Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. DO FATO
2. DA FUNDAMENTAÇÃO E ANÁLISE
Página 1 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
A Lei nº 7.498/1986, que dispõe sobre o exercício profissional da Enfermagem,
regulamentada através do Decreto-Lei nº 94.406/1987, em seu art. 12, que trata das atribuições
do Técnico de Enfermagem, determina que:
Art. 12 O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo
orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e
participação no planejamento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe
especialmente:
a) participar da programação da assistência de enfermagem;
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro,
observado o disposto no parágrafo único do art. 11 desta lei;
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau
auxiliar;
d) participar da equipe de saúde.
Página 2 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
As feridas são identificadas de acordo a sua classificação, agente causal, profundidade,
forma, tamanho, quantidade de exsudato, localização, aparência e o ambiente do tratamento(7).
O acompanhamento do processo de cicatrização da ferida é realizado após a avaliação periódica
da lesão por um enfermeiro com o objetivo de determinar o tipo de ferida, o tratamento
adequado e as coberturas necessárias para cada momento do processo de cicatrização, que deve
visar a prevenção de infecções e a cicatrização da ferida(8).
Página 3 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
condições estruturais e organizacionais dos serviços de saúde, assim como a capacidade de
interlocução e articulação com outros profissionais, influenciam igualmente essa atividade
(12)
.
Trata-se de um potente instrumento gerencial para repensar a prática, mobilizar a equipe
em prol de um trabalho qualificado, seguro, crítico, criativo, para além de abordagens
normativas(13).
A supervisão de enfermagem pode ser entendida como instrumento capaz de facilitar o
enfrentamento dessa situação, uma vez que acompanhar a produção do cuidado pode favorecer
a educação, qualificar a equipe e estimular o trabalho colaborativo. Em outras palavras, oferece
oportunidade de reflexão sobre o significado do próprio trabalho(14).
Enfatiza-se que a supervisão de enfermagem tem potencial para a condução do trabalho
assistencial, por seu papel integrador, intermediador, capaz de favorecer processos
comunicativos, educativos e de responsabilidade compartilhada. Trata-se de um instrumento
valioso também para o desenvolvimento de práticas, atitudes e comportamentos
qualificados, constituindo-se em possibilidade/estratégia para direcionar o trabalho de
forma resolutiva, humanizada e ética(15,16).
Assim, realizar a supervisão do cuidado e do trabalho com enfoque educativo,
colaborativo, permite ao Enfermeiro contribuir com o seu próprio desenvolvimento e o da
equipe, repercutindo positivamente no cuidado(17).
O exercício da supervisão pode ser facilitado por meio da colaboração
interprofissional, com vistas a superar o trabalho parcelar, fragmentado, e favorecer a
integralidade do cuidado(18). Esta, aliás, requer ação conjunta e integrada da equipe, visto que a
colaboração tem contiguidade com ajuda mútua e estabelecimento de relações articuladas para
o alcance da finalidade do trabalho(19).
Para que o processo de supervisão seja eficaz, é desejável que os atores
principais (supervisor e supervisionados) estabeleçam atmosfera de aprendizagem que favoreça
o bem-estar, a criatividade, a autoestima e a motivação, o que pressupõe compartilhamento de
saberes, de poder e de tomada de decisão(20, 21).
Legalmente, a supervisão do Enfermeiro é respaldada pela Lei 7.498/86 quando afirma
que as atividades dos Técnicos e Auxiliares de enfermagem não podem ser desenvolvidas sem
a orientação e supervisão do Enfermeiro(3).
Página 4 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
Ainda de acordo com esta mesma Lei, o termo supervisão de enfermagem não é
apresentado, mas encontra-se como atividade privativa do Enfermeiro quando descreve que
cabe a este profissional o planejamento, coordenação, execução e avaliação dos serviços da
assistência de Enfermagem, consultoria, consulta de enfermagem e prescrição da assistência de
enfermagem.
Página 5 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
2.6. Processo de Enfermagem no cuidado às pessoas com feridas
O tratamento de feridas tem por objetivo acelerar a cicatrização(25) e o Enfermeiro possui
autonomia para avaliação e intervenção neste contexto, devendo estruturar suas ações
fundamentadas no Processo de Enfermagem, bem como documentá-lo de forma clara e
precisa(26).
No atendimento a pessoas com feridas, a coleta de dados (entrevista e exame físico)
deve incluir a investigação dos fatores intrínsecos e extrínsecos que podem retardar o processo
de cicatrização, as características da lesão, sua classificação quanto ao potencial de
contaminação, sinais de infecção, características do leito e das bordas da ferida, e ainda a
quantidade e aspecto do exsudato(27). Todos estes fatores devem ser documentados para
embasar a tomada de decisão terapêutica que conduzirá à seleção da intervenção mais adequada
e propiciará a avaliação dos resultados(28).
