Você está na página 1de 17

DINÂMICAS

APRESENTANDO A QUALIDADE DO OUTRO


Grupo em círculo, sentado;
O facilitador pede que se olhem, reconhecendo-se e reconhecendo as qualidades positivas mais
marcantes de cada um;
Escolher um participante para que inicie o trabalho, apresentando um companheiro ao grupo. Seguir
o modelo:
“Esta é......................, que é uma pessoa.........................................”
Quando todos tiverem sido apresentados, abrir plenário para que cada um avalie as qualidades que
lhe foram atribuídas.
É sempre positivo enunciar o que as pessoas têm de bom, reforçando suas qualidades e tornando-as
conhecidas de todos.
Como só se trabalha o positivo, esta atividade é leve e pode ser enriquecida, solicitando-se que uma
pessoa seja apresentada por mais de um componente do grupo, ou que ela própria se apresente
após ouvir a descrição feita pelo colega.
Essa dinâmica pode ser feita em momentos em que o facilitador percebe ser necessário elevar a
“moral” do grupo ou trabalhar a auto-estima.

O QUE É VOCÊ?
Objetivos
Apresentação, identificação, levantamento de expectativas, análise / analogias, reflexão, avaliação,
comunicação
Recursos
Objetos pessoais, objetos de escritório, sucata
Tempo
30 min
Instruções
Colocar vários objetos dos participantes no chão da sala de modo que todos possam ver (brincos,
relógio, pulseira, anel, caneta, etc.).
O grupo, sentado em círculo, observa os objetos e, ao comando do Facilitador, escolhe aquele que
mais lhe agrada.
Um a um, os participantes vão se apresentando através do objeto, como se fosse ele, verbalizando
em primeira pessoa.
O que sou eu? Quais minhas características?
Quais minhas características?
Quais são meus sonhos? Quais são minhas expectativas?
O que eu pretendo no evento?

CAIXINHA DE FÓSFOROS
- formar duplas, sentadas frente a frente formando uma fila;
- uma dupla de pé, na extremidade da fila;
- distribuir o material: fundos de caixas para a dupla 1, palitos para as duplas 1, 3, 5, 7..., tampas das
caixas para a dupla 9.
- instruções gerais: todas as duplas executarão sua tarefa específica em seqüência na mesma caixa
de fósforo. A tarefa será repetida em todas as caixas. Cada caixa, após a execução da tarefa será
avaliada pela dupla que estará em pé ao final da fila (fiscais). Os fósforos não devem ser riscados
nem quebrados.
- instruções específicas:

1ª dupla: colocar 9 palitos de fósforo na caixa;


2ª dupla:conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
3ª dupla: colocar 7 palitos na caixa com as cabeças viradas para o mesmo lado;
4ª dupla: conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
5ª dupla: colocar 6 palitos na caixa, com todas as cabeças voltadas para o lado oposto dos 7 palitos
colocados pela dupla 3;
6ª dupla: conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
7ª dupla: colocar 5 palitos na caixa com as cabeças para lados alternados;
8ª dupla: conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
9ª dupla: colocar a tampa na caixa e entregar aos fiscais;
fiscais: conferir o trabalho, separando as caixas aprovadas das reprovadas.
Obs: dar instruções reservadamente aos fiscais, explicando que devem reprovar a maioria dos
trabalhos ( 80% + ou - ) sem justificativa.
As duplas que executam as tarefas não devem saber os critérios de aprovação e reprovação.

O que a dupla de fiscais deverá observar para decretar o cumprimento ou não da tarefa:

1ª dupla: colocar 9 palitos de fósforo na caixa;


2ª dupla:conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
3ª dupla: colocar 7 palitos na caixa com as cabeças viradas para o mesmo lado;
4ª dupla: conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
5ª dupla: colocar 6 palitos na caixa, com todas as cabeças voltadas para o lado oposto dos 7 palitos
colocados pela dupla 3;
6ª dupla: conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
7ª dupla: colocar 5 palitos na caixa com as cabeças para lados alternados;
8ª dupla: conferir a tarefa da 1ª dupla. Caso não esteja correta, fazer o conserto necessário;
9ª dupla: colocar a tampa na caixa e entregar aos fiscais;
fiscais: conferir o trabalho, separando as caixas aprovadas das reprovadas.

Refletir:
Executar tarefas sem conhecer seus propósitos , conseqüências e critérios de avaliação a que estão
submetidas faz com que a pessoa se sinta destituída de sentido e valor.
Discutir situações como: repetência escolar, obediência cega a ordens, imposição indiscriminada de
regras, lideranças autoritárias, aceitação de valores impostos pela mídia, sentimentos decorrentes da
experiência de fracasso...

1001 UTILIDADES
Objetivo: Criatividade, imaginação, quebra de paradigmas, consenso, ampliação de visão,
importância do lúdico em nosso dia a dia., etc.

Procedimento: Dividir em subgrupos e distribuir uma folha de papel e uma caneta para cada equipe.
O facilitador mostra um clips (ou outro objeto) a todos e desafia os grupos a escreverem todas as
utilidades possíveis deste objeto, no tempo de 5 minutos. Obs.: O clips pode ser substituído por
outros objetos.

ESCRAVOS DE JÓ
Objetivo: Promover a integração do grupo, o senso de responsabilidade, visão do todo, persistência,
trabalho em equipe.

Processamento: Por ser uma brincadeira dos tempos de criança e pela familiaridade com a canção, é
um jogo onde a alegria e a brincadeira estarão sempre em evidência. O grande desafio aqui é que o
grupo consiga, ao som e ritmo da música, cumprir a tarefa de uma forma ordenada: passar um objeto
de um participante ao outro (caixa de fósforo, copinho de café, pequeno pedaço de madeira, etc.). A
tarefa estará concluída quando o grupo, cantando a música, conseguir manter a harmonia e concluir
a atividade sem que nenhum participante erre na passagem do objeto.
Caso o grupo cumpra o objetivo com muita facilidade, pode ser desafiado a cantar a música sem a
letra (lá, lá, lá, lá...) ou até mesmo em total silêncio. Outras variações podem ainda ser feitas,
explorando a música e mudando os movimentos. Exemplos: tira e põe (erguer o objeto), zigue-zigue-
zá (ir-e-vir com o objeto) e outras que a criatividade permitir.

PASSE A BOLA
Objetivo: Despertar o grupo para a necessidade de criatividade, integração e espírito de equipe.

