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Nasce em Feltre (província de Belluno), documentos atestam a presença da família tanto em Feltre, quanto em Zara.
Em Veneza segue a sua aprendizagem. Vai mais tarde para Roma onde colabora com Pinturicchio na decoração da casa do Papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia) concluída em 1494 e os
afrescos (perdidos) da loggia e das salas inferiores do mausoléu de Adriano que se tornou Castel Sant´Angelo Possivelmente também pelos rumores que circulavam na oficina de Pinturicchio
que começa o estudo da pintura da Roma Antiga.
Segundo Vasari em idade precoce vai para Roma e investigou os antigos, especialmente restos subterrâneos, e daí para Pozzuoli, onde ele pintou através de criptas antigas ou gruta- o estilo
arabesco fantasioso que este forma a partir desses estudos é designado de “grottesche”.
Não foi o 1º pintor de grottesche do Renascimento Italiano, pois arte deste tipo era desenvolvida , tanto na pintura quanto na escultura, por volta de 1480, este poderá ter ajudado a sua
difusão para o sul.
Vai para Florença depois da morte de Alexandre VI, onde conhece os principais artistas que trabalharam no início do séc XVI como Miguel Ângelo, Leonardo e Rafael. pintou alguns grotescos
finos no Palazzo Pubblico.
Por volta de 1505 volta a Veneza ajuda Giorgione na pintura de Fondaco dei Tedeschi e poderá ter permanecido com ele até 1510.
Poderá ter voltado a sua terra natal, Feltre em 1509, numa condição de muita ruína devido aos estragos da guerra, lá faz obras, incluindo frescos parcialmente existentes e considerados
quase dignos da mão de Rafael, na loggia ao lado da igreja de Santo Stefano.
Por volta dos 45 anos larga a pintura e passa a militar ao serviço da república veneziana. Feito capitão morre em Zara lutando bravamente (notícia dada por Vasari), na Dalmácia em 1519
(história questionável), há hipótese de ainda estar a pintar em 1522.
Outra hipótese é que depois de algum trabalho em Feltre, em 1522, ele provavelmente se mudou para Veneza. Adoeceu e morreu numa casa em Rialto em 14 de dezembro. 1526 foi
sepultado no cemitério de S. Francesco della Vigna.
A verdadeira profissão de seu irmão Pietro era ser sapateiro, na verdade pensou-se numa possível sobreposição de identidade entre dois.
o artista veneziano terá sido aluno de Leonardo em Florença: provavelmente naquelas salas do convento da anunciação ele foi capaz de ir aprendendo com o grande mestre. Inicialmente
imita Giorgione e depois Da Vinci.
Retábulo da Madona e o Menino com os Santos Estevão e Victor
● De 1511, tela pintura a óleo. Altura: 189.5. Largura: 122,
● Localiza-se: No Museu Cívico de Feltre, vem de retábulo da loggia da igreja de S. Stefano de Feltre
● Análise iconográfica : Santo Estevão: De origem greco romana helenística tinha-se convertido ao cristianismo..
Faz parte dos 7 primeiros líderes diáconos para ordenar as igrejas locais para cuidar das necessidades materiais da
igreja. Prega o evangelho em Jerusalém, também provoca muita oposição contra líderes religiosos judeus que o
acusavam contra a difamação e o arrastam fora das muralhas da cidade e o apedrejaram até á morte. pede perdão
pelos que o matam“ tal como Cristo , protomártir O nome grego (Stepahnos), significa coroa. S. Vitor: Recusa dar
oferendas aos deuses pagãos, encarcerado permanecendo por 6 dias sem comida ou água. arrastado pelas ruas da
cidade até ao hipódromo do círculo em Itália onde interrogado nega abandonar a sua religião, flagelado manteve-se
firme voltando ao cárcere teve as suas feridas cobertas por sungo derretido soldado africano ileso do castigo foge
da cadeia, descoberto e depois decapitado. Atributos: Cristo e a palma
● Gestos: Deus pai tal como o filho apresenta um gesto de bênção, Maria segura o menino. Os santos ambos
seguram a palma e S. Vítor faz o gesto de aceitação de benção
● Personagens: Deus Pai, S. Vitor, S. Estevão, Virgem com o menino.
● Cores: baseiam-se no rosa, verde, cinza, castanho, azul. O azul é associado à abóbada celeste.. Na Idade Média a
Virgem é representada com o manto azul como sinal de honra, esse costume que se espalha para roupas de
dignitários e monarcas, ao mesmo tempo adquirindo conotações marianas, cor nobre relevante do alto escalão da
pessoa do seu poder. O verde é a cor do mundo natural, estando as vestes da virgem e de S. Estevão com essa cor
e simbolizando a esperança pode ser da salvação. Sendo produzida com materiais escassos o rosa ligado a
sabedoria pela mistura de azul e vermelho dá uma sensação de tranquilidade calma e controle representada no
manto da Virgem. O vermelho apresentado nos dois mártires é a cor da paixão e do sofrimento com uma conotação
vitoriosa pela luta e vitória pelo sangue, é a cor do martírio dos mártires. O amarelo brilhante aparece aqui
lembrando a luz, o calor.
