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) POÉTICA
Nota: As Técnicas das Musas (as músicas, além da música e do canto, incluiam a poesia, o drama,
a dança e o espectáculo em geral), são aquelas susceptíveis de criar um espírito de corpo envolvendo o
seu público, criando aficionados, entusiasmando, dominando o público ligando-o entre si e com o espírito
da obra no espectáculo (numa cadeia de aneis magnetizados).
Aristóteles faz as seguintes observações sobre a tragédia, a comédia, a sátira e a epopeia (o poema
épico). Em geral, tragédia refere-se ao drama (inclui portanto a comédia) e, quando não as diferencia é
porque as considera semelhantes:
1) Quanto à métrica dos versos, a própria natureza se encarregou de encontrar o que é mais
adequado à tragédia, isto é, o jâmbico [na língua grega da época], segundo sabemos o mais flexível de
todos os metros.
No início de quinhentos, na língua portuguesa, - o mais flexível de todos os metros, o mais próximo
de uma linguagem natural e coloquial, - considerou-se ser a redondilha maior, com versos quebrados
quando necessário... (Não o será ainda hoje?)
2) Quanto ao modo como se diferencia da epopeia, a tragédia procura manter-se, sem que isso seja
prioritário ou vinculativo, mas tanto quanto possível, dentro de um ciclo solar ou nesta medida
aproximada.
3) Quanto à riqueza comparativa entre a epopeia e a tragédia, verifica-se ainda que, a tragédia
contém todos os elementos da epopeia, mas esta não comporta todos os da tragédia. E por isso a
tragédia é superior à epopeia.
O autor da Poética especifica ainda antes, que as diferenças entre as artes que investiga, no que
respeita aos processos de figuração (mimesis), se concretizam: pela definição dos seus objectos; pelos
meios que utilizam; e pelos modos como os figuram (narram, apresentam ou representam).
Assim:
1) Quanto aos modos, estabelece então:
(a) a diferença entre a comédia e a tragédia:
enquanto a tragédia figura o ser humano, o Homem no seu melhor, idealizado; a comédia figura no
seu pior, caricaturado; a sátira apresenta ou figura o Homem tal como é.
(b) nas artes da Poética a sua semelhança está no drama:
o elemento que constitui traço comum da tragédia e comédia, - a acção dramática - figura as
acções enquanto se desenvolvem; nas formas de arte onde se representam acções humanas, a actuação
das personagens tem por objectivo formular o mythos, não a realidade ou a história real.
2) Quanto aos meios, que são o ritmo, a melodia e o verso, são aparentemente os mesmos para a
tragédia e para a comédia (e sátira), verificando-se a diferença no tipo de verso utilizado, na sua métrica,
mas esta é uma diferença não vinculativa que pode ser explicada pelas suas diferentes origens.
3) Quanto à definição dos objectos, finalmente, não há diferença alguma, ou não se manifesta
qualquer diferença entre as obras dramáticas, sejam a tragédia, a comédia ou a sátira, o seu objecto é
sempre a acção dramática.
Conceitos fundamentais
...pela Poética, na arte dramática (no Teatro), nem a tragédia é uma tragédia real, nem o temor nem a
compaixão, são outros que não sejam os criados (figurados) na mente humana ao assistir a uma acção
dramática que desenvolve um drama trágico, numa figuração da realidade, e portanto, purgar resulta
numa figura de estilo, diríamos que de uma outra figura de estilo.
O temor e a compaixão trágicos, da arte dramática, são figurativos, não são causados pelas nossas
próprias ligações afectivas, são em cada momento, a possível figuração delas, serão sempre um
resultado do nosso Ver, pela nossa leitura, da nossa figurada entrada (imitada, vivida em pensamento) no
mundo figurativo da acção dramática da peça, da sua aceitação, vivência virtual e compreensão… E
assim será também a catarse que se deve produzir no nosso espírito. Esta catarse vai acontecer com a
tomada de consciência (clarividência) do nosso Ser quando alcançar Ver - perceber e compreender o
âmago (a hiponóia grega) da peça - numa leitura completa do seu mythos, com a resolução da situação
figurativa criada na acção dramática.
