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O QUE É VOCÊ?
Objetivos
Apresentação, identificação, levantamento de expectativas, análise / analogias, reflexão, avaliação,
comunicação
Recursos
Objetos pessoais, objetos de escritório, sucata
Tempo
30 min
Instruções
Colocar vários objetos dos participantes no chão da sala de modo que todos possam ver (brincos,
relógio, pulseira, anel, caneta, etc.).
O grupo, sentado em círculo, observa os objetos e, ao comando do Facilitador, escolhe aquele que
mais lhe agrada.
Um a um, os participantes vão se apresentando através do objeto, como se fosse ele, verbalizando
em primeira pessoa.
O que sou eu? Quais minhas características?
Quais minhas características?
Quais são meus sonhos? Quais são minhas expectativas?
O que eu pretendo no evento?
CAIXINHA DE FÓSFOROS
- formar duplas, sentadas frente a frente formando uma fila;
- uma dupla de pé, na extremidade da fila;
- distribuir o material: fundos de caixas para a dupla 1, palitos para as duplas 1, 3, 5, 7..., tampas das
caixas para a dupla 9.
- instruções gerais: todas as duplas executarão sua tarefa específica em seqüência na mesma caixa
de fósforo. A tarefa será repetida em todas as caixas. Cada caixa, após a execução da tarefa será
avaliada pela dupla que estará em pé ao final da fila (fiscais). Os fósforos não devem ser riscados
nem quebrados.
- instruções específicas:
O que a dupla de fiscais deverá observar para decretar o cumprimento ou não da tarefa:
Refletir:
Executar tarefas sem conhecer seus propósitos , conseqüências e critérios de avaliação a que estão
submetidas faz com que a pessoa se sinta destituída de sentido e valor.
Discutir situações como: repetência escolar, obediência cega a ordens, imposição indiscriminada de
regras, lideranças autoritárias, aceitação de valores impostos pela mídia, sentimentos decorrentes da
experiência de fracasso...
1001 UTILIDADES
Objetivo: Criatividade, imaginação, quebra de paradigmas, consenso, ampliação de visão,
importância do lúdico em nosso dia a dia., etc.
Procedimento: Dividir em subgrupos e distribuir uma folha de papel e uma caneta para cada equipe.
O facilitador mostra um clips (ou outro objeto) a todos e desafia os grupos a escreverem todas as
utilidades possíveis deste objeto, no tempo de 5 minutos. Obs.: O clips pode ser substituído por
outros objetos.
ESCRAVOS DE JÓ
Objetivo: Promover a integração do grupo, o senso de responsabilidade, visão do todo, persistência,
trabalho em equipe.
Processamento: Por ser uma brincadeira dos tempos de criança e pela familiaridade com a canção, é
um jogo onde a alegria e a brincadeira estarão sempre em evidência. O grande desafio aqui é que o
grupo consiga, ao som e ritmo da música, cumprir a tarefa de uma forma ordenada: passar um objeto
de um participante ao outro (caixa de fósforo, copinho de café, pequeno pedaço de madeira, etc.). A
tarefa estará concluída quando o grupo, cantando a música, conseguir manter a harmonia e concluir
a atividade sem que nenhum participante erre na passagem do objeto.
Caso o grupo cumpra o objetivo com muita facilidade, pode ser desafiado a cantar a música sem a
letra (lá, lá, lá, lá...) ou até mesmo em total silêncio. Outras variações podem ainda ser feitas,
explorando a música e mudando os movimentos. Exemplos: tira e põe (erguer o objeto), zigue-zigue-
zá (ir-e-vir com o objeto) e outras que a criatividade permitir.
PASSE A BOLA
Objetivo: Despertar o grupo para a necessidade de criatividade, integração e espírito de equipe.
Procedimento: O grupo, formado por cerca de 30 pessoas, deverá estar sentado em círculo.
O orientador dá as primeiras explicações:
Jogarei esta bola (pequena) para um membro deste grupo. Em seguida, essa mesma pessoa
escolherá outro participante e também arremessará a bola. E assim sucessivamente, até que todos
do grupo tenham recebido e repassado a bola.
