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Reduzida – Lista I 6% 5% 4%
Beneficiam da taxa reduzida alguns produtos alimentares, publicações periódicas, livros, produtos
farmacêuticos, alojamento hoteleiro, bens de produção agrícola e transporte de passageiros.
Beneficiam da taxa intermédia alguns produtos alimentares, determinados serviços de restauração
e entradas em espetáculos de canto, dança, música, teatro, cinema, circo, entradas em exposições,
entradas em jardins zoológicos, botânicos e aquários públicos, desde que não beneficiem da
isenção prevista no n.º 13 do artigo 9.º do Código do IVA.
Acórdão do Supremo Tribunal
Administrativo
Processo: 065/13
Tribunal: 2 SECÇÃO
Descritores: IVA
MASSAS ALIMENTICIAS
◦ Porém excluem-se no âmbito da tributação à taxa reduzida as empreitadas em piscinas, saunas, campos de ténis, golf ou
minigolf e instalações similares, ainda que estes se insiram no âmbito mais geral de um imóvel destinado à habitação.
◦ Excluindo-se, portanto, a obra em causa da aplicação da taxa reduzida e não constando também da lista II, anexa ao CIVA
(taxa de 13%), será a mesma sujeita à taxa normal de 23% - Art. 18º, nº 1, al. a) do CIVA e verba 2.27 da lista I, anexa ao CIVA
◦ Uma refeição servida e consumida num restaurante em Lisboa deve
considerar-se:
a) Uma transmissão de bens tributada à taxa de 23%;
b) Uma prestação de serviços tributada à taxa de 23%;
c) Uma operação de caráter misto, parte tributado à taxa de 23% e parte
tributada à taxa de 13%
d) Uma prestação de serviços à taxa de 6%
A verba 3.1 da Lista II anexa ao Código do IVA faz menção expressa a “prestações de serviços de alimentação e bebidas”, e por isso este tipo de prestações de serviços
beneficiam da tributação à taxa intermédia de IVA (13%), prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 18.º do Código do IVA.
De acordo com a informação da AT constante no Ofício-Circulado n.º 30181, de 06-06-2016, esta verba aplica-se:
“ao fornecimento de alimentação efetuado no âmbito de um serviço de restauração ou de catering, independentemente de se tratar de refeição principal ou não
(entradas, aperitivos, sandes, sobremesas, gelados, etc.), para consumo nas instalações do prestador do serviço, no caso do serviço de restauração, ou para
consumo no local onde o serviço é prestado, no caso do catering”.
Acrescentando que esta verba é ainda aplicável às prestações de serviços de bebidas, como por exemplo:
Água natural;
Chá;
Café;
Café com leite;
Leite com chocolate ou chocolate quente.
Contudo, a própria verba 3.1 exclui expressamente as prestações de serviços das seguintes bebidas, que por isso beneficiam da tributação à taxa normal de IVA:
Bebidas alcoólicas;
Refrigerantes;
Sumos;
Néctares;
Águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou outras substâncias.
◦ A prestação de serviços de alimentação e bebidas, é todo o tipo de alimentação e bebidas que são servidas no âmbito da atividade da
restauração e bebidas, em que o consumo é efetuado no estabelecimento (onde estão incluídas as esplanadas), e é considerado
serviço, pois para além do ato de servir a alimentação ou a bebida, os clientes beneficiam de um conjunto de serviços de apoio,
nomeadamente de mesas e cadeiras, WC, limpeza do estabelecimento, entre outros;
◦ Ou seja, toda e qualquer alimentação que seja servida e consumida no estabelecimento (entradas, aperitivos, sandes,
sobremesas, gelados, etc.), como estamos perante a prestação de um serviço, é enquadrada na verba 3.1 da Lista II do
Código do IVA, e por isso é tributada à taxa de 13%.
◦ TAKE-AWAY OU ENTREGA AO DOMICÍLIO VENDA DE PRODUTOS PARA CONSUMO FORA DO
ESTABELECIMENTO (Transmissão de Bens)
◦ No âmbito da atividade de restauração e bebidas, a venda de produtos para consumo fora do estabelecimento é considerada uma mera
transmissão de bens, uma vez que apenas consiste na preparação e entrega de alimentação e bebidas, sem que esteja associado um serviço de
restauração.