Procedimento: O grupo, formado por cerca de 30 pessoas, deverá estar sentado em círculo.
O orientador dá as primeiras explicações:
Jogarei esta bola (pequena) para um membro deste grupo. Em seguida, essa mesma pessoa
escolherá outro participante e também arremessará a bola. E assim sucessivamente, até que todos
do grupo tenham recebido e repassado a bola.
Para a realização da tarefa deverão ser respeitas as seguintes orientações:
1) Evite passar a bola para quem está sentado ao seu lado.
2) A bola não poderá ser arremessada 2 vezes para a mesma pessoa.
3) Cada participante deverá memorizar para quem foi que ele(a) passou a bola.
Após um sinal do facilitador, o grupo realiza a atividade que, provavelmente, ocorrerá sem problema
algum. O facilitador marca num cronômetro o tempo gasto pelo grupo para a realização da tarefa e
anota num quadro. Em seguida, lança um desafio a todos perguntando: O grupo consegue baixar
este tempo jogando a bola para a mesma pessoa? Com a concordância do grupo, a atividade
recomeça.
O jogo se dá em rodadas até o momento em que o grupo não mais acredite na possibilidade de
reduzir o tempo ou que o facilitador conclua que já tem questões e informações suficientes para
serem resgatadas e processadas com o grupo. O desafio por parte do facilitador é fundamental para
a mobilização do grupo.

DANÇA DAS CADEIRAS


Objetivo: Levar os participantes a experimentarem o jogo do ganha/ganha, despertando a energia do
grupo e a quebra de barreiras ao toque.

Procedimento: Quem já brincou quando criança sabe que o que vale aqui é a rapidez e a esperteza.
Quando a música pára é uma loucura... lembrou?... aquele que não senta, dança e fica só olhando.
É, mas o mundo mudou e a brincadeira também. As cadeiras posicionadas em círculo e viradas para
fora na mesma quantidade de participantes.
O orientador dá as instruções:
Estarei tirando uma cadeira em cada rodada, mas mesmo assim, todos deverão sentar quando a
música parar. Esse é o desafio do grupo.
Após algumas rodadas, o grupo percebe que é possível. A brincadeira encerra-se quando todo o
grupo conseguir sentar em uma única cadeira, ou quando o facilitador julgar que já tem dados
suficientes para serem processados com o grupo.

A TEIA DO GRUPO
• Grupo em círculo, o facilitador segura um rolo de barbante ou novelo de lã e inicia a atividade,
jogando-o para um dos participantes;
• O participante que receber o novelo enrola o fio no dedo indicador de modo a manter a linha
esticada. Diz então uma palavra que represente seu sentimento neste momento;
• Escolhe um companheiro, olha-o, fala alto o nome dele e atira-lhe o novelo. Segue-se o mesmo
procedimento até que o novelo tenha passado por todas as pessoas, formando uma teia. A teia das
relações;
• Pedir que todos levantem o dedo em que o fio está preso de modo que o grupo olhe a teia;
• Solicitar que depositem com cuidado a teia no chão;
• Pedir que lentamente todo o grupo comece a empurrar a teia até o centro da sala, até o coração do
grupo;
• O facilitador fala sobre o sentimento grupal, enquanto recolhe o bolo de lã dando com suas palavras
um significado à emoção;
• O facilitador solicita que todo o grupo se dê um grande abraço.
Pode-se dizer uma palavra que complete a frase:
“aprendi que...
“pude perceber que...
fechar falando sobre o compromisso assumido em prol do que foi trabalhado no curso
-ressaltar a importância do individual no coletivo.

Variação: dizer uma característica pessoal que considere importante no momento de passar o
barbante. Ao final, trabalhar a importância da diversidade para o enriquecimento do grupo e a
necessidade de aceitação do outro, do diferente.

FESTA NA FLORESTA
Objetivo: Sentimento de pertencer a um grupo, consciência de inclusão, integração de equipes,
contato, atenção, percepção etc.

Procedimento: Dividir em subgrupos e pedir que cada grupo escolha um local que represente seu
ninho e escolha o som de um animal que os identifique.
Em seguida, todos os participantes são vendados e, separadamente, saem dos seus respectivos
ninhos com o objetivo de explorar o ambiente, caminhando pela sala em silêncio.
Depois de algum tempo, quando todos estiverem bem misturados pela sala, o facilitador desafia os
subgrupos a se reencontrarem emitindo apenas o som do animal escolhido por cada grupo. Depois
de reunidos, os grupos, ainda vendados, retornam ao ninho.

ALFABETO HUMANO
Objetivo: Organização, rapidez nas decisões, quebra de paradigmas, toque, sinergia, atenção,
comprometimento.

Procedimento: O grupo deverá, utilizando-se apenas do corpo de seus integrantes, formar uma única
letra no chão da sala no menor tempo possível. Para isso o facilitador dará as seguintes
coordenadas:
"Cada vez que eu disser A vocês deverão formar a letra X; quando eu disser B a letra a se formar é J
e quando eu disser C a letra é W."
As ações podem ser repetidas várias vezes, sendo que a cada letra deve ser aprovada e aceita pelo
facilitador antes do novo desafio.


Objetivo: Mudanças, energia, força interior, auto-motivação.

Procedimento: Dividir os participantes em 2 grupos (grupos A e B). O facilitador dá a instrução aos


grupos: "Eu vou contar até 3 e vocês deverão dizer RÁ."
O que os grupos não sabem, na primeira rodada, é que o exercício valerá uma nota de 0 a 10, a
critério do facilitador, conforme o volume do som, a energia e o entusiasmo do grupo.
O facilitador se dirige primeiro ao grupo A, que cumprirá sua tarefa dizendo Rá, provavelmente sem
muita ênfase. O facilitador anota no quadro a nota obtida e se dirige ao grupo B.
O grupo B, já percebendo a dinâmica da atividade e naturalmente tentando superar a nota recebida
pelo grupo A, emitirá um RÁ num tom bem mais forte e obviamente obterá uma nota superior ao outro
grupo, que também deverá ser exposta no quadro.
Geralmente, o grupo A se manifesta alegando que não sabia que a tarefa estaria sendo avaliada e
pede uma segunda chance. O facilitador pode desafiar o grupo A a superar a nota do grupo B, nessa
segunda chance. E a seguir, dar a segunda chance ao grupo B. Geralmente, acontecem 4 ou 5
rodadas (pra isso, as primeiras notas têm que ser baixas) até que os dois grupos atinjam a nota
máxima - 10 pontos!

DESATANDO O NÓ
Objetivo: Cooperação, liderança, comunicação, afetividade, criatividade.

Procedimento: O facilitador posiciona o grupo em círculos de no mínimo 6 e no máximo 10 pessoas.


