonial, totalmente compatíveis nação saneadora à unidade.
com tais aquisições, e considerando, Sobre a aquisição de objetos para
ainda, que havia um procedimento presentes confeccionados em prata
licitatório em curso, entendo que po- e em pedras brasileiras, discordo da
dem ser acatadas as justificativas do manifestação dos pareceres, pois, a
responsável, sem, contudo, deixar meu ver, a mesma encontra ampa-
o Tribunal de encaminhar determi- ro no inciso III do art. 25 da Lei nº
nações à unidade para que planeje 8.666/93, que reza que é inexigível
suas compras de modo a evitar a re- a licitação "para contratação de pro-
alização de despesas que possam ca- fissional de qualquer setor artístico,
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I - pagamento de até cinqüenta por Considerando que, em virtude de
cento do Imposto sobre a Proprieda- ocorrências apontadas pela Unidade
de Territorial Rural; Técnica, foi promovida a audiência
II - pagamento de preços de terras dos responsáveis, os quais tempesti-
públicas; vamente apresentaram suas razões
III - prestação de garantia; de justificativa;
IV - depósito, para assegurar a exe- Considerando que restou comprova-
cução em ações judiciais ou adminis- da a adjudicação do objeto da Con-
trativas; corrência nº 01/98 à empresa que
apresentou a proposta mais onerosa
V - caução, para garantia de:
e com cotações em moeda estran-
a) quaisquer contratos de obras ou geira, o que contraria o disposto no
serviços celebrados com a União;" caput do art. 5º da Lei nº 8.666/93;
(Grifamos).
Considerando que a responsabilida-
4. Vê-se, portanto, que não há qual- de de tal adjudicação está adstrita à
quer restrição quanto à aceitabilida- Comissão Permanente de Licitação;
de dos títulos da dívida agrária, pelo
Considerando que as razões de jus-
seu valor nominal, mesmo porque
tificativa apresentadas pelos res-
esse valor é atualizado mensalmente
ponsáveis, em relação às demais
por índice oficial. Entretanto, deverá
ocorrências apontadas, podem ser
haver a transferência dos títulos para
Administração. acolhidas, uma vez que lograram ex-
plicá-las satisfatoriamente, devendo,
5. Assim, em atenção à audiência entretanto, ser encaminhadas deter-
solicitada pelo eminente Ministro- minações saneadoras à unidade;
-Relator, GUILHERME PALMEIRA,
manifestamo-nos de acordo com as ACORDAM os Ministros do Tribunal
proposições apresentadas pelo ana- de Contas da União, reunidos em
lista José Manoel Caixeta (f. 83/86), Sessão Plenária, com fundamento no
com as alterações sugeridas pelo art. 1º, inciso IX, da Lei nº 8.443/92,
diretor em substituição, às folhas em:
90/91, excluindo-se, contudo, pelas a) aplicar, individualmente, aos Srs.
razões expostas, as restrições conti- Arnaldo Cetrone, Kátia de Oliveira
das no inciso II, c (f. 84) e no item 1, Motta, Rogério Baruffaldi, Ricardo
l (f. 90). Casimiro Batista, Rita de Cássia Lei-
Brasília, 29 de novembro de 2000. tão Ungaretti e Sandra Myrian Amo-
rim Dantas (membros da Comissão
MARIA ALZIRA FERREIRA
Permanente de Licitação), a multa
Procuradora prevista no art. 58, inciso III, da Lei
Acórdão nº 8.443/92 c/c o art. 194, §2º, do RI/
VISTOS, relatados e discutidos estes TCU, no valor de R$ 2.000,00 (dois
autos de Relatório de Auditoria efe- mil reais), fixando-lhes o prazo de 15
tuada, em 1999, no Cerimonial do (quinze) dias, a partir da notificação,
Ministério das Relações Exteriores, para que comprovem, perante este
abrangendo as áreas de licitações e Tribunal (art. 165, alínea "a", do Re-
contratos. gimento Interno), o recolhimento da
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quantia aos cofres do Tesouro Na- assumir tarefas que, a princípio, se-
cional, atualizada monetariamente riam da empresa contratada;
a partir do dia seguinte ao término e.2) caso venha a considerar neces-
do prazo estabelecido, até a data do sária a contratação mencionada na
efetivo recolhimento; alínea anterior:
b) autorizar, desde logo, nos ter- e.2.1) estabeleça, nos próximos
mos do art. 28, inciso II, da Lei nº procedimentos licitatórios, critérios
8.443/92, a cobrança judicial da dívi- que permitam, de forma clara e ob-
da, caso não atendida a notificação; jetiva, selecionar a melhor proposta
c) acolher as justificativas dos de- para a administração;
mais responsáveis indicados no item e.2.2) defina, com clareza, no edital
3 supra; da licitação e no contrato corres-
d) assinar o prazo de 15 (quinze) pondente, as taxas que eventual-
dias, com base no inciso IX do art. mente serão cobradas pelos hotéis
71 da Constituição Federal c/c o e que serão repassadas à unidade;
caput do art. 45 da Lei nº 8.443/92, e.2.3) exija que as faturas dos servi-
para que o Cerimonial do Ministé- ços prestados sejam discriminadas
rio das Relações Exteriores adote detalhadamente, fazendo constar
as providências necessárias ao exa- a natureza das tarifas e os percen-
to cumprimento da lei, consistente tuais de descontos repassados, per-
na extinção do Contrato nº 03/98, mitindo, assim, um maior controle,
firmado com a empresa Voetur Tu- na execução do contrato, dos pre-
rismo e Representações Ltda., caso ços efetivamente cobrados;
o mesmo ainda esteja em vigor, e.2.4) estabeleça com clareza as
uma vez constatada irregularidade atribuições que cabem à empresa
na adjudicação do certame vincu- contratada, assumindo somente as
lado à essa contratação, que pro- tarefas que considerar imprescindí-
clamou vencedora a proposta que, veis à administração;
além de mais onerosa, contrariou o
e.3) quando da contratação de lo-
disposto no caput do art. 5º da Lei
cadoras de automóveis e de flo-
nº 8.666/93, por ofertar preços em
riculturas, realize os respectivos
moeda estrangeira;
procedimentos licitatórios separa-
e) determinar ao Cerimonial do damente para cada estado, caso as
Ministério das Relações Exteriores circunstâncias indiquem a neces-
que: sidade do certame nos termos do
e.1) avalie a real necessidade da art. 23 da Lei nº 8.666/93, devendo
contratação de agência de viagens ainda o objeto ser dividido por gru-
para disponibilização de hospeda- pos que guardem similaridade, para
gens a autoridades estrangeiras no que a adjudicação seja procedida
Brasil, levando em consideração por itens, com vistas a propiciar a
tanto o aspecto da economicidade ampla participação dos licitantes e
dessa contratação quanto as cir- a contratação mais vantajosa para a
cunstâncias que levam a unidade a unidade;
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e.4) nos futuros procedimentos li-
citatórios destinados à contratação
Comentários da
de empresas que prestem serviços Consultoria:
gráficos, divida o objeto por grupos
que guardem similaridade, para Dentre outros aspectos anali-
que a adjudicação seja procedida sados no acórdão em apreço,
por itens, com vistas a permitir a relativamente a contratações
participação de um maior número firmadas pelo Ministério das Re-
de licitantes e a contratação mais lações Exteriores, nesta oportu-
vantajosa para administração; nidade, esta Consultoria Jurídica
e.5) planeje suas compras de modo elege como temática a ser co-
a evitar a realização de despesas mentada, a possibilidade de se
contratar serviços hoteleiros/de
que possam caracterizar fraciona-
hospedagem por intermédio de
mento, tendo em vista o dispos-
agência de turismo. Sobre este
to no inciso II do art. 24 da Lei nº
aspecto, ganham destaque as
8.666/93;
seguintes passagens do julgado
e.6) inclua, nos contratos celebra- ora examinado:
dos pelo Cerimonial, cláusula indi- Voto: (...) Das correspondên-
cando os preços dos itens a serem cias trocadas no âmbito do
fornecidos ou, ainda, vinculando Ministério, depreende-se, en-
esses preços à proposta declarada tretanto, que a sugestão ofe-
vencedora no processo licitatório; recida pelo órgão jurídico, no
e.7) somente efetue o pagamento sentido de se contratar agên-
às empresas locadoras de veículos cia de turismo para efetuar
contratadas após rigorosa confe- tais serviços, não se pautou
rência procedida por representan- somente na necessidade de
tes do próprio Cerimonial; encontrar caminhos que viabi-
lizassem a disponibilização de
f) juntar, para exame em conjunto e
um universo maior de hotéis,
em confronto, o presente processo
mas também na possibilidade
às contas de 1999 e, por cópia, às
de tais empresas concederem
contas de 1997 e 1998.
descontos sobre os valores co-
Quorum brados diretamente pelas en-
Ministros presentes: Valmir Campe- tidades hoteleiras.
lo (na Presidência), Marcos Vinicios Com efeito, as propostas apre-
Rodrigues Vilaça, Iram Saraiva, Wal- sentadas pelas licitantes reve-
ton Alencar Rodrigues, Guilherme laram expressivos descontos
Palmeira (Relator), Ubiratan Aguiar e nos valores das diárias, fruto
o Ministro-Substituto Lincoln Maga- de negociação das agências
lhães da Rocha. junto aos hotéis. É importante
Sessão ressaltar que o ganho dessas
T.C.U., Sala de Sessões, em 11 de ju- operadoras de turismo, nos
termos da Resolução Norma-
lho de 2001
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caso, o ramo hoteleiro), com econômica de intermediação
fundamento no comando nor- remunerada entre fornece-
mativo em destaque, em nosso dores e consumidores de ser-
entender, não parece haverá viços turísticos ou os fornece
quaisquer óbices de ordem le- diretamente. (...)
gislativa tendente a inviabilizar a
§3º As atividades de interme-
consumação de tratativa nestes
diação de agências de turis-
termos.
mo compreendem a oferta, a
Assim, no caso concreto, cum- reserva e a venda a consumi-
prirá, em verdade, a cada Ór- dores de um ou mais dos se-
gão/Entidade que pretenda con- guintes serviços turísticos for-
tratar serviços desta natureza necidos por terceiros: (...)
avaliar, à luz de seus recursos
humanos e operacionais exis- II - acomodações e outros ser-
tentes, se lhe parece mais con- viços em meios de hospeda-
veniente contratar os serviços gem (sem grifos no original).
de hospedagem diretamente Bem como, ao disposto no De-
junto ao estabelecimento hote- creto 89.934/80, que dispõe
leiro ou, então, via agência de sobre as atividades e serviços
turismo. Neste diapasão, aliás, das Agências de Turismo, regula-
é oportuno exemplificar que ca- menta o seu registro e funciona-
sos haverá em que será mais dis- mento e dá outras providências,
pendioso para a Administração a saber:
disponibilizar servidor(es) para
Art. 1º - Compreende-se por
proceder pesquisas de mercado
Agência de Turismo a socie-
e negociar junto aos fornecedo-
dade que tenha por objetivo
res, ao invés de contratar uma
social, exclusivamente, as ati-
agência de viagem para tanto.
vidades de turismo definidas
Sendo que se assim o for, em
neste Decreto.
nossa análise, restará justifica-
da a contratação de serviços de Art. 2º - Constitui atividade
hospedagem por intermédio de privativa das Agências de Tu-
agência de turismo, in casu. rismo a prestação de serviços
Por fim, a título de complemen- consistentes em: (...)
to à presente análise, pela per- II - Intermediação remunerada
tinência temática da matéria, na reserva de acomodações;
entendemos pertinente fazer (...)
referência ao dispõe o inc. II, do
§3º, do art. 27, da Lei 11.771/08, V - representação de empresas
que dispõe sobre a Política Na- transportadoras, empresas de
cional de Turismo: hospedagem outras prestado-
ras de serviços turísticos; (..)
Art. 27 - Compreende-se por
agência de turismo a pessoa §1º - Observado o disposto no
jurídica que exerce a atividade presente Decreto as Agências de
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COMO CITAR
ESTA FONTE: DICA DA CONSULTORIA
CONSULTORIA
NEGÓCIOS Na contratação direta de profissional de qualquer setor artístico,
PÚBLICOS. para fins de comprovação de sua consagração, com base no que
Jurisprudência
Comentada.
dispõe o art. 25, inc. III, da Lei 8.666/93, poderá ser juntado aos
LICICON – Revista autos da inexigibilidade de licitação, matérias jornalísticas, mate-
de Licitações e rial publicitário, fotos, vídeos etc. Veja-se que o profissionalismo
Contratos. Instituto
Negócios Públicos: do artista a ser contratado se dará mediante a apresentação de
Curitiba, PR, ano documento que comprove o seu registro na Delegacia Regional do
VII, n.84, p.75-110,
dezembro 2014.
Trabalho (DRT). .
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3. Enfim, o embargante apresentou, 27. Este Tribunal já se posicionou
à Peça nº 118, os seguintes argu- acerca da necessidade de os pare-
mentos: ceres jurídicos exigidos pelo art. 38
"O item 9.4.4 do Acórdão da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
27/2014-Plenário determina que 1993, integrarem a motivação dos
seja observada a jurisprudência do atos administrativos, com abran-
Tribunal de Contas da União rela- gência suficiente, evidenciando a
tivamente à adoção de pareceres avaliação integral dos documentos
jurídicos, tendo em vista os itens submetidos a exame (v. g.: Acórdão
25 a 28 da fundamentação do voto 748/2011-Plenário)."
do Exmo. Sr. Ministro Relator, que Por sua vez, o Acórdão 748/2011-Ple-
repudia a adoção de pareceres ju- nário, tornado como exemplo da
rídicos pró-forma, nos seguintes jurisprudência a que se reportou
termos: o Exmo. Ministro Relator, trata do
"25. Por outro lado, a partir da aspecto deficiente de pareceres
análise mais aprofundada dos do- jurídicos que não incluem o exame
cumentos vinculados aos referidos adequado de editais de licitação e
certames, e ensejando a proposta seus anexos, na forma abaixo:
de anulação dos procedimentos li- "23. Outra irregularidade verificada
citatórios, foram constatadas as se- diz respeito à deficiência dos pare-
guintes irregularidades: ceres jurídicos que aprovam os edi-
a) adoção de pareceres jurídicos tais de licitação, que se constituíram
pró-forma; e em documentos pro forma, com
b) projeto de implantação das cre- conteúdo genérico, os quais não
ches diferentes do aprovado pelo examinavam de forma adequada os
FNDE. editais de licitação e seus anexos,
26. De fato, a utilização de parece- não perquiriam acerca da legali-
res jurídicos sintéticos, de apenas dade das cláusulas constantes dos
uma página, com conteúdo gené- instrumentos convocatórios, entre
rico, sem demonstração da efetiva as quais as minutas dos contratos,
análise do edital e dos anexos, em limitando-se a examinar a estrutu-
especial quanto a legalidade das ra formal dos editais de licitação,
cláusulas editalícias, permitiu, no tendo como objetivo único aferir se
caso concreto, a presença de itens continham os elementos de preâm-
posteriormente impugnados, inclu- bulo, texto e fecho, abstendo-se de
sive por meio da presente represen- se manifestar, por exemplo, quanto
tação, e que foram alterados nos às exigências restritivas da competi-
certames subsequentes. tividade elencadas no item 22."
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mento das exigências legais a partir da (...) 9.4.4. observem as disposições
simples conferência de documentos. constantes dos arts. 30, 31, inciso III,
Assim, entende a AGU que a Orienta- 56, §1º, inciso I, 38 e 41, §1º, da Lei nº
ção Normativa nº 55 preenche todos 8.666, de 21 de junho de 1993, e a ju-
os requisitos que a legislação licitatória risprudência deste Tribunal no que se
exige, tanto em seus aspectos formais refere às exigências de qualificação
quando em seus aspectos materiais. técnica, à apresentação de garantia
Porém, há dúvida se, aos olhos dessa pelos licitantes, à adoção de pareceres
Egrégia Corte de Contas, a sua juris- jurídicos, ao prazo de resposta às im-
prudência encontra-se em harmonia pugnações aos editais de licitação e às
com o entendimento orientado aos exigências de visitas técnicas;".
