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A música como um objeto de promoção ao exercício do direito

à liberdade de expressão
Nicolas Gimenez1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Centro de Ciências Sociais Aplicadas– Foz
do Iguaçu – PR.

Resumo: O presente artigo se caracteriza como um veículo que leva à reflexão a


respeito de um tema pouco valorizado, a música como um objeto que promove as
garantias fundamentais ilustradas no Direito Constitucional brasileiro. Nesse aspecto,
elucida-se tais garantias bem como os direitos fundamentais assegurados pela carta
magna brasileira de 1988, direito à liberdade de expressão, à educação e à saúde
podem ser citados como vertentes dos quais a música e seus mais variados métodos
de aplicação podem alcançar. Tendo em mente o objetivo de atingir os ápices de seus
amplos funcionamentos, referenciando, pois, as ferramentas institucionalizadas que
sustentam a oferta de tais direitos, evidente que este artigo trará uma análise crítica da
desvalorização do papel da música apenas no espectro que tange a liberdade de
expressão mencionada. Além disso, é dotado de muitas análises históricas das quais
são traçadas cronologias que explicitam o papel que a música já foi capaz de
desempenhar nos nichos que envolve os eixos temáticos de liberdade de expressão.
No mais, busca-se interpor a música e o direito na sua mais bela forma exprimindo as
nuances e os benefícios da interdisciplinaridade revelando, também, quais os
possíveis meios para intensificar este processo. Para a realização desse artigo,
utilizou-se o método de abordagem indutivo, técnica de pesquisa bibliográfica
englobando artigos de revistas e internet, além de vários outros meios e técnicas de
pesquisa que envolvem as análises históricas do desenvolvimento e exercício das
garantias fundamentais citadas.

Palavras-chave: interdisciplinaridade, música, direito constitucional, liberdade de


expressão.

I. Introdução
As garantias fundamentais são os direitos básicos e essenciais que são
assegurados a todas as pessoas, visando proteger sua dignidade, liberdade e
igualdade. Nesse contexto, a música, como forma de expressão artística e cultural,
desempenha um papel significativo na promoção e preservação dessas garantias
fundamentais.
A música tem o poder de transcender fronteiras linguísticas, culturais e sociais,
conectando pessoas e proporcionando um meio de comunicação e expressão
universal. Ela pode evocar emoções, estimular reflexões e despertar a consciência
1
Acadêmico do curso de Direito da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Foz do Iguaçu.
E-mail: nicolasgimenez190304@gmail.com

1
sobre questões sociais, políticas e humanitárias. Dessa forma, a música se torna uma
ferramenta poderosa para promover os valores e princípios subjacentes às garantias
fundamentais.
No presente artigo, exploraremos a relação intrínseca entre a música e as
garantias fundamentais, investigando como a música pode contribuir para a proteção e
promoção desses direitos universais. Analisaremos diferentes aspectos dessa
conexão da liberdade de expressão e a importância de priorizar um Estado que reflete
a livre expressão da arte.
A liberdade de expressão é um dos pilares das garantias fundamentais,
permitindo que as pessoas expressem suas opiniões, ideias e crenças livremente. A
música, como uma forma de expressão artística, oferece um canal único para que os
artistas se expressem e compartilhem suas perspectivas com o mundo. No entanto, é
importante explorar os desafios e limitações que podem surgir quando se trata da
liberdade de expressão na música, como questões de censura e restrições
governamentais.
Nesse sentido, a música desempenha um papel vital na liberdade de
expressão, ela tem sido utilizada como uma forma de protesto, para transmitir
mensagens políticas e sociais e para amplificar vozes marginalizadas. Como 2 afirmou
Bono, líder da banda U2, "música pode mudar o mundo porque pode mudar as
pessoas" (CQ Researcher, 2014). Diante disso, é preciso destacar a
interdisciplinaridade entre o Direito e a Música para promover ainda mais estas
transformações.

Além disso, a música desempenha um papel importante na promoção da


diversidade cultural. Ela reflete as tradições, histórias e identidades de diferentes
grupos e comunidades. Ao valorizar e celebrar a diversidade cultural, a música
contribui para o fortalecimento da coesão social, o respeito mútuo e a construção de
sociedades mais inclusivas.
Outro aspecto a ser explorado é o direito à participação na vida cultural. A
música proporciona oportunidades para que as pessoas participem ativamente de
eventos, festivais, performances e práticas musicais. Ao garantir o acesso igualitário a
essas experiências culturais, a música se torna uma ferramenta poderosa para
promover a inclusão social e a igualdade de oportunidades.
Neste artigo, examinaremos esses aspectos da relação entre a música e a
garantia fundamental de expressão. Buscaremos compreender como a música pode
ser utilizada como um objeto de promoção dessa garantia, bem como os desafios e as
oportunidades que surgem nesse contexto.
Ao fazer isso, espera-se contribuir para o diálogo acadêmico e aprofundar a
compreensão sobre o papel da música na promoção da liberdade de expressão. Ao
reconhecer a importância da música como um veículo de expressão, inclusão e
diversidade cultural, podemos fortalecer a proteção desses direitos universais e
promover sociedades mais justas e igualitárias.

2
CQ Researcher. (2014). Music and Society, Paul David Hewson.

2
II. Método
Para a realização deste artigo, optou-se pelo método de abordagem indutivo, que
envolveu a análise de casos específicos, estudos de casos e exemplos práticos para
chegar a conclusões gerais sobre a interdisciplinaridade da música e do direito.
A principal técnica de pesquisa utilizada foi a pesquisa bibliográfica, que abrangeu
a consulta a artigos de revistas especializadas, livros e documentos acadêmicos
relevantes sobre o tema. Além disso, foram utilizados recursos online, como bases de
dados acadêmicas e sites confiáveis, para coletar informações atualizadas e
pesquisas recentes sobre a interseção entre música e direito.
Para a análise histórica das garantias fundamentais, foi realizada uma pesquisa
minuciosa de documentos históricos, como leis, constituições e tratados
internacionais, que tratam dos direitos fundamentais e sua evolução ao longo do
tempo.
Outras técnicas de pesquisa, como análise comparativa de casos, entrevistas com
especialistas e consulta a jurisprudências relevantes, também foram empregadas para
enriquecer o estudo e fornecer insights adicionais sobre a relação entre música e
direito.
O objetivo dessas abordagens metodológicas foi reunir uma ampla gama de
informações e perspectivas para fornecer uma visão abrangente e embasada sobre o
tema da interdisciplinaridade da música e do direito, bem como o impacto das
garantias fundamentais nesse contexto.

III. Desenvolvimento
III.I. Da interdisciplinaridade:
A interdisciplinaridade tem sido cada vez mais reconhecida como uma
abordagem eficaz para a compreensão e solução de problemas complexos que
transcendem as fronteiras tradicionais de disciplinas específicas. A música e o direito
são dois campos de estudo que, à primeira vista, podem parecer distintos e
independentes, cada um com sua própria linguagem, métodos e objetivos. No entanto,
uma análise mais aprofundada revela um terreno fértil para a intersecção dessas duas
disciplinas aparentemente díspares.

A música, como uma forma de expressão humana, transcende barreiras


culturais e linguísticas, e desempenha um papel fundamental na sociedade. Além de
sua importância cultural e estética, a música tem sido objeto de estudos que exploram
sua influência na saúde, no bem-estar emocional e na capacidade cognitiva dos
indivíduos. No entanto, a interação entre a música e o direito tem sido menos
explorada, apesar de seus potenciais conexões e implicações.
Por outro lado, o direito é um campo que rege as relações sociais, políticas e
econômicas, e busca garantir a ordem e a justiça na sociedade. Embora o direito
costumeiramente lide com questões jurídicas e legais, ele também enfrenta desafios
que requerem uma perspectiva mais ampla, incluindo aspectos socioculturais e
humanos.
Assim, surge a necessidade de uma abordagem interdisciplinar que explore a
relação entre a música e o direito. Compreender como esses dois campos se
conectam pode levar a novos insights, perspectivas e soluções para desafios
complexos enfrentados pela sociedade.

