Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis:
Insular, 2005.
As teorias construcionistas
Tal teoria considera que as notícias são construções, tal como as estórias, em que elaboram
todo um percurso de desenvolvimento de uma narrativa. Elas surgem principalmente
radicalizando contrariamente a teoria de notícias como espelho.
Assim, não é de estranhar que o paradigma das notícias como construção não só considere o
conceito de distorção como inadequado e pouco frutífero, como sobretudo discorde
radicalmente da perspectiva das teorias que defendem que as atitudes políticas dos jornalistas
são um fator determinante no processo de produção das notícias. P. 169
ETNOMETODOLOGIA NO JORNALISMO
A partir dos anos 60 e 70, as teorias estruturalista e interacionista emergem do paradigma das
notícias como construção social.
Para ambas as teorias, as notícias são o resultado de processos complexos de interação social
entre agentes sociais: os jornalistas e as fontes de informação; os jornalistas e a sociedade; os
membros da comunidade profissional, dentro e fora da sua organização. Ambas as teorias são
micro-sociológicas e macro-sociológicas. P. 173
Há de ressaltar que, embora as notícias sejam frutos desse mar de interação social, a escolha
narrativa não é totalmente livre.
Como escreve Robert Karl Manoff (1986), a escolha da narrativa feita pelo jornalista não é
interiramente livre. Essa escolha é orientada pela aparência que a “realidade” assume para o
jornalista, pelas convenções que moldam a sua percepção e fornecem o repertório formal para
a apresentação dos acontecimentos, pelas instituições e rotinas. P. 174
A teoria estruturalista
Tal teoria é uma das quais sublinha o papel dos media na reprodução da “ideologia
dominante”, advindo de uma herança marxista. Segundo ela, embora se reconheça uma certa
autonomia de um controle econômico pelos jornalistas, elas têm se transformado num
aparelho ideológico de Estado.
No que diz respeito a capitalização das ideologias dominantes pelos media, temos que as
pressões sobre o tempo de entrega de uma matéria e as exigências por imparcialidade se
combinam para produzir um grande acesso de informações por aqueles que detêm posições
institucionalizadas privilegiadas. Assim, querendo buscar essas informações, os media
reproduzem as opiniões desses poderosos por meio de seus “porta-vozes”, ou “definidores
primários”.
Na verdade, segundo Hall et. al., os media não são frequentemente os primary definers de
acontecimentos noticiosos mas a sua relação estrutural com o poder tem o efeito de os fazer
representar um papel crucial mas secundário, ao reproduzir as definições daqueles que têm
acesso privilegiado, como que de direito, aos media como “fontes acreditadas”. P. 179
Embora esse processo não seja totalmente fechado, porque (1) os medias são
institucionalmente distintos de outras agências; (2) seus motivos e suas lógicas possam entrar
em conflito com os definidores primários; (3) instituições que compõe a estrutura do poder
podem entrar em disputas; a teoria ainda explica a reprodução da ideologia dominante.
Mas estes fatores, que qualificam como ‘reservas’, são minimizados e não põem em causa o
ponto-chave desta teoria: a reprodução da ‘ideologia dominante’ por parte dos media. P. 179
A teoria interacionista
A teoria interacionista entende que as empresas do campo jornalístico são pressionadas por
uma tirania da “hora do fechamento”, em que devem ter selecionado os eventos o suficiente
até um determinado deadline. Com isso, elas elaboram estratégias para fazer face a esse
desafio: