Você está na página 1de 14

IVA

Incidência do imposto
O capítulo I do CIVA (Código do IVA) trata a incidência deste imposto nos artigos n.os 1 a 8.

Incidência real ou objectiva


Artigo 1.º do CIVA
Incidência objectiva
1 - Estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado:
a) As transmissões de bens e as prestações de serviços efectuadas no território
nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal;
b) As importações de bens;
c) As operações intracomunitárias efectuadas no território nacional, tal como são
definidas e reguladas no Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias.
(…)

Artigo 3.º do CIVA


Conceito de transmissão de bens
1 - Considera-se, em geral, transmissão de bens a transferência onerosa de bens corpóreos
por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade.
2 - Para esse efeito, a energia eléctrica, o gás, o calor, o frio e similares são considerados
bens corpóreos.
(…)

Art.º 4 do CIVA
Conceito de prestação de serviços
1 - São consideradas como prestações de serviços as operações efectuadas a título oneroso
que não constituem transmissões, aquisições intracomunitárias ou importações de bens.
(…)

Art.º 5 do CIVA
Conceito de importação de bens
1 - Considera-se importação a entrada em território nacional de:
a) Bens originários ou procedentes de países terceiros e que não se encontrem em livre
prática ou que tenham sido colocados em livre prática no âmbito de acordos de
união aduaneira;
b) Bens procedentes de territórios terceiros e que se encontrem em livre prática.
(…)

Incidência pessoal ou subjectiva


Artigo 2.º do CIVA
1 - São sujeitos passivos do imposto:
a) As pessoas singulares ou colectivas que, de um modo independente e com carácter
de habitualidade, exerçam actividades de produção, comércio ou prestação de
serviços, incluindo as actividades extractivas, agrícolas e as das profissões livres, e,
bem assim, as que, do mesmo modo independente, pratiquem uma só operação
tributável, desde que essa operação seja conexa com o exercício das referidas
actividades, onde quer que este ocorra, ou quando, independentemente dessa
conexão, tal operação preencha os pressupostos de incidência real do imposto sobre
o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou do imposto sobre o rendimento das
pessoas colectivas (IRC);
(…)

1
Localização – regra da territorialidade
Artigo 6.º do CIVA

1 - São tributáveis as transmissões de bens que estejam situados no território nacional no


momento em que se inicia o transporte ou expedição para o adquirente ou, no caso de não
haver expedição ou transporte, no momento em que são postos à disposição do adquirente.
(…)

Regra geral aplicada às transmissões de bens:


As transmissões de bens localizam-se em Portugal quando é aqui que se inicia o transporte ou
expedição das mercadorias ou, na falta deste, quando é em Portugal que os bens são postos à
disposição do adquirente.

Regra geral aplicada às prestações de serviços:


As prestações de serviços são localizadas em Portugal quando o prestador tem a sua sede,
estabelecimento estável ou domicílio em território nacional.

Exigibilidade do imposto / facto gerador


Artigo 7.º do CIVA
Facto gerador e exigibilidade do imposto
1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, o imposto é devido e torna-se exigível:
a) Nas transmissões de bens, no momento em que os bens são postos à disposição do
adquirente;
b) Nas prestações de serviços, no momento da sua realização;
(…)

Artigo 8.º do CIVA


Exigibilidade do imposto em caso de obrigação de emitir factura
1 - Não obstante o disposto no artigo anterior e sem prejuízo do previsto no artigo 2.º do
regime do IVA de caixa, sempre que a transmissão de bens ou a prestação de serviços dê
lugar à obrigação de emitir uma factura nos termos do artigo 29.º, o imposto torna-se
exigível:
a) Se o prazo previsto para a emissão da factura for respeitado, no momento da sua
emissão;
b) Se o prazo previsto para a emissão não for respeitado, no momento em que termina;
c) Se a transmissão de bens ou a prestação de serviços derem lugar ao pagamento,
ainda que parcial, anteriormente à emissão da factura, no momento do recebimento
desse pagamento, pelo montante recebido, sem prejuízo do disposto na alínea
anterior.
(…)

FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE


Momento da colocação à
Transmissões de bens
disposição do adquirente

REGRA GERAL Prestações de serviços Momento da realização do serviço

Momento definido nas disposições


Importações
aduaneiras

2
Momento da emissão se o prazo
for respeitado ou momento em
DIFERIMENTO Emissão de factura
que termina o prazo para a
OU emissão
ANTECIPAÇÃO
DA
EXIGIBILIDADE Adiantamentos Momento do recebimento

Isenções
As isenções são tratadas no capítulo II do CIVA.
Há dois tipos de isenções:

Isenções simples ou incompletas

Isenções

Isenções completas ou à taxa zero

Isenções simples ou incompletas


1) Isenções nas operações internas (artigo 9.º);
2) Isenções nas importações (artigo 13.º);
3) Outras isenções (artigo 15.º).

1) As isenções nas operações internas respeitam, sobretudo, às transmissões de bens ou


prestações se serviços ligados, sobretudo, aos sectores de:
 Saúde;
 Segurança e assistência social;
 Ensino e formação profissional;
 Operações de seguro e resseguro;
 Locação de bens imóveis;
 Operações sujeitas a IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões
Onerosas);
 Lotaria, bingo, aposta múltiplas;
 Actividades agrícolas, cm carácter acessório para o produtor;
 Serviços de alimentação e bebidas fornecidas pelas entidades patronais aos
seus empregados;
 (…)

2) Isenções nas importações – estas isenções são objectivas, dizem respeito aos próprios
bens importados e não à qualidade dos importadores.

3) Outras isenções – são isenções de operações relacionadas com regimes suspensivos,


isto é, bens que não se destinam a uma utilização definitiva ao consumo final e que se
encontram disponíveis no artigo 15.º do CIVA.

Isenções completas ou à taxa de 0%

3
Valor tributável
Artigo 16.º do CIVA
Valor tributável nas operações internas
1 - Sem prejuízo do disposto nos n.ºs 2 e 10, o valor tributável das transmissões de bens e
das prestações de serviços sujeitas a imposto é o valor da contraprestação obtida ou a obter
do adquirente, do destinatário ou de um terceiro.
(…)

Artigo 17.º do CIVA


Valor tributável nas importações
1 - O valor tributável dos bens importados é constituído pelo valor aduaneiro, determinado
de harmonia com as disposições comunitárias em vigor.
(…)

Taxas
Sobre o valor tributável, segundo o artigo 18.º do Capitulo IV do CIVA, incidem três tipos de
taxas:
 Taxa reduzida (6%) – aplica-se aos bens e serviços constantes da lista I anexa ao CIVA.
 Taxa intermédia (13%) – recai sobre os bens e serviços enunciados na lista II anexa ao
CIVA.
 Taxa normal (23%) – tributa todos os bens e serviços não constantes das listas
anteriores.
Para as operações realizadas nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, as taxas
reduzida, intermédia e normal são, respectivamente, 4%, 9% e 18% e 5%, 12% e 22%.
Estão sujeitos à taxa reduzida, entre outros, os seguintes produtos/serviços:
 Cereais e preparados à base de cereais;
 Carnes e miudezas, frescas ou congeladas;
 Peixes e moluscos, com exclusão do peixe fumado, do espadarte, do esturjão e do
salmão, quando secos, salgados ou em conserva e caviar;
 Leite e lacticínios, ovos de aves;
 Gorduras e óleos gordos, azeite, banha e outras gorduras de porco;
 Frutas, legumes, produtos hortícolas e algas;
 Água, com excepção das águas de nascente, minerais, medicinais e de mesa, águas
gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou de outras substâncias;
 Mel de abelhas;
 Sal;
 Sumos e néctares de frutos e de algas ou de produtos hortícolas e bebidas de cereais;
 Produtos dietéticos;
 Jornais, revistas de informação geral e outras publicações periódicas, com excepção de
publicações ou livros de carácter obsceno ou pornográfico ou obras encadernadas em
peles, tecidos de seda ou semelhante;
 Contribuição para o áudio-visual cobrada para financiamento do serviço público de
radiodifusão e de televisão;
 Produtos farmacêuticos e similares;
 Aparelhos ortopédicos, cintas médico-cirúrgicas e meias medicinais, cadeiras de rodas
e veículos semelhantes;
 Prestações de serviços, efectuadas no exercício das profissões de jurisconsulto,
advogado e solicitador a desempregados e trabalhadores no âmbito de processos
judiciais de natureza laboral e a pessoas que beneficiem de assistência judiciária;
 Transporte de passageiros, incluindo aluguer de veículos com condutor;
 Alojamento em estabelecimentos do tipo hoteleiro;

4
 As empreitadas de beneficiação, remodelação, renovação, restauro, reparação ou
conservação de imóveis ou partes autónomas destes afectos à habitação, com
excepção dos trabalhos de limpeza, de manutenção dos espaços verdes e das
empreitadas sobre bens imóveis que abranjam a totalidade ou uma parte dos
elementos constitutivos de piscinas, saunas, campos de ténis, golfe ou minigolfe ou
instalações similares;
 As prestações de serviços de assistência domiciliária a crianças, idosos,
toxicodependentes, doentes ou deficientes;
 Bens de produção agrícola;

Estão sujeitos à taxa intermédia, entre outros, os seguintes produtos/serviços:


 Conservas de peixe para a alimentação humana;
 Vinhos comuns;
 Águas de nascente, minerais, medicinais e de mesa, águas gaseificadas ou adicionadas
de gás carbónico, com excepção das águas adicionadas de outras substâncias;
 Petróleo e gasóleo, coloridos e marcados, comercializados nas condições e para as
finalidades legalmente definidas, e fuelóleo e respectivas misturas;
 Utensílios e alfaias agrícolas, silos móveis, motocultivadores, motobombas,
electrobombas, tractores agrícolas, como tal classificados nos respectivos livretes, e
outras máquinas e aparelhos exclusiva ou principalmente destinados à agricultura,
pecuária ou silvicultura.
 Entradas em espectáculos de canto, dança, música, teatro, cinema, tauromaquia e
circo. Exceptuam-se as entradas em espectáculos de carácter pornográfico ou
obsceno;
 Prestações de serviços de alimentação e bebidas, com exclusão das bebidas alcoólicas,
refrigerantes, sumos, néctares e águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico
ou outras substâncias.

Apuramento do imposto
Artigo 19.º do CIVA
Direito à dedução
1 - Para apuramento do imposto devido, os sujeitos passivos deduzem, nos termos dos
artigos seguintes, ao imposto incidente sobre as operações tributáveis que efectuaram:
a) O imposto devido ou pago pela aquisição de bens e serviços a outros sujeitos
passivos;
b) O imposto devido pela importação de bens;
c) O imposto pago pelas aquisições de bens ou serviços abrangidas pelas alíneas e), h),
i), j) e l) do n.º 1 do artigo 2.º;
d) O imposto pago como destinatário de operações tributáveis efectuadas por sujeitos
passivos estabelecidos no estrangeiro, quando estes não tenham no território
nacional um representante legalmente acreditado e não tenham facturado o
imposto;
e) O imposto pago pelo sujeito passivo à saída dos bens de um regime de entreposto
não aduaneiro, de acordo com o n.º 6 do artigo 15.º
2 - Só confere direito a dedução o imposto mencionado nos seguintes documentos, em
nome e na posse do sujeito passivo:
a) Em facturas passadas na forma legal;
b) No recibo de pagamento do IVA que faz parte das declarações de importação, bem
como em documentos emitidos por via eletrónica pela Autoridade Tributária e
Aduaneira, nos quais constem o número e a data do movimento de caixa.
c) Nos recibos emitidos a sujeitos passivos enquadrados no «regime de IVA de caixa»,

5
passados na forma legal prevista neste regime.
(…)

Assim, só confere direito à dedução:


 O imposto devido ou pago pelo operador económico nas aquisições de bens e serviços
feitas a outros sujeitos passivos;
 O imposto devido pelas importações;
 O imposto suportado nas aquisições intracomunitárias;
 O imposto suportado nas aquisições de bens indicados no artigo 6.º do CIVA.

