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Brazilian Journal of Development 57095

ISSN: 2525-8761

Manifestações orofaciais em crianças violentadas


sexualmente: o papel do cirurgião-dentista no diagnóstico

Orofacial manifestations in violent children sexually: the role of the


dentist surgeon in the diagnosis

DOI:10.34117/bjdv8n8-149

Recebimento dos originais: 21/06/2022


Aceitação para publicação: 29/07/2022

Larissa Cristina de Moura Vaz


Graduada em Odontologia
Instituição: Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO)
Endereço: Rua Professor José de Souza Herdy, 1160, Jardim Vinte e Cinco de Agosto,
Duque de Caxias - RJ
E-mail: larissa_cristinavaz@hotmail.com

RESUMO
O abuso sexual contra crianças e adolescentes é um dos principais problemas de saúde
pública mundial, que pode causar consequências físicas e psicológicas de curto e longo
prazo. O objetivo desse estudo é revisar a literatura sobre os sinais e sintomas
relacionados ao abuso sexual em crianças e adolescentes que podem ser identificados pelo
cirurgião-dentista. As manifestações orofaciais mais comuns são compostas por
lacerações, hematomas ou abrasões no lábio, língua, freios labiais e linguais, gengiva,
mucosa oral, traumatismos dentários, equimoses, mordidas e arranhões. As lesões bucais
de violência sexual são difíceis de diagnosticar, porque podem ser confundidos com
acidente ou doença, mas sinais como eritema, úlcera, petéquias no palato pode ser
significado de abuso sexual através do sexo oral forçado, além da presença de sintomas
das doenças sexualmente transmissíveis na região orofacial e orofaríngea. Muitas vítimas
não apresentam os sinais físicos supracitados, portanto, os aspectos psicológicos devem
ser levados em consideração. O medo por parte dos profissionais da saúde de enxergar a
violência é um fato, uma vez que temem pela reação dos familiares, o incorreto
diagnóstico e desconhecimento de como realizar a notificação. Em casos de suspeita de
abuso sexual, o cirurgião-dentista deve registrar no prontuário do paciente, seguido de
notificação aos órgãos competentes. Conclui-se que o odontólogo é um profissional capaz
de atuar na identificação de casos envolvendo abuso sexual infantil.

Palavras-chave: abuso sexual infantil, manifestações orofaciais, papel do cirurgião-


dentista, maus-tratos infantis, odontologia legal.

ABSTRACT
Sexual abuse against children and adolescents is one of the main public health problems
around the world that can cause physical and psychological short and long-term
consequences. The objective of this study is to review the literature on signs and
symptoms related to sexual abuse in children and adolescentes that can be identified by
the dentist. The most common orofacial manifestations are composed of lacerations,
bruises or abrasions on the lip, tongue, labial and lingual frenums, gingiva, oral mucosa,
dental trauma, ecchymosis, bites and scratches. Oral lesions from sexual violence are
difficult to diagnose, because they can be confused with accident or disease, but signs

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such as erythema, ulcer, petechiae on the palate can be a sign of sexual practice through
forced oral sex, in addition to the presence of symptoms of sexually transmitted infections
in the orofacial and oropharyngeal region. Many victims do not show the physical signs
mentioned above, therefore, the psychological aspects must be taken into account. The
fear on the part of healthcare professional of seeing violence is a fact, since they fear the
reaction of family members, the incorrect diagnosis and lack of knowledge of how to
carry out the notification. In cases of suspected sexual abuse, the dentist must record it in
the patient’s medical record, followed by notification to Organs competente bodies. It is
conclued that the dentist is a professional capable of acting in the identification of cases
involving child sexual abuse.

Keywords: child sexual abuse, orofacial manifestation, role of the dentist, child abuse,
legal dentistry.