órgãos consultivos da União. 3. Preliminarmente, entendo que os
Ante o exposto, é salutar o acolhimen- presentes embargos de declaração
to dos presentes embargos para que devem ser conhecidos pelo TCU, vez
essa Egrégia Corte esclareça se o en- que, a despeito de o aludido item
tendimento firmado no presente caso 9.4.4 não lhe ter transmitido nenhum
se choca com o enunciado da Orienta- comando direto, sobressai o interesse
ção Normativa nº 55 da AGU, uma vez recursal e a legitimidade da AGU para
que, no âmbito interno desta institui- buscar o esclarecimento da questão
ção, houve questionamento quanto em nome da União.
ao possível conflito de teses." 4. No mérito, vê-se que tal dispositivo
É o Relatório envolve a necessidade de observância
do entendimento jurisprudencial do
VOTO
TCU acerca da emissão de pareceres
Trata-se de embargos de declara- jurídicos para aprovação de editais
ção opostos pela Advocacia-Geral licitatórios, aspecto que teria gerado
da União (AGU) em face do Acórdão dúvidas no âmbito da advocacia públi-
1.944/2014-TCU-Plenário, sob a ale- ca federal.
gação de obscuridade quanto à par-
5. Com efeito, tendo em vista a atri-
te dispositiva da decisão e de dúvida
buição legal dada à ora embargante
razoável quanto à interpretação a ser
para coordenar e orientar a atuação
dada ao item 9.4.4 da referida decisão.
dos órgãos jurídicos vinculados à AGU,
2. Em suma, o referido item 9.4.4 do segundo a Lei Complementar nº 73,
acórdão foi prolatado pelo TCU, nos de 10 de fevereiro de 1993, e a vincu-
seguintes termos: lação existente entre a matéria ques-
"9.4. determinar à Comissão Munici- tionada e as disposições do normativo
pal de Licitação de Manaus e à Secre- citado, ela pode ser recebida como
taria Municipal de Educação de Ma- interessada no presente feito, nos ter-
naus que: mos do art. 282 do RITCU.
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grarem a motivação dos atos adminis- ACORDAM os Ministros do Tribunal de
trativos, com abrangência suficiente, Contas da União, reunidos em Sessão
evidenciando a avaliação integral dos do Plenário, diante das razões expos-
documentos submetidos a exame (v. tas pelo Relator, com fulcro nos arts.
g.: Acórdão 748/2011-Plenário)." 32, inciso II, e 34 da Lei nº 8.443, de 16
11. Desse modo, a despeito de não de julho de 1992, c/c os arts. 277, inci-
pairar obscuridade sobre o acórdão so III, 282 e 287, §1º do RITCU, em:
ora embargado, pode-se esclarecer 9.1. conhecer dos presentes embar-
à AGU que o entendimento do TCU gos de declaração, para, no mérito,
referenciado nos Acórdãos 748/2011 negar-lhes provimento;
e 1.944/2014, ambos prolatados por 9.2. informar à Advocacia-Geral da
este Plenário, não impede a utilização, União que o entendimento do TCU
pelos órgãos e entidades da adminis- quanto à emissão de pareceres jurí-
tração pública federal, de um mesmo dicos sobre as minutas de editais lici-
parecer jurídico em procedimentos tatórios e de outros documentos, nos
licitatórios diversos, desde que en- termos do art. 38, parágrafo único, da
volvam matéria comprovadamente Lei nº 8.666, de 1993, referenciado
idêntica e sejam completos, amplos e nos Acórdãos 748/2011 e 1.944/2014,
abranjam todas as questões jurídicas
ambos prolatados pelo Plenário, não
pertinentes.
impede a utilização, pelos órgãos e
12. Por tudo isso, entendo que os entidades da administração pública
presentes embargos merecem ser federal, de um mesmo parecer jurí-
conhecidos pelo TCU, para, no mérito, dico em procedimentos licitatórios
ser-lhes negado provimento, sem pre- diversos, desde que envolva matéria
juízo de enviar à AGU a informação na comprovadamente idêntica e que
forma ora proposta. seja completo, amplo e abranja to-
Pelo exposto, voto que seja aprovado das as questões jurídicas pertinentes,
o Acórdão que ora submeto à aprecia- cumprindo as exigências indicadas na
ção deste Colegiado. Orientação Normativa AGU nº 55, de
Acórdão: 2014, esclarecendo-a, ainda, de que a
VISTOS, relatados e discutidos es- presente informação é prestada dian-
tes autos de embargos de declara- te da estrita análise do caso concreto
ção opostos pela Advocacia-Geral apreciado nestes autos, não se consti-
da União (AGU) em face do Acórdão tuindo na efetiva apreciação da regu-
1.944/2014-TCU-Plenário, sob a ale- laridade da aludida orientação norma-
gação de obscuridade quanto à par- tiva, em si mesma; e
te dispositiva da decisão e de dúvida 9.3. encaminhar cópia deste Acórdão,
razoável quanto à interpretação a ser bem como do Relatório e do Voto que
dada ao item 9.4.4 da referida decisão. o fundamenta, ao embargante.
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5. Além disso, a empresa GSI Ges- serviços compatíveis com o obje-
tão de Segurança Integrada - Vi- to do Termo de Referência;
gilância e Segurança Ltda. possui 10.6.6 O atestado que se refere
legitimidade para representar ao o item 10.6.1 deve referir-se a
TCU, em virtude do previsto no in- contratos que envolveram a con-
ciso VII do art. 237 do RI/TCU c/c tratação de no mínimo 20 (vinte)
o art. 113, §1º, da Lei 8.666/1993. postos;
5.1. Há, ainda, o interesse público 10.6.9 Somente serão acei-
no trato das supostas irregulari- tos atestados expedidos após
dades no que diz respeito à pro- a conclusão do contrato ou se
teção do erário público, visto que decorrido, pelo menos, um ano
há um indício que aponta afronta de início de sua execução, exce-
à economicidade do certame. to se firmado para ser executado
6. Dessa forma, a representação em prazo inferior.
poderá ser apurada, com o fim 8. A representante alega que o
de comprovar a sua procedência, somatório dos atestados apre-
nos termos do art. 234, §2º, se- sentados comprova a gerência
gunda parte, do RI/TCU, aplicável
concomitante de 49 postos de
às representações de acordo com
vigilância, mais que o dobro exi-
o parágrafo único do art. 237 do
gido pelo edital. Expõe que a des-
RI/TCU.
classificação ocorreu exatamente
EXAME TÉCNICO porque nenhum dos atestados
Dos fatos e pedidos da Represen- tinha o quantitativo mínimo de
tante vinte postos, conforme foi jus-
7. A ora representante foi ina- tificado quando da negativa de
bilitada no Pregão Eletrônico provimento ao recurso adminis-
20/2014 por supostamente não trativo interposto contra a inabi-
ter atendido aos itens 10.6.1, litação.
10.6.6 e 10.6.9 do edital de aber- 9. Argumenta que tal conduta
tura (peça 3, p. 20-21), referentes praticada ofendeu claramente a
à comprovação da capacidade jurisprudência do TCU, visto que
técnico-operacional, quais sejam: há diversos precedentes que ad-
10.6.1 No mínimo, 1 (um) Ates- mitem o somatório de atestados
tado de Capacidade Técnica, com a finalidade de comprovar a
fornecido por pessoa jurídica de capacidade técnica-operacional
direito público ou privado, o qual de empresas licitantes, a exem-
comprove que a licitante tenha plo dos Acórdãos 1.231/2012 e
prestado, de forma satisfatória, 1.865/2012, ambos do Plenário.
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15. Da leitura do trecho citado convocatório, visto que o impedi-
combinado com o disposto no mento à utilização de mais de um
item 10.6.6 do edital de abertura, atestado, "por implicar algum tipo
o pregoeiro entendeu que seria de restrição à competitividade do
cabível somente um atestado para certame, é que demandaria, além
comprovar o quantitativo exigido, da demonstração do seu cabi-
visto que tanto o acórdão deste mento por parte do contratante,
Tribunal como o edital trazem a
estar expressamente previsto no
expressão "Atestado", o que, se-
edital".
gundo ele, não abre a possibilida-
de de aceitar atestado sem uma 16.2. Observa-se ainda que a nor-
quantidade mínima nem tampou- ma que disciplina a contratação
co a soma de atestados. de serviços continuados para os
16. Salienta-se que o Acórdão órgãos do Poder Executivo, a IN -
1.214/2013-TCU-Plenário não dis- SLTI/MPOG 2/2008, também não
põe explicitamente sobre a aceita- prevê a possibilidade de somató-
ção ou não do somatório de ates- rio de atestados com o objetivo
tados para fins de comprovação de comprovar número mínimo de
técnico-operacional. Todavia, na postos de trabalho que já foram
omissão quanto a esse aspecto, prestados pelo licitante, mas tão
não se vislumbra necessidade de somente para comprovação de
ressalvar a jurisprudência domi- experiência mínima de três anos
nante do TCU quanto a esse tema de execução de serviços compatí-
às contratações de prestação de veis com o objeto licitado, sendo
serviços de natureza continuada, que esta comprovação só é exi-
de que trata a referida delibera- gida a critério da administração
ção. contratante (art. 19, §5º, inciso I).
16.1. Nesse sentido, recente- A norma referida traz, ainda, reda-
mente, mediante o Acórdão ção que possibilita entender que a
1.983/2014-TCU-Plenário, ao comprovação do número de pos-
analisar certame licitatório para
tos só pode ser efetuada por um
contratação de serviços técnicos
atestado (art. 19, §8º):
especializados na área de infra-
estrutura de tecnologia da infor- §8º Quando o número de postos
mação, essa Corte de Contas en- de trabalho a ser contratado for
tendeu que a não existência de igual ou inferior a 40 (quarenta),
cláusula expressa no edital per- o licitante deverá comprovar que
mitindo o somatório de atestados tenha executado contrato com
de serviços realizados não confi- um mínimo de 20 (vinte) postos.
gurara violação ao instrumento (grifou-se)
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b) para contratação de serviços R$ 3.091.745,52, valor este abaixo
por meio da disponibilização de do inicialmente estimado e que
empregados terceirizados ao TCU não se mostra materialmente
vinculados à contratada, na forma superior ao lance dado pela ora
de postos de trabalho, exigência representante (R$ 3.091.426,22).
de apresentação de um ou mais Conclui-se, assim, pela improce-
atestados ou declarações de ca- dência dessa alegação.
pacidade técnica expedidos por Da medida cautelar
pessoa jurídica de direito público
21. Em relação ao pedido de me-
ou privado, comprovando que ge-
dida cautelar, consoante o art.
renciou ou gerencia contratos em
276 do RI/TCU, o relator poderá,
atividades pertinentes e compatí-
em caso de urgência, de fundado
veis com o objeto da licitação de,
receio de grave lesão ao erário, ao
no mínimo, 50% (cinquenta por
interesse público, ou de risco de
cento) do número de empregados
ineficácia da decisão de mérito, de
terceirizados previstos no edital
ofício ou mediante provocação,
de licitação (...)
adotar medida cautelar, determi-
(grifos nossos) nando a suspensão do procedi-
18.2. Além disso, propõe-se dar mento impugnado, até que o Tri-
ciência ao Ministério das Comu- bunal julgue o mérito da questão.
nicações para que, nos editais de Tal providência só deverá ser ado-
futuros certames, seja admitido o tada se presentes os pressupostos
somatório de atestados para fins do fumus boni iuris e do periculum
de comprovação de capacidade in mora.
técnico-operacional. 22. Pela análise apresentada, ve-
19. A representante ressalta ain- rifica-se que não há o fumus boni
da que há um risco de prejuízo ao iuris, pois embora não alinhada ao
erário, pois o valor do seu lance entendimento desta Corte, a in-
é consideravelmente inferior ao terpretação do pregoeiro de não
valor apresentado pela empresa admitir o somatório de atestados
convocada posteriormente, e, por para fins de habilitação pode ser
fim, declarada vencedora da licita- considerada possível em vista do
ção. previsto no edital (item 10.6.6) e
20. No entanto, em consulta ao na IN - SLTI/MPOG 2/2008, bem
termo de homologação do cer- como na redação do item 9.1.12
tame (peça 4), foi verificado que do Acórdão 1.214/2013-TCU-Ple-
houve negociação do lance ofer- nário. Além disso, o preço final
tado, sendo acordado com a em- negociado com a vencedora da
presa vencedora o valor final de licitação não se mostrou lesivo ao
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BENEFÍCIOS DO CONTROLE EXTER- vidade do certame, e desde que
NO devidamente justificada na fase de
28 No caso em análise, vislum- planejamento do processo admi-
bram-se alguns benefícios da atua- nistrativo de aquisição;
ção do TCU, tais como: exercício da d) dar ciência da decisão que vier
competência do TCU em resposta à ser adotada, juntamente com có-
demanda da sociedade e o aperfei- pia da presente instrução, ao(à):
çoamento dos procedimentos de d.1) Ministério das Comunicações;
contratação de serviços pela Admi-
d.2) representante; e
nistração Pública.
d.3) Ministério do Planejamento,
PROPOSTA DE ENCAMINHAMEN-
Orçamento e Gestão, para ciência
TO
deste caso e adoção das providên-
29. Ante o exposto, submetem-se cias que entender cabíveis em re-
os autos à consideração superior, lação à explicitação, na IN - SLTI/
propondo: MPOG 2/2008, da possibilidade do
a) conhecer da presente represen- somatório de atestados para com-
tação, em razão do atendimento provar número mínimo de pos-
dos requisitos de admissibilidade tos já prestados como critério de
previstos nos arts. 237, VII e pará- habilitação relativo à capacidade
grafo único, e 235 do Regimento técnico-operacional dos licitantes,
Interno deste Tribunal c/c o art. exceto quando a especificidade do
113, §1º, da Lei 8.666/1993, para, objeto assim o exigir e não houver
no mérito, considera-la parcial- comprometimento à competiti-
mente procedente; vidade do certame, e desde que
b) indeferir o pedido de medida devidamente justificada na fase de
cautelar inaudita altera pars, pela planejamento do processo admi-
ausência de seus pressupostos; nistrativo de aquisição; e
c) com amparo na Portaria - Segecex e) arquivar os autos após as devi-
13/2011, e visando evitar o ocorri- das comunicações processuais, nos
do no Pregão Eletrônico 20/2014, termos dos arts. 160, inciso II, e
dar ciência ao Ministério das Co- 170 do RI/TCU.
municações que a jurisprudência
É o relatório.
do TCU considera indevida a não
Voto:
admissão do somatório de atesta-
dos para fins de comprovação de VOTO
capacidade técnico-operacional, Como visto, trata-se de represen-
exceto quando a especificidade do tação formulada pela empresa GSI
objeto assim o exigir e não houver Gestão de Segurança Integrada
comprometimento à competiti- - Vigilância e Segurança Ltda., a
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situação diversa da capacitação 8. Para tratar dessa questão, no
técnica pessoal.(...) (REsp 331.215 - âmbito do TCU, foi constituído Gru-
SP, Rel. Ministro Luiz Fux, 1ª T., DJ po de Trabalho com a participação
27/5/2002) (grifei) de representantes do Ministério
7. Quanto à capacidade técnico- do Planejamento, Orçamento e
operacional de empresas prestado- Gestão - MP, da Advocacia-Geral
ras de serviços terceirizados, situa- da União - AGU, do Ministério da
ção objeto destes autos, interessa, Previdência Social, do Ministério
primordialmente, avaliar a capaci- da Fazenda, do Tribunal de Con-
dade da licitante em gerir mão de tas do Estado de São Paulo e do
obra (por exemplo, atividades de Ministério Público Federal.
seleção de pessoal, setor de paga- 9. Os trabalhos foram objeto de
mentos, almoxarifado, compras, apreciação pelo TCU mediante
contabilidade, execução e fiscali- o Acórdão 1.214/2013-Plenário,
zação dos serviços contratados). A quando se concluiu que:
respeito, menciono o seguinte tre-
9.1.12 seja fixada em edital, como
cho do relatório que acompanha o
qualificação técnico-operacional,
Acórdão 8.364/2012-2ª Câmara:
para a contratação de até 40 pos-
71. No que se refere à aferição da tos de trabalho, atestado compro-
capacidade técnico-operacional vando que a contratada tenha exe-
de empresas que prestam serviços cutado contrato com um mínimo
de terceirização, prospera a ale- de 20 postos e, para contratos de
gação de que o atributo precípuo mais de 40 (quarenta) postos, seja
dessas empresas, que as habilita
exigido um mínimo de 50%; (grifei)
para executar regularmente tais
10. Em consonância com esse en-
serviços e que as mantém no mer-
tendimento, a Instrução Norma-
cado é a capacidade de gerir mão
tiva 02/2008 da Secretaria de Lo-
de obra, haja vista que os serviços
gística e Tecnologia da Informação
terceirizados são geralmente de
baixa complexidade técnica. Por do Ministério do Planejamento,
exemplo, essas entidades precisam Orçamento e Gestão (SLTI/MPOG) -
concentrar esforços para recrutar que disciplina a contratação de ser-
e capacitar profissionais, alocá-los viços, continuados ou não - sofreu
e realocá-los de acordo com as ne- alteração pela IN 6/2013-SLTI-
cessidades contratuais, coordenar MPOG, de forma que matéria res-
os trabalhos, gerir folhas de paga- tou assim regulada:
mento, como também observar os §7º Na contratação de serviços
diversos direitos e encargos traba- continuados com mais de 40 (qua-
lhistas, além das obrigações fiscais. renta) postos, o licitante deverá
(grifei) comprovar que tenha executado
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terá cabimento o somatório de de técnico operacional das licitan-
contratações anteriores." tes. Isso porque se uma empresa
15. Nas situações de terceirização apresenta sucessivos contratos
de mão de obra, como já adianta- com determinados postos de tra-
do, busca-se averiguar a capaci- balho, ela demonstra ter expertise
dade das licitantes em gerir pes- para executar somente os quanti-
soal. Nesse sentido, o seguinte tativos referentes a cada contrato e
trecho do voto condutor do Acór- não ao somatório de todos. Em ou-
dão 1.214/2013-Plenário: tras palavras, a demanda por estru-
tura administrativa dessa empresa
64. Quando se trata de qualificação
está limitada aos serviços exigidos
técnico-operacional, a jurisprudên-
simultaneamente, não havendo
cia e a doutrina são pacíficas em
que se falar em duplicação dessa
admitir que se exija dos licitantes
capacidade operacional apenas
que tenham executado quantida- porque determinado objeto execu-
des mínimas do serviço, de forma tado em um exercício é novamente
a assegurar que elas terão condi- executado no exercício seguinte.