Destacamos ainda...
A mais importante das seis partes constituintes é a combinação dos incidentes: o mythos. A tragédia
é, na sua essência, uma figuração, não das pessoas, mas da acção e da vida, da felicidade e da desdita.
Toda a felicidade do Homem, ou a sua desgraça (a desdita), derivam do desenrolar de acontecimentos,
que assumem formas e dimensões que são consequência da sua prática como indivíduo actuante, pelo
que são sempre resultado de acções humanas: pois o fim para o qual nós vivemos é uma espécie de
actividade e não uma qualidade.
O protagonista pode incluir em si mesmo todas as qualidades, porém como é pelas acções - pelo
nosso comportamento ou actuação, pelo que nós fazemos - que somos felizes ou não, também, e por
consequência, num drama, uma personagem não actua para representar um carácter, cada personagem
inclui um carácter em função da acção. De modo que, é a acção em si mesma, o seu mythos, que
constitui o fim ou propósito da tragédia (ou da comédia), e este fim é o principal, é o que é essencial de
entre as suas partes constituintes. Além disso, uma tragedia é impossível sem acção, ainda que as possa
haver sem carácter.
Podemos encontrar e concordar com uma série de discursos característicos da mais alta e fina
expressão na técnica da tragédia, no que respeita à elocução e ao pensamento, e apesar disso
verificarmos ser frequente o seu fracasso na produção do verdadeiro efeito trágico. Não obstante,
verificamos muito maior êxito com uma tragédia que, por inferior que seja nestes aspectos, possua em si
mesma uma trama bem arquitectada - uma combinação de incidentes, agregando as mais poderosas
técnicas de provocação da atracção na tragédia, - incluindo as peripécias e os reconhecimentos, que são
as partes constituintes do mythos, dos incidentes e dos episódios na sua combinação.
Tomando como base os primeiros homens, Rousseau iniciou um pensamento que o levaria a concluir
que toda desigualdade se baseia na noção de propriedade particular criado pelo homem e o sentimento
de insegurança com relação aos demais seres humanos.
Segundo Rousseau, os primitivos deviam viver em bandos mais ou menos organizados, que se ajudavam
esporadicamente, apenas enquanto a necessidade emergente exigisse, para fins de alimentação,
proteção e procriação. Findada tal necessidade, os primitivos seguiam suas vidas de forma isolada, até
que nova necessidade aparecesse.
Com o surgimento de novas exigências, as quais estes povos não estavam acostumados, surgiu,
também, a percepção de que poderiam ter, além do necessário, algo mais que pudesse fazê-lo melhor do
que os outros homens. Esta noção, ainda rudimentar nesses povos, foi-se aperfeiçoando, até alcançar
um nível de elaboração que fizesse surgir a idéia de propriedade, fosse ela um animal, terras, armas e,
até mesmo, outras pessoas.
Essa noção de propriedade criou nos primitivos a idéia de acumulação de bens e, conseqüentemente,
superioridade frente aos demais. Essa suposta superioridade foi o estopim para o início dos conflitos
entre os homens de uma mesma tribo e, posteriormente, entre cidades e nações.
Outra novidade nesse progresso mental foi a noção de família, que com o tempo, levou homens e
mulheres a deixarem de lado o comportamento selvagem que tinham. Essa moderação no
comportamento, fez emergir a fragilidade perante a natureza e os animais, mas trouxe como
compensação e noção de grupo, que transmitia maior poder de resistência do que o indivíduo
isoladamente. O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau.
Entretanto, a facilidade da vida em grupo trouxe outro problema: a ociosidade e a busca por algo que
desse sentido a vida, além do trabalho. Assim, o lazer se instituiu, porém, com o passar do tempo, o que
era comodidade passou a ser visto como necessidade e novos conflitos surgiram, fazendo com que o
homem ficasse mais infeliz pela privação das comodidades, do que feliz de possuí-las.
Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade
privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para
subjugar os seus semelhantes.
No estado de natureza, afirma Rousseau, o homem tinha uma vida essencialmente animal. A rude
existência das florestas fez dele um ser robusto, ágil, com os sentidos aguçados, pouco sujeito às
doenças, das quais a maioria nasce da vida civilizada. Sua atividade intelectual nestes tempos era nula:
“o homem que medita é um animal depravado”. Assim vivendo, o homem era feliz e suas únicas paixões
eram os instintos naturais, facilmente satisfeitos (sede, fome, reprodução sexual, preservação).
É, com efeito, o ponto capital da argumentação de Rousseau: a natureza não destinaria o homem
primitivo à vida em sociedade. Durante milhares de séculos talvez, o homem viveu solitário e
independente, e este estado era o elemento essencial de sua felicidade ou bem-estar. Portanto, só se
distinguiria dos animais por sua maior inteligência, pela consciência de ser livre e não ser submetido a se
desenvolver.
Após ter condenado o espírito de civilização moderna, Rousseau ataca a própria organização da
sociedade. A propósito de um novo concurso na academia de Dijon em 1753, que tinha por tema “qual é
a origem da desigualdade entre os homens e se ela é autorizada pela lei natural”, Rousseau afirma: a
liberdade do homem está cada vez mais ameaçada porque a desigualdade social é crescente. E procurar
remediar esta situação será o objeto do Contrato Social, no qual o autor não se propõe a estudar o
desenvolvimento histórico da escravidão e sim os fundamentos da desigualdade.
Segundo Rousseau, como visto acima, os homens exercem naturalmente seus instintos, não sendo nem
bom nem mau, mas um ser amoral. Isto significa que na natureza os homens não se agridem
mutuamente sem uma motivação, mas apenas por legítima defesa. Além do mais, a desigualdade surge
quando alguém cerca um lote de terra e diz “isto é meu”. Em razão disso, outros homens são levados a
fazer a mesma coisa e se reúnem ou associam-se para poder usufruir daquilo que a terra pode lhes
oferecer. Mas com isso também se cria um modo de sobrevivência organizada que exclui grande parte
dos homens dos benefícios da natureza. Agora, desprovido do seu alimento e de sua liberdade, por
causa da instituição da propriedade privada, o homem torna-se subordinado daqueles que a detém. A
propriedade faz perder a liberdade natural.
Cabe, então, restaurar o mínimo de liberdade ao homem civilizado. Em sociedade, há vícios que o
distanciam de sua natureza e repensar o modelo natural é um modo de aproximá-los novamente. Com
isso, pensa-se no Contrato, não para voltar ao estado natural, o que Rousseau acredita ser impossível,
mas para tentar diminuir as desigualdades entre os homens após o arbítrio da instituição da propriedade.
A natureza fez o homem livre. Mas a sociedade existe, “o homem nasceu livre e por toda parte se vê
agrilhoado”. Ao injusto contrato em que o forte subjuga o fraco, é preciso substituir por um novo contrato
que assegure a cada cidadão a proteção da comunidade e lhe permita vantagens da liberdade e da
igualdade. Enquanto alguns filósofos estudaram as formas históricas de governo, Rousseau meditou
sobre o que deve ser uma sociedade justa e, ao colocar seus princípios absolutos (liberdade e igualdade
natural), tirou daí suas conclusões de valor universal, que inspiraram a Revolução Francesa.
O autor das “Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade”, transmite, nesta sua obra, um
depoimento da sua própria vivência e inteligência, dando forma à sua interpretação do mundo humano,
apontando o rumo para uma nova humanidade, através de um estado estético que ele designou por
“Terceiro Caráter”.