Cada participante segura uma das mãos de duas pessoas. Aqui é importante observar que:
- Cada participante não esteja segurando a mão das pessoas ao seu lado - Nenhum participante
esteja segurando as duas mãos de uma mesma pessoa.
Quando todas as mãos estiverem agarradas, estará formado o nó humano.
Agora vem o desafio: é preciso desatar o nó sem soltar as mãos. A idéia é todos ficarem num círculo,
unidos pelas mãos (ainda que seja possível surgirem dois círculos interligados, como elos de uma
corrente).

ACORDA
Objetivo: Administração de conflitos, liderança, comunicação, percepção, iniciativa,
comprometimento, etc.

Procedimento: Esta dinâmica requer um espaço amplo e livre de obstáculos como carteiras e
cadeiras, por isso, sugerimos o uso de espaço externo.
O grupo é disposto num grande círculo, com todos os participantes vendados. No centro do círculo,
sem que os participantes tenham visto, o facilitador coloca uma corda, unida de uma extremidade a
outra e lança o desafio: o grupo, sem retirar as vendas, deve montar um quadrado perfeito com a
corda.
Para a boa realização da atividade, o comprimento ideal da corda corresponde a 1 metro por
participante.

MUDANÇAS...MUDANÇAS...MUDANÇAS...
Objetivo: Zona de conforto, criatividade, permissão, preconceito, mudança.

Procedimento: O grupo se distribui em pares, que se posicionam frente a frente. Todos os


participantes são orientados a observarem seus respectivos parceiros como se fossem ET's
observando um terráqueo pela primeira vez, isto é, perceber todos os detalhes de como ele está
vestido, anéis, relógio, etc..
Ao sinal do facilitador os participantes ficarão de costas para seus parceiros e terão 1 minuto para
efetuarem, em si mesmos, 5 mudanças. Todos os participantes estarão promovendo essas
mudanças simultaneamente. Vencido o tempo, o facilitador sinaliza e os parceiros voltam-se de frente
um para o outro. A tarefa agora é descobrir as mudanças que o outro fez e, se não conseguir, o
parceiro pode ajudar mostrando as mudanças não observadas.
Ao término desta etapa da dinâmica, que não deve ultrapassar uns 3 minutos, o facilitador comunica
a todos que, ao seu sinal, todos deverão ficar de costas novamente e efetuar mais cinco mudanças,
agora no prazo de 55 segundos.
Estas ações são repetidas, sempre com a redução do tempo, até que o facilitador perceba que a
maioria das pessoas já ultrapassou seus limites e sua zona de conforto. É importante que as
mudanças efetuadas em cada etapa não sejam desfeitas na etapa seguinte, para que as pessoas
possam realmente ampliar sua zona de conforto. Isso fica evidente quando a criatividade flui com
maior naturalidade e o facilitador pode observar mudanças que extrapolam as tradicionais viradinhas
nas mangas de camisa e nas barras da calça. Geralmente, 4 vezes são suficientes.
OLHA A RIMA QUE DÁ
Objetivo: Agilidade mental, descontração, aquecimento.

Procedimento: Forma-se um círculo com todo grupo e define-se a seqüência, para a direita ou para a
esquerda. O facilitador inicia dizendo uma palavra qualquer. O participante ao lado, na seqüência
escolhida, deve dizer uma palavra que faça rima com a palavra dita pelo facilitador e logo em seguida
deverá dizer uma outra palavra qualquer para que o participante seguinte faça uma rima, até que
todos tenham participado.

É importante que o exercício seja bem dinâmico e, para isso, o facilitador deve estimular as pessoas
a serem rápidas na rima. Este é o desafio.

ANÁLISE DO DESENHO
Objetivo: Comunicação visual, integração, interpretação, levantamento de expectativas e quebra-gelo.

Procedimento: Distribuir no centro do grupo um farto material para desenho e pintura: várias caixas
de lápis de cor, lápis de cera, canetinhas etc. Explicar ao grupo a importância do lúdico e da
imaginação em nossas vidas e em seguida solicitar a todos que, através de um desenho, transmitam
suas expectativas em relação ao treinamento que irão receber. Podem ser sugeridos outros temas, a
critério do facilitador. O importante é que seja o mesmo tema para todo o grupo.
Passados cerca de 5 minutos, o facilitador pede para que todos passem seu desenho, provavelmente
inacabado, para o vizinho da esquerda. Cada pessoa interpreta o desenho que recebeu e procura
completar a obra - tudo isso sem que haja comunicação verbal entre os participantes. Depois de mais
uns 2 ou 3 minutos, o facilitador orienta o grupo a passar novamente o desenho para o vizinho da
esquerda. Essa operação pode ser repetida umas 4 ou 5 vezes, de maneira que na última rodada,
todos considerem o desenho em suas mãos como terminado.
Concluídos os trabalhos pede-se aos participantes para que expressem seus sentimentos quanto às
atividades de criar, interpretar e completar um desenho. O facilitador pode também pedir que os
desenhos, depois de terminados, continuem circulando até retornarem aos desenhistas originais e
resgatar as sensações de cada um quanto ao que havia sido imaginado no início e o que
efetivamente foi concluído pelo grupo.

LABIRINTO DE BARBANTE
Objetivo: Contato com a natureza, visão, sentimentos diante do desconhecido, confiança na equipe,
liderança, comunicação, limites pessoais, determinação, poder de decisão, comprometimento com a
equipe, iniciativa, fatores externos de interferência.

Procedimento: O local deve ser preparado previamente pelo facilitador, sem que os participantes
vejam. Um barbante deve ser passado e amarrado de forma a ser criado um caminho - com entrada e
saída - que será posteriormente percorrido pelo grupo. O ideal é que o ambiente seja um pequeno
bosque, para que as árvores sejam utilizadas como pontos de amarração do barbante, mas na
prática, qualquer ambiente amplo pode ser preparado. Percebemos que o resgate desta atividade fica
muito mais enriquecido quando ela é realizada ao ar livre.
A fim de ser caracterizado como um labirinto, deve existir, ao longo do caminho, bifurcações que
levem o grupo a saídas falsas. A cada bifurcação, o grupo será obrigado a decidir qual o caminho a
percorrer e, em caso de erro, retornar à bifurcação e procurar a direção correta. A saída do labirinto
estará sinalizada com um objeto, definido pelo facilitador. Sugerimos uma garrafinha de água. O
grupo saberá que optou por um caminho errado quando o barbante terminou e, literalmente
chegaram ao 'fim da linha' sem que a garrafinha esteja amarrada neste ponto.
Parece fácil, não? Mas tudo isso será feito de olhos vendados e a única ajuda ao grupo será de
encaminhá-los até o inicio do labirinto.
Do inicio ao fim do percurso, é interessante que o facilitador crie obstáculos que estimulem a
imaginação dos participantes e provoquem sentimentos que posteriormente serão resgatados.
Sugerimos fogos de artifício, mangueiras d'água, galhos de árvores etc.
Sugerimos que o grupo seja dividido em equipes de 8 a 12 participantes. O facilitador pode optar
entre criar um número de entradas correspondente ao número de equipes ou ainda, conduzir todas
as equipes, uma após a outra, até a mesma entrada. A única exigência é que as equipes devem fazer
todo o percurso e chegar ao final do labirinto unidas, sem a desistência de nenhum integrante e sem
que sejam enviados 'batedores' pra conferir as saídas nas bifurcações.
É importante destacar que, embora possa surgir naturalmente uma competição entre as equipes, em
momento nenhum é este o objetivo desta atividade.
Acreditamos que cada uma de nossas ações deve estar alinhada e em harmonia com o todo. Por
isso, caso o facilitador tenha optado em realizar esta atividade ao ar livre, como um bosque por
exemplo, lembramos que o respeito à natureza deve estar presente no preparo do local, na
realização da atividade e ao final quando o barbante deve ser recolhido, juntamente com a garrafinha
e demais materiais utilizados.

(DES)OBEDECENDO ORDENS
Objetivo: Comunicação, interpretação, improviso, criatividade no caos, harmonia da equipe.

Procedimento: Divide-se a equipe em sub-grupos, com o mínimo de 3 participantes cada. Em seguida


o facilitador entrega algum objeto para cada sub-grupo e pede para que todos se posicionem ao redor
do objeto, segurando-o, simultaneamente. O objetivo do exercício é que cada sub-grupo, com todos
os seus componentes juntos e sem se comunicar, movimentem o objeto seguindo as ordens ditadas
pelo facilitador.

1ª etapa: ordens simples, do tipo:


- erguer
- abaixar
- todos girando com o objeto para direita
- todos girando com o objeto para esquerda
- movimentar o objeto 3 vezes para cima
- movimentar o objeto 3 vezes para baixo
- movimentar o objeto para cima e para baixo, para cima e para baixo.
Pausa: o facilitador questiona os participantes se está fácil e se está indo tudo bem. Neste primeiro
momento espera-se que eles digam que sim, pois não houve nenhuma ordem que tenha sido
complicada. Os sub-grupos são informados de que na próxima etapa as ordens serão mais difíceis e
o desafio do grupo é realizá-las o mais rápido possível. A comunicação entre os participantes
continua sendo proibida!!!

2ª etapa: ordens mais complexas, do tipo:


- erguer
- abaixar
- para fora
- para dentro
- para a direita
- para a esquerda
- para o canto
- balançando

Ao final da dinâmica, o facilitador conduz o resgate sobre as dificuldades encontradas pelos grupos e
como foram solucionadas.
CAI CAI BALÃO
Objetivo: Integração, espírito de equipe, comprometimento, determinação, etc.

Procedimento: Distribuir uma bexiga (cheia) para cada participante. Ao sinal do facilitador todos
deverão manter os balões no ar com um simples toque, evitando que caiam no chão. Sutilmente, o
facilitador vai retirando algumas pessoas. Como seus respectivos balões permanecem na brincadeira,
o restante do grupo tem a responsabilidade de mantê-los no ar. A dinâmica encerra-se quando o
grupo já não consegue mais manter todos os balões no ar.
Como alternativa, o facilitador pode optar por acrescentar novos balões, sem que seja necessário
retirar nenhum participante. Para grupos menos, esta alternativa é mais aconselhável.

A TROMBA DO ELEFANTE
Objetivo: Integração, toque, descontração, trabalho em equipe, etc.

Procedimento: O grupo posiciona-se em fila indiana, com a mão esquerda sobre o ombro esquerdo
do companheiro da frente e a mão direita agarrando o pé direito do companheiro da frente. Quando
todos estiverem nessa posição, a pessoa que encabeça a fila deve tentar agarrar o último da fila,
procurando fechar o círculo. É claro que o seu movimento vai movimentar todo o grupo. Difícil? É
necessário que todos os participantes colaborem para que dê certo. Todos têm que saltar num só pé
e no mesmo ritmo. A idéia é formar um círculo, todos agarrados ao ombro esquerdo e ao pé direito.

ORDEM NO BANCO
Objetivo: Aquecimento, integração, sinergia, liderança, iniciativa, rapidez nas mudanças,
comprometimento, toque, etc.

Procedimento: A dinâmica pode ser realizada num banco real ou num banco imaginário, desenhado
no chão com cordas, por exemplo. O cumprimento do banco deve estar de acordo com a quantidade
de pessoas, de maneira a permitir que todos fiquem sobre o banco, em fila indiana, sem que haja
muita sobra de espaço. A largura do banco deve ser de 20 cm.
Quando todos estiverem posicionados no banco, em pé e em fila indiana, o facilitador explica que o
objetivo do grupo é refazer a fila, por ordem de idade, do menor para o maior. Contudo, o detalhe
dificultador da tarefa é que tudo tem que ser feito sem que nenhum participante desça do banco (ou
saia do espaço marcado pela corda).

Na prática, isso significa que o grupo deve descobrir uma forma de trocar as posições, apoiando-se
uns nos outros e sem cair.
Cumprida a prova o facilitador pede que o grupo refaça a fila, agora seguindo a ordem de peso, do
menor para o maior. Havendo tempo e interesse do grupo, o facilitador ainda pode propor a fila por
ordem de altura.

A PONTE DE TRONCOS
Objetivo: Toque, paradigmas, fortalecimento dos laços afetivos.

Procedimento: Esta atividade pode ser feita ao ar livre, na grama ou na areia. Todos os participantes
deitam-se de bruços, o mais próximos possível e em fila, ombro a ombro. Uma pessoa deita-se
transversalmente sobre a cintura de seus companheiros deitados. Ao sinal do facilitador, todos
começam a girar na mesma direção. Enquanto dão voltas, a pessoa que está em cima permanece
imóvel e é transportada ao longo da fila até uma linha de chegada previamente marcada. O facilitador
pode optar em definir o número de participantes que devem ser transportados ou ainda desafiar o
grupo a estabelecer um revezamento, de maneira a permitir que todos possam experimentar esse
passeio sobre os companheiros.
A DANÇA DA GARRAFA
Objetivo: Organização, controle, coordenação, trabalho comunitário, espírito de equipe,
comprometimento.

