Você está na página 1de 7

1

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO- Data


TROCA DE CÂNULA TRAQUEOSTOMIA 01/09/2021
Data para revalidação
Numero Revisão Folha
01/09/2023
POP-05 0 01/06
1. ÁREA: Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia, Medicina

2. DEFINIÇÃO: A Cânula de traqueostomia, é uma prótese ventilatória que exterioriza a luz traqueal,

devendo ser trocada com regularidade para evitar complicações.

3. PRESCRIÇÃO: Médica

4. EXECUTANTE: Enfermeiros, médicos

5. . OBJETIVOS: Facilitar o processo respiratório a partir da manutenção do estoma limpo e seco; evitar

infecções; remover secreções.

6. INTRODUÇÃO

A traqueostomia (TQT) é um estoma respiratório que permite a comunicação da traqueia com o

meio externo mediante a instalação de uma prótese ou fixação à pele facilitando assim, o processo

respiratório (COSTA, ROFRIGUES, MATIAS, 2019), pode ser temporária ou permanente. Quando

permanente, pode estar associado as seguintes situações: persistência da causa que levou à realização

da traqueostomia; edema de mucosa; estenoses; traqueomalácea etc. (RICZ et al, 2011).

6.1 TIPOS DE CANULA

De acordo com o material as cânulas de traqueostomia podem ser classificadas em dois grandes

grupos: As cânulas metálicas e as plásticas. Enquanto as cânulas metálicas podem ser de aço inox ou

banhadas em prata, as cânulas plásticas são comumente feitas de silicone ou PVC (Policloreto de Vinila),

mais leves e baratas.

Desta forma, pode-se dizer que a cânula de traqueostomia consiste num tubo cilíndrico curvo, de

metal ou de polietileno (com ou sem balonete e com ou sem fenestra), formada por três peças.
2

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO- Data


TROCA DE CÂNULA TRAQUEOSTOMIA 01/09/2021
Data para revalidação
Numero Revisão Folha
01/09/2023
POP-05 0 02/06
6.2 COMPONENTES DA CÂNULA DE TRAQUEOSTOMIA:

a) Cânula externa: não removível, que fica presa por um cadarço na haste externa, no pescoço do

paciente;

b) Cânula interna: de diâmetro menor, que deve ser retirada frequentemente para limpeza;

c) Fio guia: Obturador de ponta romba, um pouco mais longo que a cânula, que preenche a sua luz, de

modo que, durante a sua introdução, não haja lesão da mucosa da traqueia.

d) Balonete (cuff): Presente nas cânulas de silicone ou de polietileno (PVC). Cânulas com balonete são

indicadas quando o paciente se mantém em ventilação mecânica ou quando existe o risco de aspirar

secreções da orofaringe, pois o balão inflável perto da sua base, evita que as secreções que ficam alojadas

acima do balão, desçam para o trato respiratório.

Figura 01- Tipos e Componentes de Cânulas de Traqueostomia

Fonte: Google imagens/tipos de cânulas de traqueostomia

7. INDICAÇÕES

Obstrução das vias aéreas, causadas por tumores, traumatismo facial grave, edema cervical

inflamatório e anomalias congênitas, em que haja a necessidade de suporte ventilatório prolongado para

prevenção de lesões orais e laríngea (DURBIN Apud RICZ et al., 2011).


3

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO- Data


TROCA DE CÂNULA TRAQUEOSTOMIA 01/09/2021
Data para revalidação
Numero Revisão Folha
01/09/2023
POP-05 0 03/06

Figura 02- Sistema Respiratório com Cânula de


Traqueostomia

Fonte: AC Camargo Câncer Center

8. PERÍODO PARA TROCA DA CANULA DE TRAQUEOSTOMIA

Geralmente cada 4 meses ou se necessário, visto peculiaridades individuais e a prescrição do médico

responsável.