Schiller mostra inequivocamente o seu entusiasmo pelo belo e pela arte, que ele relaciona intimamente
com a felicidade e com a política, defendendo a posse da cultura pelo homem, já que só ela o pode
encher na sua totalidade e, assim, se enobrecendo, atingirá a liberdade plena, em êxtase de maravilha
estética. Schiller considera que a necessidade material é um mal social, que destrói, sistematicamente,
os povos e a sua liberdade, pelo que a sua ascensão ao mundo das ideias e à razão levá-los-ia a
abandonar a realidade objectiva.
Ele defende que é necessário conseguir-se a harmonia dos indistintos e das forças, que congregam a
totalidade do carácter, por isso, entende que a liberdade provém da cultura estética, que existe pela união
do impulso objectivo e do impulso formal, na unidade das ideias, que tem a sua base no impulso do jogo
do homem, que o leva assim a tornar-se homem completo pela união da razão e da sensibilidade.
Nas suas primeiras cartas é aglutinante o tratamento de uma certa filosofia de estado, o qual é para
Schiller aquele em que o homem é natureza, interessando o estado que insere o homem como um ser
moral. É pela mediação entre estes dois estados que surge o Estado Estético que provém da
transformação do homem físico em homem moral, através do “Terceiro Caráter”.
É interessante sublinhar que neste último estado, admitido por Schiller, o comportamento moral é
natureza e os impulsos naturais concordam com a razão. O autor pretende que o estado deve ter como
objectivo fundamental a unidade, não desprezando, no entanto, a multiplicidade, devendo procurar
estabelecer um reino de moral, sem marginalizar o reino sensível dos indivíduos singulares.
Nas suas Cartas Schiller critica fortemente a sociedade do seu tempo e, apesar de ter sido galardoado
pela posição assumida antes da Revolução Francesa, não acolheu com entusiasmo os factos políticos,
passados na altura.
É duro nas suas considerações relativamente aos antagonismos que geram conflitos. Enaltece o homem
grego e o seu ideal, encontrando nele um conjunto de virtudes perfeitamente contrastantes com o homem
da sua época, que está alienado e fragmentado na sua individualidade pessoal.
Todavia, considera esta fragmentação como o meio adequado para a evolução da espécie, sendo pelo
equilíbrio que a felicidade se obtém, propondo que não nos devemos considerar degraus para
aproveitamento de gerações futuras porque são de sacrifício.
Acredita que o estado que chama de atual não pode remediar os males que causou nem que o estado
ideal possa gerar uma humanidade de moralmente perfeita, pois é esta que deve criar o Estado Ideal. O
estado deve abandonar por completo o barbarismo, a conflituosidade, padrões de perda do valor
humano, procurando melhorá-lo pela sublimação do poder estético, pela Arte. O mesmo Estado deve
exaltar o artista, atribuindo-lhe o estatuto de guia de certo grau de espiritualidade, que atinja o Bem e a
Verdade, através da Beleza.
O idealista não pretende a comunhão do espírito e da matéria, mas sim a separação da ideia da
realidade. Na opinião do autor, são a brutalidade física do selvagem e a decadência do bárbaro culto, que
sufocam a beleza. Para Schiller, a pessoa e o Estado são conceitos formativos da natureza humana, aos
quais correspondem dois impulsos fundamentais: o impulso material ou objetivo e o formal ou subjetivo.
O impulso material vem dos sentidos que o converte em matéria, e é através dele que despertam as
atitudes da humanidade que não se completam; o impulso formal provém da natureza racional do
homem, e que o leva à liberdade, ajudando-o a afirmar-se como pessoa e a libertá-lo do quotidiano,
fazendo com que ele ascenda a uma vida superior.
No impulso do jogo, a Beleza completa o homem pela união da sensibilidade e da razão. No fenómeno, o
belo é a forma viva e a beleza transforma-se em liberdade. Para se obter o equilíbrio entre o impulso
sensível e o formal é necessário que atue o impulso lúdico, o qual dá ao homem a liberdade ao
emancipar-se do natural e da razão.
Se tal impulso se desfaz, resultam duas classes de beleza: se a preponderância é da matéria verifica-se
uma beleza melodiosa; se é a forma que predomina, há uma beleza enérgica. Com a perda do equilíbrio
o homem também perde a liberdade, pois de um impulso fundamental se torna imperativo, o homem
sente-se coagido, violentado, porque a sua liberdade só existe na atuação conjunta das suas duas
naturezas.
O estado estético é o intermédio a esse equilíbrio, porque nele atuam conjuntamente a sensibilidade e a
razão, ou seja, a Beleza. Para Schiller, não é possível atingir-se a liberdade sem se enveredar elo
estético, através da beleza, porque só a Estética nos conduz ao infinito, ao absoluto. É a Beleza que
estabelece a totalidade do humanismo e, nesse sentido, só a educação estética pode dar à humanidade,
qualquer que seja o tipo de sociedade, a harmonia de que precisa e da qual o indivíduo é o seu suporte.
É a Beleza que une a sociedade, porque ela diz respeito a todos. Sob o aspecto político a liberdade e a
igualdade não provem um estado, como o resultado da Revolução Francesa, acrescentando na última
carta que no estado estético cada um é um cidadão livre.
Parece existir na obra de Schiller uma convergência especulativa da poesia e da moral, na qual o seu
ideal estético pode ser considerado como estrutura necessária ao estabelecimento de uma sociedade
política, onde a natureza humana deveria conter no seu seio o “Homem Estético”, isto é, aquele que se
pode tornar, ele mesmo, numa obra de arte, em forma viva, em “bela alma”.
O homem deveria elevar-se do meio físico, que o procura escravizar, ao estado lúdico em que ele é
soberano e coincidente no seu todo. Ao desligar-se da realidade e ao não subjugar-se aos seus efeitos,
conquista a liberdade pela arte, subindo a um Olimpo de Virtudes.
Da obra de Schiller deduz-se que a arte possui um estatuto normativo ideal, que culmina as suas
manifestações espirituais numa oposição à matéria destruidora da liberdade. Para se ser livre, basta sê-lo
espiritualmente e, por isso, nem as cadeias que limitam a acção do homem físico, nem as regras de um
Estado organizado prejudicam a liberdade de que um homem pode constantemente usufruir.
O homem deverá inverter o seu sentido final, colocando-se ao seu próprio serviço e retirando-se toda a
carga negativa com que contamina qualquer comunidade, mais ou menos predisposta a uma idolatria e,
distanciando tal contexto, ao homem surge uma liberdade que não é só dele, mas também de todos
quantos inspirados pela natureza, desta conseguindo obter, por representação, uma obra de arte.
E não será só o artista que o consegue, pois o homem comum é, também, agente, embora quase
inconsciente da beleza que o toma, o seu próprio corpo é uma exteriorização da beleza, uma obra de
arte, conforme afirma Schiller, só que, quando mergulhado nas massas humildes e brutais perde o seu
valor estético. O prazer estético estará assim naufragado num mar revolto de consciências anormais, e
quanto seria benéfico para o homem conseguir energia de tal tempestade, dignificando o seu
comportamento pelo abraçar do “Terceiro Caráter”.
O Estado deve estar subordinado aos ditames da moral, criando-se através do estético uma civilização
ideal. É necessária uma maior humanidade, não resultante de guerras ou revoluções anárquicas, mas
conseguida pela força da Moral. Schiller indica o rumo para tal, pela “Educação Estética”, talvez utópica,
mas premente num mundo pleno de contradições e de desgraças, não obstante os progressos da
técnica, bastando que o homem seja capaz de pôr à prova e ao seu serviço todos os dons que Deus lhe
deu.
As “Cartas” de Schiller são uma obra filosófica e a arte foi a primeira exteriorização cultural do homem. A
Estética é um caminho que nos conduz a uma felicidade moral, a uma compreensão da humanidade, a
uma intersubjetividade tolerante.