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Neste artigo, exploraremos as interações e sinergias entre a música e o direito,
buscando identificar as áreas de convergência, bem como as possibilidades de
aplicação mútua. Além disso, discutiremos a importância da abordagem interdisciplinar
nesse contexto e suas implicações para a pesquisa, o ensino e a prática em ambos os
campos. Ao fazê-lo, esperamos contribuir para o diálogo acadêmico e promover uma
compreensão mais aprofundada dos vínculos entre a música e o direito, bem como
suas ramificações para a sociedade como um todo.
As ciências organizacionais estão rapidamente se unindo à teoria e aos
métodos da neurociência para fornecer novos insights sobre os fenômenos
organizacionais e até mesmo o desenvolvimento potencial de indivíduos dentro
organizações. Uma série de desafios se torna relevante na busca de tal amálgama,
mas talvez o mais aparente seja a necessidade inerente de perspectivas e pesquisas
interdisciplinares
Dito isso, apresenta-se o artigo: 3 ”Interdisciplinary Research in Music:
Perspectives from Psychology, Education, and Neuroscience.” escrito por – Mezei, P.,
& Simonton, D. K. (2019). Este artigo apresenta uma abordagem interdisciplinar para a
pesquisa em música, destacando as contribuições da psicologia, educação e
neurociência para a compreensão da música e seus efeitos.
Nessa perspectiva, o artigo "Interdisciplinary Research in Music: Perspectives from
Psychology, Education, and Neuroscience" publicado na revista Frontiers in
Psychology, discute a importância da abordagem interdisciplinar na pesquisa musical,
destacando as perspectivas da psicologia, educação e neurociência.
Os autores destacam a natureza multifacetada da música, que envolve
aspectos cognitivos, emocionais, sociais e culturais. Eles argumentam que para uma
compreensão abrangente da música, é necessário adotar uma abordagem
interdisciplinar que integre diferentes disciplinas.
A partir da perspectiva da psicologia, o artigo aborda temas como a percepção
musical, a cognição musical, as emoções relacionadas à música e a relação entre
música e personalidade. Destaca-se a importância de estudos empíricos e teóricos
nesse campo.
No âmbito da educação musical, o artigo discute o papel da música na
aprendizagem e no desenvolvimento humano, examinando como a música pode ser
utilizada como ferramenta educacional e como a formação musical pode influenciar
outras habilidades cognitivas.
A perspectiva da neurociência destaca os avanços tecnológicos que permitem
o estudo do cérebro em relação à música. Os autores exploram pesquisas sobre os
efeitos da música no cérebro, os mecanismos neurais envolvidos na percepção
musical e como a música pode ser usada em terapias.
O artigo conclui enfatizando a importância da colaboração entre as disciplinas
para avançar na compreensão da música. Os autores ressaltam a necessidade de
pesquisadores trabalharem em conjunto, compartilhando conhecimentos e
metodologias para uma visão mais completa e integrada da música.

3
Volume 7 - 2013 | https://doi.org/10.3389/fnhum.2013.00562 , Frente. Zumbir. Neurosci., 13 de setembro de
2013 Sec. Neurociência Cognitiva (traduzido).

4
Em suma, o artigo destaca a importância da abordagem interdisciplinar na
pesquisa musical, apresentando as perspectivas da psicologia, educação e
neurociência. Ele enfatiza a necessidade de colaboração entre essas disciplinas para
uma compreensão mais abrangente dos efeitos e influências da música.
III.II. Da liberdade de expressão e a música:
A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido em várias
constituições ao redor do mundo, incluindo a maioria das democracias
contemporâneas. No contexto do texto constitucional, a liberdade de expressão é
frequentemente mencionada como um dos direitos fundamentais protegidos.
A liberdade de expressão pode ser encontrada em diferentes seções ou artigos
da Constituição, dependendo do país e de sua estrutura constitucional. Geralmente, é
protegida dentro das disposições relacionadas aos direitos fundamentais, liberdades
individuais ou direitos humanos. No caso do texto brasileiro, a liberdade de expressão
está referenciada através do art. 5. °, inciso IV, que: “é livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o anonimato” (BRASIL, 1988).
O texto constitucional reconhece a liberdade de expressão como um direito
inalienável e assegura que os indivíduos têm o direito de expressar suas opiniões,
ideias e pensamentos sem interferência indevida do Estado ou de terceiros. Esse
direito abrange uma ampla gama de formas de expressão, incluindo fala, imprensa,
escrita, arte, música, mídia digital e outras formas de comunicação.
A liberdade de expressão também protege o direito de receber e buscar
informações e ideias. Isso inclui o acesso a meios de comunicação independentes e a
liberdade de buscar, receber e disseminar informações de forma livre e sem censura.
No entanto, é importante destacar que a liberdade de expressão não é
absoluta e pode ter limitações legais. As restrições podem ser impostas em casos
específicos, como discurso de ódio, incitação à violência, difamação, segurança
nacional ou proteção de direitos e reputações de terceiros.
A liberdade de expressão, como expressa no texto constitucional, é
fundamental para a democracia e o Estado de Direito. Ela desempenha um papel
crucial na promoção do debate público, da diversidade de opiniões, do progresso
científico, cultural e social, e na garantia de transparência e prestação de contas das
autoridades governamentais.
É importante destacar que a interpretação e aplicação da liberdade de
expressão podem variar entre os países e seus sistemas jurídicos. Portanto, é
necessário consultar a Constituição específica de cada país para compreender
totalmente as disposições e limitações da liberdade de expressão de acordo com a
legislação local.
Ampliando ainda mais esse termo, precisa-se questionar o que é a liberdade
de expressão aos olhos do direito brasileiro. Nesse contexto, segundo o Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, a liberdade de expressão está ligada ao
direito de manifestação do pensamento, possibilidade de o indivíduo emitir suas
opiniões e ideias ou expressar atividades intelectuais, artísticas, científicas e de
comunicação, sem interferência ou eventual retaliação do governo. Nesse contexto, o
artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos define esse direito como a
liberdade de emitir opiniões, ter acesso e transmitir informações e ideias, por qualquer
meio de comunicação.

