Você está na página 1de 8

Acesse o site da SBB

SOCIEDADE BOTÂNICA
www.botanica.org.br
DO BRASIL - SBB

ATUAL DIRETORIA DA SBB CONSELHO SUPERIOR Tesoureiro


Maurício Lamano Ferreira (UNASP)
Presidente Membros Titulares
Tânia Regina dos Santos Silva (UEFS) Presidente Secretária
Renata Carmo de Oliveira (UFU) Denise Espellet Klein (UNIRIO)
1ª Vice-presidente
Comissão Científica
Ana Maria Giulietti-Harley (UEFS) Vice-presidente Suzana Ursi - Coordenadora (USP)
Francisco de Assis Ribeiro dos Santos (UEFS) Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS)
2º Vice-presidente Vera Lucia Gomes Klein (UFG) Gustavo Hiroaki Shimizu (UNICAMP)
Jefferson Prado (IPA-SP/UNESP Pedro Lage Viana (MPEG) Lucas Cardoso Marinho (UFMA)
-São José do Rio Preto, SP) Karin Esemann-Quadros (UNIVILLE)
COMISSÃO EDITORIAL
Secretário geral Membros Suplentes
Glocimar Pereira da Silva (EMBRAPA) Maria Antônia Carniello (UNEMAT) Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS)
Cláudia Elena Carneiro (UEFS)
Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS)
Denise Espellet Klein (UNIRIO)
1ª Secretária João Ubiratan Santos (UFRA) Fernando Periotto (UFSCar)
Milene Maria da Silva Castro (UESB – JEQUIÉ) Luiz Antônio de Souza (UEM) Gustavo Hiroaki Shimizu (UNICAMP)
Lucas Cardoso Marinho (UFMA)
2ª Secretária COMISSÃO ORGANIZADORA Maurício Lamano Ferreira (UNASP)
Gardene Maria de Sousa (UFPI) DO 72° CNBOT Suzana Ursi (USP)

Secretária adjunta Presidente Fotografia de Tillandsia usneoides


Taciana Barbosa Cavalcanti (EMBRAPA) Fernando Periotto (UFSCar) Luiz Filipe Varella

Capas
1º Tesoureiro Presidente de Honra Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS)
André Luis da Costa Moreira (UnB) Leila de Fátima Nogueira Macias (UFPel) Letícia Carvalho de Mattos Marinho

2ª Tesoureira Vice-presidente Diagramação e Arte Final


Viviane Guzzo Carli Poelking (UESB) Cláudia Elena Carneiro (UEFS) Ericson Peres

Ficha Catalográfica - Biblioteca Central Julieta Carteado - UEFS

B758 Botânica [recurso eletrônico] : para que e para quem? : desafios, avanços e
perspectivas na sociedade contemporânea / Carlos Wallace do Nascimento Moura,
Gustavo Hiroaki Shimizu (organizadores). – Brasília, DF : Sociedade Botânica do
Brasil, 2022.
517 p. : il.

E-book.
Reúne os textos das palestras proferidas durante o 72º Congresso Nacional de
Botânica promovido pela Sociedade Botânica do Brasil.
ISBN 978-65-999117-1-2

1. Botânica – Ensino. 2. Botânica – Pesquisa. I. Moura, Carlos Wallace do


Nascimento, org. II. Shimizu, Gustavo Hiroaki, org. III. Congresso Nacional de
Botânica; 72. IV. Sociedade Botânica do Brasil.
CDU 581

Bibliotecário responsável: Luis Ricardo Andrade da Silva – CRB5/1790


Botânica: para que e para quem?

ETNOMICOLOGIA NO BRASIL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO


Larissa Trierveiler-Pereira1, Amanda Prado-Elias1,2, Laise de Holanda Cavalcanti Andrade3

Palavras-chave: conhecimento tradicional; fungos; micofilia; micofobia; micologia.

INTRODUÇÃO

O s cogumelos são considerados seres sagrados em diferentes culturas, tanto antigas como contemporâneas, devido
às suas propriedades alimentícias, medicinais e/ou neurotrópicas. No antigo Egito, eram considerados alimentos
da imortalidade, dádivas da deusa Osíris, e, assim, só poderiam ser consumidos pelos faraós e outros membros da reale-
za (Nikšić et al., 2016). Na medicina tradicional chinesa, existem relatos sobre o uso do fungo Ganoderma lucidum (reishi
ou Ling Zhi em chinês) há mais de 2 mil anos, e a deusa do reishi era venerada por proporcionar saúde e juventude eterna
(Loyd et al., 2018; Lin, 2019). O uso cerimonial de cogumelos, principalmente devido às propriedades alucinógenas de
algumas espécies, foi registrado em povos da América pré-hispânica (Guzmán, 2009; Ruan-Soto, 2007), paleo-asiáticos
(Levi-Strauss, 1993) e, talvez, na Índia antiga (Wasson, 1968) (Fig. 1).
Interessados principalmente no uso cerimonial dos fungos, o casal Robert Gordon Wasson e Valentina Pavlovna
Wasson monografaram a obra Mushrooms, Russia, and history (Wasson & Wasson, 1957), considerada o ponto de parti-
da dos estudos etnomicológicos. Os Wasson apresentaram um extenso estudo de revisão sobre o assunto com dados
inéditos, como a descrição de um ritual mazateca em Oaxaca, no México, envolvendo cogumelos alucinógenos. Eles
também introduziram a discussão sobre micofilia e micofobia, termos utilizados para designar pessoas e/ou povos que
sentem atração e repulsão por cogumelos, respectivamente.
De acordo com Wasson & Wasson (1957), a etnomicologia, termo cunhado por eles próprios, seria “o estudo do pa-
pel dos fungos mágicos nas sociedades primitivas”. Entretanto, esse ramo das etnociências, que se dedica em estudar
a relação dos seres humanos com os fungos, atualmente conta com uma definição mais ampla, podendo ser definido

Figura 1. Exemplos de cogumelos com propriedades medicinais (A) e alucinógenas (B, C). A. Ganoderma lucidum, espécie utilizada
na medicina tradicional chinesa. B. Amanita muscaria, cogumelo historicamente utilizado como narcótico pelo ser humano.
C. Psilocybe cubensis, uma das espécies alucinógenas utilizadas por indígenas nativos americanos. Fotografias: A. Wendell Smith
em Visualhunt (https://visualhunt.com/). B,C. L. Trierveiler-Pereira.

1. Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic), Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Campus
Lagoa do Sino, Buri, SP, Brasil.
2. Bolsista PIBIT/CNPq.
3. Departamento de Botânica, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

54
Botânica: para que e para quem?

como “o conhecimento tradicional e as manifestações e implicações culturais e/ou ambientais que derivam das relações
estabelecidas entre os fungos e o ser humano através do tempo e do espaço” (Moreno-Fuentes et al., 2001). De acordo
com Ruan-Soto & Ordaz-Velázquez (2015), a etnomicologia busca entender como homens e mulheres compreendem
os fungos, como e quais espécies são nomeadas e classificadas, os conhecimentos tradicionais de sua biologia e sua
ecologia, usos e práticas envolvidos e, principalmente, como eles aparecem nas cosmovisões de diferentes culturas.
Desde a introdução da etnomicologia como área de pesquisa, nos anos 1950, diversos estudos vêm sendo realiza-
dos em diferentes partes do mundo. Cunha et al. (2020) investigaram os artigos etnomicológicos publicados nos últimos
30 anos e concluíram que o número de estudos tem aumentado significativamente. De acordo com os autores, o país
com o maior número de publicações sobre o assunto é o México, considerado o berço dos estudos etnomicológicos
(Ruan-Soto, 2007), seguido da Índia e da China.
Apesar de serem menos expressivos, também há dados etnomicológicos provenientes de países sul-americanos
(e.g. Deschamps, 2002; Henkel et al., 2004; Zent et al., 2004; Vasco-Palacios, 2008; Zent, 2008; Trutmann, 2012; Gam-
boa-Trujillo, 2019; Molares et al., 2019; Martinez & Allen, 2020), incluindo o Brasil. Assim, o intuito deste trabalho é ofere-
cer um panorama sobre o conhecimento etnomicológico de comunidades brasileiras, apresentar resultados de estudos
recentes e discutir perspectivas futuras.

MATERIAL E MÉTODOS
Para a apresentação deste trabalho, foi investigado o estado da arte sobre o tema da etnomicologia no Brasil, com
revisão de artigos científicos, livros e outras publicações sobre o assunto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A. HISTÓRICO DOS ESTUDOS ETNOMICOLÓGICOS NO BRASIL
Oswaldo Fidalgo, micólogo brasileiro e pesquisador do extinto Instituto de Botânica, de São Paulo, pode ser con-
siderado o pioneiro dos estudos etnomicológicos no Brasil (Goés-Neto & Bandeira, 2002). Segundo seu próprio relato
(Trierveiler-Pereira & Prado-Elias, 2022), quando soube da publicação da obra dos Wasson, Fidalgo se interessou em re-
unir informações sobre o conhecimento que os indígenas brasileiros tinham sobre os fungos (Fidalgo, 1965). Até aquele
momento, os dados etnomicológicos sobre comunidades indígenas brasileiras haviam sido resgatados por naturalistas,
antropólogos e botânicos, mas sem interesse especial pelos fungos. O artigo teve tanta repercussão que Fidalgo foi
convidado a publicar o mesmo trabalho na Revista Brasileira de Antropologia (Fidalgo, 1968).
Fidalgo teve a oportunidade de visitar os Yanomami, na Amazônia, na companhia de Ghillean Prance (etnobotânico
inglês), onde, junto dos indígenas, coletaram cogumelos e fizeram anotações sobre os usos (culinários) e nomes popula-
res (Fidalgo & Prance, 1976). Posteriormente, Prance fez contribuições importantes para os estudos etnomicológicos no
país (Prance, 1972, 1973, 1977, 1984), relatando que, das tribos amazônicas que visitou, apenas os Yanomami utilizavam
os cogumelos corriqueiramente na alimentação (Trierveiler-Pereira & Prado-Elias, 2022). Esse costume ainda segue em
prática atualmente, e mais detalhes sobre o manejo e as formas de preparo dos cogumelos foram publicados por Sano-
ma et al. (2016). Atualmente, os cogumelos consumidos pelos Yanomami são comercializados e podem ser encontrados
à venda em grandes centros urbanos (Cogumelos Sanöma: https://cogumeloyanomami.org.br/).
Goés-Neto & Bandeira (2002), que publicaram há 20 anos uma revisão sobre os estudos etnomicológicos no país,
dividiram a história da etnomicologia brasileira em dois períodos, sendo o primeiro denominado utilitarista, e o segun-
do, a partir dos estudos de Fidalgo e Prance, de cognitivista. Uma conclusão interessante da revisão apresentada por
Goés-Neto & Bandeira (2002) é que na maioria dos estudos etnomicológicos realizados com povos indígenas brasileiros
observou-se que eles utilizavam termos específicos para nomear os fungos e os reconheciam como organismos úni-
cos, distintos de animais e plantas, algo que o âmbito acadêmico levou muito tempo para reconhecer (Whittaker, 1969).
Exemplos de alguns termos utilizados pelos indígenas para designar os macrofungos são: rö’p e tö’p (Mundurucu), do-rrô
(Carajá), urupê (Tupi-Guarani) e amo (Yanomami) (Fidalgo, 1965). Um glossário de termos etnomicológicos utilizados por
comunidades indígenas brasileira foi apresentado por Fidalgo & Poroca (1986).
A história dos estudos etnomicológicos no Brasil teve seu início com o resgate de conhecimento de populações
indígenas, principalmente na região Norte, mas o interesse pelo assunto se ampliou e, nos últimos anos, pesquisas vêm
sendo realizadas com outros povos tradicionais, como os quilombolas e as comunidades rurais que habitam o Centro-
-Oeste e o Nordeste do país (Sousa et al., 2015, 2017a,b; Santos et al., 2020; Calaça et al., 2021; Andrade et al., 2021). Esse