1 INTRODUÇÃO
O abuso ou maus-tratos infantil é qualquer ato ou omissão que maltrate as crianças
de forma física, psicológica, sexual, negligente ou de exploração comercial, causando
uma série de problemas na saúde e no desenvolvimento da mesma 1. O abuso sexual é um
problema de saúde mundial e a maior parte das vítimas é formada por crianças e
adolescentes 1,2. A violência sexual consiste em realizar atos que obrigam as crianças e
os jovens a serem usadas para satisfazer de forma sexual, um ou mais adultos. E através
desse meio podem ser usadas chantagens emocionais, ameaças e agressões físicas 1.
Na maioria dos casos, a violação é feita por pessoas que participam do convívio
da criança ou do adolescente 3,4. A maioria das vítimas é do sexo feminino 1,4,5,6. A prática
sexual que envolve contato físico consiste em toques, carícias, beijos na boca, sexo oral,
atos com ou sem penetrações. Mas não ocorre somente com o toque físico e as crianças
devem ser alertadas sobre os sinais de quem sofre essas violações. Esse tipo de abuso
também pode ser executado através de falas erotizadas, exibição de material pornográfico
para menores de idade, exibicionismo ou o ato de observar as partes íntimas das vitimas
4,5,6
.
A violência sexual é o tipo de abuso contra criança mais silencioso em
comparação aos outros, podendo causar grandes consequências psicológicas e físicas,
prejudicando a saúde da vítima, sendo uma delas, a concepção de doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs) 6,7,8,9. O contágio é realizado através do contato sexual sem o uso
de preservativo com uma pessoa infectada 4.
Os maus-tratos contra crianças e adolescentes vêm aumentando gradualmente e
se propagando nos últimos anos. No cenário mundial, em decorrência da pandemia do

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coronavírus, que vem acontecendo desde o final do ano 2019, o número de casos de abuso
sexual aumentou de forma significativa, mas houve a diminuição enorme das denúncias.
Foram registradas mais de 17.000 denúncias feitas pelo Disque 100 antes da pandemia
no ano de 2019. Em 2021, até 12 de maio, foram registradas mais de 6 mil denúncias de
violência sexual infantil. Devido ao fechamento das escolas e creches, lugares de
socialização da criança e por estarem mais expostas ao seu possível abusador, as
denúncias realizadas para o Disque 100 diminuíram em comparação ao ano antes da
pandemia 10,11,12.
As lesões físicas mais comuns do abuso são na cabeça, pescoço, rosto e boca, por
isso é de grande importância que cirurgiões-dentistas saibam diagnosticá-las, já que
atuam em regiões de cabeça e pescoço. As manifestações orofaciais são compostas por
lacerações, hematomas ou abrasões no lábio, língua, freios labiais e linguais, gengiva,
mucosa oral, fratura dentária, luxação dentária, avulsão dentária, equimoses, mordidas e
1,2,3
arranhões . Além de lesões provenientes das doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs), podendo manifestar-se na cavidade oral através de lesões ulcerativas, vesículas
1,3,4
bolhosas e secreções . Os ferimentos são sugestivos de abuso, porque as crianças
brincam e se movimentam de forma independente, e nem toda DST vai ser decorrente do
abuso sexual 5.
As injúrias bucais mais prevalentes decorrentes da violência sexual são realmente
algo mais difícil de diagnosticar, porque pode ser confundido com acidente ou doença.
Mas sinais bucais como eritema, úlcera, petéquias no palato e lacerações dos freios pode
ser significado de prática sexual através do sexo oral forçado, inclusive a presença de
sintomas das DSTs na região orofacial e orofaríngea como as manifestações
condilomatosas, herpes, secreção por gonorreia, candidíase, sífilis, HIV/AIDS, podem ser
sinais de abuso sexual infantil. As patologias como sífilis e HIV/AIDS são mais raras de
surgirem, mas devem ser levadas em consideração 1,4.
Além do mais, sinais como dificuldade de deglutição, descontrole dos esfíncteres
e problemas para andar podem ser evidências de violação sexual. Muitas das crianças
violentadas sexualmente não apresentam sinais clínicos óbvios, então o comportamento
da mesma deve ser observado pelo profissional durante a consulta como a timidez
excessiva, falta de confiança, o desconforto de sentar na cadeira odontológica,
descontrole durante o atendimento e a criança não permitir inserir instrumentos
odontológicos na boca 1,3,4.