Procedimento: Forma-se um círculo com o cordão (cerca de 2 m de diâmetro permite a participação


de até 15 pessoas). Nesse círculo, são amarrados 2 pedaços de cordão que o cruzam, formando um
'X'. No centro desse 'X', deve ser amarrado outro pedaço de cordão, com cerca de 50 cm, ao qual se
prende um lápis ou caneta. Ao redor do círculo, são amarrados cordões (um para cada participante),
distribuídos uniformemente pelo círculo. O grupo se posiciona em torno do círculo e cada participante
segura um dos cordões. Coloca-se uma garrafa no chão e o facilitador explica que o objetivo é enfiar
o lápis (ou caneta) dentro da garrafa. Necessita-se a coordenação de todo o grupo para obter
sucesso. A atividade pode ser dificultada se os participantes forem proibidos de usarem as mãos,
mantendo o cordão entre os dentes.

PISTA COM OBSTÁCULOS


Objetivo: Confiança, determinação, capacidade diante de obstáculos, interpretação, saber ouvir,
saber transmitir etc.
Procedimento: A "pista" deve ser preparada previamente com uma série de obstáculos. Pode ser uma
parte do salão, com 2 m de largura por 4 m de comprimento. Como obstáculos, podem ser usadas
algumas bolas de plástico, garrafas, cones, etc.
O facilitador pede alguns voluntários (2 ou 3) para atravessar a pista de olhos vendados, seguindo as
orientações do grupo. O facilitador deixa claro para todo o grupo que o objetivo é conseguir que todos
atravessem a pista sem tocar em nenhum obstáculo. Os "guias" devem facilitar a travessia apenas
com instruções, sem entrar na pista e sem tocar os participantes que estão atravessando. Se o
objetivo não for alcançado na primeira vez, o jogo pode ser repetido. Se a tarefa for cumprida muito
facilmente, pode ser feita nova rodada, com outros voluntários, acrescentando novos obstáculos.

CONCURSO DE FOTOS
Objetivo: Quebra-gelo, percepção, confiança, etc.

Procedimento: O facilitador sugere uma atividade que será realizada por duplas. Quando os pares já
estiverem formados, o facilitador explica que se trata de um passeio para tirar algumas fotos. Em
cada dupla, um participante será a máquina fotográfica e o outro o fotógrafo. As "máquinas
fotográficas" estarão carregadas com filmes de 3 poses e farão o passeio de olhos vendados (para
evitar que o filme seja velado). Os fotógrafos têm a tarefa de guiar as máquinas fotográficas de
maneira segura e, ao mesmo tempo, observar o ambiente pelo qual estão passeando.
Assim que identificar uma imagem digna de ser fotografada, o fotógrafo posiciona a máquina
fotográfica, retira as vendas e dá um pequeno toque no lóbulo da orelha do companheiro - este é o
sinal para que ele abra os olhos e procure 'fotografar' a cena e fechar os olhos novamente, logo em
seguida. O fotógrafo recoloca a venda e continua o passeio até que tenha feito suas 3 fotos. A dupla
retorna ao ponto de partida, onde invertem os papéis.

A PONTE DO RIO QUE CAI


Objetivo: Imaginação, integração, planejamento, criatividade, trabalho em equipe etc.

Procedimento: O objetivo do grupo é atravessar um rio imaginário, sem se molhar. Para isso, o
facilitador deve definir as margens do rio com cordas, fita crepe ou mesmo com um giz. Para a
travessia, são entregues cartolinas de vários tamanhos, que serão utilizadas como 'pedras'. Devem
ser utilizadas cartolinas suficientes para que o grupo fique bem junto sobre as mesmas. A largura do
rio também depende do número de participantes - a distância de uma margem à outra deve ser maior
do que a distância coberta pelas 'pedras' enfileiradas.
Todos os participantes se posicionam numa das margens do rio. Ao sinal do facilitador os
participantes começam a construção da ponte, posicionando as 'pedras' e iniciando a travessia. O
grupo precisa chegar à outra margem com todas as 'pedras', para que possam retornar. O exercício
pode se tornar mais dinâmico se o facilitador estabelecer um tempo para a realização da tarefa.
Atenção: para que o objetivo tenha sido realmente cumprido, nenhum dos participantes pode ter se
molhado durante a travessia.

CONSTRUINDO UMA CIDADE


Objetivo: Liderança, iniciativa, criatividade, comprometimento, trabalho em equipe, resistências às
mudanças etc.

Procedimento: Esta dinâmica requer uma quantidade razoável de sucata (toquinhos de madeira,
pedaços de cartolinas, copos descartáveis, tampinhas, latas, palitos, tinta, caixas de sapato,
embalagens de ovos, tesoura, réguas, colas, massa de modelar, papel crepom, etc.). O facilitador
divide o grupo em equipes de trabalho (máximo de 10 pessoas) e coloca todo o material disponível no
centro da sala.
Cada equipe deverá construir, com o material disponível, uma cidade ideal: a cidade na qual
gostariam de morar. Para isso, precisam definir se haverá área verde, quais os serviços oferecidos
pela cidade à população local, que tipo de lazer, trabalho e tudo o mais que cada equipe definir como
prioridade. Após essa definição, os grupos podem fazer uso dos materiais disponíveis.
Após a construção das cidades, cada equipe deve refletir sobre como foi a realização da atividade -
como se sentiram criando, construindo a cidade dos sonhos.
Esta mesma dinâmica pode ser incrementada por uma 2ª etapa, na qual as equipes trocam de cidade
e, num tempo de 10 minutos, efetuam todas as mudanças que considerem necessárias (incluir,
excluir, trocar, mudar, etc.) sempre com a visão de que, a partir de agora, essa será a sua cidade.
Passado o tempo, os participantes retornam às suas cidades de origem e avaliam tudo o que foi
mudado em relação ao projeto inicial, incluindo nessa análise, os possíveis motivos das alterações e
os sentimentos da equipe com relação a essas mudanças.