ções de prestar os serviços que
17. Em suma, não há porque, e aqui
estão sendo contratados. Isso por-
divirjo pontualmente da unida-
que se entende não ser suficiente
de técnica, supor que a execução
para uma empresa demonstrar a
sucessiva de objetos de peque-
capacidade para administrar 100
na dimensão capacite a empresa
postos de trabalho, por exemplo,
automaticamente para a execu-
que ela tenha prestado um serviço ção de objetos maiores. De forma
com apenas 10 postos de trabalho, exemplificativa, a execução suces-
dada a clara diferença de dimen- siva de dez contratos referentes a
são entre as duas situações, que dez postos de trabalho cada não
envolvem um know-how distinto. necessariamente capacita a em-
Entende-se que avaliação do porte presa para a execução de contratos
dos serviços que já foram presta- abrangendo cem postos de traba-
dos por uma determinada empresa lho.
é importante para que a adminis- 18. Não é demais rememorar que a
tração se certifique das condições jurisprudência desta Corte, em re-
técnicas da empresa para a execu- gra, é conservadora no sentido de
ção dos serviços que estão sendo que a exigência técnico-operacio-
contratados. (grifei) nal se limite a 50% do objeto con-
16. Sob essa ótica, entendo que ad- tratado. Ou seja, caso o objeto seja
mitir a simples soma de atestados dimensionado para cem postos de
não se mostra o procedimento mais trabalho, as exigências editalícias
adequado para se aferir a capacida- devem se limitar a cinquenta pos-
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mado para ser prestado em prazo submeto à deliberação deste Cole-
inferior. (grifei) giado.
22. No caso concreto, os atestados TCU, Sala das Sessões Ministro
apresentados pela representante Luciano Brandão Alves de Souza,
indicam o gerenciamento conco- em 10 de setembro de 2014.
mitante de 49 postos de vigilância
BENJAMIN ZYMLER
(em cinco contratos distintos), su-
perior ao dobro do que o mínimo Relator
de vinte exigido pelo edital. (peça Acórdão:
3, p. 186-195). Assim, de acordo o
VISTOS, relatados e discutidos es-
entendimento antes esposado, tan-
tes autos de representação formu-
to a cláusula editalícia que vedava
a possibilidade de soma de atesta- lada em face de pregão eletrônico
dos quanto a conduta do pregoeiro realizado com o objetivo da contra-
que desclassificou a representante tação de serviços de vigilância,
por esse motivo, não se mostraram ACORDAM os Ministros do Tribunal
adequadas. de Contas da União, reunidos em
23. Entretanto, como bem ex- Sessão do Plenário, ante as razões
posto pela unidade técnica, a expostas pelo Relator, em:
desclassificação indevida da lici-
9.1. conhecer da presente repre-
tante não caracterizou a prática de
sentação, satisfeitos os requisitos
ato antieconômico, pois a empresa
contratada, depois de negociação, de admissibilidade previstos nos
reduziu seu preço a valores mate- arts. 235 e 237, inciso VII, do Regi-
rialmente próximos àquele cons- mento Interno deste Tribunal, c/c
tante da proposta da representan- o art. 113, §1º, da Lei 8.666/1993,
te inabilitada. para, no mérito, considerá-la par-
24. Ademais, como o contrato já cialmente procedente;
se encontra em execução desde 9.2 dar ciência desta deliberação ao
1/8/2014 (peça 6), o interesse pú- representante e ao Ministério das
blico pende para que se permita
Comunicações;
a continuidade da execução con-
tratual, pois os ônus referentes ao 9.3. encaminhar cópia deste Acór-
entendimento contrário podem dão, acompanhado do Relatório
ser superiores aos benefícios de- e Voto que o fundamentam, à
correntes da retomada do procedi- Secretaria de Logística e Tecnolo-
mento licitatório. gia da Informação do Ministério do
25. Diante do exposto, voto por que Planejamento, Orçamento e Ges-
o Tribunal adote o Acórdão que ora tão (SLTI/MPOG).
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3. A representante insurgiu-se con- medida cautelar, e, assim, propôs
tra os seguintes fatos: os seguintes encaminhamentos,
3.1. os sócios de empresas que entre outros:
solicitaram alteração nas espe- (...)
cificações das fragmentadoras b) determinar, nos termos do art.
(Prosperar, Net Machines e Frag- 276, §2º, do Regimento Interno/
center) possuem relação de pa- TCU, a oitiva prévia da Agência
rentesco em primeiro grau, além Nacional do Petróleo, Gás Natural
de ser a mesma pessoa atuando e Biocombustíveis para, no prazo
como procuradora/representante de cinco dias úteis, manifestar-se
da Prosperar e da Fragcenter; sobre os fatos apontados na re-
3.2. essas três empresas do mesmo presentação formulada por Eba
grupo apresentaram orçamentos Office Comércio de Máquinas
na fase de pesquisa de preços; Para Escritório Ltda. - EPP (CNPJ
3.3. há a utilização frequente, por 09.015.414/0001-69), e na presen-
esse grupo de empresas, da Net te instrução, especialmente apre-
Machines - que não pode partici- sentando esclarecimentos, acom-
par de licitações públicas por estar panhados da devida comprovação
com débito previdenciário - para documental, em relação ao Pregão
solicitar impugnação de edital de Eletrônico 8/2013, acerca do(a):
licitação e sugerir mudança nas es- b.1) necessidade de que as frag-
pecificações das fragmentadoras, mentadoras a serem adquiridas
direcionando para o produto que possuam engrenagens e pentes
vendem (pentes e engrenagens metálicos, e não plásticos, além
metálicas, funcionamento contí- de funcionamento contínuo, en-
nuo e certificados IEC); e caminhando cópia da documenta-
3.4. alguns licitantes foram inabili- ção de planejamento da aquisição
tados por não possuírem a certifi- das fragmentadoras que indique
cação requerida no edital (cf. peças as funcionalidades exigidas para
8 e 10). os setores destinatários das frag-
3.5. Na instrução preliminar à peça mentadoras e cópia dos estudos
8, esta Selog, considerando a au- técnicos preliminares, onde conste
sência, nos autos, de informações a relação dos equipamentos/forne-
sobre os fatos apresentados e, cedores que atendem às condições
ainda, a possibilidade da existên- do edital;
cia do periculum in mora reverso, b.2) comprovação de que os pre-
verificou a necessidade de obter ços das fragmentadoras contrata-
esclarecimentos adicionais para das estão de acordo com os preços
subsidiar eventual concessão de efetivamente praticados pelo mer-
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de plásticos, serve ao propósito p. 40) e não foram resultados de
da ANP de adquirir maquinário indicação de nenhuma empresa.
eficiente e resistente, tendo como 5.4. A exigência de funcionamento
base a experiência com as atuais contínuo sem parada para resfria-
máquinas da Agência: das sessenta mento do motor foi incluída no edi-
cinco fragmentadoras existentes, tal após avaliação de seu benefício,
cinquenta e sete possuem essas em decorrência de impugnação
características (engrenagens e que sugeria seu reconhecimento.
pentes metálicos), e oito delas não 5.5. Nos modelos de fragmenta-
se sabe o material de que são cons- doras que não possuem funciona-
tituídas. mento contínuo do motor garan-
5.1. Há 3 anos foi realizada licitação tido pelo fabricante há a exigência
para o serviço de manutenção pre- de ciclos de trabalho versus de des-
ventiva e corretiva das máquinas, canso, de modo a respeitar à con-
mas o certame foi deserto. Desde servação produtiva da máquina. A
então, o parque de fragmentado- ANP possui em seu quadro cerca
ras permanece operando com uma de mil e trezentas pessoas e ga-
rantir o respeito a esses ciclos sig-
aplicação mensal de óleo nos pen-
nifica assumir compromisso com
tes cortadores, não havendo regis-
risco evidente, além disso o grande
tro de engrenagens danificadas ou
vulto de documentos a serem des-
pentes quebrados. Assim, o mate-
cartados pela Agência, exige frag-
rial metálico das engrenagens/pen-
mentadoras capazes de suportar a
tes apresenta grande durabilidade
rotina intensa de atividades.
e resistência, garantindo ao maqui-
5.6. O entendimento da ANP a res-
nário um ciclo de vida duradouro e
peito da importância destas duas
eficiente frente à rotina fatigante.
características (engrenagens/pen-
5.2. Em 2011 foram adquiridas 12 tes metálicos e funcionamento
fragmentadoras com engrena- contínuo do motor) não é destoan-
gens/pentes metálicos, e, diante te, dado que outros órgãos da Ad-
de tal precedente, restou reforça- ministração Pública recentemente
do o raciocínio pela manutenção as exigiram em seus editais e cele-
dos mesmos requisitos no Pregão braram os respectivos contratos,
8/2013. conforme pode ser verificado à
5.3. Além disso, os requisitos en- peça 26, p. 8.
grenagens e pentes em material 5.7. A contratação avulsa de em-
metálico já constavam no corpo presa para serviços de reparo/
do termo de referência desde seu conserto de equipamento, além de
processo de elaboração (peça 26, apresentar alto custo frente ao va-
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lor depreciado do bem, nem sem- reter a proteção dos fios e dos ca-
pre pode se concretizar em virtu- bos de eletricidade, provocando
de da escassez de recurso público, curto circuito e danificando a placa
restando um equipamento ocioso eletrônica do motor, com risco de
a espera de manutenção. Assim, a explosão do equipamento.
aquisição de um maquinário robus- 5.11. A compra de fragmentadoras
to e durável corrobora com o rol de deve ser cautelosamente estudada
características presentes no Edital pela Administração para que não
do Pregão Eletrônico 8/2013. haja aquisição de equipamentos
Manifestação da Fragcenter Ltda. que causem prejuízos. A legisla-
(peça 21) ção confere ao servidor público
5.8. Engrenagens metálicas pos- o direito e a responsabilidade da
suem maior resistência do que as aquisição criteriosa de bens, que
mistas (plástico e metal). As en- possuam padrões de desempenho
grenagens de plástico, diante de e qualidade que contribuam com a
qualquer travamento brusco, que eficiência e rendimento dos traba-
pode ocorrer com a inserção de lhos da Administração.
folhas além da capacidade do equi- Análise
pamento, são as primeiras peças a 5.12. A ANP demonstrou que as
serem danificadas. exigências coadunam-se com as
5.9. Os pentes de plástico se des- especificações exigidas em, pelo
gastam facilmente com a ação con- menos, 12 licitações realizadas por
tínua dos papéis e principalmente órgãos públicos, entre 2011 e 2013
dos metais, como grampos e cli- (peça 26, p. 8), não se configuran-
pes, ocorrendo, assim, a sua que- do, portanto, excessivas tais condi-
bra. Daí, a importância de que os ções.
pentes sejam metálicos. 5.13. Os argumentos apresentados,
5.10. Fragmentadoras que funcio- pela ANP e pela Fragcenter, para
nam com paradas intermitentes adoção desses dois requisitos são
para resfriamento do motor pos- razoáveis, e sinalizam que a Agên-
suem custo mais baixo do que as cia teve como objetivo atender aos
que funcionam continuamente. interesses da Administração.
Porém, o sensor térmico dessas 5.14. Conforme alegado pela ANP,
máquinas, que necessitam de res- o quesito "engrenagens e pentes
friamento, pode falhar e não ativar em material metálico" não resul-
o desligamento do equipamento, tou das sugestões de mudança nas
vindo a funcionar com sobrecar- especificações das fragmentadoras
ga. O motor sobrecarregado pode oferecidas pela Net Machines, con-
atingir temperatura elevada e der- forme pode ser verificado à peça 3,
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p. 84 - diferentemente do exposto adquirida. Considerando as parti-
pela representante - tendo a Agên- cularidades de cada aquisição, os
cia encaminhado, ainda, cópia do valores do Contrato 9.087/2013,
termo de referência antes das al- decorrente do Pregão 8/2013,
terações nele efetivadas, que tam- estão alinhados com os valores
bém confirma tal argumentação. médios das contratações públicas
5.15. A própria representante afir- para o mesmo objeto.
mou, em sua proposta, cumprir Manifestação da Fragcenter Ltda.
com as exigências em comento 6.1. Não apresentou elementos
(peça 3, p. 114 e 115), além disso sobre a questão.
suas alegações vieram desacompa-
Análise
nhadas de elementos que pudes-
sem confirmar a desnecessidade 6.2. Os itens 1 e 2 licitados (peça
desses requisitos. 3, p. 13-14) foram adjudicados à
empresa Fragcenter Comércio e
5.16. Ademais, nenhuma empresa
Serviços Ltda-ME, pelos valores
impugnou o edital por conta des-
negociados de R$ 118.800,00 e R$
sas condições, conforme se verifica
30.000,00, respectivamente (peça
no sítio eletrônico do Comprasnet.
3, p. 150).
5.17. Dessa forma, não se vislum-
bra ocorrência de irregularidade 6.3. Para a máquina do item 1,
quanto a esta questão. que requeria nível mínimo de se-
Esclarecimentos sobre a seguinte gurança 5, a empresa ofereceu
questão: comprovação de que os a fragmentadora Kobra 260 TS
preços das fragmentadoras con- C2 (peça 26, p. 14-15), pelo valor
tratadas estão de acordo com os unitário de R$ 5.400,00, e para a
preços efetivamente praticados máquina do item 2, que requeria
pelo mercado (e.g., contratos da nível mínimo de segurança 2, ofe-
Administração Pública Federal), receu a fragmentadora Kobra 240
peça 26, p. 3 SS5 (peça 26, p. 17-19), pelo valor
Manifestação da ANP (peça 26, p. 3) unitário de R$ 2.500,00 (peça 26,
p. 8).
6. O Anexo 1, acostado à peça 26,
p. 8, apresenta tabela comparati- 6.4. Quanto ao preço de merca-
va entre contratações realizadas do do item 1 licitado, na pesqui-
nos anos de 2011, 2012 e 2013, sa encaminhada pela ANP (peça
contendo os licitantes, as empre- 26, p. 8) em resposta à oitiva, há
sas contratadas, os valores pactu- apenas uma fragmentadora com
ados por unidade fragmentadora, nível de segurança 5, a Kobra 240
as marcas/modelos das máquinas C2 Turbo, adquirida, pelo valor
e a quantidade total de máquinas de R$ 2.958,00, em certame do
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cação das respectivas propostas de requisitos previstos na cláusula
das empresas J.B.L. Comércio de do termo de referência.
Eletro-eletrônicos Ltda.- ME e Tri- 7.4. A Tricomex-Eireli ofertou a
comex Importação e Exportação máquina Menno-15C1, conforme
- EIRELI - EPP (peça 3, p. 115), refe- proposta acostada à peça 26, p.
rente ao item 1 da licitação, peça 12-13. Consultando as especifi-
26, p. 3-4. cações no manual da fragmenta-
Manifestação da ANP (peça 26, p. dora, indicado pela ANP (http://
3-4) www.menno.com.br/produtos/di-
7. A empresa JBL Ltda. foi desclas- visao/escritorio/fragmentadoras-
sificada em função do não aten- -e-ortadeiras/fragmentadora-se-
creta-15c, peça 26, p. 4), também
dimento de requisitos mínimos
se verificou descumprimento da
estabelecidos no edital (Anexo 1 -
cláusula 2.1.
termo de referência, cláusula 2.1),
relativamente ao número de folhas 7.5. Dessa forma, não houve
exigido, nível de segurança, volu- irregularidade na desclassifica-
me do cesto e ruído das fragmen- ção das empresas JBL Ltda. e Tri-
tadoras (cf. peça 26, p. 4). comex-Eireli, do Pregão 8/2013.