◦ De acordo com a Verba 1.8 da Lista II anexa ao Código do IVA, as refeições prontas a consumir, sem qualquer prestação de serviço associado e
tratando-se de produtos confecionados, são tributadas à taxa intermédia, desde que sejam para consumo imediato;
◦ Todos os restantes produtos que acompanham o prato principal (que é apenas o que é considerado refeição), são tributados à taxa de IVA desse
produto (se estiver na Lista I do Código do IVA é tributado à taxa reduzida, se estiver na Lista II do Código do IVA é tributado à taxa intermédia, e se
não constar na Lista I ou na Lista II, é tributado à taxa máxima).
Exemplo:
◦ No âmbito de um jogo da realização da UEFA, a ter lugar no quarto trimestre de 2021, no estádio da Luz, a
SAD do Sport Lisboa e Benfica vai comercializar bilhetes, cuja aquisição proporciona aos seus clientes assistir
ao jogo de futebol, seguido de um jantar nas instalações do estádio, e, ainda, o estacionamento das suas
viaturas.
◦ Qual a taxa de IVA incluída nos referidos bilhetes?
dedução do imposto suportado nas operações passivas ao valor do imposto arrecadado nas
operações activas.
o imposto suportado tenha incidido sobre bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados
para a realização de operações que, segundo o art. 20.º do CIVA, confiram o direito à dedução
Ao montante global do imposto devido pelas operações tributáveis do sujeito passivo, durante um período de
declaração
Subtrai-se
• O imposto devido ou pago pela aquisição de bens e serviços a outros sujeitos passivos;
• O imposto pago pelas aquisições de bens ou serviços abrangidas pelas alíneas e), h), i), j), l) e m) do n.º 1 do artigo 2.º;
• O imposto pago como destinatário de operações tributáveis efectuadas por sujeitos passivos estabelecidos no estrangeiro,
quando estes não tenham no território nacional um representante legalmente acreditado e não tenham facturado o
imposto;
• O imposto pago pelo sujeito passivo à saída dos bens de um regime de entreposto não aduaneiro, de acordo com o n.º 6
do artigo 15.º.
Art. 19.º/2 do CIVA – condições formais para o exercício do direito à
dedução
Só confere o direito à dedução o imposto mencionado nos seguintes documentos em nome e na posse do
sujeito passivo:
• no recibo de pagamento do IVA que faz parte das declarações de importação, bem como em documentos
emitidos por via electrónica pela Autoridade Tributária e Aduaneira, nos quais constem o número e a data
do movimento de caixa;
• nos recibos emitidos a sujeitos passivos enquadrados no «regime de IVA de caixa», passados na forma legal
prevista neste regime.
• O fundamento da exclusão do direito à dedução previsto no art. 21.º, do C.I.V.A., encontra-se no facto de muitas das situações ali previstas dizerem
respeito a I.V.A. suportado nos "inputs" em relação às quais se configura difícil, ou mesmo impossível, controlar da sua bondade, visando-se, pela via
da exclusão, obstar à dedução do imposto suportado com bens ou serviços não essenciais à actividade produtiva ou facilmente desviáveis
para consumos particulares, não empresariais/profissionais. Esta norma é, no fundo, uma norma especial anti-abuso em sede de I.V.A.
• Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação, à utilização, à transformação e reparação de viaturas de turismo, de barcos de recreio,
helicópteros, aviões, motos e motociclos, excepto se a venda ou a exploração destes bens constituir o objecto da actividade deste sujeito passivo – art. 21.º/1a)
e 2a) do CIVA;
◦ O art. 21.º, nº.1, al.a), do C.I.V.A., não define o conceito de viaturas de turismo por contraposição ao conceito de viaturas de mercadorias.
◦ Na definição do conceito de viatura de turismo constante desta norma, apresenta-se como viaturas de turismo:
◦ por um lado, os veículos que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não sejam destinados unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização
com carácter agrícola, comercial ou industrial,
◦ e, por outro lado, os veículos que, sendo mistos ou de transporte de passageiros, não tenham mais de 9 lugares
Ex: viatura Nissan Pick Up (4x4), que possui cinco lugares reservados a passageiros e com caixa aberta - esta viatura não se destina, pela sua construção e
equipamento, apenas ao transporte de mercadorias ou como único destino possível uma utilização de carácter agrícola (comercial ou industrial). Ou seja, pela sua
construção e equipamento a viatura tanto pode ser utilizada para o transporte de mercadorias, no e para o desenvolvimento de uma daquelas actividades como uma
utilização particular, sendo, de resto, como a realidade vem demonstrando, cada vez comum a aquisição deste tipo de viaturas precisamente pela multiplicidade de
utilizações que o seu tipo de construção e equipamento possibilita.
Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo
Processo: 0353/11.5BECTB 01017/17
Tribunal: 2 SECÇÃO
Descritores: IVA
EXCLUSÃO
DEDUÇÃO
VEÍCULO
TURISMO
Sumário: I - O direito à dedução do IVA encontra-se dependente do preenchimento de dois requisitos: que o imposto
tenha incidido sobre qualquer uma das operações descritas no artigo 20.º do CIVA - operações relativas a
bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados pelo sujeito passivo e que sejam pertinentes para o fim
da actividade prosseguida); que a dedução pretendida não se mostre excluída por o imposto se encontrar
contido em qualquer uma das despesas identificadas no artigo 21.º do mesmo Código.
II - No conceito de viatura de turismo imposto pelo legislador fiscal são o tipo de construção e o equipamento
da viatura, e não o fim a que esta seja afectada pelo adquirente, que constituem o elemento determinante da
exclusão do direito de dedução suportado na respectiva aquisição.
III - Só estão excluídos do conceito referido em II. os veículos automóveis que, face ao tipo de construção e ao
equipamento que possuem (i) se destinam unicamente ao transporte de mercadorias ou a ser exclusivamente
utilizados no desenvolvimento de uma actividade agrícola, comercial ou industrial ou que, (ii) sendo misto, não
tenha mais do que nove lugares incluindo o condutor.
III - Tendo resultado provado que a viatura possuiu cinco lugares para passageiros há que concluir que não se
destina, pela sua construção e equipamento, apenas ao transporte de mercadorias nem tem como único
destino possível uma utilização de carácter agrícola, comercial ou industrial.
◦ Será possível a dedução do IVA se a venda ou exploração dos referidos veículos constitui objeto de atividade
do sujeito passivo – artigo 21.º, n.º 2, al. a). Exemplos em que a dedução é possível:
◦ Viatura de passageiros de 7 ou 9 lugares adquirida e utilizada por empresa não isenta de IVA
exclusivamente em atividade de transporte de crianças acessória às atividades de creche, centro de atividade
de tempos livres ou ama, desde que o transporte de crianças seja objeto de faturação aos clientes, com
liquidação do respetivo IVA;
◦ Viatura de passageiros de 5 a 9 lugares adquirida e utilizada por empresa com alvará de agência de viagens
para realização exclusiva de passeios turísticos com os seus clientes ou transfers de e para aeroportos (AT
recomenda que devem ser estabelecidos critérios de verificação da utilização das viaturas, nomeadamente,
através de listagens que identifiquem o percurso, a quilometragem do veículo no início e no termo do
serviço realizado, a identificação do cliente e a referência à fatura que suportou a operação e na qual foi
liquidado o IVA).
Viaturas de turismo elétricas ou híbridas plug-in
◦ Exceção face às viaturas de turismo – IVA dedutível
◦ Na sequência da reforma da chamada Fiscalidade Verde, a Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, procedeu
à alteração das normas fiscais ambientais nos setores da energia e emissões, transportes, água, resíduos,
ordenamento do território, florestas e biodiversidade, alterando, para o efeito, o Código do IVA, aditando a
alínea f) do n.º 2 do artigo 21.º.
◦ Portaria n.º 467/2010, de 7 de julho, alterada pela Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro.
◦ De acordo com a alínea e) do n.º 1 do artigo 34.º do Código do IRC conjugado com a al. a) do n.º 4 do art.
1.º da Portaria n.º 467/2010 as alterações aos limites a partir dos quais não são aceites como gasto fiscal as
depreciações praticadas relativamente às seguintes viaturas, adquiridas em períodos de tributação que se
iniciem em 1 de janeiro de 2015 ou após essa data:
◦ 50 000 euros relativamente a veículos híbridos plug-in;
◦ 62 500 euros relativamente a veículos exclusivamente elétricos
◦ A Informação Vinculativa processo n.º 9 577, por despacho de 2015-12-09, vem esclarecer o seguinte
enquadramento em termos de IVA no ponto 12:
«Assim sendo, tendo em conta o referido no ponto anterior e dado que o IVA é dedutível por força da norma
contida na alínea f) do n.º 2 do artigo 21.º do CIVA, os limites estabelecidos na Portaria n.º 467/2010, para
este efeito, são consideradas com exclusão do IVA.»
