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História Moderna de Portugal I- Ensaio

Sandra Margarida Lima Alves n 202206646


Docente: Helena Osswald

Título: Equilíbrio social de poder, igreja


Introdução
O ensaio descritivo que se apresenta a seguir está dentro do tópico de fundamentos de poder.
Fundamentos designam-se regras ou leis primordiais que regulam neste caso o poder aqui
relativo à igreja, estes fundamentos que estariam ligados a diversos corpos que foram aqui
abordados.
O campo de poderes passa por uma profunda transformação ao longo do século XVI, que se
baseia no desenvolvimento da burocracia régia e criação de um sistema de conselhos,
acabando o alargamento de competências e da esfera de intervenção pela reforma da igreja,
resultando na reconstituição da hierarquia, controle do clero, reforço da ação pastoral e do
disciplinamento da população, com novas formas de articulação com velhos poderes
territoriais, senhorios e concelhos- e pela difusão de importantes formas de ação social-
misericórdias, confrarias , instituição de capelas. De que forma a capacidade de decidir e
influenciar decisões resulta dos processos de interação dos diversos corpos?

Justificação da questão
Escolhi esta questão de modo a entender melhor as formas de pensar do povo em questão, e
entender o desenvolvimento/ evolução da igreja ao longo do tempo. O que torna relevante
estudar isto tudo é o facto de vivermos como diz Mircea Eliade o Sagrado e o Profano no
tempo do homem religioso. A religião sendo então um espaço importante é relevante
entender as suas interações noutros corpos ligados a igreja importantes na sua forma de agir
sendo mais fácil entender o clero deste termo.

Bibliografia usada
MATTOSO, José; História de Portugal, Vol.3

Explicitação de conceitos
● Confrarias: Com objetivos assistenciais tendo mantido uma posição de reivindicação
dos privilégios obtidos e de posição de aparecimento de posições da mesma área de
atuação que poderiam absorver legados, esmolas e doações. O número de pessoas nas
confrarias varia entre dezenas e centenas, havendo alguns casos em que os moradores
são mais importantes, como a de nossa senhora das angústias.
● Misericórdias:Responsáveis pela fundação e administração de numerosos hospitais
em todo o Reino, pelo acompanhamento dos enfermos e o enterro dos mortos, pela
assistência aos pobres, aos presos e aos condenados a morte, desenvolvendo uma ação
importante como fazedoras de testamentos ou procuradoras de confrades que faziam
transferência de dinheiro das diferentes partes do Império. Com vestuário e insígnias
próprias em procissões e enterros. Fazendo-se representar por oficiais mecânicos e
nobres, pois os compromissos previam que o provedor fosse um fidalgo ou uma
entidade eclesiástica. Nascem a partir da agregação e absorção de confrarias
● Capelas: Instituição ocorre paralelamente às confrarias, não assume a mesma ação
potenciadora de alianças, baseando-se na afirmação de uma família ou linhagem, uma
capela na mesma igreja por diferentes famílias pode querer dizer relações e interesses
comuns. Essenciais no enraizamento social da Igreja quer na apropriação de elites que
adquirem poder clientelar na colocação de capelães e na relação privilegiada com
certas ordens religiosas.
● Inquisição: Criada pelo papa em 1536 pelo papa sob pressão de D. João III tendo o
estatuto de tribunal eclesiástico (funciona com os poderes delegados pelo papa com
diversas formas de perseguição a formas de heresia e os seus juízes) e tribunal da
coroa (sendo o inquisidor geral nomeado pelo papa sob proposta do rei e membros do
Conselho Geral que são nomeados pelo inquisidor geral, após o rei ser consultado).
Composta por clérigos seculares de direito canônico- a lógica burocrática de
promoção os membros do conselho geral são quase recrutados apenas pelos
inquisidores.
● Missionação: Formada por abades não eleitos, difusão do padroado régio, uso e abuso
do sistema de comenda, abandono do cumprimento de regras. Reforma das ordens
com um novo espírito e novos métodos, suscitando um novo espaço de intervenção da
coroa. As missões de evangelização dos territórios de conquista são um foco de
atração suplementar, que veio revelar vocações abrindo um vasto campo de
consciência religiosa. As missões mantêm uma ligação direta à população do
continente o que reforça o seu carácter multidimensional. Campo alargado de ação
das ordens religiosas, que vai ter um efeito evidente na sua posição dentro do corpo da
igreja
Conceitos nas obras
● leigo: que não pertence ao clero.
● breviário:livro que os sacerdotes devem ler todos os dias.
● Correntes de espiritualidade: Movimentos que unem as pessoas na religião
● Tradição caritativa medieval: Compra de tecido e calçado, primeiras esmolas aos
pobres encontram-se da aquisição do tecido em peça ou dos gastos suportados com
serviços realizados por gente ligada ao artesanato local. Registaram-se os gastos e
faziam-se conveniente referências às primeiras ofertas, ainda que pouco expressivas,
demonstrando a presença das práticas caritativas um círculo de oferta e procura. Uma
das componentes do salário consistia na entrega de peças de vestuário e de calçado.
Maioria de esmolas eram constituídas por roupa. As Misericórdias também recebiam
legados de roupa, possibilitando-lhes a gestão que fosse considerada mais
conveniente, financiando essa valência da sua atividade
● Patrística: é o estudo de escritos dos pais da Igreja.

