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CADEIA DE TRANSMISSÃO

DE INFEÇÃO
Catarina Pinto
Enfermagem - Saúde no Adulto e Idoso
2023

1
 Vigilância Epidemiológica
 História natural da doença
 Cadeia da transmissão da infeção
SUMÁRIO  Precauções básicas de controlo de infeção
 Precauções baseadas nas vias de transmissão

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 Definição
 É o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos
problemas de saúde na população humana

VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA • Compreender as causas das doenças

• Explicar as caraterísticas do seu aparecimento e


distribuição

• Descrever a sua história natural

• Estudar métodos possíveis para a sua prevenção

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Fase da
HISTÓRIA suscetibilidade Doença Clínica

NATURAL DA
DOENÇA
Fase Cura
Subclínica Incapacidade
MORTE

4
HISTÓRIA
NATURAL DA
DOENÇA

5
CADEIA DE
TRANSMISSÃO
DA INFEÇÃO

6
CADEIA DE
TRANSMISSÃO
DA INFEÇÃO

Ao ROMPER um dos elos, CESSARÁ a transmissão!!


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 Microrganismo com capacidade de produzir doenças no
hospedeiro
 Quanto maior for a sua VIRULÊNCIA E PATOGENICIDADE ,
maior a probabilidade de o microrganismo provocar infeção

 VIRULÊNCIA – o grau de patogenicidade de um agente infecioso;


AGENTE expressa-se pela gravidade da doença, especialmente pela letalidade e
pela proporção de casos com sequelas. É o potencial de gravidade ou
INFECIOSO intensidade do agravamento de doenças

 PATOGENICIDADE – capacidade de causar doença no hospedeiro


suscetível
 Ex. pessoa imunizada contra hepatite B não irá contrair a doença ao
entrar em contato com o vírus; a patogenicidade do vírus nesta
situação é baixa porque a pessoa vacinada é pouco suscetível à doença

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AGENTE
INFECIOSO

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 Bactérias Comensais
 Constituem a flora normal de indivíduos saudáveis
 Têm um papel protetor, prevenindo a colonização por
microrganismos patogénicos

 Bactérias Patogénicas
 Têm maior virulência e causam infeção independentemente do
estado do hospedeiro
BACTÉRIAS  Bactérias aeróbicas
 Requerem O2 para obter energia

 Bactérias anaeróbias
 Não requerem O2 e se este estiver presente em determinadas
concentrações, pode ser fatal. (Ex. Clostridioides difficile)

 Bactérias facultativas
 Com ou sem O2 (Ex. Treponema pallidum)

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 Organismo infecioso de pequenas dimensões, muito menor do
que um fungo ou do que uma bactéria
 Precisa invadir uma célula viva para se replicar
 Exemplos:
 Vírus da hepatite B e C
 Rotavírus
VÍRUS  Enterovírus (Ex. poliovírus)
 Vírus da gripe

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 Oportunistas
 Microrganismos que causam infeções durante tratamentos
prolongados com antibióticos e em situações de imunodepressão
grave
 Ex. Candida albicans, Aspergillus…

 Primárias
FUNGOS E  Microrganismos que causam infeção em hospedeiros
imunocompetentes
PARASITAS
 Locais
 Pele, boca, genitais…

 Sistémicas
 Pele, encéfalo, fígado…

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 Local onde os microrganismos sobrevivem e se reproduzem

RESERVATÓRIO

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 Local onde os microrganismos sobrevivem e se reproduzem

RESERVATÓRIO

 Ex. Legionella pneumophila

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 Local onde os microrganismos sobrevivem e se reproduzem

RESERVATÓRIO

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ORIGEM Ar
Inanimado Água
Superfícies
Equipamentos
Alimentos
Resíduos
RESERVATÓRIO Dispositivos Médicos

Doentes Agudos
Humano
Doentes Crónicos

Profissionais de Saúde

Visitas

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PESSOAS Principal RESERVATÓRIO
e fonte de microrganismos

Principal TRANSMISSOR
RESERVATÓRIO especialmente durante tratamentos

RECETOR DE MICRORGANISMOS
tornando-se então um novo reservatório

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Microrganismo Reservatório Tempo de
sobrevivência
Enterococcus spp Chão, paredes, camas, roupa de 5 dias a 4 meses
cama, maçanetas, monitores,
arrastadeiras, sanitas