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É primordial destacar que o exercício de ambas as liberdades não é ilimitado.
Todo abuso e excesso, especialmente quando verificada a intenção de caluniar,
difamar, injuriar ou fazer qualquer tipo de apologia a crimes, pode ser punido conforme
a legislação brasileira no âmbito Penal e Civil.
De acordo com a Constituição Federal de 1988:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
...
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
nesta Constituição.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir


embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto
no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política,


ideológica e artística. (BRASIL,1998)

Já no entendimento de José Afonso da Silva:

A liberdade de comunicação consiste num conjunto de direitos,


formas, processos e veículos, que possibilitam a coordenação
desembaraçada da criação, expressão e difusão do
pensamento e da informação. É o que se extrai dos incisos IV,
V, IX, XII, e XIV do art. 5o combinados com os arts. 220 a 224
da Constituição. Compreende ela as forma de criação,
expressão e manifestação do pensamento e de informação, e a
organização dos meios de comunicação, está sujeita a regime
jurídico especial. (SILVA, 2000, p. 247)

Tratando-se da democracia, a liberdade de expressão é o direito fundamental


diretamente ligado à garantia de voz aos cidadãos na manifestação de suas várias

6
correntes políticas e ideológicas. No entanto, as liberdades de comunicação não se
delimitam apenas a possibilitar a participação política dos cidadãos, mas, também,
tornam viável a livre interação social no que diz respeito à religião, à cultura, à
economia, à educação etc. “liberdades fundamentais que devem ser asseguradas
conjuntamente para se garantir a liberdade de expressão no seu sentido total”
(MAGALHÃES, 2008, p. 74).
Diante o exposto, faz-se necessário traçar uma narrativa histórica destacando
os momentos em que a música e a expressão poética melódica ganharam força na
atuação de resistência em regimes antidemocráticos vividos no Brasil, a ditadura cível
militar brasileira (1964-1985) por exemplo, foi o ápice da repressão regida pelo Estado
brasileiro da época, em contrapartida, representou uma vasta produção de músicas,
canções, letras, poemas, entre outras manifestações de arte, desdobrando os limites
da interpretação, que foram cruciais na produção de críticas a toda violência e censura
instaurada pelo Estado na época.
Vários são os exemplos que podem ser citados, no entanto, na área musical
ganham mais destaques alguns compositores que faziam questão de produzir obras
que criticavam de maneira velada o ambiente ditatorial vivido naquele momento. Chico
Buarque, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Elis Regina são apenas alguns do vasto rol de
artistas apresentados que não pactuavam com as atitudes do regime antidemocrático
da época.
Partindo destas referências, elucida-se – Chico Buarque, sendo ele capaz de
usar seus dons artísticos musicais de composição para criar versos profundos,
dotados de uma carga interpretativa gigantesca, ainda que fosse perseguido na época
pelos militares que regimentavam a ditadura e a repressão política social, o compositor
não se intimidou e usou da música como um objeto que foi enquadrado como
resistência, no entanto, interpretam alguns críticos, como um aparato de promoção
que visou explorar o exercício do direito da liberdade expressão.
4
A trajetória de Chico em oposição à repressão teve início em 1968, quando ele
foi alvo de acusações por sua participação na Passeata dos 100 Mil, ocorrida em
junho, e por ser o autor da peça Roda Viva, que causou controvérsia durante sua
encenação no Teatro Oficina. Durante a temporada em São Paulo, membros do
Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiram o teatro e agrediram os atores.
Esses eventos foram suficientes para que, na semana seguinte à publicação
do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), Chico, coautor de "Sabiá" (com Tom Jobim), vencedora
do 3º Festival Internacional da Canção, fosse convocado a prestar depoimento no
Ministério do Exército. Em janeiro de 1969, ele partiu para a França com sua esposa,
Marieta Severo, para participar de um festival e permaneceu mais de um ano na
Europa, aguardando a poeira baixar. Vinícius de Moraes aconselhou-o a retornar
causando impacto: "Quando voltar, volte fazendo barulho", para que não fosse
"silenciado".
Durante a década de 1970, Chico compôs diversas músicas de protesto. Após
"Samba de Orly" (1969), feita com Toquinho na Itália, veio "Apesar de Você" (1970):
"Hoje você é quem manda / falou, tá falado / não tem discussão". Essa canção foi
proibida e só pôde ser gravada em 1978, juntamente com outra composição vetada
em 1973, "Cálice", em parceria com Gilberto Gil. Nos shows, Chico se habituou a tocá-
las no violão para que apenas a plateia as cantasse. A proibição era restrita às letras,
não afetando a versão instrumental.