Além disso, deve-se ressaltar que
7.1. A empresa Tricomex-Eireli foi
não foi detectado, no sítio do
desclassificada também em função
Comprasnet, elementos que in-
do não atendimento de requisitos
dicassem que essas empresas te-
mínimos estabelecidos no edital
nham se insurgido contra a recusa
(Anexo 1 - termo de referência,
de suas propostas.
cláusula 2.1), relativamente ao ní-
Esclarecimentos sobre a seguinte
vel de segurança, abertura da fen-
questão: atendimento das frag-
da, volume do cesto e regime de
mentadoras oferecidas na propos-
funcionamento (cf. peça 26, p. 4).
ta da contratada ao requisito de
Manifestação da Fragcenter Ltda. funcionamento contínuo, peça 26,
6.2. Não apresentou elementos so- p. 4.
bre a questão. Manifestação da ANP (peça 26, p. 4)
Análise 8. Para os itens 1 e 2, a Fragcenter
7.3. Comparando-se as especifi- Ltda. apresentou máquinas fabri-
cações da cláusula 2.1 do termo cadas pela Elcoman, modelo Kobra
de referência (peça 3, p. 13) com 260 TS C2 (peça 26, p. 14-15) e mo-
a proposta da empresa JBL Ltda., delo Kobra 240 SS5 (peça 26, p. 17-
encaminhada pela APN e acostada 19), respectivamente, afirmando o
à peça 26, p. 9-11, verifica-se que, cumprimento das especificações
de fato, houve descumprimento editalícias.
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26, p. 54-55), solicitando pronun- tuições por ele credenciadas, a fim
ciamento especializado e compe- de permitir maior competitividade
tente sobre a matéria. Em retorno, possível no certame.
a Procuradoria emitiu a Nota Téc- 9.4. Assegurada, então, a regulari-
nica 275/2013/PF-ANP/PGF/AGU dade do Pregão Eletrônico 8/2013,
(peça 26, p. 60-62), afirmando que o certame foi homologado, em
é obrigatória a observância do De- seguida foi providenciada a assi-
creto 7.174/2010 pela ANP. natura e publicação do Contrato
9.3. O entendimento exposto na 9.087/13 e emitida a respectiva
aludida nota técnica foi no sentido Nota de Empenho (peça 26, p. 65-
de que o TCU não tem competên- 73)
cia para suspender ato adminis-
Manifestação da Fragcenter Ltda.
trativo normativo expedido pelo
(peça 21)
Presidente da República, no caso
o Decreto 7.174/2010, tendo em 9.5. A certificação solicitada pela
vista que seria do Congresso Na- ANP visou à aquisição de produtos
cional tal incumbência, a teor do fabricados com exigências mínimas
art. 49 da Constituição Federal; de segurança e conforto aos usuá-
o próprio tribunal admite a certi- rios.
ficação, quando necessária para 9.6. A certificação não restringe a
atestar a qualidade do produto ou competitividade, pois o mercado
serviço, nos termos do inciso II do oferece inúmeras fragmentadoras
art. 30 da Lei 8.666/1993; é inacei- que possuem certificado de segu-
tável que o gestor não possa exigir rança ao usuário.
produtos que dêem atendimento 9.7. Decidir pela aquisição de equi-
às alíneas do inciso II do art. 3º do pamentos seguros e certificados é
Decreto 7.174/2010; o atesto de ato discricionário da ANP, que ob-
que o produto a ser adquirido pela
jetivou o cuidado do patrimônio,
ANP não possui substâncias perigo-
bem como a segurança do trabalho
sas que comprometam a saúde e o
de seus servidores.
meio ambiente deve ser realizado
9.8. A obrigatoriedade da Adminis-
por órgão qualificado/competente;
deve-se entender que a exigência tração em acatar as decisões do
é decorrente do inciso II do art. Tribunal é relativa, sendo em casos
30 da Lei 8.666/1993 (atestado de concretos e específicos na aplica-
qualidade do produto), e não uma ção da Lei 8.666/1993.
exigência para a habilitação do li- 9.9. O pregão realizado pela ANP
citante; deve ser aceito atestado teve objeto diverso daquele ana-
de qualquer instituição idônea, e lisado no âmbito do acórdão
não apenas o do Inmetro ou insti- 670/2013-TCU-Plenário, que foi a
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II - as exigências, na fase de habili- "(...)
tação, de certificações emitidas por O art. 3º do Decreto nº. 7.174/2010
instituições públicas ou privadas possui um vício grave, posto que
credenciadas pelo Instituto Nacio- limita a competitividade sem ter
nal de Metrologia, Normalização e sido instituído por lei. Vulnerando
Qualidade Industrial - Inmetro, que assim a primeira parte do inciso
atestem, conforme regulamenta- XXI do art. 37, da Constituição Fe-
ção específica, a adequação dos deral.
seguintes requisitos:
Também colide a forma como foi
a) segurança para o usuário e ins-
instituída a regra de habilitação
talações;
prevista no art. 3º do Decreto nº.
b) compatibilidade eletromagnéti- 7.174/2010 com o disposto no art.
ca; e 30, caput e IV, da Lei nº. 8.666/93,
c) consumo de energia; haja vista que a documentação de
(...) habilitação de qualificação técnica
9.13. Cabem destacar os seguin- limita-se à prova de atendimento
tes posicionamentos exarados de requisitos previstos em "lei es-
naquela decisão plenária (Acór- pecial" (o quê flagrantemente não
dão 670/2013-TCU), que tratou é o caso), senão vejamos:
de representação contra supostas (...)
irregularidades existentes no Pre- Isto posto, o art. 3º do Decreto nº.
gão Eletrônico 162/2012, realiza- 7.174/2010 não pode ser aplicado
do pela empresa de Tecnologia e a esteio do art. 37, XXI, da CF/88
Informações da Previdência Social c/c art. 30, caput e IV, da Lei nº.
(Dataprev), cujo objeto era a aqui- 8.666/93".
sição de microcomputadores. As
(...)
fragmentadoras (bens de automa-
ção), como os mencionados micro- Do entendimento deste relator
computadores, não necessitam da Entendo assistir razão à Dataprev,
certificação em tela para serem data venia dos posicionamentos
comercializados no país, conforme contrários.
a Portaria 170/2012 do Inmetro. (...) não cabe ao poder regulamen-
Assim, as considerações exaradas tar erigir norma que restrinja o ob-
naquele acórdão aplicam-se tam- jeto a ser licitado, em substituição
bém ao caso em estudo. ao juízo de conveniência e oportu-
VOTO do Acórdão 640/2013-TCU- nidade do administrador. Esse tipo
-Plenário de restrição também só poderia
Das alegações da Dataprev resultar de disposição legal.
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Jurisprudência Selecionada
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Jurisprudência Selecionada
9.17 Como se vê, a exigência in- de sua missão institucional, soa
devida pode ter causado compro- estapafúrdia a tese ora sustentada
metimento ou restrição do caráter pela Petrobras de que um parecer
competitivo do certame. da AGU, após o beneplácito do
9.18. No que se refere à alegação de Chefe do Poder Executivo Federal,
impossibilidade de suspensão de teria efeito vinculante sobre os de-
ato administrativo pelo TCU, traz- mais poderes e sobre o Tribunal de
-se excerto do relatório do Acór- Contas da União. Especificamente
dão 3.613/2013-Primeira Câmara, quanto ao TCU, cumpre assinalar
que esta Corte de Contas haure
exarado na sessão de 4/6/2013,
suas competências diretamente da
no qual restou consignado posicio-
Constituição Federal e que, por-
namento acerca da possibilidade
tanto, não pode ter sua atuação
de afastamento, pelo Tribunal, da
condicionada ou limitada por ato
aplicação de ato normativo expe-
de vontade do Presidente da Repú-
dido pelo executivo. No aludido
blica.
acórdão também ficou registrado
que os pareceres da Advocacia Ge- Ora, se esta Corte de Contas, como
ral da União não vinculam o TCU, já reconheceu o excelso STF, pode,
no exercício de sua competência
sendo oportuno evidenciar tam-
de fiscalizar a atividade da Adminis-
bém esse entendimento, tendo em
tração Pública Federal, examinar
vista a Nota Técnica 275/2013/PF-
a constitucionalidade de leis pro-
-ANP/PGF/AGU, encaminhada pela
manadas do Congresso Nacional,
ANP para justificar a exigência da
afastando a incidência das que ti-
Certificação IEC 60.950:
ver por inconstitucionais, a fortiori,
Os pronunciamentos do AGU com muito mais razão, atos norma-
quanto à aplicação do Decreto tivos de menor hierarquia poderão
2.745/1998, ainda que corrobora- ser examinados e ter sua incidência
dos pelo Exmo. Presidente da Re- afastada pelo Tribunal de Contas
pública, vinculam tão somente os da União, como é o caso de decre-
órgãos do Poder Executivo, não tos do Poder Executivo e também
tendo autoridade para alcançar de pareceres da AGU, chancelados
o TCU, cuja competência e inde- pelo Presidente da República, que
pendência de instância estão de- versem conteúdo considerado in-
lineadas na Constituição Federal." constitucional ou ilegal pela Corte
(grifou-se) de Contas." (grifou-se)
Com as devidas vênias e sem ne- Portanto, a alegação de que o Pa-
nhum demérito ao brilhante tra- recer AGU AC-15 dá validade à apli-
balho que desenvolve a Advocacia- cação do Decreto 2.745/98 deve
-Geral da União no cumprimento ser rejeitada.
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Jurisprudência Selecionada
9.19. Vê-se, pois, que o TCU pode 5.450/2005 permite que qualquer
afastar a incidência de atos norma- pessoa impugne o ato convocatório
tivos, como o fez no caso do Acór- do pregão eletrônico. Sendo assim,
dão 670/2013. não serão analisados os esclareci-
9.20. Com relação à obrigatorieda- mentos apresentados pela Fragcen-
de da Administração em acatar as ter Ltda. relativamente a esses pon-
decisões do Tribunal, a Súmula TCU tos (peça 21).
222 dispõe que "as Decisões do Tri- 11. Consoante o art. 276 do RI/
bunal de Contas da União, relativas TCU, o Relator poderá, em caso
à aplicação de normas gerais de li- de urgência, de fundado receio de
citação, sobre as quais cabe priva- grave lesão ao Erário, ao interesse
tivamente à União legislar, devem público, ou de risco de ineficácia da
ser acatadas pelos administradores decisão de mérito, de ofício ou me-
dos Poderes da União, dos Estados, diante provocação, adotar medida
do Distrito Federal e dos Municí- cautelar, determinando a suspen-
pios". Ademais, o Pregão 8/2013 da são do procedimento impugnado,
ANP está sendo, no momento, ana- até que o Tribunal julgue o mérito
lisado pelo TCU, sendo as conclu- da questão. Tal providência deverá
ser adotada quando presentes os
sões retiradas neste caso concreto.
pressupostos do fumus boni iuris e
9.21. Dessa forma, a irregularida-
do periculum in mora.
de em estudo não foi afastada pela
12. O contrato oriundo do Pre-
ANP, nem pela Fragcenter Ltda.
gão Eletrônico 8/2013 já foi ce-
10. A análise consubstanciada na lebrado em 9/12/2013 (Contrato
instrução à peça 8 (p. 4) conside- 9.087/2013-ANP - peça 26, p. 65-
rou que a representação não veio 71), tendo a contratada entregue,
acompanhada dos indícios concer- em 27/12/2013, as 12 unidades de
nentes ao apontamento de que as fragmentadoras referentes ao item
empresas Prosperar, Net Machines 2 da licitação, as quais foram rece-
e Fragcenter possuem sócios com bidas provisoriamente pela ANP
relação de parentesco, bem como (peça 26, p. 6), razão pela qual se
ao apontamento de que houve uti- aventou, na instrução à peça 8, a
lização, pelas empresas Prosperar existência do perigo da demora ao
e Fragcenter, da empresa Net Ma- reverso. Ademais, frente à pequena
chines para solicitar impugnação monta da diferença da proposta da
de edital de licitação, não tendo Eba Ltda. em relação à da empre-
abordado, assim, tais fatos na oitiva sa vencedora (cf. item 9.16 acima),
da ANP. Quanto a essa última ques- não se verifica o interesse público
tão, a análise ponderou, também, em atender ao pedido da represen-
que o art. 18, caput, do Decreto tante para anular o certame, com
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efeitos retroativos à fase interna da recer da AGU e que não foram evi-
elaboração do edital (peça 8, p. 3). denciados prejuízos significativos ao
13. Quanto ao direito pleiteado pela interesse público, é suficiente dar
representante, deve-se registrar ciência à ANP acerca da falta de am-
que, embora tenha restado eviden- paro em lei para a adoção da certifi-
ciada a irregularidade na exigência cação da Portaria Inmetro 170/2012
da Certificação IEC 60.950 no Pre- como requisito de habilitação.
gão 8/2013 da ANP, o que se obser- 16. Também é pertinente dar ciên-
va é que, inicialmente, as empresas cia à ANP, em vista da análise rea-
participantes da licitação concorda- lizada nos itens 6.4 a 6.6 acima, de
ram com os termos do edital e se que para se comprovar o preço de
mantiveram silentes quanto a essa mercado, a pesquisa deve levar em
previsão, não se valendo do direito conta diversas origens, como, por
de impugnar o ato convocatório. exemplo, cotações com fornecedo-
Somente em momento posterior, res, contratos anteriores do próprio
ao se sentirem prejudicadas com a órgão, contratos de outros órgãos,
condição, é que duas das empresas valores registrados no Sistema Inte-
licitantes (Riotron e a Eba) se mani- grado de Administração de Serviços
festaram contra essa disposição do Gerais e nas atas de registro de pre-
termo de referência, interpondo re- ços da Administração Pública Fede-
curso no âmbito do pregão. Seus re- ral, de forma a possibilitar a estima-
cursos administrativos consistiram, tiva mais real possível. Além disso, a
na verdade, em tentativa de impug- Agência deve ser cientificada acerca
nação do edital, o que deveria ter do alcance das decisões do TCU.
ocorrido até dois dias úteis antes da 17. Considerando, então, que o
data fixada para abertura da sessão estado deste processo permite a
pública, nos termos do art. 18 do formulação imediata da proposta
Decreto 5.450/2005. de mérito, propõe-se, entre outros
14. Ante o exposto nos itens 12 e 13 encaminhamentos, considerar a
acima, não há que se falar em con- representação parcialmente proce-
cessão de cautelar, já que ausentes dente, com fulcro no art. 276, §6º,
os pressupostos para a sua adoção, in fine, do RI/TCU.
não se vislumbrando, portanto, re- CONCLUSÃO
ceio de grave lesão ao erário, nem 18. Mediante Despacho exarado
ao interesse público, nem risco de em 3/1/2014, acostado à peça 10
ineficácia da decisão de mérito. dos autos, o presente processo foi
15. Considerando que a irregulari- conhecido como representação,
dade na exigência da Certificação uma vez atendidos os requisitos de
IEC 60.950 estava amparada em pa- admissibilidade previstos nos arts.
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Jurisprudência Selecionada
235 e 237, inciso VII, do Regimento 18.2.4. alguns licitantes foram inabi-
Interno deste Tribunal (RI/TCU), c/c litados por não possuírem a certifi-
o art. 113, §1º, da Lei 8.666/1993. cação requerida no edital.
18.1. No que tange ao requerimen- 18.3. Diante dos fatos apurados e
to de medida cautelar, verifica-se das informações constantes dos
que não deve ser acolhido, por não autos, verifica-se que as alegações
estarem presentes nos autos os re- da representante são parcialmente
quisitos necessários. procedentes. Assim, observa-se a
18.2. A representante insurgiu-se necessidade de expedição de ciên-
cia à ANP, conforme parágrafos 15
contra o resultado do Pregão Eletrô-
e 16, acima.
nico 8/2013, que declarou a empre-
sa Fragcenter Comércio e Serviço 18.4. Pelo exposto, propõe-se inde-
Ltda. - ME vencedora do certame, ferir o pedido de cautelar, uma vez
alegando, em suma, que ausentes os requisitos necessários
à sua concessão, e, no mérito, con-
18.2.1 os sócios de empresas que
siderar a presente representação
solicitaram alteração nas especifi-
parcialmente procedente, com ful-
cações das fragmentadoras (Pros-
cro no do art. 276, §6º, do mesmo
perar, Net Machines e Fragcenter)
normativo.
possuem relação de parentesco
BENEFÍCIOS DA AÇÃO DE CONTRO-
em primeiro grau, além de mesma
LE
pessoa atuando como procurado-
ra/representante da Prosperar e da 19. Garantir o livre direito de repre-
Fragcenter; sentação ao TCU de empresa lici-
tante em certame da Administração
18.2.2. essas três empresas do mes- Pública Federal, incentivando, as-
mo grupo apresentaram orçamen- sim, o controle social das licitações
tos na fase de pesquisa de preços; públicas.
18.2.3. há a utilização frequente, PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
por esse grupo de empresas, da Net 20. Ante todo o exposto, subme-
Machines - que não pode participar tem-se os autos à consideração su-
de licitações públicas por estar com perior propondo:
débito previdenciário - para solicitar a) indeferir o requerimento de
impugnação de edital de licitação e medida cautelar, formulado pela
sugerir mudança nas especificações Eba Office Comércio de Máquinas
das fragmentadoras, direcionando Para Escritório Ltda. - EPP (CNPJ
para o produto que vendem (pentes 09.015.414/0001-69), tendo em vis-
e engrenagens metálicas, funciona- ta a inexistência dos pressupostos
mento contínuo e certificados IEC); necessários para adoção da referida
e medida;
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Jurisprudência Selecionada
b) considerar, no mérito, parcial- administradores dos Poderes da
mente procedente a representação União, dos Estados, do Distrito Fe-
formulada pela Eba Office Comércio deral e dos Municípios;
de Máquinas Para Escritório Ltda. - d) comunicar à representante a de-
EPP; liberação que vier a ser adotada; e
c) dar ciência à Agência Nacional do e) arquivar os presentes autos, nos
Petróleo, Gás Natural e Biocombus- termos do art. 237, parágrafo único,
tíveis (ANP) sobre o seguinte: c/c o art. 250, inciso II, do Regimen-
c.1) a adoção da certificação IEC to Interno/TCU."
60.950, fundamentada na Porta- 2. O Diretor da 1ª DT, ao aquiescer
ria Inmetro 170/2012 e Decreto integralmente à proposta de enca-
7.174/2010, constante do Edital do minhamento alvitrada na instrução,
Pregão Eletrônico 8/2013, como re- manifestou-se quanto à posterior
quisito de habilitação, não encontra solicitação de reconhecimento da
amparo em lei; empresa Fragcenter Comércio e
c.2) consoante entendimento des- Serviços Ltda. - ME como parte inte-
te Tribunal de Contas da União ressada, nos seguintes termos:
(Acórdãos 819/2009-TCU-Plená- "1.1. Conforme consta do docu-
rio, 1685/2010-TCU-2ª Câmara e mento à aludida peça, a empresa
265/2010-TCU-Plenário), para se Fragcenter Comércio e Serviços
comprovar o preço de mercado, a Ltda. - ME solicita ao Ministro Re-
pesquisa deve levar em conta di- lator o "seu cadastramento como
versas origens, como, por exemplo, parte interessada no sistema do
cotações com fornecedores, con- TCU", para que possa acompanhar
tratos anteriores do próprio órgão, todos os atos processuais de seu
contratos de outros órgãos, valores interesse, visto ser vencedora do
registrados no Sistema Integrado pregão eletrônico em apreço nos
de Administração de Serviços Ge- presentes autos.
rais e nas atas de registro de preços 1.2. O art. 144, §2º, do Regimento
da Administração Pública Federal, Interno do TCU (RITCU) define inte-
de forma a possibilitar a estimativa ressado como sendo "aquele que,
mais real possível; em qualquer etapa do processo,
c.3) conforme disposto no Enun- tenha reconhecida, pelo relator ou
ciado da Súmula - TCU - 222, as pelo Tribunal, razão legítima para
Decisões do Tribunal de Contas da intervir no processo".
União, relativas à aplicação de nor- 1.3. A instrução à peça 30 infor-
mas gerais de licitação, sobre as ma, em seu item 12, que a refe-
quais cabe privativamente à União rida empresa não somente foi a
legislar, devem ser acatadas pelos licitante vencedora do certame li-
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do preço orçado, e, ainda, como de representação contra supostas
a representante não demonstrou irregularidades existentes no Pre-
desconformidade dos preços da gão Eletrônico 162/2012, realiza-
Fragcenter Ltda. com os praticados do pela empresa de Tecnologia e
no mercado, não há elementos nos Informações da Previdência Social
autos que indiquem a ocorrência de (Dataprev), cujo objeto era a aqui-
sobrepreço ou superfaturamento sição de microcomputadores. As
nas aquisições." (grifei) fragmentadoras (bens de automa-
6. No que concerne à "Certificação ção), como os mencionados mi-
IEC", a Selog foi precisa na análise da crocomputadores, não necessitam
matéria: da certificação em tela para serem
"9.11. Conforme constou no item 7 comercializados no país, conforme
do termo de referência do Pregão a Portaria 170/2012 do Inmetro. As-
8/2013 (peça 3, p. 16-17), abaixo sim, as considerações exaradas na-
transcrito, a exigência de certifica- quele acórdão aplicam-se também
ção das fragmentadoras estava am- ao caso em estudo.
parada no art. 30, inciso IV, da Lei [...]
8.666/93, ou seja como condição de 9.14. Do voto do Acórdão 670/2013,
habilitação (...). cujo excerto foi acima reproduzido,
[...] verifica-se que a ANP até poderia,
9.12. O TCU, mediante o Acórdão discricionariamente e motivada-
670/2013-TCU-Plenário, manifes- mente, exigir que o objeto licitado
tou-se no sentido de que a exi- possuísse as características que a
gência da certificação emitida por certificação busca aferir (segurança
instituições públicas ou privadas para o usuário e instalações, com-
credenciadas pelo Inmetro, previs- patibilidade eletromagnética e con-
ta no inciso II do art. 3º do Decreto sumo de energia), mas não poderia
7.174/2010, abaixo discriminado, é restringir o fornecimento somente
ilegal, visto que estipula novo re- àquelas empresas que detivessem
quisito de habilitação por meio de tal certificado.
norma regulamentar e restringe in- 9.15. A exigência de certificação no
devidamente o caráter competitivo Pregão 8/2013 levou à desclassifica-
do certame. ção da representante, empresa Eba
Office Comércio de Máquinas Para
[...]
Escritório Ltda. - EPP, unicamente
9.13. Cabem destacar os seguin- por não lograr cumprir com essa
tes posicionamentos exarados condição, conforme se depreende
naquela decisão plenária (Acór- da ata acostada à peça 3, p.145. As
dão 670/2013-TCU), que tratou demais empresas foram desclassi-
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presentes autos. A referida empre- inexistência dos pressupostos ne-
sa não somente foi a vencedora do cessários à sua adoção;
Pregão Eletrônico 8/2013 como já 9.2. no mérito, considerar a repre-
fora contratada pela ANP, tendo, sentação parcialmente proceden-
inclusive, entregue os bens refe- te;
rentes ao item 2 da licitação. 9.3. dar ciência à ANP de que:
Ante o exposto, VOTO por que seja 9.3.1. a exigência da certificação
adotada a deliberação que ora IEC 60.950 como requisito de habi-
submeto à apreciação deste Cole- litação, fundamentada na Portaria
giado. Inmetro 170/2012 e no Decreto
TCU, Sala das Sessões Ministro Lu- 7.174/2010, não encontra amparo
em lei;
ciano Brandão Alves de Souza, em
3 de setembro de 2014. 9.3.2. para se comprovar o preço
de mercado, a pesquisa deve levar
JOSÉ JORGE
em conta diversas origens, como,
Relator por exemplo, cotações com forne-
Acórdão: cedores, contratos anteriores do
VISTOS, relatados e discutidos es- próprio órgão, contratos de outros
tes autos de representação for- órgãos, valores registrados no Sis-
mulada pela empresa Eba Office tema Integrado de Administração
Comércio de Máquinas para Escri- de Serviços Gerais e nas atas de re-
gistro de preços da Administração
tório Ltda.-EPP, apontando possí-
Pública Federal, de forma a possibi-
veis irregularidades no âmbito do
litar a estimativa mais real possível
Pregão Eletrônico 8/2013, realiza-
(Acórdãos 819/2009-TCU-Plená-
do pela Agência Nacional do Petró-
rio, 1685/2010-TCU-2ª Câmara e
leo, Gás Natural e Biocombustíveis
265/2010-TCU-Plenário);
(ANP), tendo por objeto "aquisição
9.4. com base no art. 144, §2º, do
de máquinas fragmentadoras de
Regimento Interno do TCU, re-
papéis, departamentais e individu-
conhecer a empresa Fragcenter
ais".
Comércio e Serviços Ltda. - ME
ACORDAM os Ministros do Tribu- (12.353.625/0001-16) como parte
nal de Contas da União, reunidos interessada nos presentes autos;
em Sessão Plenária, ante as razões 9.5. encaminhar cópia deste acór-
expostas pelo Relator, em: dão, bem como do relatório e do
9.1. indeferir o pedido de medida voto que o fundamentam, à repre-
cautelar formulado pela Eba Office sentante, à ANP e à empresa con-
Comércio de Máquinas Para Escri- tratada;
tório Ltda. - EPP, tendo em vista a 9.6. arquivar o processo
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Jurisprudência Selecionada
Notas:
TCU: a melhor instituição pública para se trabalhar
O Tribunal de Contas da União (TCU) foi eleito, pela 18ª edição do Guia
Você S/A – As Melhores Empresas para Você Trabalhar 2014, a melhor
instituição pública para se trabalhar. A cerimônia de premiação foi reali-
zada no Auditório Ibirapuera, na capital paulista.
Publicado pela revista Você S/A, o Guia Você S/A é resultado da maior
pesquisa sobre clima organizacional realizada no País e é uma das princi-
pais referências em carreira e finanças pessoais. A cada ano, ele elabora
estudo e detalhada pesquisa, em parceria com a Fundação Instituto de
Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP).
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doutrina
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Doutrina
1. Introdução
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demonstrada mediante a apresentação de certidão negativa de débitos
trabalhistas (CNDT).
O interessado não obterá a CNDT, quando em seu nome constar:
I – o inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença condenatória
transitada em julgado, proferida pela Justiça do Trabalho ou em acordos judiciais
trabalhistas, inclusive no concernente aos recolhimentos previdenciários, a
honorários, a custas, a emolumentos ou a recolhimentos determinados em lei; ou
II – o inadimplemento de obrigações decorrentes de execução de acordos firmados
perante o Ministério Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia.
Verificada a existência de débitos garantidos por penhora suficiente ou
com exigibilidade suspensa, será expedida Certidão Positiva de Débitos
Trabalhistas, em nome do interessado, com os mesmos efeitos da CNDT,
que possui prazo de validade de 180 dias e certificará a empresa em relação
a todos os seus estabelecimentos, agências e filiais.
As alterações geradas pela Lei federal nº 12.440/2011 entraram em vigor
180 dias após a sua publicação. Em geral, a referida Lei teve como intuito
dar maior efetividade à execução trabalhista, uma vez que a empresa não
cumpridora das decisões da Justiça do Trabalho passará a constar em um
cadastro público de devedores, permitindo tanto aos órgãos públicos como
a qualquer pessoa saber se ela “respeita os direitos de seus empregados”.
Para o âmbito das licitações, parece evidente o intuito de evitar a contratação
de empresas inadimplentes com seus trabalhadores, problemática que há
anos vem preocupando as gestões públicas, notadamente em contratações
de serviços terceirizados, nas quais o Poder Público vem sendo condenado
a responder subsidiariamente por débitos trabalhistas entre as empresas
(contratadas pela Administração) e seus empregados. Com tal disposição
legal, muda-se o foco no combate à inadimplência dessas empresas de
serviços terceirizados, contratadas pelo Poder Público. Antes se apostou em
um maior controle das contratações (visão que se demonstrou ineficiente,
por não resolver o problema e gerar outros, como a sobrecarga dos
servidores responsáveis pela fiscalização desses contratos), agora busca-
se filtrar melhor as empresas que serão contratadas pela Administração,
atitude que já reputávamos outrora como a mais correta.
É necessário, contudo, ter cautela na execução de tais exigências. Isso
porque a Certidão deve atestar a empresa em relação a todos os seus
estabelecimentos, agências e filiais. Dessa imposição podem ser apontadas
duas dificuldades: primeiramente, a preocupação sobre a efetividade
desse controle tão abrangente, com certificação que consiga rastrear tais
imputações, em quaisquer débitos existentes perante a Justiça do Trabalho,
Ministério Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia, nos
limites legais; em segundo, preocupa que a exigência de manutenção
das condições de habilitação, em contratos vigentes (firmados após a
entrada em vigor da disposição), gere entendimento que possa prejudicar
o pagamento das contratações em andamento, por conta de débitos
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trabalhistas, assim que eles imediatamente se enquadrem nas disposições
impeditivas à emissão de Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas.
Doutrina
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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
Doutrina
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
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3. Certidão trabalhista e exigência em qualquer contratação
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4. Certidão trabalhista e contratos em vigência
Doutrina
Um aspecto importante, que precisa ser discutido, está relacionado à exigência
da CNDT para contratos vigentes.
São duas as situações que merecem análise. A primeira está relacionada à
contratação recentemente licitada, sem exigência do referido requisito de
habilitação. Com a entrada em vigor da Lei nº 12.440/2011, pode ser exigida a
regularidade trabalhista no contrato em andamento?
A resposta, em princípio, é negativa. O próprio inciso XIII, do caput do artigo
55 da Lei nº 8.666/93, ao regrar sobre a necessidade de manutenção das
condições de habilitação, durante a execução do contrato, restringe tal
exigência às obrigações assumidas pela empresa, de acordo com as exigências
da licitação. Vejamos o dispositivo:
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
In omissis
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução
do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas,
todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
O licitante para o qual não foi cobrada a regularidade trabalhista, no certame,
não pode ser surpreendido por esta exigência durante a execução contratual.
Uma segunda situação poderá ocorrer quando tratarmos de serviços
contínuos, passíveis de prorrogação temporal. Neste caso, a faculdade de
prorrogar o contrato envolve um elemento consensual, que precisa ser
ponderado.
Por parte do licitante, sua aceitação dependerá do interesse econômico
na manutenção daquela contratação. Se a contratação for prejudicial ao
seu interesse, ele não aceitará prorrogação, atitude legítima e que deve ser
acatada.
Por parte da Administração, o legislador já estabeleceu o interesse público a
ser atendido, descrevendo a obtenção de preços e condições mais vantajosas
como justificativa legal para tal prorrogação. Vejamos:
COMO CITAR Art. 57.
ESTA FONTE:
TORRES, Ronny In omissis
Charles Lopes de.
Considerações II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
sobre a Certidão poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos
Negativa de Débitos
Trabalhistas (CNDT).
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
LICICON – Revista administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº
de Licitações e 9.648, de 1998)
Contratos. Instituto
Negócios Públicos: Partindo do pressuposto legal que a exigência de regularidade trabalhista
Curitiba, PR, ano
VII, n.84, p.156-162, envolve uma condição vantajosa para a Administração (garantia do
dezembro 2014. cumprimento das obrigações) e não gera transformação ou alteração no
www.negociospublicos.com.br | 161
objeto contratual, entendemos que, nesses casos, embora a licitação tenha
ocorrido sem o requisito de regularidade trabalhista no edital, a inserção desta
exigência poderá ser acordada entre as partes contratantes, no momento da
prorrogação.
Caso a empresa entenda que tal acréscimo cria empecilho ao seu interesse
de prorrogação, tem o direito de abdicar dela, tendo em vista o elemento
consensual envolvido.
5. CONCLUSÃO
Resumimos aqui alguns dos questionamentos que certamente serão
provocados, em vista das alterações promovidas pela Lei federal nº
12.440/2011, já em vigor.
Embora seja evidente o correto intuito de dar maior efetividade à execução
trabalhista, protegendo o trabalhador, necessário ponderar que a aplicação
dessa regra nas licitações públicas exige a inserção de princípios próprios,
vinculados ao Direito Administrativo e à Constituição.
Importante a atuação da doutrina, da jurisprudência e dos órgãos
regulamentadores, para evitar distorções e auxiliar os agentes públicos que
manejam com licitações (notadamente os concretamente responsáveis), na
escorreita aplicação da norma criada, sem prejuízos às finalidades e limites
que incidem sobre a atividade administrativa contratual.