É necessário ainda que o imposto suportado conste de facturas passadas na forma legal
(artigo 36.º do CIVA) ou no recibo de pagamento do imposto referente a importações.
Os referidos documentos deverão conter a identificação completa do sujeito passivo e estar
na sua posse.
A regra do apuramento do IVA vem consagrada no n.º 1 do artigo 20.º do CIVA:
Artigo 20.º do CIVA
Operações que conferem o direito à dedução
1 - Só pode deduzir-se o imposto que tenha incidido sobre bens ou serviços adquiridos,
importados ou utilizados pelo sujeito passivo para a realização das operações seguintes:
a) Transmissões de bens e prestações de serviços sujeitas a imposto e dele não isentas;
b) Transmissões de bens e prestações de serviços que consistam em:
I) Exportações e operações isentas nos termos do artigo 14.º;
II) Operações efectuadas no estrangeiro que seriam tributáveis se fossem
efectuadas no território nacional;
III) Prestações de serviços cujo valor esteja incluído na base tributável de bens
importados, nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 17.º;
IV) Transmissões de bens e prestações de serviços abrangidas pelas alíneas b), c), d)
e e) do n.º 1 e pelos n.ºs 8 e 10 do artigo 15.º;
V) Operações isentas nos termos dos n.ºs 27) e 28) do artigo 9.º, quando o
destinatário esteja estabelecido ou domiciliado fora da Comunidade Europeia ou
que estejam directamente ligadas a bens, que se destinam a ser exportados para
países não pertencentes à mesma Comunidade;
VI) Operações isentas nos termos do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de
Dezembro.
(…)

No apuramento do IVA podem verificar-se as seguintes hipóteses:


Hipótese A: IVA liquidado> IVA dedutível = IVA a favor do Estado = Imposto a entregar
Hipótese B: IVA liquidado <IVA dedutível = IVA a favor da Empresa = Imposto a recuperar
Hipótese C: IVA liquidado = IVA dedutível = Não há imposto a entregar ou a recuperar

Quando num determinado período existir imposto a recuperar, o sujeito passivo pode:
 Reportar o saldo para o período seguinte, isto é, este crédito será abatido no
apuramento do IVA do próximo período; ou
 Solicitar o reembolso:
 Se passados 12 meses relativos ao período em que se iniciou o excesso
persistir crédito a seu favor superior a 250 €;
 Se antes do fim do período de 12 meses se verifique a cessação da actividade;
 Se o crédito a seu favor exceder os 3000 €.

6
Exclusões do direito à dedução
Não é dedutível o IVA suportado por um sujeito passivo que não corresponda à actividade
exercida e o IVA relativo às despesas previstas no n.º 1 do artigo 21.º do CIVA.
Artigo 21.º do CIVA
Exclusões do direito à dedução
1 - Exclui-se, todavia, do direito à dedução o imposto contido nas seguintes despesas:
a) Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação, à utilização, à
transformação e reparação de viaturas de turismo, de barcos de recreio,
helicópteros, aviões, motos e motociclos. É considerado viatura de turismo qualquer
veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e
equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a
uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou
de transporte de passageiros, não tenha mais de nove lugares, com inclusão do
condutor;
b) Despesas respeitantes a combustíveis normalmente utilizáveis em viaturas
automóveis, com excepção das aquisições de gasóleo, de gases de petróleo
liquefeitos (GPL), gás natural e biocombustíveis, cujo imposto é dedutível na
proporção de 50%, a menos que se trate dos bens a seguir indicados, caso em que o
imposto relativo aos consumos de gasóleo, GPL, gás natural e biocombustíveis é
totalmente dedutível:
i) Veículos pesados de passageiros;
ii) Veículos licenciados para transportes públicos, exceptuando-se os rent-a-car;
iii) Máquinas consumidoras de gasóleo, GPL, gás natural ou biocombustíveis, bem
como as máquinas que possuam matrícula atribuída pelas autoridades
competentes, desde que, em qualquer dos casos, não sejam veículos
matriculados;
iv) Tractores com emprego exclusivo ou predominante na realização de operações
culturais inerentes à actividade agrícola;
v) Veículos de transporte de mercadorias com peso superior a 3500 kg;
c) Despesas de transportes e viagens de negócios do sujeito passivo do imposto e do
seu pessoal, incluindo as portagens;
d) Despesas respeitantes a alojamento, alimentação, bebidas e tabacos e despesas de
recepção, incluindo as relativas ao acolhimento de pessoas estranhas à empresa e as
despesas relativas a imóveis ou parte de imóveis e seu equipamento, destinados
principalmente a tais recepções;
e) Despesas de divertimento e de luxo, sendo consideradas como tal as que, pela sua
natureza ou pelo seu montante, não constituam despesas normais de exploração.
(…)