4
https://memoriasdaditadura.org.br/artistas/chico-buarque/

7
Em "Jorge Maravilha" (1974), também escrita por Julinho de Adelaide, Chico
audaciosamente insinuou a festa da vingança com o verso "nada como um dia após o
outro dia". Em "Tanto Mar" (1975), ele enalteceu a Revolução dos Cravos em Portugal.
Em "Meu Caro Amigo" (1976), criticou a censura imposta aos correios. Em "Angélica"
(1977), prestou homenagem a Zuzu Angel, mãe do estudante Stuart Angel, que foi
morto sob tortura. Nos anos 1980, Chico se engajaria novamente na campanha pelas
Diretas, participando de comícios.
Nesse contexto, a música de protesto desempenhou um papel fundamental na
promoção da garantia fundamental de liberdade de expressão. Ao longo da história,
artistas e músicos foram usando a música como uma ferramenta poderosa para
transmitir mensagens políticas, sociais e culturais, desafiando o status quo e
ampliando o debate público. No entanto, é importante realizar uma análise crítica
sobre a importância dessa forma de expressão para a garantia da liberdade de
expressão.
Primeiramente, a música de protesto desempenha um papel crucial na
conscientização e mobilização da sociedade em relação a questões sociais e políticas
relevantes. Ao abordar temas como injustiça, desigualdade, opressão e abusos de
poder, a música de protesto pode inspirar os indivíduos a questionar e desafiar
estruturas e sistemas injustos. Ela pode oferecer uma voz coletiva para aqueles que
muitas vezes são marginalizados ou silenciados, permitindo que suas preocupações e
perspectivas sejam ouvidas.
Além disso, a música de protesto desafia o poder institucional e os discursos
dominantes. Ao questionar as normas estabelecidas e confrontar ideologias
dominantes, ela desempenha um papel crítico na promoção da diversidade de
opiniões e no incentivo ao debate público saudável. Através de suas letras e melodias,
a música de protesto pode estimular a reflexão, encorajar o diálogo e inspirar a ação
social.
No entanto, é importante reconhecer que a eficácia da música de protesto na
promoção da liberdade de expressão pode variar em diferentes contextos e
sociedades. Em algumas situações, a censura e a repressão podem limitar a
capacidade dos artistas de se expressarem livremente, comprometendo a garantia da
liberdade de expressão. A música de protesto pode ser alvo de restrições
governamentais, enfrentar a censura ou sofrer represálias de grupos poderosos que
buscam silenciar as vozes dissidentes.
Além disso, é importante considerar os desafios e limitações da música de
protesto. Embora possa ter um impacto emocional e mobilizador, nem sempre é capaz
de fornecer soluções concretas para os problemas sociais e políticos que aborda. A
música de protesto pode ser vista por alguns como meramente simbólica ou como
uma forma de entretenimento político, sem uma ação direta para a mudança real.
Em resumo, a música de protesto desempenha um papel importante na
promoção da garantia fundamental de liberdade de expressão. Ela permite que as
vozes dissidentes sejam ouvidas, desafia o poder institucional e estimula o debate
público. No entanto, é necessário reconhecer os desafios e limitações que podem
comprometer sua eficácia e garantir que sejam tomadas medidas para proteger e
promover a liberdade de expressão em todas as suas formas, incluindo a música de
protesto.
III.III. O acesso ao ensino na música e seus impactos na sociedade:

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Criar consciência das mazelas de uma sociedade é um processo complexo
que exige uma educação conscientizadora que é capaz de instruir desde as nossas
pequenas crianças até os mais idosos a respeito dos mais variados temas,
desigualdade social, violência nas ruas, descriminação e preconceito, dentre os
citados, a música sem dúvida pode trazer um novo olhar a respeito desses temas
conscientizando, independentemente de quaisquer amarras sociais, por credo,
orientação sexual, gênero, condição econômica, sobre os malefícios estar em uma
sociedade desigual e ainda repleta de estigas e preconceitos que ainda prejudicam a
ascensão dos mais prejudicados dentre a pirâmide dos oprimidos.
Outrora já dizia Paulo Freire em sua celebre obra “Pedagogia do Oprimido”, que o
sonho do oprimido é se tornar o opressor quando não se tem uma educação
transformadora, no entanto, é preciso refletir sobre como a música é capaz de reverter
os ciclos de violência rompendo com esse pensamento e, também, promover a
liberdade nos contextos de represália. Já vimos historicamente que as músicas de
protestos serviram como manifestações de resistência ao regime ditatorial brasileiro,
contudo, ainda sim, vive-se uma realidade em que as expressões artísticas através da
música podem dizer muito sobre as dificuldades de toda uma comunidade, agindo,
nesse sentido, como músicas que refletem uma realidade repleta de violência,
inseguridade e desafeto.
Nesse aspecto, na contemporaneidade, faz-se necessário destacar diversos
artistas nacionais que lutam por meio de suas músicas por uma sociedade menos
defasada no sentido de fazer com que todas as pessoas obtenham um senso crítico a
respeito da realidade angustiante presente no 5statuos quo. Por esta finalidade, Pablo
Vittar, Gloria Groove, Lin da quebrada, Urias, entre outros, por exemplo, ressaltam as
lutas e vivencias da comunidade LGBTQIAP+ através de suas músicas, além disso,
reflete as dificuldades de uma sociedade que estigmatiza, violenta e mata essa
comunidade que a muito tempo sofre e ainda continua, é valido ressaltar que o Brasil
ainda lidera o ranking dos países que mais matam pessoas 6LGBTs, segundo
pesquisas realizadas pelo GGB (grupo gay da bahia) e publicado na agência de
notícias aids.
Ainda sobre isso, foi aprovado, recentemente, a criação de uma 7CLP em Brasília,
no intuito de desenvolver bate papos e conclusões que pudessem ajudar esta
comunidade por exemplo, foram convidados, diversas ongs e instituições que tentam
promover a dignidade à essas pessoas que são, infelizmente, desumanizadas pela
sociedade, para comporem a mesa e o debate a cerca do tema: XIX Seminário
LGBTQIA+ do Congresso Nacional.
Ademais, destaca-se, a título de exemplificar o que fora abordado, a música
“Indestrutível”, da cantora e drag queen – Pablo Vittar, atualmente símbolo de
resiliência pela comunidade gay, nos trechos em que se canta as frases: “[...] eu sei
que tudo vai ficar bem e as minhas lágrimas vão secar[...]” e “[...] se recebo dor, te
devolvo amor[...]”, é conhecido por toda a comunidade, como uma música que deu
forças para superar tantos desafios que lhes foram impostos desde o momento em
que decidem mostrar para a sociedade sobre suas orientações e identidades distintas
da heteronormatividade.

5
Expressão em latim que quer dizer “estado atual”.
6
Sigla que corresponde a comunidade lésbica, gay, transexual, bissexual, entre outros.
7
Comissão Legislativa Participativa.

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Em suma, a música desempenha um papel fundamental na promoção da
conscientização, proporcionando uma plataforma de expressão e resistência. Ela
transcende barreiras, estimula a reflexão e cria um senso de comunidade, fortalecendo
a garantia fundamental de liberdade de expressão e promovendo uma sociedade mais
inclusiva, justa e igualitária.
O acesso ao ensino de música desempenha um papel crucial no
desenvolvimento individual e coletivo, além de ter impactos significativos na sociedade
como um todo. A educação musical proporciona oportunidades para o crescimento
pessoal, aprimoramento das habilidades cognitivas e emocionais, bem como o
fortalecimento da inclusão social e cultural. Nesta dissertação, exploraremos os
benefícios do acesso ao ensino de música e seus impactos na sociedade, apoiando-
nos em citações e referências relevantes.

Desenvolvimento cognitivo e habilidades acadêmicas: O ensino de música


está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento cognitivo, proporcionando benefícios
em diversas áreas acadêmicas. Segundo pesquisas, "o estudo da música tem sido
associado a habilidades avançadas de leitura, matemática e raciocínio espacial"
(Schellenberg, 2004). A aprendizagem musical estimula a memória, a atenção, a
concentração e a capacidade de resolver problemas, fornecendo uma base sólida para
o sucesso acadêmico.

Desenvolvimento emocional e bem-estar: A música tem um impacto profundo


no desenvolvimento emocional dos indivíduos. Ela permite a expressão das emoções,
fortalece a autoestima, promove o autoconhecimento e oferece um meio de lidar com
o estresse e as dificuldades emocionais. "A música pode proporcionar uma saída
emocional saudável, além de oferecer conforto e alívio do sofrimento" (Husain,
Thompson, & Schellenberg, 2002). O ensino de música contribui para o bem-estar
mental e emocional dos estudantes, melhorando sua qualidade de vida e construindo
resiliência.

Inclusão social e cultural: O acesso ao ensino de música desempenha um


papel crucial na promoção da inclusão social e cultural. A música é uma linguagem
universal que transcende barreiras e aproxima pessoas de diferentes origens e
contextos. Ao oferecer oportunidades de educação musical para todos,
independentemente de sua origem social ou econômica, promove-se a igualdade de
acesso à cultura e à participação na sociedade. Como afirmou o educador musical
José A. Bowen, "a música cria uma comunidade e une as pessoas" (Bowen, 2012). O
ensino de música possibilita o respeito pela diversidade cultural e o fortalecimento do
senso de pertencimento.