1 MOREIRA, Vital. apud SILVA, Américo Luís Martins da. A ordem constitucional econômica.
1996. Rio de Janeiro. Forense. Pág. 21.
162 | www.negociospublicos.com.br
econômica, parece evidente que as transformações ocorridas no mundo nas
últimas décadas, dentre elas a exaustão do Estado Social intervencionista
Doutrina
tradicional e os fenômenos que envolvem aquilo que se conceituou como
globalização, passaram a influenciar as formas de organizações econômicas.
Durante o período da 2ª Grande Guerra Mundial, com a queda na atividade
econômica mundial e as turbulências econômicas causadas por políticas
nacionalistas e restritivas do comércio internacional, representantes dos
países aliados se reuniram em Bretton Woods, em New Hampshire, Estados
Unidos, com a intenção de reconstruir o capitalismo mundial, de maneira
a impedir novas crises sistemáticas como as que aconteceram durante a
Grande Depressão dos anos 30.
Pelo acordo de Bretton Woods, os países se comprometeram a adotar uma
política monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro
de um determinado valor; em outras palavras, foi criado um sistema de
gestão de taxas chamado de padrão dólar-ouro, o qual procurava flexibilizar
o chamado Padrão-Ouro, que era a base do sistema monetário internacional
antes da Primeira Guerra Mundial.2
Melhor explicam as palavras de Gremaud:3
“O sistema consagrado em Bretton Woods estabeleceu o dólar como
moeda internacional e esta era a única moeda que manteria sua
conversibilidade em relação ao ouro. (...) Quando uma moeda nacional
apresentava tendência demasiadamente forte a se afastar de seu valor
estabelecido em relação ao dólar, havia a possibilidade de se ajustar a
taxa de câmbio. Esta possibilidade de ajustamento, quando se verificasse
um desequilíbrio fundamental, era a principal distinção entre o sistema
de Bretton Woods e o padrão-ouro.
O sistema de Bretton Woods concebia, assim, um regime de taxas
de câmbio fixas, mas ajustáveis, sendo que, idealmente, tais ajustes
deveriam ser acordados entre os países.
Acordou-se também a criação de instituições, como o FMI (Fundo Monetário
Internacional), encarregado de dar estabilidade ao sistema, através de
cooperação financeira que permitisse suporte a dificuldades temporárias,
e o BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e desenvolvimento), com
a função de auxiliar na reconstrução dos países arrasados pela 2ª Guerra
e, posteriormente, promover o desenvolvimento dos países ainda não
desenvolvidos. Outra instituição criada a partir do encontro de Bretton
Woods foi o GATT - Acordo Geral de Tarifas e Comercio (que mais tarde
originou a Organização Mundial de Comércio OMC), cujo objetivo era igualar
2 GREMAUD, Amaury Patrick. VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de. Toneto Jr., Rudinei.
Economia Brasileira Contemporânea. 3ª edição. São Paulo. Atlas. 1999.
3 Idem.
www.negociospublicos.com.br | 163
os países e diminuir as barreiras entre estes, permitindo o fortalecimento do
comércio mundial.
Doutrina
4 ALMEIDA, Paulo Roberto de. Modelo de Bretton Woods. Endereço eletrônico para consulta do
artigo: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/778BrettonWoods.html
5 NUNES, Antonio José Avelãs Nunes. Neoliberalismo & Direitos humanos. Rio de Janeiro-São
Paulo. 2003. Renovar. Págs. 73.
7 BENJAMIN, César. ... (et. al.). A opção brasileira. Rio de Janeiro. Contraponto. 1998. Pág. 29.
164 | www.negociospublicos.com.br
fomentando o desenvolvimento de novas formas de organização, como
as empresas transnacionais, alterando a distribuição do poder mundial e
Doutrina
pondo em cheque a compreensão clássica do Estado-Nação como unidade
soberana, autogovernável e autônoma.8
Matias9 explica que assim como o capitalismo, em sua origem, precisou
do Estado para conseguir condições de se desenvolver, atualmente ele
precisa da globalização, sendo as transnacionais agentes fundamentais da
expansão do comércio internacional (transnacional) e “atores por excelência
do regime capitalista, cuja lógica é a derrubada das barreiras e a unificação,
em escala planetária, de um espaço econômico para a ação desimpedida do
capitalismo”.
Com as inovações tecnológicas foram reduzidos os custos para a circulação
de capital, informações e monitoramento do mercado, além de ter sido
ampliada vertiginosamente a velocidade com que esses atos passaram a
ser praticados. A Internet, o desenvolvimento do transporte aéreo e as
telecomunicações oferecem uma estrutura essencial para a competição
em um mercado cosmopolita,10 permitindo que contratações complexas,
cujos pactuantes encontrem-se separados não apenas por milhares de
quilômetros, mas também pela diferença continental, sejam efetuadas em
períodos impensáveis nos anos 50.
Essa circulação de capitais estimula que países, que consigam se adaptar
às exigências dos investidores, sejam objeto da entrada, em seu território,
de uma gama considerável de recursos, capaz de gerar alguns sintomas de
desenvolvimento, como geração de empregos, ampliação do PIB, aumento
da arrecadação tributária, entre outros.
Conforme asseverou Friedman,11 o mundo atual apresenta alguns exemplos
de países que conseguiram moldar projetos que permitiram um maior
aproveitamento desse novo cenário, como a China e a Índia, bem como
aponta também outros exemplos de países que, embora beneficiados por
aspectos geográficos ou naturais, não conseguiram o êxito esperado na
participação desse mundo globalizado, cada vez menor.
A busca de cada país por seu espaço nesse mundo econômico globalizado e a
intenção de percorrer um curso sustentável de desenvolvimento tem exigido
a realização de reformas em sua ordem econômica, alterações que alcançam
10 NAISBITT, John. Paradoxo global. Tradução de Ivo Korytowski. São Paulo. 1999. Campus. Pág.
53.
11 FRIEDMAN, Thomas L.. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI. Rio de Janeiro.
Objetiva. 2005.
www.negociospublicos.com.br | 165
a constituição econômica, inclusive no concernente à intervenção/atuação
do Estado na economia. Essa é a idéia defendida pro Friedman:12
Doutrina
13 http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u320606.shtml
166 | www.negociospublicos.com.br
muitas não apenas necessárias para apresentá-los como destinos atraentes
aos investimentos (no intuito de alcançar desenvolvimento econômico,
Doutrina
pelo aumento dos postos de empregos, dinheiro em circulação interna e
arrecadação tributária), como também úteis pela inserção de regras de
saneamento fiscal que ajudam a melhorar a eficiência e a saúde econômica
de Estados obesos, que contrastam com a miséria de seus cidadãos e com a
péssima qualidade dos serviços públicos prestados.
Para concluir, vale transcrever a lições proféticas de Ohmae.15
Numa economia sem fronteiras, a ação da “mão invisível” do mercado
tem um alcance e uma força além de qualquer coisa que Adam Smith
pudesse ter imaginado. Na época de Smith, a atividade econômica
tinha lugar numa paisagem amplamente definida - e circunscrita – pelas
fronteiras políticas dos Estados-Nações: a Inglaterra com sua lã, Portugal
com seus vinhos. Agora, em contraposição, é a atividade econômica
que define a paisagem em que todas as outras instituições, inclusive a
máquina do governo, devem funcionar.
Desde a falência do Estado Liberal, os Estados passaram a assumir a
regulação da economia. Ainda têm essa prerrogativa, mas com o impacto
da globalização econômica e seus fenômenos, cada vez mais identificamos
o mercado mundial condicionando e influenciando diretamente as ordens
econômicas nacionais, portanto, influenciando as definições de suas
Constituições Econômicas.
Em outras palavras, numa ironia perversa, cada vez mais a ampliação da
força econômica transnacional projeta uma forma própria de “regulação”
pelo mercado, em detrimento do Estado, como fator condicionante para a
realização de investimentos.
15 OHMAE, Kenichi. O fim do Estado-nação. Tradução de Ivo Korytowski. São Paulo. 1999. Cam-
pus. Pág. 35.
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Jurisprudência
em Foco
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Jurisprudência em Foco
Este espaço é destinado para abordar e comentar a posição do Poder Judiciário e/ou das
Cortes de Contas sobre a legislação de licitações públicas e contratos administrativos.
Para tal objetivo, o colunista, Dr. Luciano Elias Reis, comentará a partir de acórdãos e
decisões que integram o seu livro “Licitações e Contratos: um guia da jurisprudência”
(Editoria Negócios Públicos, 2013).
A referida obra é uma coletânea de aproximadamente 4.000 decisões das Cortes de Con-
tas (com ênfase no Tribunal de Contas da União e vários Tribunais de Contas Estaduais)
e do Poder Judiciário sobre a Lei n. 8.666/1993, razão pela qual tem sido elencada pelos
gestores públicos como uma obra indispensável para os órgãos e entidades de todo o
Brasil.
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A RESCISÃO UNILATERAL E O PROCESSO ADMINISTRATIVO
170 | www.negociospublicos.com.br
Jurisprudência em Foco
decisões do Tribunal de Contas da 23. No presente caso, a necessida-
União: de de motivação e garantia do con-
traditório e da ampla defesa, para
Voto regular utilização do instrumento
18. Como se depreende das conside- da rescisão administrativa, ainda
rações transcritas, a fundamentação que não pudesse, numa interpre-
para a rescisão contratual estaria en- tação estreita, ser fundada no art.
tre as relacionadas no art. 78, inciso 79, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, o
XII, da Lei nº 8.666/1993, qual seja: que não me parece ser o caso, re-
“razões de interesse público, de alta flete, antes de tudo, o exercício do
relevância e amplo conhecimento, cumprimento de mandamentos
justificadas e determinadas pela constitucional e legal.
máxima autoridade da esfera admi- 24. A ampla defesa e o contraditó-
nistrativa a que está subordinado o rio são direitos fundamentais, pro-
contratante e exaradas no processo tegidos pela Constituição Federal,
administrativo a que se refere o con- no art. 5º, inciso LV: “aos litigan-
trato”. tes, em processo judicial ou admi-
19. Ocorre, como bem destacou o nistrativo, e aos acusados em geral
MP/TCU, que não consta dos autos são assegurados o contraditório e
nenhum documento que expresse a ampla defesa, com os meios e re-
os motivos, de forma determinada cursos a ela inerentes”.
e justificada, pelos quais o contrato 25. Para que a defesa, necessária
não mais atenderia ao interesse pú- em processos de rescisão contra-
blico, e aos ditames da legalidade, tual unilateral, possa ser plena-
impessoalidade, moralidade e efici- mente exercida, há necessidade
ência, mencionados de forma vaga de que o ato da Administração po-
no ato de declaração de rescisão tencialmente lesivo a direitos do
contratual. Tais referências a prin- contratado seja adequadamente
cípios da Administração Pública são motivado e que seja observado o
extremamente vagas, insuficientes, direito ao contraditório.
portanto, para cumprir o coman-
do do art. 78, inciso XII, da Lei nº (Tribunal de Contas da União, Acór-
8.666/1993. dão nº 1.343/2009-Plenário, Rela-
tor Ministro Weder de Oliveira).
(…)
Observância de procedimentos
21. Ainda que também não previsto para rescisão contratual
no art. 121, entendo que o disposto
no art. 78, XII, aplica-se ao contrato (...). Destacou, ainda, que o recor-
em discussão, como elemento que rente contrariou os termos da Lei
deve balizar a atuação da Adminis- nº 8.666/93, especialmente os
tração em sua decisão discricioná- arts. 78 e 79, “ao não seguir as hi-
ria, mas não arbitrária, de rescindir póteses previstas de rescisão; não
unilateralmente o contrato, de for- conceder à contratada a oportu-
ma a observar os princípios consti- nidade de contraditório e ampla
tucionais sedimentados no art. 37, defesa; não levar em conta o de-
destacadamente, os da impessoali- ver de indenizar a empresa e não
dade e da eficiência. motivar formalmente a rescisão”.
Ao final, enfatizou que “o dano
(…) maior só não foi concretizado gra-
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Jurisprudência em Foco
172 | www.negociospublicos.com.br
Jurisprudência em Foco
em outra oba a extensão da garantia Se não bastasse a interpretação con-
assegurada ao particular. Por ora, é forme a Constituição e a literalidade
imperioso considerar que o devido do parágrafo único do artigo 78 da
processo significa que a rescisão de- Lei de Licitações, ainda existe a Lei n.
verá ser precedida de um procedi-
9.784 que também assegura o con-
mento administrativo, ao qual o par-
ticular tenha amplo acesso e no qual traditório e a ampla defesa PRÉVIOS
possa deduzir sua defesa e produzir às restrições de direitos:
suas provas. A instauração do proce- Art. 3º O administrado tem os se-
dimento administrativo deverá ocor- guintes direitos perante a Adminis-
rer formalmente, inclusive com a de- tração, sem prejuízo de outros que
finição dos fatos que se pretendem lhe sejam assegurados:
apreciar. Deve-se dar oportunidade I - ser tratado com respeito pelas au-
ao particular para produzir uma de- toridades e servidores, que deverão
fesa prévia e especificar as provas facilitar o exercício de seus direitos e
de que disponha. Em seguimento, o cumprimento de suas obrigações;
deverão produzir-se as provas, sem-
pre com participação do particular. II - ter ciência da tramitação dos pro-
cessos administrativos em que tenha
Não se admite a realização de uma
a condição de interessado, ter vista
perícia sem que o particular possa
dos autos, obter cópias de documen-
indicar um representante e o vício
tos neles contidos e conhecer as de-
não será suprido através da poste-
cisões proferidas;
rior comunicação ao interessado do
conteúdo da perícia. Mas, muito pior III - formular alegações e apresentar
do que isso, é a pura e simples rejei- documentos antes da decisão, os
ção da produção das provas. Após quais serão objeto de consideração
encerrada a instrução, deverá ser pelo órgão competente;
proferida a decisão, da qual caberá Dessa maneira, está notoriamente
recurso para a autoridade superior. demonstrada que a rescisão con-
Após exaurido o procedimento, será
tratual unilateral deverá ser mate-
proferido o ato administrativo uni-
rializada por um processo adminis-
lateral da rescisão.” (JUSTEN FILHO,
Marçal. Comentários à Lei de Licita- trativo em que sejam assegurados,
ções e Contratos Administrativos. dentre outros, os princípios da am-
11. ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. pla defesa, contraditório e devido
602). processo legal.
COMO CITAR
ESTA FONTE:
REIS, Luciano Elias.
Jurisprudência
em foco.
LICICON – Revista
de Licitações e DICA DA CONSULTORIA
Contratos. Instituto
Negócios Públicos: Nos termos do art. 7º da Lei 8.666/93, o projeto básico é documen-
Curitiba, PR, ano to obrigatório nas contratações que envolvam a execução de obras
VII, n.84 p.169-173, ou serviços.
dezembro 2014.
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Jurisprudência em Foco
Notas:
TCU julga relatório consolidado de obras
O Tribunal de Contas da União (TCU) julgou, no dia 05/11 relatório que
consolida 102 fiscalizações em obras públicas, correspondentes a 389
empreendimentos auditados in loco, para atendimento às determina-
ções da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Nas 102 fiscalizações
foram encontradas 840 irregularidades, das quais 637 referem-se às
auditorias realizadas nas áreas de saúde e educação e 203 nas demais
áreas.
As obras foram selecionadas de acordo com os critérios estabelecidos
na LDO 2014, cujos comandos determinam que o TCU considere os
seguintes fatores na seleção das obras: relevância dos gastos; projetos
de grande vulto; regionalização do gasto; histórico de irregularidades
pendentes e reincidência de irregularidades; e obras contidas no qua-
dro de bloqueio do orçamento a ser executado em 2015.
As auditorias abrangeram R$ 12,38 bilhões de dotações orçamentárias
de 2014. No entanto, se for considerado o montante dos objetos audi-
tados (editais, contratos e contratos de repasse), o volume de recursos
fiscalizados no Fiscobras 2014 chega a R$ 27,1 bilhões.