55
Botânica: para que e para quem?

terceiro período da história da etnomicologia no país foi denominado período da diversidade por Trierveiler-Pereira &
Prado-Elias (2022).

B. USO DOS FUNGOS NO BRASIL


Até o momento, o uso mais relatado na literatura etnomicológica brasileira é o de cogumelos comestíveis, espe-
cialmente por comunidades indígenas tradicionais (ver listas apresentadas por Vargas-Isla et al., 2013; e Putzke et al.,
2021), mas também há relatos em comunidades rurais (Santos et al., 2020). Os macrofungos utilizados na alimentação
são principalmente os degradadores de madeira (p. ex., espécies de Auricularia, Cookeina, Favolus, Lentinula, Lentinus,
Panus e Polyporus) (Fig. 2A).
Quanto ao uso de espécies medicinais, já em menor número, estas geralmente correspondem às orelhas-de-pau
ou gasteromicetos (Fig. 2B). Existem relatos de comunidades tradicionais na Amazônia brasileira (Fidalgo, 1965; Fidalgo
& Hirata, 1979) e comunidades rurais no Nordeste (Sousa et al., 2020; Andrade et al., 2021). Em uma comunidade indí-
gena do Nordeste, relatou-se o uso medicinal de liquens, chamados pelos Pankararu de “flor-de-pedra”, que são princi-
palmente utilizados no tratamento de distúrbios do sistema digestivo (Londoño-Castañeda et al., 2017). Milliken (2021)
também relata o uso de cordões miceliais de Brunneocorticium corynecarpon (Marasmiaceae) pelos indígenas Wai-Wai
(Roraima) no tratamento de disfunções urinárias. O uso cerimonial de cogumelos ou manifestações de micolatria não
tem sido relatado no Brasil, ainda que no país há quem utilize o cogumelo-mágico (Psilocybe cubensis) e o cogumelo-da-
mosca (Amanita muscaria) como alucinógeno.
Apesar de os estudos etnomicológicos focarem predominatemente em espécies de macrofungos comestíveis,
medicinais e/ou cerimoniais, outros usos podem ser atribuídos a esses organismos. Curiosamente, no Brasil, o primeiro
registro de uso etnomicológico foi o de esclerócio de Polyporus sapurema como ferramenta para amolar lâminas. O re-
lato é de 1560, do Padre Anchieta, considerado o primeiro naturalista do Brasil (Viégas, 1959). Outro relato interessante
do uso de fungos como ferramenta é das louceiras do Amapá (comunidades de quilombolas), que utilizam Pycnoporus
sanguineus para dar o acabamento em peças de cerâmica (Sotão & Figueiredo, 1996). No Piauí, Sousa et al. (2017b) rela-
tam que Ganoderma colosso tem uso como combustível, já que a orelha-de-pau é utilizada para transferência de fogo de
um local para outro. Na Amazônia, os Yanomami utilizam os rizomorfos de Marasmius yanomami (chamados de përisi) na
confecção de cestas (Fig. 2C), como relatam Yanomami et al. (2019).
O conhecimento sobre espécies tóxicas também é rico em comunidades micofílicas, porém no Brasil há pou-
cas informações quanto a essas espécies. Piso & Marcgrave (1648) afirmam que, na categoria de fungos denominados

Figura 2. Espécies brasileiras de macrofungos e seus usos em comunidades tradicionais. A. Favolus brasiliensis, espécie
comestível consumida pelos Yanomami (Sanuma et al., 2016). B. Pycnoporus sanguineus, orelha-de-pau utilizada na medicina
tradicional no tratamento de hemorragias (Andrade et al., 2021). C. Detalhe de cesta Yanomami com rizomorfos (filamentos
pretos) de përisi (Marasmius yanomami). Fotografias: L. Trierveiler-Pereira.