TEXTOS

A arte de produzir fome realizaram suas feitiçarias... Se vocês, por


RUBEM ALVES acaso, ainda não as conhecem, tratem
colunista da Folha de S.Paulo de conhecê-las: a Babette, no filme "A Festa de
Babette", e a Tita, em
Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: "Como Água para Chocolate". Babette e Tita,
"Não quero faca nem queijo; feiticeiras, sabiam que os
quero é fome". O comer não começa com o banquetes não começam com a comida que se
queijo. O comer começa na fome de serve. Eles se iniciam com a fome. A
comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte
queijo. Mas se tenho fome de de produzir fome...
queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de
arranjar um queijo... Quando vivi nos Estados Unidos, minha família
Marcelo Zocchio e eu visitávamos, vez por
outra, uma parenta distante, nascida na
Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar Alemanha. Seus hábitos germânicos
numa escola, alunos e eram rígidos e implacáveis.
professores deveriam passar por uma cozinha.
Os cozinheiros bem que Não admitia que uma criança se recusasse a
podem dar lições aos professores. Foi na comer a comida que era
cozinha que a Babette e a Tita servida.
Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote
comiam em silêncio. Mas eu isso também: se o desejo for
me lembro de uma vez em que, voltando para satisfeito, a máquina de pensar não pensa.
casa, foi preciso parar o carro Assim, realizando-se o
para que vomitassem. Sem fome, o corpo se desejo, o pensamento não acontece. A maneira
recusa a comer. Forçado, ele mais fácil de abortar o pensamento é realizando
vomita. o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e
professores que
Toda experiência de aprendizagem se inicia ensinam as respostas antes que tivesse havido
com uma experiência afetiva. perguntas.
É a fome que põe em funcionamento o aparelho
pensador. Fome é afeto. O Provocada pelo meu desejo, minha máquina de
pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não pensar me fez uma primeira
confundir afeto com sugestão, criminosa. "Pule o muro à noite e
beijinhos e carinhos. Afeto, do latim "affetare", roube as pitangas." Furto,
quer dizer "ir atrás". É o fruto, tão próximos... Sim, de fato era uma
movimento da alma na busca do objeto de sua solução racional. O furto me
fome. É o Eros platônico, a fome que levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão:
faz a alma voar em busca do fruto sonhado. o medo. E se eu fosse
pilhado no momento do meu furto? Assim,
Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde rejeitei o pensamento criminoso, pelo
morava, havia uma casa com seu perigo.
um pomar enorme que eu devorava com os
olhos, olhando sobre o muro. Pois Mas o desejo continuou e minha máquina de
aconteceu que uma árvore cujos galhos pensar tratou de encontrar
chegavam a dois metros do muro se outra solução: "Construa uma maquineta de
cobriu de frutinhas que eu não conhecia. roubar pitangas". McLuhan nos
ensinou que todos os meios técnicos são
Eram pequenas, redondas, vermelhas, extensões do corpo. Bicicletas são
brilhantes. A simples visão daquelas extensões das pernas, óculos são extensões dos
frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu olhos, facas são extensões das
queria comê-las. unhas.

E foi então que, provocada pelo meu desejo, Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser
minha máquina de pensar se uma extensão do braço. Um
pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a braço comprido, com cerca de dois metros.
ponte que o corpo constrói a fim Peguei um pedaço de bambu. Mas
de chegar ao objeto do seu desejo. um braço comprido de bambu, sem uma mão,
seria inútil: as pitangas cairiam.
Se eu não tivesse visto e desejado as ditas
frutinhas, minha máquina de Achei uma lata de massa de tomates vazia.
pensar teria permanecido parada. Imagine se a Amarrei-a com um arame na
vizinha, ao ver os meus ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que
olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, funcionasse como um dedo que segura a
tivesse me dado um punhado das fruta.
ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também Feita a minha máquina, apanhei todas as
minha máquina de pensar não pitangas que quis e satisfiz meu
teria funcionado. Meu desejo teria se realizado desejo. Anote isso também: conhecimentos são
por meio de um atalho, sem que extensões do corpo para a
realização do desejo. isso é inumano..." A tarefa
do professor é a mesma da cozinheira: antes de
Imagine agora se eu, mudando-me para um dar faca e queijo ao aluno,
apartamento no Rio de Janeiro, provocar a fome... Se ele tiver fome, mesmo
tivesse a idéia de ensinar ao menino meu que não haja queijo, ele
vizinho a arte de fabricar acabará por fazer uma maquineta de roubá-los.
maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia Toda tese acadêmica deveria ser
com desinteresse e isso: uma maquineta de roubar o objeto que se
pensaria que eu estava louco. No prédio, não deseja...
havia pitangas para serem roubadas.
A cabeça não pensa aquilo que o coração não Rubem Alves, 68, é educador e psicanalista.
pede. E anote isso também: Está relendo "O Livro dos
conhecimentos que não são nascidos do desejo Seres Imaginários", de Jorge Luis Borges.
são como uma maravilhosa Acabou de escrever um livro para
cozinha na casa de um homem que sofre de suas netas -uma máquina do tempo a viajar pelo
anorexia. Homem sem fome: o seu mundo de menino. Conta da
fogão nunca será aceso. O banquete nunca será casa de pau-a-pique, do fogão de lenha, do
servido. banho na bacia. Lançou "Conversas
sobre Política" (Verus).
Dizia Miguel de Unamuno: "Saber por saber: Site - www.rubemalves.com.br

CONVIVÊNCIA
Durante a era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas
camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se
adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver,
começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E
todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo
aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos,
justamente aqueles que lhes forneciam mais calor; aquele calor que era vital, questão de vida ou
morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo
os espinhos dos seus semelhantes - doíam muito... Mas essa não foi a melhor solução: afastados,
separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precaução, de tal
forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para
conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, suportaram-
se. resistindo à longa era glacial. E SOBREVIVERAM...
Desconhecemos o Autor
"...É fácil trocar palavras, difícil é interpretar silêncios.
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber se encontrar.
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor!
É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!"