9. MATERIAIS

 EPIs (luva de procedimento, avental descartável, máscara cirúrgica, óculos de proteção)

 1 Cânula de Traqueostomia conforme o tipo e o número adequado prescrito

 1 Cadarço de fixação

 1 pacote de gazes estéreis

 1 tubo de gel lubrificante com anestésico

 1 Frasco de Soro fisiológico 0,9% (SF) 100 ou 250 ml

Lembrando que no paciente domiciliado, a cânula geralmente encontrada é a


metálica
4

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO- Data


TROCA DE CÂNULA TRAQUEOSTOMIA 01/09/2021
Data para revalidação
Numero Revisão Folha
01/09/2023
POP-05 0 04/06
10. A TÉCNICA

10.1 Fazer a nebulização e aspiração orotraqueal conforme POP- Aspiração Orotraqueal

10.2 Explicar o procedimento para o paciente/família/cuidador

10.3 Promover a privacidade do paciente Orientamos que a técnica seja


realizada sempre que possível
10.4 Lavar as mãos por dois profissionais de saúde

10.5 Reunir todo o material

10.6 Auxilie o paciente a sentar-se no leito, mantendo o tórax em posição elevada (30º), apoiado por

travesseiros, com o pescoço ligeiramente estendido ou eleve a cabeceira do leito

10.7 Vista o avental e coloque a máscara e a proteção para os olhos

10.8 Façam a higienização das mãos

10.9 Um profissional coloca luvas de procedimento e outro, luvas estéreis

10.10 Próximo ao paciente, abra os pacotes do material de curativo, de gazes, do conjunto da cânula e

o frasco de solução fisiológica a 0,9%

10.11 Quem estiver com luvas de procedimento retirar as gazes sujas periestoma, aproveitando para

observar a condição da pele ao redor do estoma e faça uma leve tração na cânula observando se não

há aderência ou presença de infecção no local. Caso apresente estas condições adiar a troca e solicitar

avaliação médica, se houver infecção precisa ser tratada e se tiver aderência pode provocar

sangramento o que inviabiliza a troca no domicilio

10.12 Quem estiver com luvas estéreis prepare a cânula de traqueostomia seguindo os 04 passos

seguintes

10.13 Montar a cânula. (Caso o profissional prefira, pode ser colocado o cadarço ou a fita através dos

orifícios laterais da cânula, passando por de trás da base e segurando as pontas dos cadarços com os

dedos).
5

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO- Data


TROCA DE CÂNULA TRAQUEOSTOMIA 01/09/2021
Data para revalidação
Numero Revisão Folha
01/09/2023
POP-05 0 05/06
10.14 Desconectar o circuito de umidificação, caso o paciente esteja recebendo oxigênio

10.15 Remova gentilmente a cânula suja do pescoço do paciente, solicitando que o paciente inspire

profundamente

10.16 Termine rapidamente a limpeza do periestoma com SF 0.9% e faça nova avaliação do local

10.17 Inserir a cânula limpa com o mandril (guia) posicionado

10.18 Imediatamente remova o guia

10.19 Prenda o cadarço ou a fita com segurança, ao redor do pescoço do paciente

10.20 Coloque a cânula interna na posição e faça o travamento

10.21 Remova as luvas e avalie o paciente

10.22 Reposicione o paciente confortavelmente

10.23 Retire todo o material usado e dispense-o em local específico

10.24 Retirar as luvas

10.25 Lavar as mãos

10.26 Realizar os registros necessários

11. COMPLICAÇÕES E CUIDADOS

TIPOS DE CAUSAS CUIDADOS PRINCIPAIS


COMPLICAÇÕES
1. Lesões na pele  Em geral causada pela fixação da cânula  É importante manter; a cânula de traqueostomia
com cadarços sujos e/ou mal ajustados. sempre fixa e segura em volta do pescoço. Para isso
deve-se trocar a fixação sempre que suja, molhada
ou desfiada, deixar sempre uma folga de
aproximadamente um centímetro para que não
incomode o paciente e, o mais importante, será
colocar primeiro a fixação limpa, certificar-se de que
está segura e posteriormente realizar a retirada do
cadarço sujo.
Continuação
6