56
Botânica: para que e para quem?

carapucu pelos Tupi no Nordeste do país, existem espécies que são tóxicas, que crescem sobre esterco e madeira, e,
nos piores casos, a ingestão pode até levar à morte.

C. PERSPECTIVAS DAS PESQUISAS ETNOMICOLÓGICAS NO BRASIL


A ideia da etnomicologia, desde o seu estabelecimento como ciência nos anos 1950, sempre esteve atrelada a co-
munidades tradicionais. Contudo, é importante frisar que diferentes comunidades e até mesmo grupos urbanos podem
ser detentores de conhecimento etnomicológico, pois essa ciência não se preocupa apenas com a questão utilitarista
dos fungos, mas também com as diferentes concepções que as pessoas têm sobre eles (ver como exemplo o estudo
realizado por Cavalcante et al. [2022] no município de Humaitá [AM]).
Até o momento, a maioria das investigações etnomicológicas esteve concentrada principalmente na região Norte
do país, porém observa-se uma expansão territorial desses estudos (Trierveiler-Pereira & Prado-Elias, 2022). Ainda não
há dados oriundos da região Sul, e atualmente estamos realizando as primeiras investigações sistemáticas na região
Sudeste do país em uma comunidade rural do estado de São Paulo (Prado-Elias et al., dados não publicados).
Investigações sobre o gradiente de micofilia e micofobia (Ruan-Soto et al., 2013) ainda não foram muito exploradas
no Brasil. Dentre os indígenas da Amazônia brasileira, pode-se afirmar que alguns, como os Yanomami, são micofílicos
(Sanuma et al., 2016), e no Nordeste, Sousa et al. (2020) concluíram que a comunidade rural estudada era não micofílica.
No entanto, são necessárias mais pesquisas com o levantamento de dados quantitativos em diferentes regiões do país
para poder enquadrar comunidades brasileiras como micófilas, micófobas ou indiferentes.
A disciplina de Etnomicologia foi ofertada pela primeira vez em um curso de pós-graduação (UFPE/UFRPE) por
Fidalgo, em 1975 (Fidalgo & Poroca, 1986). A inclusão da etnomicologia nos currículos como tópico ou mesmo como
disciplina eletiva em instituições de ensino superior tem contribuído para a expansão das pesquisas e refinado as abor-
dagens nos aspectos conceituais e metodológicos.

AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Dr. Juliano Marcon Baltazar pelo apoio nas investigações e pela disponibilização da infraestrutu-
ra do laboratório (LEMic-UFSCar) para a realização dos estudos. Também agradecemos ao Conselho Nacional de Desen-
volvimento Científico e Tecnológico pela bolsa concedida à APE (PIBIT/CNPq/UFSCar 2021).