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O cirurgião-dentista por ser especialista na região orofacial, deve estar atento


sobre essas possíveis lesões e comportamentos emocionais. O primeiro passo é realizar
uma anamnese e um exame clínico detalhado, pois através disso pode ajudar a chegar ao
diagnóstico correto e evitar que negligências ocorram 3.
Em casos de possibilidade de abuso sexual, o dentista deve registrar tudo sobre a
consulta no prontuário do paciente como o relato da vítima e do responsável, as
características do estado psicológico da criança ou adolescente, o comportamento da
vítima frente ao responsável. O profissional pode solicitar exames complementares e
realizar fotografias. Em seguida, deve realizar a notificação aos órgãos competentes 3,4,5.
O medo por parte dos profissionais de saúde de enxergar a violência é um fato.
Uma vez que temem principalmente a reação dos familiares, o incorreto diagnóstico e
desconhecimento de como realizar a notificação 3. É imposto pelo Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA) e pelo Conselho Federal de Odontologia, que o profissional tem o
2,3
dever legal de notificar os casos frente ao abuso infanto-juvenil . A notificação é
obrigatória e deve ser dirigido para o Conselho Tutelar ou Juizado da Criança e Juventude,
de forma sigilosa, ou a denúncia deve ser feita para o Disque 100 3.
O objetivo desse estudo é apresentar sinais e sintomas relacionados ao abuso
sexual em crianças e adolescentes que podem ser identificados pelo cirurgião-dentista.

2 REVISÃO DE LITERATURA
Os estudos presentes na literatura mostraram que a violência sexual é uma questão
de saúde pública mundial na qual o cirurgião-dentista faz parte. Esse assunto é muito
importante para a formação do mesmo e envolve vários fatores, como questões sociais,
políticas, econômicas e culturais 1,2,3,4. Foram constatados que o predomínio das vítimas
é crianças e adolescentes do sexo feminino, porém pode acontecer com qualquer idade
1,2,4,5,6,7,8 1,6
ou ambos os sexos . Geralmente, os agressores são do sexo masculino .
Infelizmente, as pesquisas revelam que os abusadores geralmente são do âmbito
intrafamiliar 1,3,4,6,7,8,9,10.
Foi realizado um levantamento de estudos publicados sobre o aumento de casos
1,3,10,11,12
de abuso sexual nos últimos anos . Devido à pandemia da Covid-19, houve o
distanciamento das crianças com o sistema de apoio público e institucional, como as
escolas e o contato com o profissional da saúde, então ficou mais difícil de identificar a
violência infantil. O estudo revela que houve um declínio significativo no número das
denúncias de abuso sexual feitas para o Disque 100 e por outro lado, houve um aumento

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dos casos, já que as vítimas estão mais próximas do seu possível abusador nesse período
da pandemia 10,11,12.
A maior parte dos estudos mostraram que a prevalência das injúrias em crianças
abusadas fisicamente é na região orofacial 1,2,3,4,5,6,7,8,9,13. As lesões causadas pela violação
sexual podem estar presentes na cavidade bucal, independente da presença delas nos
órgãos genitais. A maioria dos estudos revela que as principais manifestações orofaciais
clínicas que podem ser indicadores de possível abuso sexual em pacientes pediátricos são
petéquias encontradas na junção do palato duro e mole causadas por felação, marcas de
mordidas, arranhões, equimoses por sucção no pescoço, traumatismo dentário, laceração
de freios labiais e linguais - principalmente em crianças de 1 a 8 anos de idade - podendo
apresentar hematomas ou ulcerações nos lábios, língua e mucosa oral pela prática sexual
também 3,4,5,6,7.

Figura 1 – Equimose palatina decorrente de felação.

Fonte: Neville BW, Damm DD, White DK. 1999. Pág. 181 14.

Figura 2 – Um freio labial rasgado sem uma explicação suficiente é suspeito de abuso infantil para bebês
e crianças.

Fonte: Bosschaart AN, Hermansson A, van Zeben-van der Aa T. 2014. Pág. 22. Disponível em:
https://cdn.gn1.link/iapo/imageBank/xii_manual_portugues_capitulo_1.pdf 15.

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Uma das observações feita em dois estudos é que as lacerações dos freios linguais
e labiais podem ocorrer acidentalmente em crianças que estão aprendendo a andar, porém
se a lesão for encontrada numa criança fora da faixa etária, é altamente sugestiva de abuso
sexual 6,7. Os frênulos podem ser rompidos através do sexo oral forçado 2,3,4
. As marcas
de mordidas também são algo difícil de identificar, porque pode ser confundido com
mordidas de animais ou até mesmo de outras crianças. Porém, a mordida humana é
geralmente superficial e de formato ovoide com a presença de hematomas, abrasões ou
equimoses, devido ao ato de sugar durante a mordida. Já a mordida de animal, apresenta-
se de forma profunda em conjunto de lacerações e avulsões dos tecidos 3,7.