O CAMINHO DO BEZERRO
Um dia, através da floresta virgem, um bezerro emigrou para seu curral distante, a exemplo dos bons
bezerros. E fez uma picada sinuosa, corcoveada, a exemplo de todos os bezerros. Desde então,
trezentos anos se passaram e deduzo que o bezerro esteja morto. Mas atrás de si, ele deixou seu
rastro e nisto se prende a reflexão deste conto. Seu rastro foi seguido, no dia seguinte, por um cão
vagabundo que percorreu a mesma trilha. E depois, um prudente carneiro-guia seguiu-o por vales e
montes conduzindo, atrás de si, todo o rebanho, a exemplo também de todos os bons guias. A partir
de então, por sobre morros e planícies, foi-se abrindo um caminho através daquela floresta.
Muitos homens molestavam-se por dentro e por fora, esquivavam-se, voltavam e perambulavam. E
proferiam palavras de justa indignação, por causa de tão sinuoso caminho. Mas, ainda assim,
continuavam repetindo - não se ria! - a primeira emigração do bezerro. Por este caminho rude e
encaracolado, eles andavam lentos, cambaleantes, trôpegos ... Aquele caminho na floresta tornou-
se uma alameda, que se encurva, dobra e redobra. E depois, a tortuosa alameda transformou-se
numa estrada, onde muitos pobres cavalos, arqueados sob pesadas cargas, trotavam penando ao sol
ardente e andavam três quilômetros para avançar um. E assim, durante um século e meio, todos
seguiram as pegadas do bezerro. Os anos passaram em célebre vôo; a estrada converteu-se numa
viela de aldeia e, sem que os homens percebessem, a viela se tornou uma movimentada via pública
da cidade. Não demorou muito e transformou-se na avenida central de uma famosa metrópole. E
durante dois séculos e meio têm os seres humanos se submetido às pegadas do bezerro.
E hoje, por esta corcoveada trajetória, desenvolve-se o tráfego de um continente. Centenas de
milhares de homens são orientados por um bezerro morto há quase três séculos. E ainda assim,
seguem seu rebolado trajeto. Em cada dia perdem uma centena de anos, pela reverência que
tributam a um precedente estabelecido. Uma lição de moral isto poderia ensinar, se eu fosse um
pregador. Pois os homens se inclinam a seguir cegamente o caminho do bezerro imaginado. E
trabalham a morrer, de sol a sol, tentando imitar o que os outros fizeram. Só palmilham pista já
batida. E, oscilando para dentro e para fora, para diante e para trás, seu tortuoso curso seguem
sempre, para conservar o trajeto iniciado por outros. Fazem do caminho uma rota sagrada, pela qual
se movimentam durante toda a vida. E como deles riem os antigos deuses da floresta, que
testemunharam o andar incerto do bezerro! Ah! quantas coisas poderia esta estória ensinar... mas eu
não fui ordenado pregador....
Sam Walter Foss
FLEXIBILIDADE
Flexibilidade é a beleza de uma criança cujos ossos ainda não calcificaram, cujo corpo ainda não
começou a acumular os efeitos e as tensões da vida. Ao contrário, há suavidade, rapidez, alegria.
Flexibilidade em um adulto não é a elasticidade do corpo mas a sutileza do pensamento, tal vigilância
para que não haja acúmulo ou retenção de dor. É a dor que causa bloqueios, impede a
espontaneidade de reação e destrói a felicidade. É raro encontrar um adulto flexível, alguém que não
tenha se tornado um "hábito ambulante", mas que continue reagindo com vigor, sem
condicionamentos ou medo. Como isso é possível?
Um dos segredos é a renovação. Se há um fluxo constante de sentimentos novos, isso é como uma
chuva lavando restos e fragmentos de reações não expressadas, que se permanecerem, acumulam-
se formando medos e preconceitos. Para encontrar sentimentos novos, reabastecer-se, você não
precisa ir a lugar algum, exceto para dentro de si mesmo, para longe do óbvio. Afastar-se do óbvio é
um feriado espiritual. E uma pessoa fica sempre mais tranqüila quando esteve viajando.
O problema com os feriados normais é que você não pode trazer os raios de sol de volta com você.
Para ser flexível, você precisa sair, afastar-se, retirar-se mentalmente, mas você também precisa
voltar trazendo algo profundo e original do seu interior, algo para ser usado, ou então o impacto de
deparar-se novamente com a vida faz com que você se sobressalte e comece a endurecer. Retrair-se
é um hábito que deveria ser sagradamente praticável, assim como acordar cedo e comer em paz.
Estas são as portas por onde você pode passar se estiver com dificuldades para poder novamente
encontrar calma. Assim, enquanto a ausência de complicações e a suavidade são a beleza de ser
flexível, disciplina é a sua base.
Mas você não pode ser rigoroso demais. Quando hábitos foram adotados como sistemas e você não
consegue livrar-se deles, quando eles não foram internalizados e profundamente apreciados, então a
vida torna-se rígida e sombria. Onde há flexibilidade você pode descartar tudo o que é aparente. O
que é disciplina faz parte de seus ossos.
Em um mundo perfeito, flexibilidade é uma expressão de alegria, uma cambalhota espontânea no ar,
a agilidade da mente e do corpo juntos. Uma dança. Por enquanto, ela é mover-se com os tempos,
deslizando pela vida com tanta suavidade e determinação quanto possível. E acima de tudo,
transformando todos os problemas em lições.
Desconhecemos o autor
GAIOLAS E ASAS
RUBEM ALVES
Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei
que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche freqüentemente eram também atacados por eles. Digo
atacados porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são
visões: fazem ver, sem explicar.
Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou: há escolas que são gaiolas. Há escolas que são
asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros
engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser.
Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros, porque a essência dos
pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo.
Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque
o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professoras de segundo
grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria,
desrespeito, ofensas, ameaças... E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que
a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações...
Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra
- e a domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.
Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é
livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as
fecha com os tigres.
Nos tempos de minha infância, eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias
arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando... O pobre passarinho vinha, atraído pelo
fubá. Ia comendo, entrava na arapuca e pisava no poleiro. E era uma vez um passarinho voante.
Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma
gaiola.
O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras e enfiava o
bico entre os vãos. Na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensangüentado... Sempre
me lembro com tristeza da minha crueldade infantil. Violento o pássaro que luta contra os arames da
gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou
serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas?
Vão me falar sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser
educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos, tenham
uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto:
nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação?
O que os burocratas pressupõe, sem pensar, é que os alunos ganham uma boa educação se
aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam
mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da
Educação.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma
boa educação? Você sabe o que é dígrafo? E os usos da partícula se? E o nome das enzimas que
entram na digestão? E o sujeito da frase "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo
heróico o brado retumbante"? Qual a utilidade da palavra mesóclise?
Pobres professoras, também engaioladas... São obrigadas a ensinar o que os programas mandam,
sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as
escolas: "Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender. E
aprender à sua maneira..."
O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para
poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo
a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era a ferramenta e brinquedo do corpo. Nisso se
resume o programa educacional do corpo: aprender ferramentas e aprender brinquedos. Ferramentas
são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia a dia. Brinquedos são todas
aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.
Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e
brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo.
Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e
brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescer...
Assim, todo professor, ao ensinar, teria de se perguntar: Isso que vou ensinar, é ferramenta? É
brinquedo? Se não for, é melhor deixar de lado.
As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses
dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores
que amam o vôo dos seus alunos. Há esperança...