Para a realização da tarefa deverão ser respeitas as seguintes orientações:
1) Evite passar a bola para quem está sentado ao seu lado.
2) A bola não poderá ser arremessada 2 vezes para a mesma pessoa.
3) Cada participante deverá memorizar para quem foi que ele(a) passou a bola.
Após um sinal do facilitador, o grupo realiza a atividade que, provavelmente, ocorrerá sem problema
algum. O facilitador marca num cronômetro o tempo gasto pelo grupo para a realização da tarefa e
anota num quadro. Em seguida, lança um desafio a todos perguntando: O grupo consegue baixar
este tempo jogando a bola para a mesma pessoa? Com a concordância do grupo, a atividade
recomeça.
O jogo se dá em rodadas até o momento em que o grupo não mais acredite na possibilidade de
reduzir o tempo ou que o facilitador conclua que já tem questões e informações suficientes para
serem resgatadas e processadas com o grupo. O desafio por parte do facilitador é fundamental para
a mobilização do grupo.
Procedimento: Quem já brincou quando criança sabe que o que vale aqui é a rapidez e a esperteza.
Quando a música pára é uma loucura... lembrou?... aquele que não senta, dança e fica só olhando.
É, mas o mundo mudou e a brincadeira também. As cadeiras posicionadas em círculo e viradas para
fora na mesma quantidade de participantes.
O orientador dá as instruções:
Estarei tirando uma cadeira em cada rodada, mas mesmo assim, todos deverão sentar quando a
música parar. Esse é o desafio do grupo.
Após algumas rodadas, o grupo percebe que é possível. A brincadeira encerra-se quando todo o
grupo conseguir sentar em uma única cadeira, ou quando o facilitador julgar que já tem dados
suficientes para serem processados com o grupo.
A TEIA DO GRUPO
• Grupo em círculo, o facilitador segura um rolo de barbante ou novelo de lã e inicia a atividade,
jogando-o para um dos participantes;
• O participante que receber o novelo enrola o fio no dedo indicador de modo a manter a linha
esticada. Diz então uma palavra que represente seu sentimento neste momento;
• Escolhe um companheiro, olha-o, fala alto o nome dele e atira-lhe o novelo. Segue-se o mesmo
procedimento até que o novelo tenha passado por todas as pessoas, formando uma teia. A teia das
relações;
• Pedir que todos levantem o dedo em que o fio está preso de modo que o grupo olhe a teia;
• Solicitar que depositem com cuidado a teia no chão;
• Pedir que lentamente todo o grupo comece a empurrar a teia até o centro da sala, até o coração do
grupo;
• O facilitador fala sobre o sentimento grupal, enquanto recolhe o bolo de lã dando com suas palavras
um significado à emoção;
• O facilitador solicita que todo o grupo se dê um grande abraço.
Pode-se dizer uma palavra que complete a frase:
“aprendi que...
“pude perceber que...
fechar falando sobre o compromisso assumido em prol do que foi trabalhado no curso
-ressaltar a importância do individual no coletivo.
Variação: dizer uma característica pessoal que considere importante no momento de passar o
barbante. Ao final, trabalhar a importância da diversidade para o enriquecimento do grupo e a
necessidade de aceitação do outro, do diferente.
FESTA NA FLORESTA
Objetivo: Sentimento de pertencer a um grupo, consciência de inclusão, integração de equipes,
contato, atenção, percepção etc.
Procedimento: Dividir em subgrupos e pedir que cada grupo escolha um local que represente seu
ninho e escolha o som de um animal que os identifique.
Em seguida, todos os participantes são vendados e, separadamente, saem dos seus respectivos
ninhos com o objetivo de explorar o ambiente, caminhando pela sala em silêncio.
Depois de algum tempo, quando todos estiverem bem misturados pela sala, o facilitador desafia os
subgrupos a se reencontrarem emitindo apenas o som do animal escolhido por cada grupo. Depois
de reunidos, os grupos, ainda vendados, retornam ao ninho.
ALFABETO HUMANO
Objetivo: Organização, rapidez nas decisões, quebra de paradigmas, toque, sinergia, atenção,
comprometimento.
