Introdução à Tribologia

INTRODUÇÃO À TRIBOLOGIA

Prof. Dr. Anael Krelling

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O QUE É TRIBOLOGIA?

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A palavra TRIBOLOGIA vem do grego tribos τριβοζ que significa

‘fricção’ ou ‘atrito’, e logos significa ‘estudo’, portanto “a ciência do
atrito”.

TRIBOLOGIA

DESGASTE ATRITO LUBRIFICAÇÃO

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Utilizada pela primeira vez por H. Peter Jost em uma pesquisa para o
Ministério de Educação e Ciência da Inglaterra que tinha interesse em
minimizar custos de produção na indústria (mineração; metal-mecânica)
- na ordem de 5% do PIB desse país.
Em 1966 - Jost apontou uma correlação direta entre educação em
tribologia em escala ampla e difundida e o progresso e desenvolvimento
da indústria. Este relatório é citado como Relatório Jost.
“TRIBOLOGIA” foi definida formalmente, na ocasião, como “a ciência e
tecnologia de superfícies em interação em movimento relativo”.

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LEITURA! (artigo no SIGAA)

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TRIBOLOGIA “é a arte de aplicar análise operacional a problemas de

grande importância econômica, ou seja, confiabilidade, manutenção e
desgaste de equipamentos técnicos desde naves espaciais até
eletrodomésticos”.

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A TRIBOLOGIA tem um campo de pesquisa amplo e multidisciplinar.

A pesquisa em tribologia visa:

 Reduzir desgaste, aumentar vida útil e confiabilidade de sistemas

mecânicos e mecatrônicos.

 Controlar (ou otimizar) o atrito.

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A tribologia vem ganhando cada vez mais espaço em engenharias de

projetos de novos produtos e de manutenção das empresas. Pois a
competitividade impulsiona as empresas a buscarem soluções para
obter maiores níveis de produtividade com baixos custos de
manutenção.

Com isto são desenvolvidos:

Novos materiais, novas tecnologias de lubrificação e novas tecnologias

de tratamentos de superfícies.

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O QUE É DESGASTE?

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DEFINIÇÕES DE DESGASTE
 Perda de material de uma superfície, transferência de material de
uma superfície para outra ou movimento de material em uma única
superfície.

 Perda progressiva de substância de uma superfície operacional de um

corpo que ocorre como resultado de um movimento relativo na
superfície.

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Uma definição mais simples:

 Dano a uma superfície sólida, geralmente envolvendo perda
progressiva de material, devido a movimento relativo entre a superfície
e uma(s) substância(s) de contato.

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Esta definição inclui:

1. Degradação por deslocamento de material em uma superfície

(alterações na topografia com ou sem perda de material) bem como
o caso mais usual de remoção de material;
2. Os processos de desgaste comuns em máquinas onde uma superfície
desliza ou rola contra outra, com ou sem a presença de um
lubrificante aplicado intencionalmente;
3. Os tipos mais específicos de desgaste que ocorrem quando uma
superfície sofre abrasão por partículas duras se movendo contra ela,
ou é erodida por partículas sólidas ou um fluxo líquido atingindo esta
superfície ou pelo colapso de bolhas de cavitação em um líquido.

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Histórico

A palavra tribologia é nova, mas atrito, desgaste e lubrificação têm sido

estudados há muito tempo.

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PRÉ-HISTÓRIA
Invenção do FOGO

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Invenção da roda – 3500 AC

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2400 AC – Egito: Registros sobre lubrificação.

Uso de trenós para transportar estátua (60tons) + 172 escravos. Sobre

os pés da estátua pode ser visto um homem jogando líquido no caminho
para reduzir o atrito e possibilitar o transporte.
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Milhares de anos A.C. – túmulo no Egito fornece evidências do uso de

lubrificantes. Um ‘carro romano’ encontrado neste túmulo com vestígio
de um lubrificante a base de gordura animal nos mancais das rodas.

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1100 A.C. – transporte de um colosso assírio.

Utilização de roletes sob trenó.