◦ Com a entrada em vigor da Lei n.º 2/2020, de 31 de março, referente ao Orçamento do Estado para 2020, foi
aditada uma alínea h) ao número 2 do artigo 21.º do CIVA, passando, assim, a ser dedutível o IVA suportado
nas seguintes despesas:
«h) Despesas respeitantes a eletricidade utilizada em viaturas elétricas ou híbridas plug-in.»
◦ O IVA suportado nas manutenções e outros encargos (exceto combustível e energia elétrica) relativa a uma
viatura de turismo, ainda que híbrida plug-in, não é dedutível, por enquadramento na alínea a) do n.º 1 do artigo
21.º do Código do IVA.
Art. 21.º do CIVA - operações cujas despesas não conferem o direito à dedução:
• Despesas respeitantes a combustíveis normalmente utilizáveis em viaturas automóveis, com excepção das aquisições de gasóleo, de gases de
petróleo liquefeitos (GPL), gás natural e biocombustíveis, cujo imposto é dedutível na proporção de 50%, a menos que se trate dos bens a seguir
indicados, caso em que o imposto relativo aos consumos de gasóleo, GPL, gás natural e biocombustíveis é totalmente dedutível:
o Veículos pesados de passageiros;
o Veículos licenciados para transportes públicos, exceptuando-se os rent-a-car;
o Máquinas consumidoras de gasóleo, GPL, gás natural ou biocombustíveis, bem como as máquinas que possuam matrícula atribuída pelas
autoridades competentes, desde que, em qualquer dos casos, não sejam veículos matriculados;
o Tractores com emprego exclusivo ou predominante na realização de operações culturais inerentes à actividade agrícola;
◦ Em suma: no que respeita ao IVA contido em despesas realizadas com a aquisição de gasóleo, segundo decorre na norma acima
transcrita, é o mesmo dedutível na proporção de 50%, salvo se se destinarem ao consumo de veículos pesados de passageiros e de
veículos licenciados para transportes públicos, com exceção dos rent-a-car, caso em que o imposto é totalmente dedutível.
◦ Ao contrário do que acontece com o gasóleo, sempre que o combustível utilizado por uma viatura seja a gasolina, não é possível
deduzir o IVA suportado nessa despesa. Mesmo que em causa estejam viaturas utilizadas unicamente para fins profissionais.
Art. 21.º do CIVA - operações cujas despesas não conferem o direito à dedução:
• Despesas de transportes e viagens de negócios do sujeito passivo do imposto e do seu pessoal, incluindo as
portagens – art. 21.º/1c) e al. d) e e) do n.º 2;
• Despesas respeitantes a alojamento, alimentação, bebidas e tabacos e despesas de receção, incluindo as relativas
ao acolhimento de pessoas estranhas à empresa e as despesas relativas a imóveis ou parte de imóveis e
seu equipamento, destinados principalmente a tais receções, exceto as:
• relativas a fornecimento ao pessoal da empresa, pelo próprio sujeito passivo, de alojamento, refeições, alimentação e
bebidas, em cantinas, economatos, dormitórios e similares ou as que respeitem a necessidades diretas de
participantes em feiras, congressos, seminários e similares (neste último caso são dedutíveis em 50% ou em 25% se
resultarem de contratos celebrados com entidades organizadoras) – art. 21.º/1d) e 2b)/d)/e) do CIVA
• Despesas de divertimento e de luxo, sendo consideradas como tal as que, pela sua natureza ou
pelo seu montante, não constituam despesas normais de exploração - art. 21.º/1e)
Art. 21.º/1d) e 2b)/d)/e) do CIVA - Processo C-837/19, Super Bock
Bebidas SA vs Autoridade Tributária e Aduaneira
◦ Super Bock Bebidas SA qualifica-se como um sujeito passivo de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), enquadrado no regime
normal e com periodicidade mensal
◦ No âmbito da atividade desenvolvida, adquiriu um conjunto de serviços de carácter empresarial, conexos com essa atividade, que
consistiram em despesas respeitantes a alojamento, alimentação e transportes dos seus colaboradores nas áreas comerciais (contactos
com fornecedores e clientes).
◦ Entre 1 de Setembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2017, o IVA suportado nas despesas de refeições e alojamento ascendeu a € 38
966,55, e nas despesas com aluguer de viaturas, portagens e combustíveis o valor do imposto totalizou € 309 237,30. Na
autoliquidação do valor do IVA relativo aos meses incluídos naquele horizonte temporal, Super Bock SA respeitou a disciplina do
artigo 21º do Código do IVA, que não permite a dedução integral do IVA correspondentemente suportado, mas apresentou depois
junto da Autoridade Tributária e Aduaneira reclamação graciosa, solicitando anulação parcial daquelas autoliquidações, invocando
para tal o direito à dedução integral do respetivo IVA, com base na indispensabilidade das despesas à atividade desenvolvida e na
existência de um nexo direto e imediato entre as mesmas e as suas operações tributadas.