Bibliografia conceitos
1) MATTOSO, José; História de Portugal, Vol.4
2) AZEVEDO, Carlos Moreira (dir.)História religiosa de Portugal Vol. II, Círculo de
Leitores, Dezembro 2000
3) PENTEADO, Pedro; Confrarias portuguesas da época moderna: problemas,
resultados e tendências de investigação; Lusitania Sacra;
s.d.LS_S2_07_PedroPenteado.pdf (ucp.pt)
4) MARTÍNEZ, Meritxell Pérez; La burocracia episcopal en la Hispania tardorromana y
visigótica (siglos IV-VII); Ediciones universidad de Salamanca; 2000
La_burocracia_episcopal_en_la_Hispania_t.pdf

Desenvolvimento\ Fundamentação
1. Corpo da Igreja, espaço privilegiado uma “família alargada”, a dar valor ao
sentimento de fraternidade e ao amor ao próximo. Pág. 26. l.15-23: Penteado
pág77 l.23-28,l.32-37; pág. 78 l.10-19 l.21-25: Polónia
1. Depois do Concílio de Trento, Fatores de dependência da igreja são aplicados pela
ação de outras corporações e de outros grupos de agentes, (divididos hierarquicamente
com interesses próprios )pág. 27, l.15-22, l 26- 30; pág. 28 l.5-8; pág 30 l.1-8, pag. 34
L.14-23; pág.35 l.1-5: Penteado. pág. 21 l.17-24, pág.17 : Gouveia

a. Processos de diferenciação e de dominação social, são construídos


primeiramente como uma forma de olhar à construção do estado ou de
mecanismos disciplinares. pág. 28 l. 1-4; pág. 39 l.6-16; Pág 40: l.24-28; pág.
41 l.1-4 Penteado; página 23 l.49-61: Azevedo

❖ Apoio entre o Estado e Igreja fundamental na ação evangelizadora,


que para a dominação e preservação política dessas areas por parte da
coroa. pág.142, l.15-25; pág.141, l.48-53: Azevedo

2. A Igreja é fundamental no interesse simbólico, ritos como batismo, casamento e


funerais… tal como as obras artísticas também como demonstração e forma de poder.
Sacramentos pela igreja, conhecem maior dimensão relacionados com a nova
exigência de funções imposta ao clero pela hierarquia. pág.24, l.14-18; pág.41; pag
47 l.4-12 : Carvalho. pág 18 l.6-9; l.18-22: Almeida
pág.192 l.83-113 pág. 193 pág 194 l 1-5. pág 57 l.1-11. l.19-30; pág 58 l. 1-19: Lopes

3. Há a valorização e forma de ação dos diversos grupos com a burocracia eclesiástica,


sendo o bispo o responsável pela atividade caritativa.
Pág 22 l.4-12: pág.23 l.1-10; pág. 24 l.1-4; pág.26 l.1-3

i. iniciativas espontâneas de constituição de misericórdia e de confrarias.


pág 143 l.12- 34: Sá
ii. iniciativas que fazem compreender a dinâmica dos processos de
solidariedade de dominação. pág. 48 l. 14- 21: Carvalho. pág 141,
l.29-34; pag 142 l.1-9 : Sá.