Desenvolvimento de habilidades sociais e colaborativas: O ensino de música


promove o desenvolvimento de habilidades sociais e colaborativas, proporcionando
oportunidades para a interação e trabalho em equipe. Ao participar de grupos
musicais, como bandas ou corais, os estudantes aprendem a ouvir, respeitar e
colaborar uns com os outros. Essas habilidades são transferíveis para outros aspectos
da vida, fortalecendo o espírito de cooperação e a capacidade de se relacionar com os
outros de maneira positiva.

Por fim, o acesso ao ensino de música tem impactos profundos e


multifacetados na sociedade. Desde o desenvolvimento cognitivo e emocional até a

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inclusão social e a promoção da colaboração, a educação musical desempenha um
papel fundamental na formação de indivíduos mais completos e engajados. Ao
fornecer oportunidades para o acesso igualitário à música, podemos construir uma
sociedade mais inclusiva, culturalmente rica e harmoniosa. Como disse Platão, "a
música é uma força moral. Ela nos dá alma ao universo, asas para a mente, voo para
a imaginação e vida a tudo" (citado em Confúcio, 551 a.C. - 479 a.C.).

Portanto, é essencial valorizar e promover o acesso ao ensino de música como


um direito fundamental para todos os membros da sociedade.

III.IV. Do papel do direito

Sem dúvidas o direito atua nas mais diversas áreas possíveis, sendo essas
representadas pela área da atuação das jurisprudências na área cível no que tange
aos direitos autorais, mas, também, na área do direito Constitucional no meio que
reflete sobre as garantias e direitos fundamentais.

O direito desempenha um papel fundamental no contexto do acesso ao ensino


de música e seus impactos na sociedade. Ele estabelece o arcabouço jurídico
necessário para garantir a igualdade de oportunidades, a proteção dos direitos dos
indivíduos e a promoção da inclusão social por meio da educação musical.
Garantia do direito à educação: O direito à educação é reconhecido como um
direito humano fundamental em diversas convenções internacionais e constituições
nacionais. O acesso ao ensino de música é parte integrante do direito à educação, e
os sistemas legais devem garantir que todas as pessoas tenham igualdade de
oportunidades para receber educação musical de qualidade, independentemente de
sua origem social, econômica, étnica ou cultural.
Promoção da inclusão e combate à discriminação: A legislação
antidiscriminatória desempenha um papel crucial na promoção da inclusão no ensino
de música. Ela visa combater qualquer forma de discriminação, como a discriminação
de gênero, raça, orientação sexual ou deficiência, que possa prejudicar o acesso
equitativo à educação musical. As leis de proteção dos direitos humanos e a legislação
de igualdade de oportunidades são essenciais para garantir que todas as pessoas
tenham acesso igualitário ao ensino de música.
Regulação do sistema educacional e curricular: O direito educacional regula o
sistema educacional, estabelecendo padrões e diretrizes para o ensino de música.
Isso inclui a definição de currículos e programas de estudo, a qualificação dos
professores de música e a criação de instituições educacionais especializadas. A
legislação educacional desempenha um papel importante na promoção da qualidade
do ensino de música e na definição de metas e objetivos educacionais.
Proteção dos direitos autorais e propriedade intelectual: O direito autoral e a
propriedade intelectual são áreas do direito que desempenham um papel relevante na
indústria da música. Eles protegem os direitos dos compositores, artistas e produtores
musicais, garantindo que eles recebam o reconhecimento e a remuneração adequada
por seu trabalho. O direito autoral também promove a criatividade e a inovação,
incentivando a produção de novas obras musicais.
O delito de violação de direito autoral está previsto no artigo 184 do Código
Penal, que descreve a conduta criminosa como sendo o ato de infringir direitos
inerentes ao autor, ou com eles relacionados. Um exemplo muito corriqueiro são as

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falsificações, ou os chamados produtos piratas, que são copiados e vendidos sem
autorização de quem os idealizou.
A pena prevista é de 3 meses a 1 ano de detenção e multa. Para o caso
de reprodução de obra ou produto, sem autorização, com intuito de obter lucro, a pena
é de 2 a 4 anos de reclusão e multa, que também é aplicada no caso de os produtos
copiados serem oferecidos por sistemas remotos, como internet, ou via cabos, como
fibra óptica.