Página 6 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
Além disso, a mesma Resolução traz ainda que compete ao enfermeiro executar os
cuidados de enfermagem para os procedimentos de maior complexidade técnica e aqueles que
exijam tomada de decisão imediata(31).
3. CONCLUSÃO
Observada a fundamentação deste parecer relacionado a competência do profissional
Técnico de Enfermagem na realização de curativos sob supervisão do Enfermeiro nas UBS, a
Câmara Técnica de Assistência do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal –
COREN-DF conclui que:
Segundo a regulamentação profissional, o Técnico de Enfermagem possui respaldo
ético-legal para atuar no cuidado às pessoas com feridas após avaliação da lesão e
supervisão do Enfermeiro, devendo realizar curativos com
produtos/medicamentos/coberturas de acordo com Guias ou recomendações, Protocolos
atualizados, Procedimento Operacional Padrão (POP) ou Prescrição de Enfermagem.
Aos Técnicos de Enfermagem que atuam nas UBS cabe também manter-se atualizado
participando de programas de educação permanente relacionado ao cuidado de pessoas
Página 7 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
com feridas e que devem ser ofertados pela instituição em atividades de treinamento e
aprimoramento de recursos humanos sob a coordenação do Enfermeiro.
Em pessoas com feridas complexas cabe ao Enfermeiro realizar a avaliação integral do
indivíduo de forma compartilhada com o Técnico de Enfermagem por meio das etapas
do Processo Enfermagem, realizando a prescrição de enfermagem e utilizando-se das
orientações e protocolos de tratamento para cada caso clínico.
Por fim, ressalta-se que a supervisão de enfermagem é uma função privativa do
Enfermeiro, sendo instrumento de acompanhamento da prática clínica, gerenciamento
e não de vigilância da equipe, e tem como objetivo qualificar o cuidado às pessoas com
feridas, estimulando os profissionais e aperfeiçoando a assistência de forma segura aos
indivíduos que buscam os serviços de saúde.
É o parecer.
Relator:
Rinaldo de Souza Neves
Conselheiro CTA/COREN-DF
COREN-DF nº 54.747-ENF
Polyanne A. Alves Moita Vieira Igor Ribeiro Oliveira Lincoln Vitor Santos
Conselheira Coordenadora da Conselheiro CTA/COREN-DF Membro da CTA/COREN-DF
CTA/COREN-DF COREN-DF nº 391.833-ENF COREN-DF nº 147.165-ENF
COREN-DF nº 163.738 –ENF
Tiago Silva Vaz Sabrina Mendonça Marçal Alves
Fernando Carlos da Silva
Membro da CTA/COREN-DF Membro da CTA/COREN-DF
Conselheiro CTA/COREN-DF
COREN-DF nº 170.315-ENF COREN-DF nº 389.565-ENF
COREN-DF nº 241.652-ENF
Mayara Cândida Pereira Ludmila da Silva Machado
Membro da CTA/COREN-DF Membro da CTA/COREN-DF
COREN-DF nº 314.386-ENF COREN-DF nº 251.984 ENF
Homologado em 29 de setembro de 2023 na 569ª Reunião Ordinária de Plenária (ROP) dos Conselheiros do
COREN-DF.
Página 8 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
REFERÊNCIAS
1. Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Resolução Cofen n. 564/2017. Aprova o novo
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, para observância e respeito dos profissionais
de Enfermagem. Brasília, 2017. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-
5642017_59145.html Acesso em 07 julho de 2022.
2. Brasil. Lei n. 5.905, de 12 de julho de 1973, que dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal
e Regionais de Enfermagem e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5905.htm
3. Brasil. Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o Exercício profissional da
Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://www.portalcofen.gov.br
5. Gatti MAN., et al. Treatment of venous ulcers with fibrin sealant derived from snake venom.
The Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, volume 17, pages
226-229. 2011.
7. Fontes MMA, Gama FN. Análise da técnica do curativo no tratamento de feridas em unidades
de atenção primária à saúde no município de coronel Fabriciano – MG. Rev. Enf Integrada –
Ipatinga. 2011; 4(2).
8. Alcoforado CLGC, Santo FHE. Saberes e práticas dos clientes com feridas: um estudo de
caso no município de cruzeiro do Sul, Acre. Rev. Min. Enferm., 2012; 16(1): 11-17.
10. Jez RL, Brey C. Curativos Especiais: Capacitação para equipe de Enfermagem em uma
Unidade Básica de Saúde. Anais do XI EVINCI — Centro Universitário Autônomo do Brasil
— UniBrasil, 2016.
11. Abreu AM, Renaud BG, Oliveira B. Atendimento a pacientes com feridas crônicas nas salas
de curativo das policlínicas de saúde. Rev Bras Pesq Saúde, v. 15, n. 2, p. 42-49, abr./jun. 2013.
Página 9 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
12. Chaves LDP, Mininel VA, Silva JAM, Alves LR, Silva MF, Camelo SHH. Nursing
supervision for care comprehensiveness. Rev Bras Enferm. 2017;70(5):1106-11. doi:
10.1590/0034-7167-2016-04912.
13. Regan P, Shillitoe S. The supervisory ward manager’s role: progress on Compassion in
Practice action area four. Nurs Manag (Harrow). 2017;24(6):27-32. doi:
10.7748/nm.2017.e1641.
14. Dias CA, Santos DC, Matias LO, Servo MLS, Santana CLA, Tanaka LH. Nursing
supervision from the perspective of nurse coordinators of a teaching hospital. Rev Baiana
Enferm. 2018;32:e27422. doi: 10.18471/rbe.v32.27422.
15. Rankin J, McGuire C, Matthews L, Russell MR, Ray D. Facilitators and barriers to the
increased supervisory role of senior charge nurses: a qualitative study. J Nurs Manag.
2016;24(3):366-75. doi: 10.1111/jonm.12330.
16. McGilton KS, Chu CH, Shaw AC, Wong R, Ploeg J. Outcomes related to effective
nurse supervision in long-term care homes: an integrative review. J Nurs Manag. 2016;24:1007-
26. doi: 10.111/jonm12419.
17. Chu CH, Ploeg J, Wong R, Blain J, McGilton KS. An integrative review of the
structures and processes related to nurse supervisory performance in long-term care.
Worldviews Evid BasedNurs. 2016;13(6):411-9. doi: 10.1111/wvn.12170.
18. Chaves LDP, Mininel VA, Silva JAM, Alves LR, Silva MF, Camelo SHH. Nursing
supervision for care comprehensiveness. Rev Bras Enferm. 2017;70(5):1106-11. doi:
10.1590/0034-7167-2016-04912.
19. Rankin J, McGuire C, Matthews L, Russell MR, Ray D. Facilitators and barriers to the
increased supervisory role of senior charge nurses: a qualitative study. J Nurs Manag.
2016;24(3):366-75. doi: 10.1111/jonm.12330.
20. Escrig-Pinol A, Corazzini KN, Blodgett MB, Chu CH,McGilton KS. Supervisory
relationships in long-term care facilities: a comparative case study of two facilities using
complexity science. J Nurs Manag. 2019;27(2):311-9. doi: 10.1111/jonm.12681.
21. Vallières F, Hyland P, McAuliffe E, Mahmud I, Tulloch O, Walker P, et al. A new tool to
measure approaches to supervision from the perspective of community health workers: a
Página 10 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br
prospective, longitudinal, validation study in seven countries. BMC Health Serv Res.
2018;18(1):806. doi: 10.1186/s12913-018-3595-7
22. Brum MLB, et al. Protocolo de assistência de enfermagem a pessoas com feridas como
instrumento para autonomia profissional. Rev Enferm UFSM. 2015; 5(1): 50-57.
23. Dantas DV, Dantas RAN, Costa IKF, Torres GV. protocolo de assistência a pessoas com
úlceras venosas: validação de conteúdo. Rev Rene. 2013; 14(3):588-99. Disponível em:
http://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/11657/1/2013_art_dvdantas.pdf.
24. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF). Guia: Indicação dos curativos
baseado nos produtos padronizados pela SES/DF, 2019.
25. Jones CM, Rothermel AT, Mackay DR. Evidence-Based Medicine: Wound Management.
Plast Reconstr Surg [Internet]. 2017 [acesso em 2023 jul. 08]; 140(1). Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0000000000003486.
27. Leaper DJ, Schultz G, Carville K, Fletcher J, Swanson T, Drake R. Extending the TIME
concept: what have we learned in the past 10 years? Int Wound J [Internet]. 2012 [acesso em
2023 set 02]; 9(2). Disponível em: http:// dx.doi.org/10.1111/j.1742-481X.2012.01097.x.
28. Logan G. Clinical judgment and decision-making in wound assessment and management:
is experience enought? Br J Community Nurs [Internet]. 2015 [acesso em 2017 set 05]; 20(3).
Disponível em: http://dx.doi. org/10.12968/bjcn.2015.20.Sup3.S21.
Página 11 de 11
Setor de Rádio e TV Sul, Quadra 701, ed. Palácio da Imprensa, 5º Andar. Asa Sul, Brasília-DF. CEP: 70.340-905.
(61) 2102-3754
www.coren-df.gov.br