Clostridioides Difficile Sanitas, arrastadeiras, pias, chão, 5 meses a 1 ano


roupas de cama (esporos)

RESERVATÓRIO
Acinetobacter spp Colchões, almofadas, rodas de 3 dias – 5 meses
camas, chão, mesas

Staphylococcus aureus Colchões, almofadas, mesa, cadeira, 7 dias a 7 meses


rodas de cama, grades da cama,
berços, campainha, comandos,
brinquedos, teclados, processos dos
doentes…
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 A forma como o agente deixa o reservatório

NO SER HUMANO

PORTA DE Gastrointestinal
SAÍDA
Respiratório

Pele

Feridas

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Vias de Reservatório/ Dinâmica da Transmissão Microrganismos
Transmissão Fonte
Contacto Direto Doentes Pessoa a pessoa durante a Staphylococcus
Profissionais prestação de cuidados aureus
de Saúde Ex. cuidados de higiene, Bacilos Gram
apertão de mão, palpação negativos
abdominal… Vírus
VIAS DE respiratórios…
TRANSMISSÃO
Contacto Instrumentos e A transmissão ocorre Salmonella spp
Indireto equipamentos passivamente através de Pseudomonas
de uso clínico um objeto intermediário Acinetobacter
(normalmente inanimado)
Ex. partilha de
estetoscópio…

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Vias de Transmissão Reservatório/ Dinâmica da Transmissão Microrganismos
Fonte
GOTÍCULAS Doentes Transmissão através de gotículas >5 µm Influenza vírus
Profissionais de Saúde que transferem os microrganismos Staphylococcus aureus
através do ar, quando a doente ou o Streptococcus A.
doente se encontram demasiado
próximas
Ex. espirros, fala, tosse, aspiração…

VIAS DE
TRANSMISSÃO
VIA AÉREA Ar Propagação de microrganismos (≤5 µm) Mycobacterium tuberculosis
evaporados através de núcleos de Sarampo
gotículas do ar ou pó no mesmo quarto
ou a uma distância longa
Ex. através da respiração

VEÍCULO INANIMADO Alimentação Um veículo inanimado actua como Salmonella spp


Água vector de transmissão de agentes HIV
Medicação microbianos para múltiplos doentes HBV
Gram negativos
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 Local por onde o microrganismo entra no corpo humano

NO SER HUMANO

Boca
PORTA DE
Respiratório
ENTRADA
Pele

Feridas

Mucosas

DISPOSITIVOS INVASIVOS

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 A presença de microrganismos no hospedeiro tem diferentes
significados

CONTAMINAÇÃO
• Presença de microrganismos sem proliferação

HOSPEDEIRO
SUSCETÍVEL COLONIZAÇÃO
• Presença de microrganismos com multiplicação, mas sem efeito clínico
adverso (sem reação do hospedeiro)

INFEÇÃO
• Presença de microrganismos com proliferação e invasão de tecido vivo
• Há uma resposta inflamatória local e pode haver uma resposta sistémica
(febre, leucocitose…)
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INFEÇÃO

• O hospedeiro seja suscetível


HOSPEDEIRO
SUSCETÍVEL • Os microrganismos tenham acesso a uma porta de entrada
favorável

• O número de microrganismos seja significativo

• O microrganismo tenha afinidade para o tecido em causa

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Resistência Individual à Infeção

• Idade
HOSPEDEIRO • Estado imunitário
• Estado nutricional
SUSCETÍVEL • Doenças subjacentes
• Intervenções Médicas:
• Cirurgia
• Procedimentos invasivos
• Terapêutica
• …

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COMO
QUEBRAR A
CADEIA?

Ao ROMPER um dos elos, CESSARÁ a transmissão!!


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 Identificar e controlar/eliminar o RESERVATÓRIO
 Identificar o doente com infeção/colonização
 Adotar medidas relativas a esses doentes
 Medidas de ISOLAMENTO
COMO  Protocolos bem definidos:
QUEBRAR A  Limpeza, desinfeção e esterilização do material/equipamentos/superfícies
 Condições de higiene dos alimentos e áreas de confeção/copas e refeitório
CADEIA?  Circuito seguro dos resíduos
 Remoção segura de derrames e salpicos
 Higiene ambiental

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 Impedir a TRANSMISSÃO entre doentes