REFERÊNCIAS
Andrade LHC, Barros RFM, Lopes JB, Sousa SB. 2021. Medicinal fungi used by rural communities in Northeastern Brazil.
Indian Journal of Traditional Knowledge 20: 982-989.
Calaça FJS, Sousa DG, Belém-Junior JS et al. 2021. Perception of fungi by farmers in the Cerrado. Brazilian Journal of
Biology 82: e236219.
Cavalcante FSA, Mendoza AYG, Moura OS et al. 2022. Etnomicologia no Sudoeste da Amazônia: conhecimento e infor-
mação. Revista Valore 7: e-7023.
Cunha EL, Leonardo-Silva L, Guimarães LDA, Xavier-Santos S. 2020. Scientometrics of global scientific production
about ethnomycology. Etnobiología 18: 3-23.
Deschamps JR. 2002. Hongos silvestres comestibles del Mercosur con valor gastronómico, Documentos de trabajo. No.
86. Buenos Aires, Universidad de Belgrano.
Fidalgo O. 1965. Conhecimento micológico dos índios brasileiros. Rickia 2: 1-10.
Fidalgo O. 1968. Conhecimento micológico dos índios brasileiros. Revista de Antropologia 15/16: 27-34.
Fidalgo O, Hirata JM. 1979. Etnomicologia Caiabi, Txicão e Txucarramãe. Rickia 8: 1-5.
Fidalgo O, Poroca DJM. 1986. Etnomicologia brasileira. Boletín Micológico 3: 9-19.
Fidalgo O, Prance GT. 1976. The Ethnomycology of the Sanama indians. Mycologia 68: 201-210.
Gamboa-Trujillo P, Wartchow F, Cerón-Martinez et al. 2019. Edible mushrooms of Ecuador: consumption, myths and im-
plications for conservation. Ethnobotany Research and Applications 18: article 38.
Goés-Neto A, Bandeira FP. 2002. A review of the ethnomycology of indigenous people in Brazil and its relevance to eth-
nomycological investigation in Latin America. Revista Mexicana de Micología 17: 11-16.