● Composição simétrica formando um triângulo
● Foco de luz incide na Virgem cm Deus acima desta
● Perspetiva atmosférica
● Aristotelismo, procura do real nas obras: representação de figuras banais como figuras sagradas,
● Inscrição nomeia Luzzi lorenzo mas a questão de saber se tal pessoa existiu ao lado não pode dada a
identidade do Caupo
● “…Secura e banalidade (figuras comuns) das figuras, tom de pele fofo e vazio nas vestes ricas, profundamente
coloridas…”- pag 251: CROWE;CAVALCASELLE
- Madona com menino com S. Estevão e S. Vitor, 1480
➔ Árvore dividindo
personagens de
paisagem
➔ Virgem e menino
representados
fisicamente de
forma igual
mesmas
personagens
➔ Tendência a
composição igual
A Anunciação, 1472
● Também há árvores a dividir a composição,
Giorgione aqui até mesmo o trono de Maria, aqui
representando enquanto que em Morto de
Feltre ele faz um desenho de uma rocha
● Cores das vestes de Maria, com vestes rica,
contemporâneas ao tempo e os santos com
vestes que remetem a sua história
● Representação de um soldado e um monge tal
como em Maria de Lorenzo Luzo um soldado e
um pastor
● Rostos parecidos não individualizados, numa
das obras algo que irá mudar nas suas obras
posteriores. Aqui Virgem muito jovem o que não
acontece com Morto de Feltre
Madonna e o menino
entre S. Francisco e S.
Nicásio, 1503
Grotescos
Características
O estilo grotescotransforma humanos, animais e vegetais em redes de figuras metamórficas ligadas.
● Heterogeneidade.
● Gentileza formal
● Antinaturalista
● Harmonia
● sem perspectivismo numa só dimensão
● oposição a naturalidade da arte clássica
● Inverossimilhança
● Anti Narratividade
● Deformação e extravagância
● seres híbridos e monstruosos cujos corpos se fundem a elementos de edificatórias oníricas ou ornamentos naturais completando-se uns aos outros. Decoração mural que enlaça em
formas arquitetónicas ou vegetais, seres híbrido metade humanos e metade flores, espirais e colunas
● Sobre fundo monocromático geralmente branco, figuras graciosas de quimeras mitológicas se distribuem de modo harmónico sobre pedestais, ou mesmo improvável equilíbrio soltas no
ar, ocupando o espaço do afresco num delicado e rigoroso traçado geométrico de grande beleza. Ornamenta em paredes ou tetos, com técnica de afresco ou de estuque que propõe ou
interpreta livremente- branco, vermelho sanguíneo, amarelo- ocre ou preto- sempre delineados ou circunscritos por molduras, frisos e colunas.
● personagens isolados como seres que nascem de ramos florais ou que residem em grinaldas vegetais, mas também sátiros, figuras de cortejo, poetas ou filósofos, aos quais se unem
cenas mitológicas, imagens de paisagens e elementos de carácter ornamental (ânforas, vasos, animais).
Rémi Aerem aponta para 3 principais grupos de representação iconográfica: Duplicidade, hibridismo e metamorfose.
Simetria de arranjos ornamentais, pedestais e arabescos, ligados por guirlandas, enfeitar de colunas e vigas em fileiras de cubículos e avarandados que representam um sublime lirismo
arquitetónico, a mesma cena mostra figuras humanas em transformação, ao desfazimento e prazer estético suficientes a convencer a alta aristocracia imperial romana como papas e cardeais e
nobres renascentistas a utilizarem o afresco ornamental grotesco em paredes e teto das suas grandiosas villas e palácios.
Sendo uma biografia não é muito abordado a sua obra, mas sim a sua vida. Assim fala por onde ele passa e o que faz onde passa,
fala que se inspira na obra de Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci em Florença, procurando a veracidade dessa afirmação pode-se
concluir que houve mais influência em Leonardo (como aconteceu com muitos outros artistas), do que com Miguel Ângelo onde
apenas consegui encontrar uma obra que pudesse servir de inspiração para as suas. Relativamente a Leonardo há inspiração em
pinturas Renascentistas e grotescos como se pode ver na obra presente neste powerpoint com o rosto de Mona Lisa, que estaria
localizada num convento onde seria ao lado a oficina de Leonardo, também num texto que encontrei era falada a possibilidade de
Leonardo ser o mestre deste artista o que normalizava mais a sua provável influência. Certas características são naturais no
Renascimento que são como coincidentes onde o artista podera ter encontrado inspiração ou não. Perante o texto de Vasari faz
sentido, perante o tempo onde vivia o valorizar dos grandes mestres . O autor diz que Lorenzo deixa o ramo de arte de Miguel
Ângelo e Leonardo convencendo-se que não atingiria tal perfeição voltando a trabalhar grottesche, aqui denota-se assim uma
biografia não baseada em factos, mas sim baseada no gosto de Vasari pelo trabalho destes, não está a contar a vida destes, mas
também a dar a sua opinião deixando um pouco de fantasia na sua obra.
Bibliografia
● CROWE, Joseph Archer; CAVALCASELLE;Geschichte der italienischen Malerei vol. VI; S. Hirzel; 1876; Geschichte
der italienischen Malerei - Google Books
● HOCHMANN, Michel; Venise et Rome 1500- 1600; Library Droz; 2004; Venise et Rome 1500-1600 - Google Books
● The International Cyclopedia - Google Books page 776
● Gama de Colores; Universidad Complutense Madrid; s.d.Gama de colores | Grupo CAPIRE (ucm.es)
● FIORENTINO, Alessandro; MANESCALCHI, Roberto; Morto da Feltre e la sua lenta resurrezi; Grafica European Center of Fine Arts, 1971;
● Morto_da_Feltre_e_la_sua_lenta_resurrezi.pdf
● Vasari, Lives of artists
● CARVALHO, Marcelo;Devaneio de Grotescas: O imaginário de Bachelard e a ancestralidade da pintura a fresco italiana; Mauad Editora;
2023; Devaneio de Grotescas: O imaginário de Bachelard e a ancestralidade da ... - Marcelo de Carvalho - Google Livros