COMO
QUEBRAR A
PBVT
CADEIA?
PBCI

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 Bloquear a passagem de COLONIZAÇÃO à INFEÇÃO

 Adotar medidas relativas à presença dos dispositivos invasivos


 DURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
COMO
 Promover uma política racional dos antimicrobianos
QUEBRAR A  POLÍTICA DOS ANTIBIÓTICOS
CADEIA?  PAPA (Programa de apoio à prescrição de antibióticos)

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 Proteger ou modificar o risco do HOSPEDEIRO

 Adotar medidas para identificação e proteção dos clientes mais suscetíveis

COMO  Assegurar o diagnóstico/ tratamento precoce da infeção


QUEBRAR A
 Controlar/eliminar fatores de risco extrínseco
CADEIA?

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 Doente com uma ferida infetada no membro inferior esquerdo
 Foi isolado o microrganismo: MRSA
 Apresenta drenagem abundante da ferida
 A roupa da cama encontra-se contaminada com drenagem

EXERCÍCIO  Agente
PRÁTICO  MRSA
 Reservatório
 FERIDA INFETADA
 Porta de saída
 DRENAGEM/FERIDA
 Via de transmissão
 CONTACTO
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 Precauções Básicas do Controlo da Infeção

 Medidas de PREVENÇÃO aplicadas nos cuidados a TODOS os doentes


em TODAS as unidades de saúde, independentemente se há suspeita
ou a confirmação da presença de um agente infecioso
PBCI
 Todo o sangue, fluídos orgânicos, secreções, excreções (exceto o suor),
pele não intacta e membranas mucosas podem conter agentes
infeciosos transmissíveis
 Precauções Básicas do Controlo da Infeção

 A implementação das PBCI constitui a ESTRATÉGIA DE PRIMEIRA


LINHA para o controlo das IACS (Infeções associadas aos cuidados de
saúde) entre doentes e profissionais

PBCI
 Objetivos das PBCI

 Reduzir as IACS
 Reduzir as infeções por microrganismos multirresistentes
 Reduzir o consumo desnecessário de antibióticos
 Garantir a segurança dos doentes e dos profissionais na prestação de
PBCI cuidados onde quer que sejam prestados
Não há
doentes de
risco
PBCI


procedimentos
de risco
 Definição
 Uma infeção adquirida num hospital ou outra instituição de saúde,
por um doente que foi admitido com outra patologia
 Não está presente ou em incubação no momento da admissão,
ocorrendo 48h após a admissão
 Inclui a infeção que surge após a alta mas adquirida na instituição de
IACS saúde
 Inclui a infeção ocupacional dos profissionais de saúde dessa mesma
instituição
 IACS é uma designação mais abrangente que infeção nasocomial
pois engloba todas as unidades prestadoras de cuidados (a infeção
nasocomial exclui a infeção que surge no ambulatório)
 Países desenvolvidos/países em desenvolvimento
 Principais causas de morte
 Problema crescente e mundialmente preocupante
IACS
Cerca de 33.000 pessoas morrem a cada ano como
consequência direta de uma infeção causada por
bactérias resistentes a antibióticos (ECDC, 2015)

Em cada 100 doentes internados, 7 a 15 nos países


em desenvolvimento adquirem uma IACS (OMS,
2022)
 Consequências:

 Comprometem a segurança dos doentes


 Elevadas taxas de mortalidade
 Elevadas taxas de morbilidade
IACS  Aumento do número de dias de internamento
 Aumento de custos
 Hospitalares
 Pessoais para os doentes (qualidade de vida) e para os seus familiares
 Facilitadores

 Maior variedade de antibióticos


 Drogas imunossupressoras
IACS  Uso não criterioso de antisséticos
 Técnicas mais invasivas
 Complexidade do ambiente hospitalar
 Equipamentos
IACS
PBCI
 Intervenientes:
 Profissionais de Saúde

 Utentes

 Visitas/Acompanhantes

 Voluntários
PBCI  Outros profissionais
 Hoteleiros

 Eletricista

 Informática

 Manutenção

 Alunos/Formandos
 A deteção precoce de doentes com risco de colonização ou infeção
por microrganismos multirresistentes permite desencadear
procedimentos diagnósticos e de isolamento imediatos, com
PBCI melhoria da qualidade e segurança para doentes, profissionais e
visitas

 Aplicação de inquérito epidemiológico na admissão


PBVT
PBVT

PCI
• Precauções aplicadas a doentes
identificados ou com suspeita de
infeção/colonização de agentes
infeciosos, incluindo microrganismos
epidemiologicamente importantes, e que
requerem medidas adicionais de
controlo para efetivamente prevenir a
sua transmissão.
PBVT
PBVT

PCI

Contacto Gotícula Via Aérea


GOTÍCULA AEROSSÓIS

Partículas > 5µm Partículas ≤ 5µm

Em suspensão por segundos Em suspensão durante horas

PBVT Alcance limitado a 1 metro (requer Percorrem longas distâncias


contacto próximo entre fonte e
hospedeiro)

Ex. tosse, espirros, fala, aspiração de Ex. exposição ao ar ambiente


secreções… contaminado
ISOLAMENTO ISOLAMENTO POR ISOLAMENTO
DE CONTACTO GOTÍCULA POR VIA AÉREA

Quarto de Sempre que possível Sempre que possível Sim


isolamento Pode ser criada uma coorte, com Pode ser criada uma coorte, Quarto com
separação mínima de 1 m entre com separação mínima de 1 m pressão negativa
doentes entre doentes
Manter cortinas fechadas

Porta fechada Não Não Sim

Sinalização De acordo com o protocolo institucional


PBVT Luvas Sempre que em contacto com o Sempre que em contacto com De acordo com as
doente e superfícies próximas do o doente e superfícies PBCI
doente próximas do doente

Bata ou avental Sempre que em contacto com o Sempre que em contacto com De acordo com as
doente e superfícies próximas do o doente e superfícies PBCI
doente próximas do doente
Máscaras/ De acordo com as PBCI Máscara cirúrgica/ Respirador de
Respiradores Máscara fluidoresistente partículas

Equipamentos e Uso individual Uso individual Uso individual


outros Se não for possível, proceder à sua Se não for possível, proceder à Se não for possível,
acessórios descontaminação sua descontaminação proceder à sua
descontaminação
ISOLAMENTO ISOLAMENTO POR GOTÍCULA ISOLAMENTO POR VIA
DE CONTACTO AÉREA

Roupa Usar um saco individual e fechá-lo de imediato

Ensino ao doente Ensino sobre a transmissão por Ensino sobre a transmissão por Ensino sobre a
contacto, reforçando a importância da contacto, reforçando a importância da transmissão por contacto,
higiene das mãos higiene das mãos e etiqueta reforçando a importância
respiratória da higiene das mãos e
etiqueta respiratória

PBVT Resíduos Grupo III

Transporte de Transportar o doente com roupa limpa Transportar o doente com roupa Transportar o doente com
doentes (mudar a roupa antes do transporte) limpa (mudar a roupa antes do roupa limpa (mudar a
transporte) roupa antes do
Colocar máscara cirúrgica no doente transporte)
Colocar máscara de
isolamento respiratório

Exames fora do Se possível, devem ser realizados no final do dia ou depois de todos os doentes
isolamento Informar os profissionais do serviço que recebem o doente do tipo de precauções a adotar

Visitas Realizar ensinos sobre uso de avental, Realizar ensinos sobre uso de avental, Realizar ensinos sobre uso
luvas e higiene das mãos máscara cirúrgica, luvas e higiene das de respirador e higiene
mãos das mãos
Ex. Clostridioides Difficile
Ex. Sars-cov-2
Ex. Mycobacteirum tuberculosis
 A medida mais simples e eficaz na prevenção das infeções

PBCI
PBCI
PBCI
Chegar/Sair do trabalho

 LAVAR AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO SEMPRE QUE:

Situações sociais (refeições, wc…)

PBCI
Mãos visivelmente sujas

Mãos contaminadas com


matéria orgânica

Prestação de cuidados a doentes


com Clostridioides difficile
PBCI
Manter unhas limpas e
curtas

Retirar adornos ou jóias

PBCI
Evitar mangas compridas com
punhos

Proteger feridas/lesões
PBCI
 1. Antes do contacto com o doente

 Para PROTEÇÃO DO DOENTE


 Evitar a transmissão de microrganismos presentes nas mãos dos
PBCI profissionais e que podem provocar infeção
 Exemplos
 Aperto de mão
 Posicionar
 Proceder à palpação abdominal
 2. Antes de procedimentos asséticos