Procedimento: O grupo deverá, utilizando-se apenas do corpo de seus integrantes, formar uma única
letra no chão da sala no menor tempo possível. Para isso o facilitador dará as seguintes
coordenadas:
"Cada vez que eu disser A vocês deverão formar a letra X; quando eu disser B a letra a se formar é J
e quando eu disser C a letra é W."
As ações podem ser repetidas várias vezes, sendo que a cada letra deve ser aprovada e aceita pelo
facilitador antes do novo desafio.
RÁ
Objetivo: Mudanças, energia, força interior, auto-motivação.
DESATANDO O NÓ
Objetivo: Cooperação, liderança, comunicação, afetividade, criatividade.
ACORDA
Objetivo: Administração de conflitos, liderança, comunicação, percepção, iniciativa,
comprometimento, etc.
Procedimento: Esta dinâmica requer um espaço amplo e livre de obstáculos como carteiras e
cadeiras, por isso, sugerimos o uso de espaço externo.
O grupo é disposto num grande círculo, com todos os participantes vendados. No centro do círculo,
sem que os participantes tenham visto, o facilitador coloca uma corda, unida de uma extremidade a
outra e lança o desafio: o grupo, sem retirar as vendas, deve montar um quadrado perfeito com a
corda.
Para a boa realização da atividade, o comprimento ideal da corda corresponde a 1 metro por
participante.
MUDANÇAS...MUDANÇAS...MUDANÇAS...
Objetivo: Zona de conforto, criatividade, permissão, preconceito, mudança.
Procedimento: Forma-se um círculo com todo grupo e define-se a seqüência, para a direita ou para a
esquerda. O facilitador inicia dizendo uma palavra qualquer. O participante ao lado, na seqüência
escolhida, deve dizer uma palavra que faça rima com a palavra dita pelo facilitador e logo em seguida
deverá dizer uma outra palavra qualquer para que o participante seguinte faça uma rima, até que
todos tenham participado.
É importante que o exercício seja bem dinâmico e, para isso, o facilitador deve estimular as pessoas
a serem rápidas na rima. Este é o desafio.
ANÁLISE DO DESENHO
Objetivo: Comunicação visual, integração, interpretação, levantamento de expectativas e quebra-gelo.
Procedimento: Distribuir no centro do grupo um farto material para desenho e pintura: várias caixas
de lápis de cor, lápis de cera, canetinhas etc. Explicar ao grupo a importância do lúdico e da
imaginação em nossas vidas e em seguida solicitar a todos que, através de um desenho, transmitam
suas expectativas em relação ao treinamento que irão receber. Podem ser sugeridos outros temas, a
critério do facilitador. O importante é que seja o mesmo tema para todo o grupo.
Passados cerca de 5 minutos, o facilitador pede para que todos passem seu desenho, provavelmente
inacabado, para o vizinho da esquerda. Cada pessoa interpreta o desenho que recebeu e procura
completar a obra - tudo isso sem que haja comunicação verbal entre os participantes. Depois de mais
uns 2 ou 3 minutos, o facilitador orienta o grupo a passar novamente o desenho para o vizinho da
esquerda. Essa operação pode ser repetida umas 4 ou 5 vezes, de maneira que na última rodada,
todos considerem o desenho em suas mãos como terminado.
Concluídos os trabalhos pede-se aos participantes para que expressem seus sentimentos quanto às
atividades de criar, interpretar e completar um desenho. O facilitador pode também pedir que os
desenhos, depois de terminados, continuem circulando até retornarem aos desenhistas originais e
resgatar as sensações de cada um quanto ao que havia sido imaginado no início e o que
efetivamente foi concluído pelo grupo.
LABIRINTO DE BARBANTE
Objetivo: Contato com a natureza, visão, sentimentos diante do desconhecido, confiança na equipe,
liderança, comunicação, limites pessoais, determinação, poder de decisão, comprometimento com a
equipe, iniciativa, fatores externos de interferência.
Procedimento: O local deve ser preparado previamente pelo facilitador, sem que os participantes
vejam. Um barbante deve ser passado e amarrado de forma a ser criado um caminho - com entrada e
saída - que será posteriormente percorrido pelo grupo. O ideal é que o ambiente seja um pequeno
bosque, para que as árvores sejam utilizadas como pontos de amarração do barbante, mas na
prática, qualquer ambiente amplo pode ser preparado. Percebemos que o resgate desta atividade fica
muito mais enriquecido quando ela é realizada ao ar livre.