Autores dos textos, adequação


Relativamente a Amélia Polónia, sendo um artigo sobre reflexões da vida quotidiana no
século XVI, acaba por falar de uma forma sucinta do homem em si dizendo a mesma na
introdução que sendo este tema muito abrangente, fala de “história de mentalidades”
direcionando o seu estudo as maneiras de ser e de pensar de uma época, procura um sujeito
universal, sendo este homem religioso fala obrigatoriamente do papel da igreja na vida deste
tornando-se muito relevante para o trabalho em si, usando as fontes adequadas para o
trabalho final idealizado por esta.
Falando de José Mattoso a obra sendo de base para o começo do meu trabalho, foi
indispensável fala de todo o assunto no geral ajudando na estrutura do trabalho dá-me os
conhecimentos base para saber sobre o tema e para formular questões relevantes acerca do
mesmo.
António Camões de Gouveia faz uma explicação bem fundada com os outros investigadores
David Sampaio Brabosa e José Pedro Paiva sobre o que se passa depois do concilio de
Trento, sendo este livro resultado de uma atividade desenvolvida no seminário da História
Religiosa Moderna. O texto é simples e fácil de entender, sendo o autor objetivo naquilo que
quer e pretende passar para o leitor.
Maria do Rosário Salema Cordeiro Correia Carvalho foi também de extrema importância as
fontes usadas para esta, estão mais ligadas à história de arte do que propriamente a história
mas responde a questão do valor simbólico e importância deste para o trabalho, dando como
exemplo a misericórdia.
Isael Guimarães Sá faz um tema de trabalho também sobre as confrarias que me ajudou num
dos seus parágrafos a entender as iniciativas das misericórdias não sendo tão indispensável
como outros que aqui estão.
Carlos Moreira Azevedo, um dos autores da bibliografia obrigatória foi necessário sendo um
livro só da igreja e que apresenta muito do que se passou naquele tempo
António Magalhães, este autor teve como seu propósito, o entender destes corpos já nascidos
na Idade Média de forma a perceber o que muda de certa forma assim o conceito que me deu
foi acerca da tradição caritativa medieval foi uma boa fonte como qualquer artigo mais
específico dando uma boa explicação do que se fazia.
Meritxell Perez Martinez, um dos problemas foi encontrar um texto um pouco mais
específico que fala da burocracia eclesiástica, sendo este o que encontrei retirando o que se
falava na forma mais geral sendo também um bom texto no sentido historiográfico não
falando de Portugal
Belchior Tiago Dias Lopes, este autor dá-nos a entender um pouco sobre os ritos neste tempo
e as crenças, apesar de sendo do tema se focar mais na morte da um entendimento sobre a
Eucaristia bem ponderado e explicitado ao pormenor.
Carlos A. Brochado de Almeida, este autor apesar de também não falar necessariamente do
tema total posto em causa por mim e falar de algo mais específico da uma explicação no
ponto ligado à simbologia.

Conclusão
O Corpo da igreja é um espaço privilegiado que no tempo em que se encontrava precisou de
ajuda para não “desabar” sendo assim tem a ajuda destes corpos. Tudo isto acontece com a
união dos diversos corpos da burocracia eclesiástica naturalmente. Nascendo daqui e entre si
estes corpos estão ligados naturalmente e as suas decisões nascem da sua interação que vem
das suas raízes daí o que fazem está naturalmente ligado ao que são.

Bibliografia
1) MATTOSO, José; História de Portugal, Vol.3
2) CARVALHO, Maria do Rosário Salema Cordeiro Correia de;Por amor de Deus:
representação das obras de misericórdia, em painéis de azulejo, nos espaços das
confrarias da Misericórdia, no Portugal setecentista, FLUL; 2007 1_capitulo_1_a
3) SÁ, Isabel Guimarães; Momentos de viragem: a fundação da Misericórdia de Lisboa e
o seu primeiro Compromisso impresso de 1516;s.d.Momentos
Viragem_Isabel_Guimaraes_Sa.pdf (uminho.pt)
4) POLÓNIA, Amélia; Reflexões sobre alguns aspetos da vida quotidiana no século
XVI;6357000069839.pdf (up.pt)
5) AZEVEDO, Carlos Moreira (dir.);História religiosa de Portugal Vol. II, Círculo de
Leitores, Dezembro 2000
6) MAGALHÃES, António; “Vestir os nus” : As misericórdias na prática da terceira
obra de caridade corporal, Santa casa da Misericórdia de Braga, Agosto 2018
*Vestir_os_nus_as_Misericordias_na_prati.pdf
7) MARTÍNEZ, Meritxell Pérez; La burocracia episcopal en la Hispania tardorromana y
visigótica (siglos IV-VII); Ediciones universidad de Salamanca; 2000
La_burocracia_episcopal_en_la_Hispania_t.pdf
8) PENTEADO, Pedro; Confrarias portuguesas da época moderna: problemas,
resultados e tendências de investigação; Lusitania Sacra;
s.d.LS_S2_07_PedroPenteado.pdf (ucp.pt)
9) GOUVEIA, António Camões Gouveia; BARBOSA, David Sampaio e PAIVA,José
Pedro (coord.); O Concílio de Trento em Portugal e nas suas conquistas: olhares
novos; Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR); 1990
EHR_17_OConcilioTrento.pdf (ucp.pt)
10) LOPES, Belchior Tiago Dias;A vivência da morte na cidade de Braga e no seu termo
(finais do século XVI e XVII); universidade do minho Instituto de Ciências Sociais;
Janeiro de 2023; Belchior Tiago Dias Lopes.pdf (uminho.pt)
11) Brochado de Almeida, Carlos A. Uma aldeia milenar da Ribeira Lima: a sacralização
do seu espaço paroquial. U.P. Instituto superior da Maia; s.d.; Redalyc.Uma aldeia
milenar da Ribeira Lima: a sacralização do seu espaço paroquial

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