 Para PROTEÇÃO DO DOENTE


 Exemplos:
PBCI  Aspiração de secreções
 Realização de tratamentos a feridas
 Punções venosas
 Preparação e administração de medicação
 Preparação de alimentação
 3. Após o risco de exposição a fluídos orgânicos

 Para PROTEÇÃO DO PROFISSIONAL e do AMBIENTE ENVOLVENTE


 Exemplos:
PBCI  Aspiração de secreções
 Realização de tratamentos a feridas
 Punções venosas
 Administração de medicação
 Manipulação de fluídos orgânicos
 4. Após o contacto com o doente

 Para PROTEÇÃO DO PROFISSIONAL e do AMBIENTE ENVOLVENTE


 Exemplos:
PBCI  Aperto de mão
 Posicionar
 Cuidados de higiene
 Avaliação de tensão arterial
 Auscultação
 5. Após o contacto com o ambiente envolvente do doente

 Para PROTEÇÃO DO PROFISSIONAL e do AMBIENTE ENVOLVENTE


PBCI  Exemplos:
 Mudar roupa da cama
 Ajustar a perfusão
 Desligar o alarme de bomba perfusora
 Manipular as grades da cama
 Conjunto de medidas individuais destinadas a conter as secreções
respiratórias, de forma a minimizar a transmissão de agentes infeciosos por
via aérea ou através de gotículas
 Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir
 Utilizar um toalhete de uso único
 Tossir ou espirrar para o braço/manga
 Higienizar as mãos após contacto com secreções respiratórias
PBCI  Evitar tocar nas mucosas dos olhos, boca ou nariz
 Equipamento Proteção Individual

 Consiste em barreiras protetoras usadas, sozinhas ou em conjunto,


com o objetivo de proteger as mucosas, pele e a roupa do contacto
com agentes infeciosos
 Devem proporcionar proteção adequada aos profissionais de saúde,
PBCI 
de acordo com o risco associado ao procedimento a efetuar
Princípios importantes:
 Devem estar DISPONÍVEIS junto do local de utilização
 Acondicionamento num LOCAL LIMPO E SECO, de modo a prevenir a
sua contaminação
 USO ÚNICO, a não ser que o fabricante especifique o contrário
 Equipamento Proteção Individual

PBCI
 LUVAS
 Devem ser:
 Usadas quando se antecipa a exposição a sangue ou outros
fluidos orgânicos ou em caso de Isolamentos/PBVT
 Removidas imediatamente após o uso em cada doente e/ou
após o procedimento (o seu uso não substitui em nenhuma
PBCI circunstância, a higiene das mãos)
 Substituídas, se há perfuração ou rotura
PBCI
PBCI
PBCI
 MÁSCARA CIRÚRGICA
 Isolamento por Gotícula
 Todos os procedimentos suscetíveis de gerar salpicos
para a mucosa

PBCI
 RESPIRADOR
 Isolamento por Via Aérea
 PROTEÇÃO OCULAR
 Proteção do risco de projeção de salpicos de fluidos
orgânicos para a face, e, sempre durante
procedimentos geradores de gotículas e/ou
aerossóis

PBCI 
Viseira
Óculos de proteção
 Máscara com viseira
 AVENTAL
 Durante procedimentos que envolvam contacto direto com o doente
 Para proteção dos uniformes/fardas quando se considera provável a
contaminação
PBCI  Substituir no final do procedimento e entre doentes (p.ex. entre os
cuidados de higiene)
 CALÇADO
 Deve ser:
 Antiderrapante, limpo e deve apoiar e cobrir todo o pé, a fim de
evitar a contaminação com sangue e outros fluidos orgânicos ou
lesão com material corto perfurante
 Removido antes de sair da área específica (ex. Bloco Operatório)
PBCI

 COBERTURA DO CABELO
 Deve ser:
 Bem ajustada à cabeça e cobrir todo o cabelo
 Utilizada nas áreas protegidas e durante procedimentos asséticos
PBCI  Utilizada durante procedimentos potencialmente geradores de grande
quantidade de aerossóis e salpicos de fluidos orgânicos
 Substituída/eliminada entre sessões ou, se estiver contaminada com
fluidos orgânicos
 De acordo com a especificidade de cada material e equipamento,
devem existir em todas a unidades onde se prestam cuidados,
instruções claras afixadas em local estratégico sobre a manutenção
e descontaminação dos equipamentos assim como a quem cabe a
execução destes procedimentos
PBCI
Nível de Risco Tipo de Exemplos
descontaminação