A fim de ser caracterizado como um labirinto, deve existir, ao longo do caminho, bifurcações que
levem o grupo a saídas falsas. A cada bifurcação, o grupo será obrigado a decidir qual o caminho a
percorrer e, em caso de erro, retornar à bifurcação e procurar a direção correta. A saída do labirinto
estará sinalizada com um objeto, definido pelo facilitador. Sugerimos uma garrafinha de água. O
grupo saberá que optou por um caminho errado quando o barbante terminou e, literalmente
chegaram ao 'fim da linha' sem que a garrafinha esteja amarrada neste ponto.
Parece fácil, não? Mas tudo isso será feito de olhos vendados e a única ajuda ao grupo será de
encaminhá-los até o inicio do labirinto.
Do inicio ao fim do percurso, é interessante que o facilitador crie obstáculos que estimulem a
imaginação dos participantes e provoquem sentimentos que posteriormente serão resgatados.
Sugerimos fogos de artifício, mangueiras d'água, galhos de árvores etc.
Sugerimos que o grupo seja dividido em equipes de 8 a 12 participantes. O facilitador pode optar
entre criar um número de entradas correspondente ao número de equipes ou ainda, conduzir todas
as equipes, uma após a outra, até a mesma entrada. A única exigência é que as equipes devem fazer
todo o percurso e chegar ao final do labirinto unidas, sem a desistência de nenhum integrante e sem
que sejam enviados 'batedores' pra conferir as saídas nas bifurcações.
É importante destacar que, embora possa surgir naturalmente uma competição entre as equipes, em
momento nenhum é este o objetivo desta atividade.
Acreditamos que cada uma de nossas ações deve estar alinhada e em harmonia com o todo. Por
isso, caso o facilitador tenha optado em realizar esta atividade ao ar livre, como um bosque por
exemplo, lembramos que o respeito à natureza deve estar presente no preparo do local, na
realização da atividade e ao final quando o barbante deve ser recolhido, juntamente com a garrafinha
e demais materiais utilizados.
(DES)OBEDECENDO ORDENS
Objetivo: Comunicação, interpretação, improviso, criatividade no caos, harmonia da equipe.
Ao final da dinâmica, o facilitador conduz o resgate sobre as dificuldades encontradas pelos grupos e
como foram solucionadas.
CAI CAI BALÃO
Objetivo: Integração, espírito de equipe, comprometimento, determinação, etc.
Procedimento: Distribuir uma bexiga (cheia) para cada participante. Ao sinal do facilitador todos
deverão manter os balões no ar com um simples toque, evitando que caiam no chão. Sutilmente, o
facilitador vai retirando algumas pessoas. Como seus respectivos balões permanecem na brincadeira,
o restante do grupo tem a responsabilidade de mantê-los no ar. A dinâmica encerra-se quando o
grupo já não consegue mais manter todos os balões no ar.
Como alternativa, o facilitador pode optar por acrescentar novos balões, sem que seja necessário
retirar nenhum participante. Para grupos menos, esta alternativa é mais aconselhável.
A TROMBA DO ELEFANTE
Objetivo: Integração, toque, descontração, trabalho em equipe, etc.
Procedimento: O grupo posiciona-se em fila indiana, com a mão esquerda sobre o ombro esquerdo
do companheiro da frente e a mão direita agarrando o pé direito do companheiro da frente. Quando
todos estiverem nessa posição, a pessoa que encabeça a fila deve tentar agarrar o último da fila,
procurando fechar o círculo. É claro que o seu movimento vai movimentar todo o grupo. Difícil? É
necessário que todos os participantes colaborem para que dê certo. Todos têm que saltar num só pé
e no mesmo ritmo. A idéia é formar um círculo, todos agarrados ao ombro esquerdo e ao pé direito.
ORDEM NO BANCO
Objetivo: Aquecimento, integração, sinergia, liderança, iniciativa, rapidez nas mudanças,
comprometimento, toque, etc.
