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Igor Hempfling
Belo Horizonte
2022
Igor Hempfling
Belo Horizonte
2022
Igor Hempfling
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Prof. Erica Silva Frois
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Prof. Mônica Silveira Barrouin
1 INTRODUÇÃO 6
2 METODOLOGIA 8
REFERÊNCIAS 18
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com a pesquisa realizada por Abdo et al. (2002) sobre o perfil
sexual da população brasileira, a ejaculação prematura foi a segunda disfunção
sexual mais presente entre os homens participantes do estudo, sendo que, 15,8%
dos respondentes alegam sofrer/ter com a EP frequentemente e 41% às vezes. Em
relação a idade destes homens diagnosticados, a variação foi pouco significativa
pois os indivíduos de até 25 anos, dentre eles, 22% dizem ter a EP frequentemente,
comparado aos de 61 anos com 16,4%.
A qualidade de vida do homem diagnosticado com ejaculação prematura é
influenciada, de forma negativa, pelas causalidades da disfunção sexual. Segundo
Silva e Maia (2008, p. 93) “a ejaculação precoce traz consigo ansiedade e uma
grande parcela de culpa sobre o homem por não ter um bom desempenho sexual;
sendo o prazer sexual incompleto e muito rápido”. A autoestima e autoconfiança
masculina são as principais características afetadas mediante a perda de confiança
sexual, por não se ter obtido o desempenho sexual esperado e a permanência do
sentimento de frustração durante e após o ato sexual. Além disso, a sociedade
cobra ao homem uma imagem masculina de boa performance sexual, pois é imposto
sobre ele que o seu prazer sexual e de seu (ua) parceiro (a) é de sua total
responsabilidade, corroborando com a piora de seu quadro psicológico já abalado
(SARDINHA, 2017).
A saúde mental do homem com a EP não é o único elemento de sua vida
afetado de maneira negativa. O relacionamento conjugal do indivíduo com EP é
interferido pelo desapontamento masculino e sentimento de culpa sobre a mulher. A
parceira fica sexualmente insatisfeita e muitas vezes é culpada pelo fracasso da
relação sexual, podendo causar sintomas depressivos, e inviabilizando a criação de
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um ambiente tranquilo para uma boa performance sexual para o casal (SILVA;
MAIA, 2008).
Na busca pelo tratamento da disfunção ejaculatória, a terapia sexual com a
base teórica cognitivo comportamental (TCC) ganha destaque como escolha de
tratamento psicológico, pois trabalha-se com o paciente na aquisição de habilidades
sensitivas e sentimentais, melhorando sua comunicação com o parceiro (a) e
aumentando as competências sexuais, juntamente com exercícios práticos,
passados pelo psicólogo, que irão contribuir no controle do padrão ejaculatório
(FRANCISCHI et al, 2011, p. 547). Ao longo do processo terapêutico, o
terapeutizando pode contar com a ajuda de seu cônjuge na realização das sessões
e práticas terapêuticas, colaborando nos resultados e visando a melhora do
relacionamento.
Neste contexto, o artigo tem o intuito de apresentar o tratamento psicológico
com base na TCC para a ejaculação prematura, no objetivo de compartilhar
conhecimento sobre uma das intervenções psicológicas existentes na resolução da
disfunção sexual. Assim sendo, divulga-se uma forma de trabalho com
possibilidades de auxiliar os pacientes a conquistarem uma melhor qualidade de
vida sexual, tanto individual quanto em conjunto, além de contribuir na melhora da
saúde mental.
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2 METODOLOGIA
De acordo com a APA (2014, p. 423) por meio do DSM-V, uma disfunção
sexual é definida por “uma perturbação clinicamente significativa na capacidade de
uma pessoa responder sexualmente ou de experimentar prazer sexual''. Dentre as
disfunções sexuais apresentadas no DSM-V, existem subtipos para indicar a origem
do problema sexual e com isso, direcionar o tratamento a ser realizado com o
indivíduo diagnosticado. A primeira divisão se refere à quando a disfunção sexual
apareceu na vida sexual do indivíduo, sendo ao longo da vida, desde o primeiro ato
sexual até os mais recentes, e o adquirido, apresentado em algum momento de sua
vida sexual. Já a segunda divisão, aborda o como a disfunção sexual ocorre, de
maneira generalizada, sendo em qualquer contato sexual, ou situacional, que
acontece com determinados tipos de estimulação, situações ou parceiros (APA,
2014).