Material crítico Esterilização Implantes


Todo o material que penetra nas Instrumentos cirúrgicos
cavidades estéreis ou no
organismo do doente por rutura
PBCI das camadas da pele e mucosas
Material semi-crítico Desinfeção de alto nível Lâminas de
Todo o material que entra em laringoscópio
contacto com mucosas ou pele não Endoscópio
íntegra
Material não crítico Limpeza Braçadeiras
Todo o material que entra em Desinfeção de baixo nível Marquesas
contacto com a pele íntegra ou que Mesas de apoio
não entra em contacto com o Chão
doente
 A LIMPEZA E MANUTENÇÃO das superfícies estruturais do
ambiente, são medidas fundamentais de controlo da qualidade do
ambiente hospitalar
 Vertente microbiológica
PBCI  Remoção de microrganismos evitando a sua sobreviviência e proliferação

 Vertente não microbiológica


 Manter a aparência/imagem da instituição, evitar a deterioração das
superfícies
 Princípios gerais na higiene e controlo ambiental:

 Colocar o mínimo de material e equipamento nos locais de prestação de


cuidados
 Usar produtos apropriados para a higienização de acordo com a
compatibilidade com os materiais e equipamentos e com o nível de
sujidade/contaminação
PBCI  Cumprir os tempos de limpeza, tempos de atuação e de validade dos
produtos
 Utilizar EPI adequados de acordo com os procedimentos
 Identificar as áreas de maior contacto pelas mãos dos profissionais, doentes
e visitas
 Identificar mobiliário que esteja deteriorado e retirá-lo de uso
 Adquirir mobiliário/equipamento resistente, não poroso, que possibilite o
processo de limpeza
 Princípios gerais na higiene e controlo ambiental:

 Manter carros de limpeza limpos e organizados

PBCI  Colocar os procedimentos internos em lugar visível e funcional


 Fichas técnicas e de segurança dos produtos
 Treinar técnicas de higienização
 Efetuar auditorias
 As áreas mais próximas dos doentes são as mais contaminadas

 Grades da cama
 Roupa
PBCI  Mesas de alimentação
 Manguitos
 Bombas perfusoras
 Campainhas
 Sacos de urina
 Roupa SUJA considerar CONTAMINADA

 Manusear com cuidado numa área reservada para o efeito, sem


contaminar o ambiente ou fardamento
PBCI  A roupa limpa é acondicionada numa área reservada para o efeito,
de preferência em armários fechados e material lavável
 Sacos de roupa suja NÃO DEVEM CHEIOS MAIS DE 2/3 da sua
capacidade
 Ser depositada de imediato após remoção
 Os resíduos provenientes da prestação de cuidados devem ser triados e
ELIMINADOS JUNTO AO LOCAL DE PRODUÇÃO e separados
imediatamente de acordo com os grupos a que pertencem
 Depois de acondicionados no saco e/ou contentor, os resíduos não devem
ser manipulados
PBCI  Tanto os sacos de recolha de resíduos, como os contentores de corto
perfurantes, NÃO DEVEM SER CHEIOS ATÉ MAIS DE 2/3, de modo a
possibilitar o seu encerramento seguro
 Os contentores para recolha de resíduos junto ao local de produção,
devem ser facilmente higienizáveis e mantidos limpos
 Na preparação e administração de injetáveis deve-se:

 Usar técnica assética para evitar contaminação do material de


injeção estéril
PBCI  Não usar a mesma seringa para vários doentes, mesmo trocando
a agulha
 Usar embalagens de dose única para medicamentos injetáveis
 Utilizar frascos/ampolas de dose única sempre que possível
 O risco de exposição a agentes microbianos transmissíveis pelo sangue
e fluidos orgânicos é um dos riscos mais importantes a que os
profissionais de saúde estão sujeitos
 Todos os profissionais devem conhecer os procedimentos a seguir no caso
de ocorrer exposição significativa
PBCI  Traumatismo percutâneo com cortantes ou perfurantes contaminados
 Exposição de feridas ou outras lesões da pele
 Exposição de mucosas (incluindo a ocular) a salpicos de sangue ou outros
fluídos orgânicos de risco
CADEIA DE TRANSMISSÃO
DE INFEÇÃO
Catarina Pinto
Enfermagem - Saúde no Adulto e Idoso
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