Procedimento: A dinâmica pode ser realizada num banco real ou num banco imaginário, desenhado
no chão com cordas, por exemplo. O cumprimento do banco deve estar de acordo com a quantidade
de pessoas, de maneira a permitir que todos fiquem sobre o banco, em fila indiana, sem que haja
muita sobra de espaço. A largura do banco deve ser de 20 cm.
Quando todos estiverem posicionados no banco, em pé e em fila indiana, o facilitador explica que o
objetivo do grupo é refazer a fila, por ordem de idade, do menor para o maior. Contudo, o detalhe
dificultador da tarefa é que tudo tem que ser feito sem que nenhum participante desça do banco (ou
saia do espaço marcado pela corda).
Na prática, isso significa que o grupo deve descobrir uma forma de trocar as posições, apoiando-se
uns nos outros e sem cair.
Cumprida a prova o facilitador pede que o grupo refaça a fila, agora seguindo a ordem de peso, do
menor para o maior. Havendo tempo e interesse do grupo, o facilitador ainda pode propor a fila por
ordem de altura.
A PONTE DE TRONCOS
Objetivo: Toque, paradigmas, fortalecimento dos laços afetivos.
Procedimento: Esta atividade pode ser feita ao ar livre, na grama ou na areia. Todos os participantes
deitam-se de bruços, o mais próximos possível e em fila, ombro a ombro. Uma pessoa deita-se
transversalmente sobre a cintura de seus companheiros deitados. Ao sinal do facilitador, todos
começam a girar na mesma direção. Enquanto dão voltas, a pessoa que está em cima permanece
imóvel e é transportada ao longo da fila até uma linha de chegada previamente marcada. O facilitador
pode optar em definir o número de participantes que devem ser transportados ou ainda desafiar o
grupo a estabelecer um revezamento, de maneira a permitir que todos possam experimentar esse
passeio sobre os companheiros.
A DANÇA DA GARRAFA
Objetivo: Organização, controle, coordenação, trabalho comunitário, espírito de equipe,
comprometimento.
CONCURSO DE FOTOS
Objetivo: Quebra-gelo, percepção, confiança, etc.
Procedimento: O facilitador sugere uma atividade que será realizada por duplas. Quando os pares já
estiverem formados, o facilitador explica que se trata de um passeio para tirar algumas fotos. Em
cada dupla, um participante será a máquina fotográfica e o outro o fotógrafo. As "máquinas
fotográficas" estarão carregadas com filmes de 3 poses e farão o passeio de olhos vendados (para
evitar que o filme seja velado). Os fotógrafos têm a tarefa de guiar as máquinas fotográficas de
maneira segura e, ao mesmo tempo, observar o ambiente pelo qual estão passeando.
Assim que identificar uma imagem digna de ser fotografada, o fotógrafo posiciona a máquina
fotográfica, retira as vendas e dá um pequeno toque no lóbulo da orelha do companheiro - este é o
sinal para que ele abra os olhos e procure 'fotografar' a cena e fechar os olhos novamente, logo em
seguida. O fotógrafo recoloca a venda e continua o passeio até que tenha feito suas 3 fotos. A dupla
retorna ao ponto de partida, onde invertem os papéis.
Procedimento: O objetivo do grupo é atravessar um rio imaginário, sem se molhar. Para isso, o
facilitador deve definir as margens do rio com cordas, fita crepe ou mesmo com um giz. Para a
travessia, são entregues cartolinas de vários tamanhos, que serão utilizadas como 'pedras'. Devem
ser utilizadas cartolinas suficientes para que o grupo fique bem junto sobre as mesmas. A largura do
rio também depende do número de participantes - a distância de uma margem à outra deve ser maior
do que a distância coberta pelas 'pedras' enfileiradas.
Todos os participantes se posicionam numa das margens do rio. Ao sinal do facilitador os
participantes começam a construção da ponte, posicionando as 'pedras' e iniciando a travessia. O
grupo precisa chegar à outra margem com todas as 'pedras', para que possam retornar. O exercício
pode se tornar mais dinâmico se o facilitador estabelecer um tempo para a realização da tarefa.
Atenção: para que o objetivo tenha sido realmente cumprido, nenhum dos participantes pode ter se
molhado durante a travessia.
Procedimento: Esta dinâmica requer uma quantidade razoável de sucata (toquinhos de madeira,
pedaços de cartolinas, copos descartáveis, tampinhas, latas, palitos, tinta, caixas de sapato,
embalagens de ovos, tesoura, réguas, colas, massa de modelar, papel crepom, etc.). O facilitador
divide o grupo em equipes de trabalho (máximo de 10 pessoas) e coloca todo o material disponível no
centro da sala.
Cada equipe deverá construir, com o material disponível, uma cidade ideal: a cidade na qual
gostariam de morar. Para isso, precisam definir se haverá área verde, quais os serviços oferecidos
pela cidade à população local, que tipo de lazer, trabalho e tudo o mais que cada equipe definir como
prioridade. Após essa definição, os grupos podem fazer uso dos materiais disponíveis.
Após a construção das cidades, cada equipe deve refletir sobre como foi a realização da atividade -
como se sentiram criando, construindo a cidade dos sonhos.
Esta mesma dinâmica pode ser incrementada por uma 2ª etapa, na qual as equipes trocam de cidade
e, num tempo de 10 minutos, efetuam todas as mudanças que considerem necessárias (incluir,
excluir, trocar, mudar, etc.) sempre com a visão de que, a partir de agora, essa será a sua cidade.
Passado o tempo, os participantes retornam às suas cidades de origem e avaliam tudo o que foi
mudado em relação ao projeto inicial, incluindo nessa análise, os possíveis motivos das alterações e
os sentimentos da equipe com relação a essas mudanças.
TEXTOS
E foi então que, provocada pelo meu desejo, Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser
minha máquina de pensar se uma extensão do braço. Um
pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a braço comprido, com cerca de dois metros.
ponte que o corpo constrói a fim Peguei um pedaço de bambu. Mas
de chegar ao objeto do seu desejo. um braço comprido de bambu, sem uma mão,
seria inútil: as pitangas cairiam.
Se eu não tivesse visto e desejado as ditas
frutinhas, minha máquina de Achei uma lata de massa de tomates vazia.
pensar teria permanecido parada. Imagine se a Amarrei-a com um arame na
vizinha, ao ver os meus ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que
olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, funcionasse como um dedo que segura a
tivesse me dado um punhado das fruta.
ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também Feita a minha máquina, apanhei todas as
minha máquina de pensar não pitangas que quis e satisfiz meu
teria funcionado. Meu desejo teria se realizado desejo. Anote isso também: conhecimentos são
por meio de um atalho, sem que extensões do corpo para a
realização do desejo. isso é inumano..." A tarefa
do professor é a mesma da cozinheira: antes de
Imagine agora se eu, mudando-me para um dar faca e queijo ao aluno,
apartamento no Rio de Janeiro, provocar a fome... Se ele tiver fome, mesmo
tivesse a idéia de ensinar ao menino meu que não haja queijo, ele
vizinho a arte de fabricar acabará por fazer uma maquineta de roubá-los.
maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia Toda tese acadêmica deveria ser
com desinteresse e isso: uma maquineta de roubar o objeto que se
pensaria que eu estava louco. No prédio, não deseja...
havia pitangas para serem roubadas.
A cabeça não pensa aquilo que o coração não Rubem Alves, 68, é educador e psicanalista.
pede. E anote isso também: Está relendo "O Livro dos
conhecimentos que não são nascidos do desejo Seres Imaginários", de Jorge Luis Borges.
são como uma maravilhosa Acabou de escrever um livro para
cozinha na casa de um homem que sofre de suas netas -uma máquina do tempo a viajar pelo
anorexia. Homem sem fome: o seu mundo de menino. Conta da
fogão nunca será aceso. O banquete nunca será casa de pau-a-pique, do fogão de lenha, do
servido. banho na bacia. Lançou "Conversas
sobre Política" (Verus).