57
Botânica: para que e para quem?

Guzmán G. 2009. The hallucinogenic mushrooms: diversity, traditions, use and abuse with special reference to the
genus Psilocybe. In: Misra JK, Deshmukh SK (orgs.) Fungi from different environments. Enfield, Science Publishers.
p. 256–277.
Henkel T, Aime M, Chin M, Andrew C. 2004. Edible mushroom from Guyana. Mycologist 18: 104-111.
Levi-Strauss C. 1993. Antropologia Estrutural 2. 4 ed. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro.
Lin Z. 2019. Ganoderma (Lingzhi) in traditional Chinese medicine and Chinese culture. Advances in Experimental Medi-
cine and Biology 1181: 1-13.
Londoño-Castañeda PA, Buril MLL, Rego-Cunha IP et al. 2017. Lichens used in the traditional medicine by the Pankararu
indigenous community, Pernambuco-Brazil. Global Journal of Science Frontier Research 17: 15-22.
Loyd AL, Richter BS, Jusino MA et al. 2018. Identifying the “Mushroom of Immortality”: assessing the Ganoderma species
composition in commercial reishi products. Frontiers in Microbiology 9: article 1557.
Martinez JCR, Allen JW. 2020. The hallucinogenic fungi of Colombia, a new perspective. Ethnomycological Journals:
Sacred Mushroom Studies 10: 73-173.
Milliken W. 2021. Traditional medicines amongst indigenous groups in Roraima, Brazil: a retrospective. Ethnoscientia
6: 116-139.
Molares S, Toledo CV, Stecher G, Barroetaveña C. 2019. Traditional mycological knowledge and processes of change in
Mapuche communities from Patagonia, Argentina: a study on wild edible fungi in Nothofagaceae forests. Mycologia
112: 9-2.
Moreno-Fuentes A, Garibay-Orijel RJA, Tovar V, Cifuentes J. 2001. Situación actual de la etnomicología en México y el
mundo. Etnobiología 1: 75-84.
Nikšić M, Klaus A, Argyropoulos D. 2016. Safety of foods based on mushrooms. In: Prakash V, Martín-Belloso O, Keener L
et al. (orgs.) Regulating Safety of Traditional and Ethnic Foods. Waltham, Academic Press. p. 421-439.
Prance GT. 1972. An ethnobotanical comparison of four tribes of Amazonian indians. Acta Amazonica 2: 7-27.
Prance GT. 1973. The mycological diet of the Yanomam Indians. Mycologia 65: 248-250.
Prance GT. 1977. The ethnobotany of Paumarí Indians. Economic Botany 31: 129-139.
Prance GT. 1984. The use of edible fungi by Amazonian Indians. Advances in Economic Botany 1: 127-139.
Piso G, Marcgrave G. 1648. Historia Naturalis Brasiliae. Elzevir, Amsterdã e Leiden.
Putzke J, Santos ABS, Castro RM, Putzke MTL. 2021. Macroscopic fungi used by indigenous people in Brazil: a review and
perspectives on the cultivation of edible species. Revista Agricultura Familiar 15: 87-109.
Ruan-Soto F. 2007. 50 años de etnomicología em México. Lacandonia 1: 97-108.
Ruan-Soto F, Caballero J, Martorell C et al. 2013. Evaluation of the degree of mycophilia-mycophobia among highland and
lowlandv inhabitants from Chiapas, Mexico. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine 9: 36.
Ruan-Soto F, Ordaz-Velázquez M. 2015. Aproximaciones a la etnomicología Maya. Pueblos y fronteras 10: 44-69.
Santos ER, Melo RFR, Andrade LHC. 2020. Conhecimento etnomicológico de comunidades que habitam o entorno da
REBIO de Pedra Talhada, Alagoas, Brasil. Gaia Scientia 14: 60-75.
Sanuma OI, Tokimoto K, Sanuma C et al. (orgs.). 2016. Ana amopö – Cogumelos. Enciclopédia dos alimentos Yanomami
(Sanöma). São Paulo, Instituto Socioambiental.
Sotão HMP, Figueiredo TS. 1996. Utilização do fungo Pycnoporus sanguineus (L.: Fr.) na cerâmica do Maruanum, Amapá.
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Sér. Botânica 12: 15-20.
Sousa SB, Lucena RFP, Barros RFM, Rocha JRS. 2015. Classificação folk dos macrofungos por uma comunidade rural no
semiárido do Nordeste do Brasil. Espacios 36: 18.
Sousa SB, Rocha JRS, Lucena RFP, Barros RFM. 2017a. Percepção sobre os macrofungos em uma comunidade rural na
Caatinga, nordeste do Brasil. Gaia Scientia 11: 231-241.
Sousa SB, Rocha JRS, Lucena RFP, Barros RFM. 2017b. Uso de macrofungos em região de caatinga no Nordeste do Bra-
sil. Gaia Scientia 11: 101-103.
Trierveiler-Pereira L, Prado-Elias A. 2022. Oswaldo Fidalgo, pioneiro da etnomicologia no Brasil. Ethnoscientia 7: 147-157.
Trutmann P. 2012. The forgotten mushrooms of ancient Peru. Lima, Global Mountain Action.
Vargas-Isla R, Ishikawa NK, Py-Daniel V. 2013. Contribuições etnomicológicas dos povos indígenas da Amazônia. Biota
Amazônia 3: 58-65.
Vasco-Palacios AM, Suaza SC, Castaño-Betancur M, Franco-Molano AE. 2008. Conocimiento etnoecólogico de los hon-
gos entre los indígenas Uitoto, Muinane y Andoke de la Amazonía Colombiana. Acta Amazonica 38: 17-30.

58
Botânica: para que e para quem?

Viégas, AP. 1959. A pedra flexível descrita por Anchieta. Bragantia 32: 31-37.
Wasson RG. 1968. Soma: divine mushroom of immortality. New York, Harcourt, Brace & World.
Wasson VP, Wasson RG. 1957. Mushrooms, Russia and history. New York, Pantheon Books.
Whittaker RH. 1969. New concepts of kingdoms of organisms. Science 163: 150–160.
Yanomami FCP, Paixão B, Santos BP et al. (orgs.). 2019. Përisi: përisiyoma pë wãha oni = Marasmius yanomami: o fungo
que as mulheres yanomami usam na cestaria. São Paulo, Instituto Socioambiental.
Zent EL. 2008. Mushrooms for life among the Jotï in the Venezuelan Guayana. Economic Botany 62: 471-481.
Zent EL, Zent S, Iturriaga T. 2004. Knowledge and use of fungi by a mycophilic society of the Venezuelan Amazon.
Economic Botany 58: 214-226.

59

Você também pode gostar