Figura 3 – O bebê de um ano e quatro meses, hospitalizado com marcas de mordida no corpo e violência sexual.

Fonte: Disponível em: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2016/06/no-am-bebe-com-marcas-de-


mordida-e-vitima-de-estupro-segue-internado.html 16.

Figura 4 – Mordida por cachorro.

Fonte: Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/mundo/menino-leva-21-pontos-no-rosto-ao-ser-


mordido-por-cao-enquanto-tirava-selfie-19711808.html 17.

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Existem outras lesões que podem ser mais específicas e claras quanto à violação
sexual, o cirurgião-dentista deve estar atento para as doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs) na cavidade oral, como o condiloma acuminado, sífilis, gonorreia oral e perioral,
candidíase, herpes e as manifestações resultantes do HIV/AIDS 1,3,4,5,6,7,8,9. A gonorreia é
a patologia mais frequente em crianças vítimas de violência sexual. Os sintomas podem
aparecer nos lábios, na língua, no palato, na face, e especialmente, na faringe. Podendo
causar eritema, ulcerações e lesões com presença de pústulas, vesículas e
7,8
pseudomembranosas . Apesar da sífilis e as manifestações orais do HIV/AIDS serem
patologias raras, não devem ser descartadas, é necessário investigar a origem da doença
1,8
.
O condiloma acuminado é causado pelo vírus do papiloma humano (HPV) e o
aparecimento dessa doença em crianças pode ser indicativo de que elas estão sendo
violentadas sexualmente, devido ao contato sexual direto ser a principal via de
contaminação. Pode manifestar-se na região oral em forma de verruga agrupada, aspecto
de couve-flor, fixa, roseada, com borda delimitada e indolor 7,8,18
. “O diagnóstico
diferencial para o condiloma acuminado começa com a sua manifestação oral onde,
diferentemente do papiloma, se encontra agrupado a outros condilomas. Este possui ilhas
delgadas apoiadas sobre papilas epiteliais maiores que a verruga comum e o papiloma
escamoso 18.”
Outro ponto importante que pode ser avaliado é através da anamnese e exame
físico detalhado realizado pelo cirurgião-dentista, como no caso de uma menina de cinco
anos, que compareceu a clínica odontológica acompanhada do responsável com a queixa
de “caroço perto da gengiva em céu de boca”. A profissional suspeitou de uma doença
sexualmente transmissível pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), confirmado
posteriormente por exames específicos. Outra observação feita no exame intraoral é a
lesão presente no palato que pode acontecer decorrente do sexo oral (Figura 5) 19.

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Figura 5 – Condiloma acuminado e lesão no palato.

Fonte: https://m.facebook.com/AgoraNewsPiracicaba/posts/174588137499868/?refsrc=deprecated&_ 19.

Figura 6 – Menino de seis anos com HPV em lábio.

Fonte: Disponível em: https://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/2015/08/mae-que-


soube-de-estupro-de-garoto-ao-ir-dentista-vai-procurar-psicologo.html 20.

Através da observação clínica da lesão labial de uma criança de seis anos, o


dentista de um posto de saúde pode suspeitar de abuso sexual. O profissional presumiu
que o menino tivesse HPV, uma doença sexualmente transmissível, devido ao formato e
coloração da lesão. (Figura 6) 20.
Por outro lado, o contágio das doenças sexualmente transmissíveis pode ser
através do parto, quando o bebê entra em contato com a lesão contaminada da mãe na
região genital 7,8. Por isso, que o passo inicial é realizar uma boa anamnese para investigar
o histórico pessoal e familiar do paciente. Seguido de exames complementares, exame
clínico intra e extraoral, realizados de forma detalhada 3,5,6,7,8. Na literatura aponta que é
importante observar a aparência em geral do paciente como a vestimenta e o
comportamento emocional. Características como depressivo, distímico, ansioso, rebelde,
agressivo e/ou delinquente, tímido e a interação com o responsável 1,3,4,5,6,7,8,9,10,13.
O conhecimento em saber identificar os sinais e sintomas clínicos ou psicológicos
e saber intervir adequadamente, como realizar a notificação aos órgãos públicos, é de