Dizia Miguel de Unamuno: "Saber por saber: Site - www.rubemalves.com.br
CONVIVÊNCIA
Durante a era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas
camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se
adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver,
começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E
todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo
aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos,
justamente aqueles que lhes forneciam mais calor; aquele calor que era vital, questão de vida ou
morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo
os espinhos dos seus semelhantes - doíam muito... Mas essa não foi a melhor solução: afastados,
separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precaução, de tal
forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para
conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, suportaram-
se. resistindo à longa era glacial. E SOBREVIVERAM...
Desconhecemos o Autor
"...É fácil trocar palavras, difícil é interpretar silêncios.
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber se encontrar.
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor!
É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!"
O CAMINHO DO BEZERRO
Um dia, através da floresta virgem, um bezerro emigrou para seu curral distante, a exemplo dos bons
bezerros. E fez uma picada sinuosa, corcoveada, a exemplo de todos os bezerros. Desde então,
trezentos anos se passaram e deduzo que o bezerro esteja morto. Mas atrás de si, ele deixou seu
rastro e nisto se prende a reflexão deste conto. Seu rastro foi seguido, no dia seguinte, por um cão
vagabundo que percorreu a mesma trilha. E depois, um prudente carneiro-guia seguiu-o por vales e
montes conduzindo, atrás de si, todo o rebanho, a exemplo também de todos os bons guias. A partir
de então, por sobre morros e planícies, foi-se abrindo um caminho através daquela floresta.
Muitos homens molestavam-se por dentro e por fora, esquivavam-se, voltavam e perambulavam. E
proferiam palavras de justa indignação, por causa de tão sinuoso caminho. Mas, ainda assim,
continuavam repetindo - não se ria! - a primeira emigração do bezerro. Por este caminho rude e
encaracolado, eles andavam lentos, cambaleantes, trôpegos ... Aquele caminho na floresta tornou-
se uma alameda, que se encurva, dobra e redobra. E depois, a tortuosa alameda transformou-se
numa estrada, onde muitos pobres cavalos, arqueados sob pesadas cargas, trotavam penando ao sol
ardente e andavam três quilômetros para avançar um. E assim, durante um século e meio, todos
seguiram as pegadas do bezerro. Os anos passaram em célebre vôo; a estrada converteu-se numa
viela de aldeia e, sem que os homens percebessem, a viela se tornou uma movimentada via pública
da cidade. Não demorou muito e transformou-se na avenida central de uma famosa metrópole. E
durante dois séculos e meio têm os seres humanos se submetido às pegadas do bezerro.
E hoje, por esta corcoveada trajetória, desenvolve-se o tráfego de um continente. Centenas de
milhares de homens são orientados por um bezerro morto há quase três séculos. E ainda assim,
seguem seu rebolado trajeto. Em cada dia perdem uma centena de anos, pela reverência que
tributam a um precedente estabelecido. Uma lição de moral isto poderia ensinar, se eu fosse um
pregador. Pois os homens se inclinam a seguir cegamente o caminho do bezerro imaginado. E
trabalham a morrer, de sol a sol, tentando imitar o que os outros fizeram. Só palmilham pista já
batida. E, oscilando para dentro e para fora, para diante e para trás, seu tortuoso curso seguem
sempre, para conservar o trajeto iniciado por outros. Fazem do caminho uma rota sagrada, pela qual
se movimentam durante toda a vida. E como deles riem os antigos deuses da floresta, que
testemunharam o andar incerto do bezerro! Ah! quantas coisas poderia esta estória ensinar... mas eu
não fui ordenado pregador....
Sam Walter Foss
FLEXIBILIDADE
Flexibilidade é a beleza de uma criança cujos ossos ainda não calcificaram, cujo corpo ainda não
começou a acumular os efeitos e as tensões da vida. Ao contrário, há suavidade, rapidez, alegria.
Flexibilidade em um adulto não é a elasticidade do corpo mas a sutileza do pensamento, tal vigilância
para que não haja acúmulo ou retenção de dor. É a dor que causa bloqueios, impede a
espontaneidade de reação e destrói a felicidade. É raro encontrar um adulto flexível, alguém que não
tenha se tornado um "hábito ambulante", mas que continue reagindo com vigor, sem
condicionamentos ou medo. Como isso é possível?