As irregularidades mais recorrentes nas áreas de saúde e educação fo-
ram: existência de atrasos nas obras e serviços, fiscalização deficiente
ou omissa, inobservância dos requisitos legais e técnicos de acessibi-
lidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade re-
duzida, execução de serviços com qualidade deficiente e ausência de
anotação de responsabilidade técnica do projeto básico ou executivo.1
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Concurso
público
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Concurso Público
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edital, que, em tese, seriam as que com bem poucas vagas. E é isso que
Concurso Público
necessitavam ser preenchidas para hoje está ocorrendo em alguns cer-
a continuidade das atividades públi- tames, infelizmente.
cas, o mesmo teria apenas mera ex- Acontece que essa manobra está
pectativa de direito a ser convocado. sendo diariamente percebida pelo
Deve haver um planejamento, onde Judiciário, de modo que, agora, mui-
inicialmente a Administração se tas vezes, mesmo aprovado apenas
comprometeria em contratar os no cadastro de reserva, o candidato
aprovados dentro do número de passa a ter o direito à nomeação. Por
vagas ofertadas e ao longo do prazo isso, administrador, fique atento às
de validade do certame, sobrevindo dicas abaixo.
necessidade, vai-se utilizando do ca- Se é cadastro, seja com apresenta-
dastro de reserva. ção ou não de vagas iniciais no edi-
Ocorre que na prática a teoria é ou- tal, quer dizer que, a princípio, não
tra! há necessidade de contratação de
pessoal. Assim fica fácil.
Há um tempo atrás segmentos da
Administração sequer nomeavam Em regra, quando o aprovado no
os aprovados dentro do número de cadastro de reserva terá direito à
vagas. Era um absurdo: o candidato nomeação? Quando ficar provada
a necessidade. E como resta carac-
era aprovado dentro do número de
terizada a necessidade? De diversas
vagas apresentadas e esperava, es-
formas.
perava, esperava e chegado o térmi-
no do prazo de validade do concurso Vejamos!
não havia nomeação. PRETERIÇÃO POR TERCEIRIZADOS.
Isso ainda ocorre hoje, porém em Quando a Administração, dentro do
menor escala. prazo de validade do concurso, ao
Mudando seu entendimento, os Tri- invés de aproveitar o cadastro de
bunais Superiores, ou seja, STF e STJ, reserva, terceiriza a função, ou seja,
passaram a entender que o candi- contrata uma empresa via licitação,
cujo objeto é o serviço referente
dato aprovado em concurso público
ao cargo disputado pelo candidato.
dentro do número de vagar apresen-
Exemplo: ao invés de convocar os
tadas tem direito à nomeação e, por
contadores aprovados em concur-
isso, passou a determinar compulso-
so a Administração licita e contrata
riamente a nomeação do mesmo.
uma empresa para prestar serviço
Frente a essa grande vitória em prol de contabilidade.
do concurso público veio o golpe
Sobre o tema o SUPERIOR TRIBUNAL
maior. Já que apresentar o número
DE JUSTIÇA entende que:
de vagas no edital vincula a Adminis-
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRA-
tração ao seu preenchimento então TIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.
a manobra é fácil: fazer concurso CONCURSO PÚBLICO. CONTRATA-
apenas com cadastro de reserva ou ÇÃO DE EMPRESA TERCEIRIZADA.
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PRETERIÇÃO DE CANDIDATO. DI- afastar a ilegalidade do ato omis-
Concurso Público
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14-05-2010 EMENT VOL-02401-11 No mesmo sentido o posicionamen-
Concurso Público
PP-02463) to do SUPREMO TRIBUNAL FEDE-
PRETERIÇÃO POR CONTRATADOS RAL:
TEMPORARIAMENTE. DIREITO ADMINISTRATIVO. CON-
CURSO PÚBLICO. CARGO DE PRO-
Ocorre quando a Administração,
FESSOR. DISCUSSÃO QUANTO À
dentro do prazo de validade do COMPROVAÇÃO DA PRETERIÇÃO
concurso, ao invés de aproveitar ca- DE CANDIDATOS APROVADOS. MA-
dastro de reserva, contrata pessoas TÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.
com base no artigo 37, IX, da CF, por REEXAME INCABÍVEL NO ÂMBITO
meio de designação temporária. DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. NE-
O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA CESSIDADE DO SERVIÇO. PREEN-
tem entendimento pacífico que: CHIMENTO DE VAGA. DIREITO À
DIREITO ADMINISTRATIVO. PRO- NOMEAÇÃO. VIOLAÇÃO DO PRIN-
CESSUAL CIVIL. CONCURSO PÚ- CÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODE-
BLICO. APROVAÇÃO. CANDIDATA. RES NÃO CONFIGURADA. ACÓR-
VALIDADE DO CERTAME. CONTRA- DÃO RECORRIDO PUBLICADO EM
TAÇÃO TEMPORÁRIA. TERCEIROS. 24.02.2011. Tendo a Corte Regional
CONFIGURAÇÃO. PRETERIÇÃO. examinado a matéria à luz da legisla-
CONCESSÃO. MANDADO DE SE- ção infraconstitucional e do quadro
GURANÇA. NOMEAÇÃO. RECURSO fático delineado, obter decisão em
ESPECIAL. DENEGAÇÃO. SEGUIMEN- sentido diverso demanda a análise
TO. FALTA DE PREQUESTIONAMEN- de matéria infraconstitucional, o
TO. NECESSIDADE. REVOLVIMENTO que torna oblíqua e reflexa eventu-
FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULAS al ofensa, insuscetível de viabilizar
07/STJ E 211/STJ. 1. Não cumpre o o conhecimento do recurso extra-
requisito do prequestionamento o ordinário, considerada a disposição
recurso especial para salvaguardar do art. 102, III, da Lei Maior. Com-
a higidez de norma de direito fede- provada a necessidade de pessoal
ral não examinada pela origem, que e a existência de vaga, configura
tampouco, à guisa de prequestio- preterição de candidato aprovado
namento implícito, confrontou as em concurso público o preenchi-
respectivas teses jurídicas. Óbice mento da vaga, ainda que de forma
da Súmula 211/STJ. 2. Tampouco temporária. Precedentes. O regu-
se admite o apelo extremo quando lar exercício da função jurisdicional,
o exame das teses levantadas pelo na hipótese, o exame da legalidade
recorrente não prescinde do revol- dos atos administrativos pelo Poder
vimento fático-probatório. Incidên- Judiciário, não transgride o princípio
cia da Súmula 07/STJ. 3. Agravo re- da separação de Poderes. Agravo re-
gimental não provido. (STJ - AgRg no gimental conhecido e não provido.
AREsp: 420887 RO 2013/0361252-2, (STF - ARE: 649047 MA , Relator: Min.
Relator: Ministro MAURO CAM- ROSA WEBER, Data de Julgamento:
PBELL MARQUES, Data de Julga- 25/06/2013, Primeira Turma, Data de
mento: 19/11/2013, T2 - SEGUNDA Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO
TURMA, Data de Publicação: DJe DJe-160 DIVULG 15-08-2013 PUBLIC
25/11/2013) 16-08-2013)
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SERVIDORES EM DESVIO DE FUN- Além desses casos, há decisões re-
Concurso Público
180 | www.negociospublicos.com.br
novas vagas que forem surgindo MAGISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO
Concurso Público
com o tempo e de impossível previ- DO RIO GRANDE DO SUL. CANDI-
são exata. DATA APROVADA EM PRIMEIRO
Assim, o que normalmente é feito LUGAR. DIREITO À NOMEAÇÃO.
nos concursos públicos é estabele- CONTROVÉRSIA DECIDIDA PELO STF
cer determinado número de vagas, NO JULGAMENTO DO RE 598.099/
garantindo aos que as preencherem MS. AGRAVO IMPROVIDO, ACOM-
direito subjetivo à nomeação, e, ao PANHANDO O RELATOR (AgRg no
mesmo tempo, criar um cadastro de RECURSO EM MANDADO DE SEGU-
reserva para o preenchimento das RANÇA Nº 33.426 – RS)
vagas que surgirem com o tempo.
Para os posicionados nessas últimas
Em voto vista o MINISTRO TEORI
não haveria direito à nomeação, ALBINO ZAVASCKI arremata infor-
mas mera expectativa de direito. mando que quando o edital não in-
Logo, a indicação de número de forma o número de vagas (por isso
vagas no edital é completamente cadastro de reserva) é de se pre-
incompatível com a própria ideia de sumir a existência de pelo menos
cadastro de reservas, fazendo pare- uma, sob pena de esvair a essência
cer que a intenção da Administração
constitucional do concurso, que ob-
Pública era tão-somente não se vin-
cular ao posicionamento dos tribu- jetiva, como é obvio, a contratação
nais pátrios. de pessoal.
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ORIENTAÇÃO
TéCNICA
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Orientação Técnica
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Orientação Técnica
rá observar o requisito legal contido inc. III, da Lei 8.666/93 não se refe-
na hipótese do inc. III do art. 25, da re à amplitude geográfica/territo-
Lei 8.666/93, qual seja, a consagra- rial que deva ser considerada para
ção pela crítica especializada ou que determinado artista seja con-
pela opinião pública. A respeito do siderado “consagrado” pela crítica
mencionado dispositivo legal, vede especializada ou pela opinião públi-
ensinamento de Marçal JUSTEN FI- ca. Sobre esse aspecto, importan-
LHO: “há casos em que a necessi- te colacionarmos ensinamento de
dade estatal relaciona-se com o de- Edgar GUIMARÃES, para quem: “no
sempenho artístico propriamente tocante à opinião pública, não se
dito. Não se tratará de selecionar o exige que a consagração seja plena
melhor para atribuir-lhe um desta- e absoluta, vale dizer, que se trate
que, mas de obter préstimos de um de uma unanimidade em âmbito
artista para atender certa neces- nacional” 4.
sidade pública” 2. Vede também o Importa dizer, neste diapasão, que
que diz Joel de Menezes NIEBUHR: a consagração não se perfaz em
É frequente que a Administração critério, mas sim em pré-requisito,
Pública procure contratar serviços de modo a se afirmar que não é o
artísticos dos mais variados naipes,
profissional “mais consagrado” que
como pinturas, esculturas, espetá-
culos musicais etc. A própria Consti- deverá ser contratado, sob pena de
tuição Federal prescreve ao Estado desvirtuamento do instituto da ine-
o dever de promover a cultura, que xigibilidade, ante critérios eminen-
é realmente essencial para o desen- temente subjetivos de julgamento5.
volvimento da identidade nacional,
para a educação e, no mínimo, para Observe-se que o simples fato de
o lazer. A contratação de serviços que em um país, a exemplo do Bra-
artísticos revela outra hipótese que sil, com as dimensões que apresenta
enseja a inexigibilidade de licitação e com a diversificação cultural a que
pública, haja vista que, sob determi- se encontra imbuído, não se pode
nadas condicionantes, torna inviável
desconsiderar que um determinado
a competição, mormente tomando-
-se e conta o critério para comparar artista atuante na região Sul tenha
os possíveis licitantes é a criativida- a mesma consagração do que um
de, portanto, de fio a pavio, subjeti- artista que atua na região Nordeste
vo3. do país. Sem que tal motivo, no en-
Com efeito, impera o destaque de tanto, possa alijar o artista sulista de
que a norma estatuída no art. 25, eventual processo de contratação
direta no âmbito do Rio Grande do
2 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei Sul. O fato de não haver consagra-
de Licitações e Contratos Administrativos.
16. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 4 GUIMARÃES, Edgar. Contratação direta: co-
2014. p. 515. mentários às hipótese de licitação dispen-
sável e inexigível. 2. ed. Curitiba: Negócios
3 NIEBUHR, Joel de Menezes. Dispensa e ine- Públicos, 2013. p. 156.
xigibilidade de licitação pública. 2. ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008. p. 323 5 NIEBUHR, Joel de Menezes. Op. Cit, p. 328.
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Orientação Técnica
ção nacional, neste caso, não pode regional; se estiver dentro do limite
se caracterizar como razão para de concorrência, será nacional.”6
obstar a contratação fundada no Em sentido um pouco distinto a esse
inc. III, do art. 25, da Lei 8.666/93. respeito, cite-se posicionamento de
Além do mais, ao legislador ordi- Jorge Ulysses Jacoby FERNANDES,
nário não cabe eximir-se de seu em artigo intitulado “Contratação
cumprimento quanto o manda- direta de artistas”, cuja veiculação
mento de ordem constitucional, se deu na Revista “O Pregoeiro”, do
mais especificamente o contido Grupo Negócios Públicos:
no art. 215, inc. V, da Consti- Demanda referência breve, mas es-
tuição da República, no qual se pecial, a amplitude geográfica da
prescreve que: “o Estado garan- consagração anteriormente referida
tirá a todos o pleno exercício dos para justificar a contratação direta.
Haverá inexigibilidade de licitação,
direitos culturais e acesso às fon-
se o profissional for consagrado
tes da cultura nacional, e apoiará apenas pela opinião pública de uma
e incentivará a valorização e a cidade? Ou de um Estado? Ou é ne-
difusão das manifestações cultu- cessário que tenha sido consagrado
rais; figurando como obrigatória nacionalmente? (...) Gasparini, Car-
“a valorização da diversidade los Motta e Mariense Escobar, que
aludem à conveniência de aceitar
étnica e regional” (sem grifos no
a notoriedade local, regional ou
original). nacional, se o contrato estiver den-
Não haverá óbices, portanto, para tro do limite do convite, no âmbito
do limite de tomada de preços, ou
que um Município, por exemplo,
dentro do limite de concorrência,
possa contratar profissionais de respectivamente. (...) parece que
qualquer setor artístico, com base a amplitude geográfica da consa-
no art. 25, inc. III, da Lei 8.666/93, gração não deve levar em conta
consagrados (pela crítica especia- propriamente a modalidade de
lizada ou pela opinião pública) em licitação, mas o universo dos pos-
síveis licitantes, estabelecido a par-
âmbito regional ou local/municipal.
tir do âmbito alcançado com a di-
Contudo, cumpre observar que a vulgação do ato convocatório, nos
exigência quanto à consagração termos do art. 21 da Lei 8.666/93.
suscita maior aprofundamento, Nesse sentido, para convite, que só
uma vez que a lei não determinou a precisa ser afixado no local da lici-
extensão dada à expressão “consa- tação, a consagração pode restrin-
gir-se ao âmbito local, da cidade
gração pela crítica especializada ou
ou Município licitante; no caso de
pela opinião pública”. editais que são publicados apenas
Destarte, esclarecedor o posicio- em jornal local ou Diário Oficial
namento do saudoso administrati- do Estado, a consagração pode ser
vista Diógenes GASPARINI, “... se o Regional; mas, quando se tratar
de serviço que exijam publicação
contrato estiver dentro do limite do
convite, será local; se estiver dentro 6 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrati-
do limite de tomada de preços será vo. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 331.
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mais ampla ou nacional, esse será o serviço que exijam publicação mais
âmbito em que se deverá avaliar a ampla ou nacional, esse será o âm-
consagração, pela crítica especiali-
bito em que se deverá avaliar a
zada ou opinião pública (sem grifos
consagração, pela crítica especiali-
no original).7
zada ou opinião pública. Isto, funda-
Isto posto, competirá à Adminis- mentando-se em entendimento de
tração verificar se o profissional do Jorge Ulisses Jacoby FERNANDES,
setor artístico a ser contratado é entendimento com o qual corrobo-
considerado consagrado pela crítica ramos.
especializada ou pela opinião públi-
2. Artista profissional X artista
ca, em âmbito nacional, regional ou
local (municipal); sendo que a deli- amador.
mitação geográfica/territorial deve- A contratação direta de profissional
rá se dar: do setor artístico, repise-se, deverá
a) Com base no valor a ser despen- observar o requisito legal contido
dido para o custeio dos serviços a na hipótese do inc. III, do art. 25,
serem prestados (arraigando-nos da Lei 8.666/93, qual seja, a con-
na recomendação de Diógenes sagração pela crítica especializada
GASPARINI acima colacionada, no ou pela opinião pública. O objeto a
que tange à consideração dos va- ser contratado deve ser o serviço
lores referentes às modalidades de de um artista profissional, o que
licitação). De forma a exemplificar, exclui, portanto, “... a possibilidade
cite-se como exemplo situação na da contratação direta, os artistas
qual o preço estimado da contrata- amadores”8, de forma que “... só os
ção esteja contido no valor conside- profissionais, definidos pelos parâ-
rado limite para a modalidade Con- metros existentes em cada ativida-
vite (art. 23 da Lei 8.666/93). Neste de, podem ser contratados...”9; O
caso, a consagração do profissional artista a ser contratado deverá ser
deverá ser verificada a nível munici- consagrado pela crítica especiali-
pal/local; ou zada ou pela opinião pública, o que
b) Com base no universo dos pos- “se destina a evitar contratações
síveis licitantes, de modo que para arbitrárias, em que uma autoridade
Convite, que só precisa ser afixado pública pretenda impor preferên-
no local da licitação, a consagração cias totalmente pessoais na contra-
pode restringir-se ao âmbito local, tação de pessoa destituída de qual-
da cidade ou município; no caso quer virtude.”10
de editais que são publicados ape-
nas em jornal local ou Diário Oficial 8 Ibid., p. 622.
do Estado, a consagração pode ser
9 Id.
regional; mas, quando se tratar de
10 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei
7 Contratação Direta de artistas”. Revista “O de Licitações e Contratos Administrativos.
Pregoeiro”, edição julho, 2010, p. 16. p. 367.