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO- Data


TROCA DE CÂNULA TRAQUEOSTOMIA 01/09/2021
Data para revalidação
Numero Revisão Folha
01/09/2023
POP-05 0 06/06
11. COMPLICAÇÕES E CUIDADOS
TIPOS DE CAUSAS CUIDADOS PRINCIPAIS
COMPLICAÇÕES
2. Insuficiência Suspeitar de rolha de secreção ou estenose Se o paciente estiver com cânula de plástico, aspirar
respiratória decorrente de lesão da cartilagem cricóide. a cânula; não havendo melhora ou apresentar
Esta lesão da parede traqueal pode ser resistência na passagem da sonda ao tentar aspirar
causada pelo procedimento cirúrgico ou por a cânula, nebulizar o paciente com soro fisiológico
lesão da mucosa causada pelo cuff, mesmo 0,9% e tentar novamente a aspiração; se o paciente
após semanas da realização da TQT estiver com cânula metálica, remover a cânula
interna imediatamente e proceder à limpeza da
mesma; se não houver melhora do padrão
respiratório após aspiração e limpeza, é necessário
realizar a troca da cânula imediatamente. Se não
houver melhora encaminhar para serviço de
referência, com apoio de fonte de oxigênio.
3. Dificuldade na Suspeitar de rolha de secreção, que Nebulizar o paciente com SF 0,9% e tentar
retirada e na geralmente é uma das principais causas novamente a aspiração; se o paciente estiver com
introdução da cânula metálica, remover a cânula interna
cânula: imediatamente e proceder à limpeza da mesma.
Caso ainda encontre resistência, solicitar apoio de
profissional mais experiente ou encaminhar para
serviço de referência.
4. Infecções A infecção do tecido subcutâneo não é  Proceder a limpeza do estoma três vezes ao dia com
incomum, aparecendo hiperemia e secreções solução fisiológica 0.9% (SF). Manter a almofada
na pele. protetora com gazes para que seja feita a absorção de
secreções e proteja a pele contra os possíveis
traumatismos causados pela cânula.
5. Asfixia/ Pode ocorrer por alimentos, água, ou corpo  Durante a alimentação deve-se manter o paciente
broncoaspiração estranho. sentado. Os alimentos cortados pequenos, a
mastigação deve ser boa e a deglutição devagar.
Durante o banho para evitar a entrada de água,
utilizar protetores específicos para o banho, colocar
a mão como barreira em frente a traqueostomia ou
manter sempre o pescoço flexionado para baixo.
Quando em passeio no ambiente externo proteger a
traqueostomia com protetores específicos ou mesmo
máscaras faciais para prevenir a entrada de poeira,
folhas ou até mesmo insetos.
7

REFERÊNCIAS

1. CAMPINAS. Protocolo de Assistência de Enfermagem. Serviço de Atendimento


Domiciliar de Campinas. Campinas, 2015. 55 p. Disponível em: <
http://www.saude.campinas.sp.gov.br/enfermagem/FO1236_manual_assist_enfermagem_S
AD_Campinas_12_2015.pdf> Acesso em: 08 fev. 2019.

2. COSTA ECL da, Rodrigues CF, Matias JG et al. CUIDADOS PARA A PREVENÇÃO DE
COMPLICAÇÕES EM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS.Rev enferm UFPE on line.,
Recife, 13(1):169-78, jan., 2019. Diponível em:<file:///C:/Users/das.adm/Downloads/238545-
132272-1-PB.pdf> Acesso em: 10 mar. 2019.

3. DURBIN JR Apud RICZ et al. Traqueostomia. (Ribeirao Preto. Online), v. 44, n. 1, p. 63-
69, 30 mar. 2011. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/47337/51073>
Acesso em: 13 fev. 2019.

4. INCA- INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER . Orientações à pessoa


traqueostomizada. Disponível em:
<http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/manuais/pessoatraqueostomizada.pdf>. Acesso em:
25 abr. 2019.

5. FURTADO É.Z.L, SANTOS, A.M.R; MOURA, M.E.B et al. ASPIRAÇÃO


ENDOTRAQUEAL: PRÁTICAS DA EQUIPE DE SAÚDE NO CUIDADO AO PACIENTE
CRÍTICO. Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp):6998-7006, dez., 2013. Disponível em:
<file:///C:/Users/das.adm/Downloads/Aspira%C3%A7%C3%A3o%20Traqueal.pdf>. Acesso
em: 20 mar. 2019.

6. HC-UFTM- Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro


administrado pela Eb-serh – Ministério da Educação POP: Traqueostomia: Cuidados e
Decanulação – Unidade de Reabilitação, Uberaba, 2018 – Versão 2.0. 20p. Disponível em:<
http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/pop20traqueo/39ca3e31-f1eb-4dfd-85a2-
63cc7e8a7b90>. Acesso em: 14 fev. 2019.

7. OLIVEIRA et al. Protocolo assistencial de enfermagem a portadores de


traqueostomia em ventilação mecânica. HU Revista, 2016, Juiz de Fora, v. 42, n.1, pp.
33-41.

Você também pode gostar