A ÁGUIA QUE (QUASE) VIROU GALINHA


A idéia desta estória não é minha. Meu, é só o jeito de contar...
É sobre uma águia que foi criada num galinheiro e foi aprendendo sobre o jeito galináceo de ser, de
pensar, de ciscar a terra, de comer milho, de dormir em poleiros...
E na medida em que a águia ia aprendendo a ser galinha, ia esquecendo as poucas lembranças que
lhe restavam do passado. É sempre assim: todo aprendizado exige um esquecimento... E a águia
desaprendeu - o cume das montanhas, os vôos nas nuvens, o frio das alturas, a vista se perdendo no
horizonte, o delicioso sentimento de liberdade...
Como não havia ninguém que lhe falasse destas coisas e convivendo com as galinhas que
cacarejavam sempre os mesmos catecismos, ela acabou por acreditar que não passava de uma
galinha com alguma perturbação hormonal: tudo nela era grande demais em relação às outras
galinhas; aquele bico curvo era sinal certo de acromegalia... e desejava muito que o seu cocô tivesse
o mesmo cheiro do cocô das outras galinhas...
Um dia, apareceu por lá um homem que vivera nas montanhas e vira o vôo orgulhoso das águias.
Quando viu aquela águia presa naquele galinheiro, perguntou a ela:
-O que é que você faz aqui?
-Este é meu lugar, ela respondeu. Todo mundo sabe que galinhas vivem em galinheiros, comem
milho, ciscam o chão, botam ovos e finalmente viram canja: nada se perde, utilidade total...
-Mas você não é uma galinha, ele disse. Você é uma águia.
-De jeito nenhum, retrucou ela. Águia voa alto e eu nem sequer voar sei! Pra dizer a verdade, nem
quero, a altura me dá vertigens. É mais seguro ir andando, passo a passo dentro deste galinheiro...
E não houve argumento que mudasse a cabeça da águia esquecida. Até que o homem, não
agüentando mais ver aquela coisa triste - uma águia transformada em galinha - agarrou a ave à força
e a levou até o alto de uma montanha.
A pobre águia começou a cacarejar de terror, mas o homem não teve compaixão: jogou-a no vazio do
abismo...
Foi então que o pavor, misturado às memórias que ainda moravam em seu corpo, fez as asas
baterem, a princípio em pânico, mas pouco a pouco com tranqüila dignidade, até se abrirem
confiantes, reconhecendo aquele espaço imenso que lhe fora roubado.
E ela finalmente compreendeu que o seu nome não era galinha, mas Águia...

Paráfrase do livro "A Águia e a Galinha" de Leonardo Boff


A GAROTINHA
"Uma vez uma garotinha foi para a escola. Ela era bem pequena e a escola era bem grande. Mas
quando ela viu que podia ir para sua sala caminhando, ficou feliz, e a escola já não parecia tão
grande assim.
Numa manhã, quando a garotinha estava há pouco na escola, a professora disse:
-Hoje vamos fazer um desenho.
-Bom, pensou a garotinha. Ela gostava de desenhar e podia fazer todas as coisas: leões e tigres,
galinhas e vacas, trens e barcos... E pegou sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a
professora disse:
-Esperem! Não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
-Agora, disse a professora, nós vamos desenhar flores.
-Bom, pensou a garotinha. Ela gostava de desenhar flores. E começou a fazer bonitas flores com
lápis rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:
-Esperem! Eu mostrarei como se faz!
A flor da professora era vermelha com a haste verde.
-Agora podem começar, disse a professora.
A garotinha olhou para a flor da professora. Então, olhou a sua. Ela gostava mais da sua flor do que a
da professora, mas não revelou isso. Apenas guardou seu papel e fez uma flor como a da professora:
vermelha com a haste verde.
Outro dia, quando a garotinha abria a porta lá fora, a professora disse:
-Hoje nós vamos trabalhar com argila.
-Bom, pensou a garotinha. Ela podia fazer todos os tipos de coisas com argila: cobras, bonecos de
neve, elefantes, fogõezinhos, bonecas e panelinhas... E começou a puxar e amassar a bola de argila.
Mas a professora disse:
-Esperem, não é hora de começar!
E ela esperou até que todos estivessem prontos.
-Agora, disse a professora, nós vamos fazer uma travessa.
-Bom, pensou a garotinha. Ela gostava de fazer travessas. E começou a fazer algumas, de diferentes
tamanhos e formas. Mas a professora disse:
-Esperem! Eu lhes mostrarei como fazer uma travessa funda.
A garotinha olhou para a travessa da professora. Então, olhou as suas. Ela gostava mais das suas do
que a da professora. Mas novamente não revelou isso. Apenas amassou sua argila, numa grande
bola e fez uma travessa como a da professora: uma travessa funda. Logo, a garotinha aprendeu a
esperar e a observar. E também a fazer coisas como a professora. E logo, ela já não fazia as coisas
por si mesma.
Então, aconteceu que a garotinha e sua família se mudaram para outra casa, numa outra cidade. E a
garotinha teve que ir para outra escola. Essa escola era ainda maior do que a primeira. Ela tinha que
subir degraus e seguir por um corredor comprido para chegar à sua sala.
Justamente no primeiro dia em que ela estava lá, a professora disse:
-Hoje nós vamos fazer um desenho.
-Bom, pensou a garotinha. E esperou pela professora, para que ela lhe dissesse o que fazer. Mas ela
não disse nada. Apenas andou pela sala.
Quando aproximou-se da garotinha, perguntou:
-Você não quer desenhar?
-Sim, disse a garotinha. Mas o que fazer?
-Eu não sei, até que você o faça, respondeu a professora.
-Como eu farei? - perguntou a garotinha.
-Do jeito que você quiser! Disse a professora
-E de qualquer cor? - perguntou a garotinha.
-De qualquer cor, respondeu a professora. Se todos fizessem o mesmo desenho e usassem as
mesmas cores, como eu poderia saber qual é qual?
-Eu não sei, disse a garotinha.
E resolveu fazer uma flor vermelha com a haste verde."

Adaptação do texto de HELEN E. BUCKLEY

FONTE DE PESQUISA:

ALVAREZ, Maria Esmeralda Ballestero. Mutatis Mutandis: dinâmicas de grupo para o


desenvolvimento humano.Campinas, SP. Papirus, 1999.

MILITÃO, Albigenor. MILITÃO, Rose. Jogos, dinâmicas e vivências Grupais. Qualytimark, 2000.

AME Consultoria Comportamental. Disponível em:<www.ameconsultoria.com.br> Acesso em


20/02/2002.

RITA DE CASSIA DELCONTE FERREIRA


rtcas@zenithcon.com.br
rtcas@seed.pr.gov.br
CRTE CAMPO MOURÃO

Você também pode gostar