◦ O que Super Bock SA questiona é a ilegalidade do artigo 21º em si próprio por incompatibilidade com o Direito da União Europeia,
e mais concretamente com a disciplina da Diretiva IVA. Qualificando-se as despesas como absolutamente indispensáveis à sua
atividade e intrinsecamente conexas com a prossecução do seu objeto social, com nexo direto e imediato com o conjunto
da atividade económica, o IVA suportado deve ser considerado dedutível, não sendo aplicável a exclusão do artigo 21º em
cujo fundamento estará a presunção de que tais despesas não têm total ou sequer parcialmente relação/nexo com a
atividade tributada da empresa.
Art. 21.º/1d) e 2b)/d)/e) do CIVA - Processo C-837/19, Super Bock
Bebidas SA vs Autoridade Tributária e Aduaneira
◦ Quando uma questão prejudicial seja idêntica a outra sobre a qual o Tribunal de Justiça já se tenha
pronunciado ou quando a resposta a essa questão não suscite nenhuma dúvida razoável ou possa ser
claramente deduzida da jurisprudência, o Tribunal de Justiça pode adotar uma tramitação mais acelerada
decidindo por meio de despacho fundamentado, depois de ouvir o advogado-geral.
◦ Assim aconteceu, com o seguinte Despacho dado em 17 de Setembro de 2020:
◦ O artigo 17.°, nº 6, da Sexta Diretiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de maio de 1977, relativa à
harmonização das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos impostos sobre o volume de negócios
— Sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado: matéria coletável uniforme, bem como o artigo
168.°, alínea a), e o artigo 176.° da Diretiva 2006/112/ CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006,
relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, devem ser interpretados no sentido
de que não se opõem à legislação de um Estado-Membro entrada em vigor na data da adesão
deste à União Europeia segundo a qual as exclusões do direito a dedução do imposto sobre o
valor acrescentado que incide sobre as despesas respeitantes, designadamente, a alojamento,
alimentação, bebidas, aluguer de viaturas, combustível e portagens se aplicam igualmente no caso
de ser demonstrado que essas despesas foram efetuadas para a aquisição de bens e de serviços
utilizados para os fins das operações tributadas.
Caso prático:
◦ Uma empresa que se dedica à atividade de «comércio por grosso» enquadrada no regime normal
periodicidade mensal do IVA deduziu o imposto suportado com artigos de luxo (móveis, quadros e
artigos decorativos). Podia fazê-lo?
Acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul, processo n.º 03655/09, de 10 de julho de 2015:
No que respeita à dedutibilidade do IVA suportado com despesas de luxo, conclui o Tribunal que a aquisição de móveis, quadros e
artigos decorativos (jarrões da China antiga, busto em bronze, caixa antiga em gótico antigo), não possa ser considerada uma despesa
normal de exploração, quer pela própria natureza dos bens em causa, como pelo montante da despesa quanto comparado com o capital
próprio do sujeito passivo. – artigo 21.º, n.º 1, al. e)
Recorde-se que o legislador apenas permite deduzir ao imposto incidente sobre as operações tributáveis efetuadas o imposto
que tenha incidido sobre os bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados pelo sujeito passivo para a realização das
mesmas, sendo pressuposto necessário do direito à dedução que os bens e serviços estejam diretamente relacionados com o
exercício da sua atividade.
Caso prático:
◦ A Encosta dos Túneis possui um refeitório por si explorado diretamente, fornecendo refeições aos seus
empregados. A empresa renunciou à isenção prevista no art. 9.º, nº. 36 do CIVA, passando a aplicar imposto na
venda das refeições. O IVA suportado pela empresa na aquisição de serviços e produtos destinados ao
respetivo refeitório é dedutível?
◦ Pode deduzir 25%, nos termos do art. 21.º, n.º 1, al. d) e n.º 2, al. e) CIVA. Aplica-se neste caso a al. e) e não a al. d)
daquele número, uma vez que o contrato foi celebrado diretamente com a entidade organizadora do evento e não com
entidades legalmente habilitadas para o efeito.
Reporte e direito ao reembolso a favor do sujeito passivo