Regulação de questões trabalhistas e contratuais: O direito do trabalho e o


direito contratual têm importância no contexto da música, especialmente no que diz
respeito aos contratos de artistas, músicos e profissionais da indústria musical. Essas
áreas do direito garantem a proteção dos direitos trabalhistas e contratuais dos
envolvidos na indústria da música, incluindo questões relacionadas a remuneração,
direitos autorais, condições de trabalho e relações contratuais.
Sendo assim, o direito desempenha um papel essencial no contexto do acesso
ao ensino de música e em seus impactos na sociedade. Ele garante o direito à
educação musical, promove a inclusão e combate à discriminação, regula o sistema
educacional e protege os direitos autorais e trabalhistas dos envolvidos na indústria
musical. Ao estabelecer um arcabouço legal sólido, o direito contribui para a criação de
um ambiente propício para o desenvolvimento e a valorização da música como uma
ferramenta transformadora e promotora da igualdade e da inclusão na sociedade.

IV. Conclusão
A partir das informações apresentadas, podemos concluir que o acesso ao ensino
de música desempenha um papel crucial no desenvolvimento individual e coletivo,
com impactos significativos na sociedade. A educação musical contribui para o
desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos indivíduos, promovendo habilidades
acadêmicas, bem-estar emocional, inclusão social e colaboração.
Por meio do acesso igualitário ao ensino de música, podemos proporcionar
oportunidades para o crescimento pessoal, fortalecimento das habilidades cognitivas e
emocionais, além de construir uma sociedade mais inclusiva, culturalmente rica e
harmoniosa. A música tem o poder de unir pessoas, superar barreiras e transmitir
mensagens poderosas, tornando-se uma forma de expressão e resistência.
No entanto, é importante ressaltar que o direito desempenha um papel
fundamental nesse contexto, garantindo o acesso à educação musical, promovendo a
igualdade de oportunidades, combatendo a discriminação e protegendo os direitos dos
envolvidos na indústria musical. A legislação educacional, de direitos autorais e
trabalhistas desempenha um papel relevante na promoção de um ambiente propício
para o desenvolvimento da música e sua valorização.
Nesse sentido, é necessário reconhecer a importância de políticas e iniciativas
que garantam o acesso amplo e igualitário ao ensino de música, a proteção dos
direitos dos artistas e profissionais da indústria musical, bem como a promoção da
diversidade cultural e inclusão social. Ao valorizar a música como uma forma de
expressão e transformação, podemos construir uma sociedade mais equitativa, criativa
e emocionalmente saudável.

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Dessa forma, o acesso ao ensino de música e a proteção de seus direitos por
meio do marco legal são elementos essenciais para o desenvolvimento humano, a
construção de sociedades mais justas e o fortalecimento da cultura. A música
transcende fronteiras, conecta pessoas e tem o poder de inspirar, conscientizar e
transformar vidas, tornando-se uma ferramenta poderosa para a promoção do bem-
estar e da liberdade de expressão em uma sociedade cada vez mais complexa e
diversa.
Sobre a liberdade de expressão ser promovida pela música, diante das
reflexões apresentadas, podemos concluir que a música desempenha um papel
fundamental na promoção da liberdade de expressão. Através de suas letras, melodias
e performances, a música transcende barreiras, desafia o status quo e oferece uma
plataforma para a expressão de ideias, emoções e perspectivas diversas.
A música é uma forma de comunicação universal que permite que artistas e ouvintes
expressem suas opiniões, questionem as normas estabelecidas e estimulem o debate
público. Ela fortalece a voz das minorias, dá visibilidade a questões sociais, políticas e
culturais importantes e proporciona um senso de identidade e pertencimento.
Ao transmitir mensagens de protesto, resistência e esperança, a música inspira a ação
social, mobiliza comunidades e desafia as estruturas de poder. Ela oferece um espaço
seguro para a expressão de experiências pessoais e coletivas, encorajando a reflexão
e a conscientização sobre questões complexas.
No entanto, é importante reconhecer que a liberdade de expressão por meio da
música não é garantida em todas as sociedades e contextos. Muitos artistas enfrentam
censura, repressão e ameaças à sua segurança quando usam a música como veículo
de expressão. Portanto, é necessário defender e proteger a liberdade de expressão
dos artistas, bem como promover um ambiente que valorize a diversidade de opiniões
e respeite a individualidade criativa.
Ao valorizar a música como uma forma de expressão, reconhecemos seu poder
transformador na promoção da liberdade de expressão. Ela nos lembra que a
liberdade de expressão é um direito fundamental que deve ser protegido e cultivado
em todas as esferas da sociedade. Ao incentivar a diversidade de vozes, apoiar a
criatividade e respeitar o poder da música como uma ferramenta de mudança,
podemos construir uma sociedade mais justa, inclusiva e aberta ao diálogo.
Portanto, que possamos celebrar e valorizar a música como uma poderosa promotora
da liberdade de expressão, reconhecendo seu papel na defesa dos direitos humanos,
na ampliação do debate público e na criação de um mundo mais rico em diversidade,
compreensão e respeito mútuo.

V. Referências

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