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Leonardo DA VINCI (1452-1519)

 Se envolveu com elementos de máquinas, atrito e desgaste;

 Mediu as forças de atrito de corpos deslizando em planos horizontais
e inclinados;
 Encontrou que Força de Atrito é dependente da Força Normal e é
independe da área de contato;
 Distinguiu atrito de rolamento de atrito de deslizamento;
 Verificou a influência da lubrificação em reduzir atrito e desgaste;
 µ = Fat/N

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LEITURA! (artigo no SIGAA) 21

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Guillaume AMONTONS (1663-1705)

 Confirmou o trabalho de da Vinci e que Fat depende de N mas não da
área de contato;

 Em 1699, Guillaume Amontons escreveu que a força para arrastar um

objeto no plano era aproximadamente 1/3 de seu peso e que esta
força tinha origem na interação entre asperidades das superfícies.
Praticamente postulou a primeira lei do atrito:

“A força de atrito é proporcional à

força aplicada ao objeto sendo
colocado em movimento, e é
independente da área”.
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Robert HOOK (1680)

 Leis e relações de atrito de rolamento;
Isaac NEWTON (1687)
 Define viscosidade como atrito interno de um meio fluido;
Leonar EULER (1707-1783)
 Define o símbolo µ como coeficiente de atrito;
Charles-Augustin COULOMB (1736-1806)
 3ª lei de atrito

Em 1979 Dowson publicou um livro intitulado “History of tribology”

onde são mostradas as contribuições mais importantes de cada
cientista.

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Importância Econômica

 Perdas econômicas devido a desgaste atingem cerca de 1 a 6 % do PIB

de países desenvolvidos;
 Correlação: PIB - Brasil 2018 - R$ 6,8 trilhões (R$ 68 bilhões);
 20% dessas perdas podem ser evitadas com a aplicação do
conhecimento já existente em atrito, desgaste e lubrificação.

Fonte: Materiais avançados no Brasil 2010-2022. Brasília: Centro de Gestão e Estudos

Estratégicos, 2010.

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LEITURA! (artigo no SIGAA)

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O propósito de pesquisa em tribologia é a minimização e eliminação de

perdas resultantes de atrito e desgaste em todos os níveis de
tecnologia onde o atrito de superfícies está envolvido.

Pesquisa em tribologia leva a uma maior eficiência de plantas

industriais, melhor desempenho, menos quebras e economia
significativa.

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Movimento de superfícies – desgaste – perda de material.

Na maioria dos casos, desgaste é prejudicial.

 Perda de precisão, vibração – acelera o desgaste;

Em alguns casos, desgaste é desejável.

 Retífica, polimento, usinagem por ultrassom;
 Processo de desgaste para remoção de material.

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Objetivo da tribologia – Diminuir atrito/Desgaste?

G.W. Stachowiak; A.W. Batchelor, Engineering Tribology,

2005.

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Atrito e desgaste NÃO SÃO PROPRIEDADES INTRÍNSECAS DOS

MATERIAIS, mas sim do SISTEMA TRIBOLÓGICO imposto
(tribossistema).

O Sistema Tribológico consiste de

todos aqueles elementos que
podem afetar o comportamento
tribológico.

É constituído por dois corpos que

interagem entre si (chamados de
corpo e contra-corpo), a interface
entre estes os dois corpos
(lubrificante, óxido, etc.) e o
ambiente.

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Principais elementos do sistema tribológico

K.H. Zum-Gahr, Microstructure and wear of materials, 1987. 33

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TRIBOLOGIA – CARÁTER MULTIDISCIPLINAR

 Mecânica dos sólidos – projetos prevendo o comportamento do

sólido sob a ação de forças de contato....;
 Física – novos materiais e processos de revestimento;
 Metrologia – qualificação das superfícies tribológicas;
 Ciência dos materiais – materiais tribológicos;
 Química – lubrificantes, aditivos, etc;
 Mecânica dos fluidos – comportamento dos lubrificantes;
 Fabricação – qualidade superficial...

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Revistas Científicas:

 Wear;
 Journal of Tribology;
 Industrial Lubrication and Tribology;
 Tribology International;
 Tribology Letters;
 Tribology Transactions;
 Friction.

www.periodicos.capes.gov.br 35