Artigo 21.º do CIVA


Exclusões do direito à dedução
(…)
2 - Não se verifica, contudo, a exclusão do direito à dedução nos seguintes casos:
a) Despesas mencionadas na alínea a) do número anterior, quando respeitem a bens
cuja venda ou exploração constitua objecto de actividade do sujeito passivo, sem
prejuízo do disposto na alínea b) do mesmo número, relativamente a combustíveis
que não sejam adquiridos para revenda;
b) Despesas relativas a fornecimento ao pessoal da empresa, pelo próprio sujeito
passivo, de alojamento, refeições, alimentação e bebidas, em cantinas, economatos,
dormitórios e similares;
c) Despesas mencionadas nas alíneas a) a d) do número anterior, quando efectuadas

7
por um sujeito passivo do imposto agindo em nome próprio mas por conta de um
terceiro, desde que a este sejam debitadas com vista a obter o respectivo reembolso;
d) Despesas mencionadas nas alíneas c) e d), com excepção de tabacos, ambas do
número anterior, efectuadas para as necessidades directas dos participantes,
relativas à organização de congressos, feiras, exposições, seminários, conferências e
similares, quando resultem de contratos celebrados directamente com o prestador
de serviços ou através de entidades legalmente habilitadas para o efeito e
comprovadamente contribuam para a realização de operações tributáveis, cujo
imposto é dedutível na proporção de 50%;
e) Despesas mencionadas na alínea c) e despesas de alojamento, alimentação e bebidas
previstas na alínea d), ambas do número anterior, relativas à participação em
congressos, feiras, exposições, seminários, conferências e similares, quando resultem
de contratos celebrados directamente com as entidades organizadoras dos eventos e
comprovadamente contribuam para a realização de operações tributáveis, cujo
imposto é dedutível na proporção de 25%.
f) Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação e à transformação
em viaturas elétricas ou híbridas plug-in, de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas
elétricas ou híbridas plug-in, quando consideradas viaturas de turismo, cujo custo de
aquisição não exceda o definido na portaria a que se refere a alínea e) do n.º 1
do artigo 34.ºdo Código do IRC;
g) Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação e à transformação
em viaturas movidas a GPL ou a GNV, de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas
movidas a GPL ou a GNV, quando consideradas viaturas de turismo, cujo custo de
aquisição não exceda o definido na portaria a que se refere a alínea e) do n.º 1
do artigo 34.ºdo Código do IRC, na proporção de 50%.
(…)

Declarações periódicas
Após o apuramento do imposto, os sujeitos passivos deverão proceder de acordo com os
artigos 27.º, 29.º alínea c) e 41.º do CIVA.
Artigo 27.º do CIVA
Pagamento do imposto apurado pelo sujeito passivo
1 - Sem prejuízo do disposto no regime especial referido nos artigos 60.º e seguintes, os
sujeitos passivos são obrigados a entregar o montante do imposto exigível, apurado nos
termos dos artigos 19.º a 26.º e 78.º, no prazo previsto no artigo 41.º, nos locais de cobrança
legalmente autorizados.
(…)

Artigo 29.º do CIVA


Obrigações em geral
1 - Para além da obrigação do pagamento do imposto, os sujeitos passivos referidos na
alínea a) do n.º 1 do artigo 2.ºdevem, sem prejuízo do previsto em disposições especiais:
(…)
c) Enviar mensalmente uma declaração relativa às operações efectuadas no exercício da sua
actividade no decurso do segundo mês precedente, com a indicação do imposto devido ou do
crédito existente e dos elementos que serviram de base ao respectivo cálculo;
(…)

8
Artigo 41.º do CIVA
Prazo de entrega das declarações periódicas
1 - Para efeitos do disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º, a declaração periódica deve
ser enviada por transmissão electrónica de dados, nos seguintes prazos:
a) Até ao dia 10 do 2.º mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de
sujeitos passivos com um volume de negócios igual ou superior a € 650.000 no ano
civil anterior;
b) Até ao dia 15 do 2.º mês seguinte ao trimestre do ano civil a que respeitam as
operações, no caso de sujeitos passivos com um volume de negócios inferior a €
650.000 no ano civil anterior.
(…)

O envio desta declaração é obrigatório, ainda que, no período em questão, o sujeito passivo
não tenha realizado operações activas ou passivas (vendas ou prestações de serviços e/ou
aquisições de bens e serviços).

Preenchimento da declaração periódica


Compete ao sujeito passivo proceder ao envio da declaração periódica.
O preenchimento desta declaração deverá estar de acordo com o reconhecimento que foi
feito, na contabilidade da empresa, das operações efectuadas pelo sujeito passivo.
A empresa deve desdobrar, entre outras, as contas do SNC necessárias ao apuramento do IVA.

Desdobramento das contas com reflexo no preenchimento da declaração periódica

31 Compras
311 Mercadorias
3111 Mercado Nacional
31111 Com IVA dedutível
311111 Taxa reduzida
311112 Taxa intermédia
311113 Taxa normal
31112 Com IVA não dedutível
31113 Isentas de IVA
3112 Mercado intracomunitário
3113 Mercado externo
O mesmo desdobramento deverá ser feito para as contas 3112 e 3113.

317 Devolução de compras


3171 Mercadorias
31711 Mercado Nacional
317111 Com IVA dedutível
3171111 Taxa reduzida
3717112 Taxa intermédia
3171113 Taxa normal
317112 Com IVA não dedutível
317113 Isentas de IVA
31712 Mercado intracomunitário
31713 Mercado externo
O mesmo desdobramento deverá ser feito para as contas 31712 e 31713.

A conta 318 - Descontos e abatimentos em Compras, deverá ter o mesmo desdobramento da


conta 317 - Devolução de compras.

9
As contas 317 e 318 destinam-se a corrigir o valor das facturas e, por isso, implicam
regularizações do IVA, que serão comunicadas pelos fornecedores aos clientes através de
notas de débito ou de crédito.

243 - Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)


2432 - IVA - Dedutível
24321 – Inventários
243211 – Taxa reduzida
243212 – Taxa intermédia
243213 – Taxa normal
24322 – Investimentos
243221 – Taxa reduzida
243222 – Taxa intermédia
243223 – Taxa normal
24323 - Outros bens e serviços
243231 – Taxa reduzida
243232 – Taxa intermédia
243233 – Taxa normal
2433 - IVA - Liquidado
24331 - Operações gerais
243311 Mercado Nacional
2433111 Taxa reduzida
2433112 Taxa intermédia
2433113 Taxa normal
243312 Mercado intracomunitário
(aquisições intracomunitárias)
2433121 Taxa reduzida
2433122 Taxa intermédia
2433123 Taxa normal
24332 - Autoconsumos e operações gratuitas
243321 Taxa reduzida
243322 Taxa intermédia
243323 Taxa normal
2434 - IVA - Regularizações
24341 - Mensais ou trimestrais a favor da empresa
24342 - Mensais ou trimestrais a favor do Estado
2435 - IVA apuramento
2436 - IVA a pagar
2437 - IVA a recuperar
2438 - IVA reembolsos pedidos

71 - Vendas
711 – Mercadorias
7111 Mercado Nacional
71111 Taxa reduzida
71112 Taxa intermédia
71113 Taxa normal
7112 Mercado intracomunitário
7113 Mercado externo

10
As contas 7112 e 7113 não precisam de desdobramento, dado que se tratam de operações
isentas de IVA.

717 - Devolução de vendas


7171 Mercadorias
71711 Mercado Nacional
717111 Taxa reduzida
717112 Taxa intermédia
717113 Taxa normal
71712 Mercado intracomunitário
71713 Mercado externo

A 718 - Descontos e abatimentos em vendas deverá ter um desdobramento igual à 717.