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Segundo Benedicto de TOLOSA FI- senta. Uma das formas de se com-
LHO: provar tal reconhecimento é pela
juntada aos autos de inexigibilida-
A hipótese de inexigibilidade para
de de licitação de matérias jorna-
contratação de artista é a mais pa-
lísticas, material publicitário, fotos,
cífica, desde que o escolhido, in-
vídeos etc. (sem grifos no original).13
dependentemente de estilo, que é
muito subjetivo, seja consagrado Acerca disso, em complemento, ve-
pelos críticos especializados ou pelo jam-se as seguintes considerações
gosto popular. O artista tem que ser
de FERNANDES:
conhecido, mas não precisa neces-
sariamente ser excepcional, e sua É óbvio que não se pretende que
contratação independe do ramo a o agente faça juntar centenas de
que se dedique, bem como, pode recortes de jornal, por exemplo,
sobre o artista, mas que indique
ser tomado no coletivo, isto é, uma
sucintamente por que se conven-
orquestra ou uma escola de sam-
ceu do atendimento desse requisito
ba.11
para promover a contratação direta,
Como prova da citada “consagra- como citar o número de discos gra-
ção”, entendeu o Tribunal de Con- vados, de obras de arte importan-
tes, referência a dois ou três famo-
tas do Distrito Federal (TCE/DF): “...
sos eventos.
quanto à inexigibilidade prevista no
art. 25, inciso III, da Lei nº 8.666/93, Não se pode confundir expressões
distintas atinentes à mera qualifica-
na contratação de profissionais ar-
ção profissional, como frequência a
tísticos é necessária a apresentação conservatórios de música, à consa-
de curriculum acompanhado de do- gração pela crítica especializada ou
cumentos que atestem a consagra- pela opinião pública. Aqui, só fama
ção pela crítica e opinião pública.”12 e a notoriedade do artista permitem
a contratação direta; os demais que
Ainda, vede entendimento do Tribu- ainda não alcançaram esse grau de
nal de Contas do Estado de Tocan- reconhecimento podem ser contra-
tins (TCE/TO), emitido na Resolução tados mediante concurso ou outra
15/13 – Pleno: modalidade de licitação, ou ainda
A Lei não exige que a consagração com dispensa, por exemplo, na for-
pela crítica especializada ou pela ma do inciso II do art. 24 da Lei nº
opinião pública seja caracterizada 8.666/1993.14
pelo reconhecimento nacional ou Observe-se que o que deve ser
internacional. Não podemos olvidar, comprovada, de forma absoluta e
que por vezes um artista mesmo
justificada, é a consagração do ar-
sem ser consagrado pela critica na-
cional, pode o ser na região ou local tista pela crítica especializada ou
em que costumeiramente se apre- opinião pública e não necessaria-
mente o seu “profissionalismo”.
11 TOLOSA FILHO, Benedicto de. Contratando
sem Licitação: Comentários Teóricos e Prá- 13 Resolução 15/13-TCE/TO-Pleno.
ticos. 3. ed. Rio de Janeiro: GZ, 2010. p. 159.
14 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contrata-
12 TC/DF. Processo nº 6029/95. Decisão ção Direta sem Licitação. 7. ed. Belo Hori-
6968/96. zonte: Fórum, 2007. p. 642.
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registro serve também ao agencia- 3. Contratação por meio de empre-
dor/empresário. sário exclusivo. Forma de compro-
Isto porque, conforme consta no vação quanto à exclusividade do
art. 3º, parágrafo único, da Lei contrato.
6.533/78: “aplicam-se, igualmente, Conforme delimitado pelo próprio
as disposições desta Lei às pessoas inc. III, a contratação do artista po-
físicas ou jurídicas que agenciem derá ser procedida de forma direta
colocação de mão-de-obra de pro- (junto ao próprio artista) ou, então,
fissionais definidos no artigo ante- por meio de agenciador/empresá-
rior”. Sendo que, com base no art. rio, deste que este se caracterize
como sendo seu “empresário ex-
4º da referida Lei: “as pessoas físicas
clusivo”, fato que deverá ser com-
ou jurídicas de que trata o artigo an-
provado por meio de contrato de
terior deverão ser previamente ins-
exclusividade do artista junto ao
critas no Ministério do Trabalho”.
empresário. Com base no enten-
Cumpre salientar, no entanto, que dimento do Tribunal de Contas da
quanto à inscrição do empresário, União (TCU), a exclusividade de-
a doutrina diverge, visto que para verá ser comprovada por meio de
Joel de Menezes NIEBUHR, “a ri- contrato firmado entre o artista e
gor jurídico, o inciso III do artigo 25 o empresário, devendo ainda ser
da Lei 8.666/93 prescreve apenas registrado em cartório. Não po-
que o artista deve ser profissional, dendo ser aceita “carta” ou “de-
não o seu empresário ou agente, claração” de exclusividade. Vede
que simplesmente intermedeia o excertos do Acórdão 642/14 – Pri-
contrato”17. meira Câmara:
Não foi possível localizar no âmbi- 3. Após análise da documenta-
to jurisprudencial qualquer decisão ção encaminhada pelo tribunal
que trate a respeito do assunto; de contas estadual, a Secex/PB
fato que nos leva à ilação de que, constatou que as cartas de ex-
embora a divergência doutrinária clusividade, apresentadas como
apresentada (a qual, data venia, exigência para ratificação do
processo de inexigibilidade de li-
nos parece, que não levou em con-
citação, conferem exclusividade
ta as disposições legais aplicáveis
apenas para as datas especifica-
ao caso), a rigor, serão os preceitos
das e para a localidade do even-
contidos na Lei 6.533/78 que deve-
to. Além disso, foi identificado o
rão ser fielmente aplicados tanto
pagamento de despesa fora da
para o artista, quanto para o seu vigência do convênio, em deso-
agenciador/empresário, do qual bediência ao art. 8º, inciso V, da
haverá que se exigir, igualmente, o IN/STN 01/97.
registro na DRT.
4. Diante das citadas irregulari-
17 NIEBUHR, Joel de Menezes. Op. Cit, p. 326. dades, a unidade técnica propõe
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e a Administração Contratante ou, sários, devendo ainda constar
então, por meio de “empresário/ registro em cartório, além de
agenciador”, hipótese na qual a regular publicação, conforme as
contratação terá como partes este disposições contidas no termo
(na qualidade de representante do de convênio, no item 9.5 do Acór-
artista) e a Entidade a ser beneficia- dão nº 96/2008-TCU-Plenário e
da. Isto, aliás, nos exatos termos do nos arts. 25, inciso III, e 26, todos
inc. III, do art. 25, da Lei 8.666/93. da Lei 8.666/93"20 (sem grifos no
Sendo que não há, rigorosamente, original).
possibilidade de que a intermedia- 4. Comprovação de qualificação e/
ção do contrato ocorra por meio de ou experiência do artista X prova
produtores de eventos. de consagração.
Vede, por oportuno, a esse respei- Como prova da “consagração” do
to, posicionamento da Procuradora artista, nos termos já explanados
Federal Fernanda Mesquita FER- alhures, com base no entendimen-
REIRA, com o qual corroboramos, to do Tribunal de Contas do Distrito
em artigo intitulado “A Contrata- Federal, no Acórdão citado acima,
ção direta de artistas no âmbito para fins de aplicação do art. 25, inc.
da Administração Pública Federal”: III, da Lei 8.666/93, na contratação
“também vimos que certos desvir- de profissionais artísticos é neces-
tuamentos devem ser evitados, tais sária a apresentação de curriculum
como: apresentação de contratos acompanhado de documentos que
de exclusividade de empresários atestem a consagração pela crítica
atrelados a determinada data do especializada ou opinião pública, no
evento, alegação de sigilo contra- âmbito nacional, regional ou local/
tual, bem como intermediação de municipal, conforme o caso. Obser-
empresas produtoras de evento”19 ve-se, uma vez mais que a prova da
(sem grifos no original). consagração é condição sine qua
bandas de música, por meio de non que se impõe para legitimar-se
inexigibilidade de licitação, sob a contratação direta, via inexigibili-
o fundamento da exclusividade dade de licitação, de qualquer pro-
de representação, com base na fissional de qualquer setor artístico.
apresentação de "cartas" e de Sendo que, concretamente, para
"declarações" que supostamen- fins de comprovação da consagra-
te atestariam a dita exclusivida- ção, poderá ocorrer a juntada aos
de, mas na verdade não se pres- autos da inexigibilidade de licitação,
tam para tanto, o que só pode matérias jornalísticas, material pu-
ser feito por meio de contrato blicitário, fotos, vídeos etc. Veja-se
firmado entre artistas e empre- que o profissionalismo do artista
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com quem contrata para evento preços praticados por tal prestador
de mesmo porte, ou apresen- de serviço, em suas demais contra-
te as devidas justificativas, de tações com outros órgãos públicos
forma a atender ao inc. III do ou empresas privadas, respeitadas
parágrafo único do art. 26 da as singularidades de cada negocia-
Lei 8.666/199322 (sem grifos no ção.
original). Essa comprovação poderá ser re-
alizada mediante a apresentação,
Assim, tem-se que as contratações
exemplificativamente, de um dos
diretas por inexigibilidade de lici-
seguintes documentos: tabela de
tação, quando devidamente confi-
preços do prestador exclusivo, no-
guradas no caso concreto, terão o
tas de empenho, notas fiscais, fa-
preço a ser estipulado, justificado
turas, contratos assinados, recibos
mediante demonstração de que o
de pagamentos, etc. Em síntese, a
valor ofertado pelo potencial con-
Administração deverá solicitar dos
tratado constitui-se no preço que
artistas que pretende contratar,
ele normalmente pratica no mer- curriculum acompanhado de docu-
cado. Ou, noutras palavras, o preço mentos que atestem a consagração
poderá ser justificado com base nos pela crítica ou opinião pública e ta-
bela de preços, notas fiscais ou fa-
22 TCU. Acórdão 819/05. Órgão Julgador: Ple-
nário. Relator: Ministro Marcos Bemquerer.
turas que comprovem o preço por
DOU 30/06/05. eles praticado.
COMO CITAR
ESTA FONTE:
BERTOLDO,
Elaine Cristina.
Contratação
direta de
Profissional do
setor Artístico:
apontamentos
importantes.
LICICON – Revista
de Licitações
e Contratos.
Instituto Negócios
Públicos: Curitiba,
PR, ano VII,
n.84, p.183-193,
dezembro 2014.
www.negociospublicos.com.br | 193
Arena
194 | www.negociospublicos.com.br
Arena
1) Pela desnecessidade:
Para Jessé Torres PEREIRA JUNIOR, a exigência de que a possibilidade de
prorrogação do prazo de vigência de serviços continuados seja expressamente
colacionada no edital ou no contrato firmado, é desnecessária1, já que o
próprio texto da lei assim não prevê2.
Joel de Menezes NIEBUHR:
Não há porque condicionar a eficácia da Lei a ato administrativo, como é o caso
de edital de licitação pública. Se a situação concreta subsume-se à hipótese pre-
vista em Lei, autorizadora da prorrogação, aos contratantes é permitido prorro-
gar a avença. A Lei já é o bastante; não é necessário que o edital e/ou contrato
repita o que está prescrito na Lei” (sem grifos no original).3
2) Pela necessidade:
Marçal JUSTEN FILHO:
A renovação do contrato, na hipótese do inc. II, depende de explícita autorização
no ato convocatório. Omisso esse, não poderá promover-se a renovação. Essa
asserção deriva do princípio da segurança. Não é possível que se instaure a lici-
tação sem explícita previsão acerca do tema. Os eventuais interessados deve-
rão ter plena ciência da possibilidade de prorrogação (sem grifos no original).4
1 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administra-
ção Pública. 8. ed. São Paulo: Renovar, 2009, p. 652.
3 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação Pública e Contrato Administrativo. 2 ed. Belo Horizonte:
Fórum, 2011, p. 732.
4 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 16. ed.
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Lucas Rocha FURTADO:
Devemos, desde já, advertir que somente contratos de serviços contínuos
A rena
5 FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Licitações e Contratos Administrativos. 2. ed. Belo Horizonte:
Fórum, 2009. p. 515.
DICA DA CONSULTORIA
Considera-se alienação nos termos do inc. IV, do art. 6º, da Lei
8.666/93, de acordo com o qual se considera alienação “... toda
transferência de domínio de bens a terceiros”. Neste contexto, es-
clarece-nos Marçal JUSTEN FILHO, que “a expressão ‘alienação’ é
utilizada numa acepção ampla. Compreende tanto a alienação no
sentido próprio e técnico como também outros institutos que pos-
sibilitam a outro sujeito o uso e a fruição parcial ou temporária de
bens e de direitos de titularidade da Administração Pública.”1
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Índice Remissivo
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Entendimento aparente do Tribunal Licitação. Festividade. Ausência de
de Contas da União (TCU). Entendi- interesse público. Impossibilidade.
ÍNDICE
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dade Técnica. (Jurisprudência Sele- taxa administrativa. Lei 8.666/93,
cionada, p.118) art. 40, inc. X: possibilidade, a priori.
ÍNDICE
Pregão eletrônico. Tempo randômi- Conflito em potencial com o Princí-
co exíguo. Lance vencedor compatí- pio Constitucional da Livre Iniciati-
vel com o valor estimado. Potenciais va. Deslinde final a ser adotado pela
lances de valor ainda mais reduzido Administração Consulente de for-
(hipótese). Anulação: ausência de ma devidamente motivada. Reco-
vício de legalidade. Descabimento. mendação de consulta ao Tribunal
Revogação. Hipótese de cabimento de Contas respectivo. (PA01, p.09)
(RO04, p.51) Rescisão unilateral. Processo admi-
Pregão eletrônico. Utilização de nistrativo (Jurisprudência em Foco,
software Robô. Art. 2º da IN 03/11 p.170)
SLTI/MPOG, alterada pela IN 03/13 Reservas em hotéis. Contratação.
SLTI/MPOG: em caso de falha no Tratativa diretamente junto ao es-
sistema, os lances em desacordo tabelecimento hoteleiro versus in-
com a norma deverão ser desconsi-
termediação por meio de agência
derados pelo Pregoeiro, devendo a
de turismo. Análise a ser ponderada
ocorrência ser comunicada imedia-
pela Administração caso a caso. (Ju-
tamente à Secretaria de Logística e
risprudência Comentada, p.75)
Tecnologia da Informação. Análise,
por parte do Pregoeiro, após a fase Robô. Art. 2º da IN 03/11 SLTI/
de lances/disputa: ilegalidade. Con- MPOG, alterada pela IN 03/13 SLTI/
siderações. (PA04, p.51) MPOG: em caso de falha no siste-
Pregão. Orçamento estimado. ma, os lances em desacordo com
Desnecessidade de divulgação no a norma deverão ser desconside-
edital. Modalidades tradicionais. X rados pelo Pregoeiro, devendo a
Pregão. Pregão: indicação no pro- ocorrência ser comunicada imedia-
cesso administrativo correspon- tamente à Secretaria de Logística e
dente. (RO01, p.43) Tecnologia da Informação. Análise,
Princípio da publicidade. Reque- por parte do Pregoeiro, após a fase
rimento do sindicato estadual so- de lances/disputa: ilegalidade. Con-
licitando os dados das empresas siderações. (PA04, p.31)
contratadas. Possibilidade. Justifi- Sanção. Recurso Administrativo.
cativa. Princípio constitucional da Efeitos recursais. (RO08, p.61)
publicidade. Considerações. (RO06, Sede do licitante. Endereço. Docu-
p.56) mentos de habilitação. Apresen-
Processo administrativo. Rescisão tação de documentação com di-
unilateral. (Jurisprudência em Foco, vergência de endereço da sede do
p.170) licitante, mas contendo o mesmo
Projeto básico. Exigência. Obras ou CNPJ. Inadequação: regra. Exceção
serviços. (Dica03, p.173) aventada pela Consultoria Jurídica.
Propostas comerciais. Estabeleci- Considerações. (RO02, p.46)
mento em edital do valor/percentu- Serviços contínuos. Prorrogação
al máximo a ser cotado a título de do contrato. Necessidade ou não
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de previsão no edital e no contrato va. Deslinde final a ser adotado pela
respectivo. (Arena, p.195) Administração Consulente de for-
ÍNDICE
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Ano VII • Dezembro 2014
ISSN 1984371
9 771984 371202