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Telmo conversa com Madalena e aflige-a com recordações do passado. Nesta cena,
todas as personagens são apresentadas:
• Manuel de Sousa surge desvalorizado em relação a D. João de Portugal.
• Maria é sempre caracterizada positivamente – curiosa, compreende tudo,
formosa, bondosa, viveza de espírito.
• Telmo – escudeiro valido e fiel, familiar quase parente… Cheio de agoiros e
pressentimentos.
Estrutura-se, nesta cena, uma analepse, onde as personagens recuam 21 anos – batalha
de Alcácer Quibir (1578), mais sete anos de busca (1585) - 2º casamento de Madalena,
nascimento de Maria mais um ano (15999 – presente da ação.
Madalena pede a Telmo que não fale a Maria em assuntos relacionados com a batalha
e D. Sebastião… e ele promete que o fará.
Madalena está preocupada com a demora de Manuel de Sousa que foi a Lisboa, é tarde
e não aparece. Pede a Telmo que vá saber notícias junto de frei Jorge.
Maria evidencia a sua cultura e gosto pela leitura. Pede a Telmo o livro da ilha
encoberta… mostra-se uma crente no sebastianismo.
Madalena tenta levar a filha a não acreditar nem em fantasmas nem em fantasias do
povo.
Esboça-se um pequeno conflito de Maria com o pai e com a mãe, pois ambos não
aceitam ouvir falar do regresso de D. Sebastião. Tal causa estranheza em Maria.
Cena IV – Madalena e Maria
Maria não consegue entender nem compreender a perturbação e preocupação dos pais
com ela.
Sem querer, Maria martiriza a mãe, afirmando que lê nos olhos, nas estrelas e sabe
muitas coisas, mostrando-se portadora de uma forte imaginação.
Madalena não responde às questões da filha e tenta desviar de Maria, pedindo-lhe que
fale do seu jardim.
• As flores simbolizam a brevidade da vida.
• As flores de Maria murcharam. Não será um presságio da sua morte?
Frei Jorge traz a notícia de que os governadores saíram de Lisboa e querem vir
hospedar-se na casa de Manuel de Sousa, a notícia é dada progressivamente.
• Maria e Madalena reagem de formas distintas: Maria mostra-se entusiasmada, dá
largas à sua imaginação, idealismo e patriotismo; Madalena revela alguma
ingenuidade, é individualista e não revela qualquer sentido patriótico
Novos sinais da doença de Maria: ouve a voz do pai e percebe que vem “afrontado”
É noite fechada.
Manuel de Sousa entra num tom precipitado e agitado, dando ordens aos seus criados.
Algo estranho se passa e Madalena preocupa-se.
Manuel de Sousa usa o seu latim nas suas falas – personagem culta = estatuto social
elevado.
Manuel de Sousa confirma as notícias trazidas por frei Jorge na cena V e anuncia que é
preciso saírem imediatamente daquela casa.
Face a este anúncio, Maria reage de forma eufórica, intensa e patriótica; Madalena fica
assustada e tenta contrariar Manuel.
Manuel de Sousa tenta chamá-la à razão e pede-lhe que atente na sua condição social,
o ajude e apoie neste momento tão decisivo da sua vida.
Cenas IX e X – Todos
Manuel de Sousa apressa ainda a mais a saída da casa e a mudança para o palácio de
D. João.
Manuel de Sousa mostra-se um homem de valores intensos. Para ele, nada perdura,
tudo muda, a vida é uma constante e eterna mudança, tudo é aparência…
Concretiza-se o incêndio.