Tal como as contas 317 e 318, também as contas 717 e 718 destinam-se ao registo de
correcções que implicam regularizações de IV, comunicadas por notas de débito ou de crédito
pelos clientes e aos fornecedores.
Se a empresa, em vez da conta 71 – Vendas, utilizar a conta 72 – Prestações de serviços, o
desdobramento deverá ser igual.

Métodos de dedução relativa a bens de utilização mista (empresas mistas)


O artigo 23.º do CIVA vem regulamentar a dedução do IVA no caso dos sujeitos passivos
mistos.
Segundo este artigo são sujeitos passivos mistos os que realizam operações tributadas com
direito à dedução e operações isentas sem direito à dedução.
Exemplo: empresa de construção civil que constrói edifícios para venda mas também efectua
reparações.
Para estes sujeitos, o direito à dedução é parcial, pois apenas podem deduzir o imposto
suportado para a realização das operações tributadas.
O artigo 23.º prevê nestes casos dois métodos para a dedução do IVA:
 Método da afectação real (n.os 2 e 3);
 Método Pro rata (n.os 1 e 4).

Método da afectação real


Este método consiste em separar contabilisticamente as aquisições efectuadas para o sector
isento das efectuadas para o sector sujeito.
Se o sujeito passivo exercer actividades económicas distintas, com serviços administrativos
igualmente distintos, a separação pode ser total.
Neste caso, o sujeito passivo apenas poderá exercer direito à dedução do imposto suportado
nas aquisições de bens e serviços para o sector sujeito.
Método do Pro rata
Este método caracteriza-se pelo facto de o direito à dedução ser proporcional ao valor das
operações tributáveis e isentas com direito à dedução, relativamente ao volume de negócios
total.
Esta proporção resulta de uma fracção em que no numerador figura o valor anual (IVA
excluído) das transmissões de bens e prestações de serviços que dão direito à dedução
(operações tributáveis) e no denominador o valor anual (IVA excluído) da totalidade das
operações efectuadas pelo sujeito passivo.
Pro rata = Operações com direito à dedução x 100
Total das operações

11
O valor do Pro rata calculado em percentagem é sempre arredondado para a centésima
imediatamente superior:
Exemplo: 79,14 = 80%
Quando o sujeito passivo inicia a
actividade deve comunicar, na
Pro rata provisório
declaração de início, o pro rata
estimado que irá utilizar.
Percentagem de
dedução Pro rata
No final do ano deve calcular o pro rata
definitivo com base nas operações
Pro rata definitivo
realizadas e proceder às regularizações
que sejam devidas.

O pro rata definitivo do ano N aplicado como pro rata provisório do ano N+1

A percentagem a aplicar num determinado ano é calculada com base nos dados do ano
anterior; é, portanto, uma percentagem provisória que terá de ser corrigida no fim do ano.
Desta correcção poderão verificar-se regularizações do IVA dedutível a favor da empresa ou do
Estado que deverão constar da última declaração periódica do ano a que respeitam.

Regularização geral
(n.º 6 do artigo 23.º do CIVA)

Na declaração do último
período do ano

pro rata provisório pro rata provisório


> <
pro rata definitivo pro rata definitivo

Regularização a favor do Regularização a favor do


Estado sujeito passivo

Outras obrigações dos contribuintes


Os contribuintes do IVA têm as seguintes obrigações gerais (artigos 27.º e 52.º do CIVA):
De pagamento De facturação

Obrigações

Declarativas De escrituração

Obrigações de pagamento
Regra geral, o pagamento do imposto apurado na respectiva declaração periódica é feito
nos mesmos prazos previstos para o envio da mesma (n.º 1 do artigo 27.º do CIVA).

12
Se as pessoas liquidarem indevidamente o imposto, deverão entregá-lo em qualquer
serviço de finanças no prazo de 15 dias a contar da data de emissão da factura (n.º 2 do
artigo 27.º do CIVA).
Os sujeitos passivos que pratiquem uma única operação sujeita a imposto (acto isolado)
deverão entregar o montante do imposto devido em qualquer serviço de finanças até ao
último dia do mês seguinte ao da conclusão da operação (n.º 2 do artigo 27.º do CIVA).

Obrigações declarativas
Declaração de início de actividade
Artigo 31.º

De manifestação única Declaração de alteração


a) do n.º 1, artigo 29.º Artigo 32.º

Declaração de cessação
Artigo 33.º

Declaração mensal
Obrigações a) do artigo 41.º
declarativas
De manifestação Declaração trimestral
periódica b ) do artigo 41.º

Declaração ocasional
(acto isolado) Artigo 43.º

Declaração informação anual


contabilística e fiscal (IES)
De manifestação anual
Anexos: L, O, P
d ) n.º 1 do artigo 29.º

Declaração anual de informação contabilística e fiscal - IES


Esta declaração, também designada por IES – Informação Empresarial Simplificada, deve ser
enviada por transmissão electrónica de dados até 15 de Julho do ano seguinte a que respeita a
informação, independentemente de esse dia ser dia útil ou não.
Esta declaração contém uma folha de rosta e um conjunto de anexos:
Para efeitos de IVA, os anexos mais importantes são:
Anexo L – contém toda a informação referente ao movimento do IVA (IVA dedutível, IVA
liquidado, IVA regularizações, etc.).
Anexo O – é um mapa que contém a identificação dos sujeitos passivos seus clientes e onde
consta o montante anual das operações internas realizadas com cada um deles no ano
anterior, desde que superiores a 25 000 euros.
Anexo P - é um mapa que contém a identificação dos sujeitos passivos seus fornecedores e
onde consta o montante anual das operações internas realizadas com cada um deles no ano
anterior, desde que superiores a 25 000 euros.

13
Obrigações de facturação
Os sujeitos passivos são obrigados a emitir factura por cada transmissão de bens ou
prestações de serviços, bem como pelos adiantamentos.
A factura, para que possa ser considerada de forma legal e servir de suporte à dedução do
IVA, deverá ser processada em duplicado, destinando-se o original para o cliente e a cópia ao
arquivo do fornecedor (n.º 4 do artigo 36.º do CIVA).
Este documento deve ser datado, numerado sequencialmente e conter os seguintes
elementos (n.º 5 do artigo 36.º do CIVA):
 Identificação completa (nomes, firmas ou denominações sociais, moradas ou sedes)
dos intervenientes das operações, bem como os correspondentes números de
identificação fiscal;
 Quantidades e denominação dos bens transmitidos ou dos serviços prestados, bem
como dos elementos necessários à determinação da taxa de IVA aplicável;
 O preço líquido do imposto e outros elementos incluídos no valor tributável;
 As taxas de IVA aplicáveis e o montante de imposto devido;
 O motivo justificativo da não aplicação do imposto, se for caso disso, como por
exemplo o regime especial de isenção;
 A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, ou em que os
serviços foram realizados ou ainda em que foram efectuados pagamentos anteriores à
realização das operações, se essa data não coincidir com a da emissão da factura.
Nas facturas emitidas por retalhistas ou prestadores de serviços pode indicar-se o preço com
o imposto incluído, desde que mencione a taxa de IVA que foi aplicada.
A indicação na factura da identificação e do domicílio do adquirente ou destinatário que não
seja sujeito passivo não é obrigatória nas facturas de valor inferior a € 1000, salvo quando o
adquirente ou destinatário solicite que a factura contenha esses elementos. (n.º 15 do artigo
36.º)
A indicação na factura do número de identificação fiscal do adquirente ou destinatário não
sujeito passivo é sempre obrigatória quando este o solicite. (n.º 16 do artigo 36.º)
A obrigatoriedade de emissão de factura prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º pode ser
cumprida através da emissão de uma factura simplificada em transmissões de bens e
prestações de serviços cujo imposto seja devido em território nacional, nas seguintes
situações:
a) Transmissões de bens efectuadas por retalhistas ou vendedores ambulantes a não
sujeitos passivos, quando o valor da factura não for superior a € 1000;
b) Outras transmissões de bens e prestações de serviços em que o montante da factura
não seja superior a € 100.
(n.º 1 do artigo 40.º)

14

Você também pode gostar