Um dos segredos é a renovação. Se há um fluxo constante de sentimentos novos, isso é como uma
chuva lavando restos e fragmentos de reações não expressadas, que se permanecerem, acumulam-
se formando medos e preconceitos. Para encontrar sentimentos novos, reabastecer-se, você não
precisa ir a lugar algum, exceto para dentro de si mesmo, para longe do óbvio. Afastar-se do óbvio é
um feriado espiritual. E uma pessoa fica sempre mais tranqüila quando esteve viajando.
O problema com os feriados normais é que você não pode trazer os raios de sol de volta com você.
Para ser flexível, você precisa sair, afastar-se, retirar-se mentalmente, mas você também precisa
voltar trazendo algo profundo e original do seu interior, algo para ser usado, ou então o impacto de
deparar-se novamente com a vida faz com que você se sobressalte e comece a endurecer. Retrair-se
é um hábito que deveria ser sagradamente praticável, assim como acordar cedo e comer em paz.
Estas são as portas por onde você pode passar se estiver com dificuldades para poder novamente
encontrar calma. Assim, enquanto a ausência de complicações e a suavidade são a beleza de ser
flexível, disciplina é a sua base.
Mas você não pode ser rigoroso demais. Quando hábitos foram adotados como sistemas e você não
consegue livrar-se deles, quando eles não foram internalizados e profundamente apreciados, então a
vida torna-se rígida e sombria. Onde há flexibilidade você pode descartar tudo o que é aparente. O
que é disciplina faz parte de seus ossos.
Em um mundo perfeito, flexibilidade é uma expressão de alegria, uma cambalhota espontânea no ar,
a agilidade da mente e do corpo juntos. Uma dança. Por enquanto, ela é mover-se com os tempos,
deslizando pela vida com tanta suavidade e determinação quanto possível. E acima de tudo,
transformando todos os problemas em lições.
Desconhecemos o autor
GAIOLAS E ASAS
RUBEM ALVES
Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei
que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche freqüentemente eram também atacados por eles. Digo
atacados porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são
visões: fazem ver, sem explicar.
Pois ontem, de repente, esse aforismo me atacou: há escolas que são gaiolas. Há escolas que são
asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros
engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser.
Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros, porque a essência dos
pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo.
Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque
o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professoras de segundo
grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria,
desrespeito, ofensas, ameaças... E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que
a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações...
Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra
- e a domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.
Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é
livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as
fecha com os tigres.
Nos tempos de minha infância, eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias
arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando... O pobre passarinho vinha, atraído pelo
fubá. Ia comendo, entrava na arapuca e pisava no poleiro. E era uma vez um passarinho voante.
Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma
gaiola.
O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras e enfiava o
bico entre os vãos. Na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensangüentado... Sempre
me lembro com tristeza da minha crueldade infantil. Violento o pássaro que luta contra os arames da
gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou
serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas?
Vão me falar sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser
educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos, tenham
uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto:
nossas escolas estão dando uma boa educação? O que é uma boa educação?
O que os burocratas pressupõe, sem pensar, é que os alunos ganham uma boa educação se
aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam
mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da
Educação.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma
boa educação? Você sabe o que é dígrafo? E os usos da partícula se? E o nome das enzimas que
entram na digestão? E o sujeito da frase "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo
heróico o brado retumbante"? Qual a utilidade da palavra mesóclise?
Pobres professoras, também engaioladas... São obrigadas a ensinar o que os programas mandam,
sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as
escolas: "Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido que eu deveria aprender. E
aprender à sua maneira..."
O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para
poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo
a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era a ferramenta e brinquedo do corpo. Nisso se
resume o programa educacional do corpo: aprender ferramentas e aprender brinquedos. Ferramentas
são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia a dia. Brinquedos são todas
aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.
Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e
brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo.
Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e
brinquedos está aprendendo liberdade, não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescer...
Assim, todo professor, ao ensinar, teria de se perguntar: Isso que vou ensinar, é ferramenta? É
brinquedo? Se não for, é melhor deixar de lado.
As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses
dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores
que amam o vôo dos seus alunos. Há esperança...
FONTE DE PESQUISA:
MILITÃO, Albigenor. MILITÃO, Rose. Jogos, dinâmicas e vivências Grupais. Qualytimark, 2000.