Masters e Johnson (1970) fizeram parte dos precursores nos estudos da
ejaculação prematura. O casal definiu a disfunção sexual como a incapacidade
masculina de retardar a ejaculação, de maneira temporária, o suficiente para que a
parceira sexual obtenha orgasmo também de, no mínimo, 50% do tempo.
Após alguns anos, Kaplan (1977) fez alguns estudos e que contrariaram os de
Masters e Johnson. Ela trouxe a luz que o orgasmo feminino se altera de mulher
para mulher, e a ejaculação masculina alterada não deve ser conceptualizada, de
forma central, pelo tempo em que o homem consegue retardar, mas sim, pela
ausência do controle voluntário, tornando-se o tempo de resistência ejaculatória e o
orgasmo feminino irrelevantes para a patologização da disfunção sexual.
Outro ponto apresentado por Kaplan (1977), que contribuiu na construção do
conceito da ejaculação distorcida, foi a ausência ou diminuição da percepção sob a
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passadas pelo terapeuta sexual durante o tratamento. Caso ele tenha parceria fixa,
a pessoa também terá influência na terapia sexual pois alguns exercícios sexuais
utilizados para o tratamento podem, e são recomendados, ser realizados em
conjunto. Assim, a empatia desse parceiro (a) em relação ao tratamento deve estar
presente. Silva e Maia (2008, p.94) comentam que “(...) é orientado ao casal que
cabe exclusivamente a eles a responsabilidade do sucesso do tratamento, expondo
ao casal um quadro realista do que pode ser esperado”.
O psicólogo durante todo o tratamento psicológico da disfunção sexual deve
se atentar aos relatos do paciente, com o objetivo de identificar os mitos sexuais
predominantes na vida sexual do mesmo. De maneira frequente, estes mitos sexuais
têm sua origem a partir de um histórico sexual de repetidasocorrências da disfunção
sexual nesse período de vida de sexualidade ativa, tendo ocorrido experiências
sexuais não prazerosas que levaram à construção desses mitos que passam a ser
creditados como verdades. Além destas relações sexuais ocorridas com o
surgimento da EP, a cultura predominante na sociedade que o homem vive é um
reforçador para que os mitos sejam mais cristalizados na vida do homem com EP,
tendo em vista que, a ideia imposta a esse indivíduo masculino de que ele é o
responsável pelo próprio prazer e o de sua parceria, torna-se obrigatório cumprir
esta responsabilidade.
A focalização sensorial I e II, proposta por Masters e Johnson, (cit. por
TONIETTE, 2001) consiste na suspensão do coito, pelo terapeuta, com o objetivo de
retirar a atenção do homem, com disfunção, da penetração pênis na vagina e
trabalhar as habilidades sensoriais do corpo. Essa técnica possibilita o despertar de
habilidades básicas de autopercepção das sensações, das mais amplas às mais
específicas, como as premonitórias da ejaculação, bem como contribui para que o
contato entre o casal seja enriquecido, uma vez que a presença da EP possa ter
gerado um possível desgaste e empobrecimento da vida sexual ao longo dos anos.
Massagens com cremes ou óleos sem cheiro é um exemplo para pôr em prática o
reconhecimento das sensações, tendo como primeiro momento, as massagens no
corpo todo e com roupas, e ao longo do tempo, retira-se as vestimentas,
reconhecendo, no próprio corpo e do outro, as partes sensíveis e agradáveis de
serem acariciadas (SILVA e MAIA, 2008).
Uma vez reconhecidas as sensações de prazer e o momento antes da
ejaculação, sendo mais específico o ponto de não retorno, será passado ao paciente
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FRANCISCHI, Fábio Barros de; AYRES, Daniel Cernach; ITAO, Ricardo Eidi;
SPESSOTO, Luis Cesar Fava; ARRUDA, Jose Germano Ferraz del; FACIO
JUNIOR, Fernando Nestor. Ejaculação precoce: existe terapia eficiente?. einstein
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GLINA, Sidney. Resposta sexual. In: GLINA, Sidney; ANKIER, Cila. Manual prático
de condutas em medicina sexual e sexologia. São Paulo: Santos, 2013. cap. 2, p.
13-16.