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grande importância para o profissional, a fim de evitar que negligências ocorram


2,3,4,5,6,7,13
. As investigações realizadas na leitura explicita que a negligência cometida pelo
profissional ocorre devido ao medo de perder pacientes, falta de confiança nos órgãos de
proteção, medo dos pais, a dúvida de cometer um erro no diagnóstico, o desconhecimento
1,3,4,5,6,7,8
de como fazer a notificação e a quem recorrer . É importante mencionar que a
denúncia não é uma acusação, mas uma solicitação para investigar e dar assistência ao
caso. Poucos são os cirurgiões-dentistas que tem a questão sobre a violência abordada na
graduação ou pós-graduação, assim como os deveres e condutas definidos pelo Conselho
Federal de Odontologia. Por isso, faz com que muitos casos de abuso sexual sejam
subnotificados 2,3,4,5,6,7,13.
É imposto por lei e relatado no Conselho Federal de Odontologia, o qual explicita
no artigo 9º, inciso VII do Código de Ética profissional, que o cirurgião-dentista tem o
dever de notificar qualquer caso de suspeita ou confirmação de maus-tratos às autoridades
competentes. Caso contrário, o dentista estará infringindo o Código de Ética
2,3,5,6
Odontológica, podendo ser processado criminalmente . E também, é imposto pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que o profissional tem o dever legal de
notificar os casos frente ao abuso infanto-juvenil 2,3,4,10,13.
Todos os achados em casos onde há suspeita de violência sexual, o exame durante
o atendimento odontológico deve ser feito de forma minuciosa, realizando perguntas para
a criança ou para o responsável, caso a vítima não responda. O profissional deve
documentar detalhadamente na ficha clínica ou prontuário do paciente, realizar uma
descrição detalhada do exame clínico, das lesões, do estado emocional da criança, o relato
do responsável e da vítima, e em casos onde há presença de lesões, pode-se realizar
fotografias e radiografias 1,3,5,6. Compete ao cirurgião-dentista denunciar para o Conselho
Tutelar ou Juizado da Infância e Juventude, além de notificar o caso à autoridade policial.
A denúncia pode ser feita através do Disque 100 também – Disque Denúncia Nacional, a
fim de evitar que outras agressões tornem a acontecer 3,4,5,6,8,10,13.

3 CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS
Em decorrência do estupro, pode causar graves problemas na saúde da criança e
do adolescente como a gravidez indesejada, a concepção de doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs), deficiências físicas como lesão da uretra, hímen, área interna e
externa da vagina e/ou ânus e lesões na mucosa oral, pode provocar hemorragias, choques

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hipovolêmicos, incontinência fecal, irregularidades menstruais e dores pélvicas crônicas


8,9,10
.
As DSTs são outro problema para a saúde pública, pode causar a infertilidade,
disfunção sexual, aborto, partos de bebês prematuros e com problemas de saúde, câncer
e morte. Portanto, o cirurgião-dentista tem grande papel no diagnóstico precoce dessas
lesões causada pela doença, assim podendo evitar consequências futuras na saúde física
das vítimas 8.

4 CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS
Existem evidências que o abuso sexual provoca traumas de âmbito emocional nas
crianças e jovens, podendo persistir na fase adulta. Essas vítimas podem se tornar
vulneráveis, assim podendo ser violadas outras vezes ou podem se tornar adultos
abusadores repetindo o ciclo 8. Os danos psicológicos em curto prazo são o medo do
agressor e de pessoas do sexo do agressor; isolamento social; ansiedade; depressão;
transtornos alimentares, dissociativos e do sono; sentimentos de rejeição, confusão,
humilhação, vergonha e medo; comportamentos de agressividade e rebeldia; falta de
confiança; comportamento sexual impróprio. Nesse tipo de violência, o cirurgião-dentista
não encontrará sinais visíveis, então é considerável prestar atenção no comportamento do
paciente 3,4,6,7,8,9,10,13.
Na escola, o desenvolvimento da criança pode ser afetado devido ao estresse pós-
traumático, ansiedade e hiperatividade, assim o aluno pode ter dificuldades em fazer
3,5,6,7,8,13
amizades e prestar atenção . Outras consequências de nível tardio podem se
manifestar através de comportamentos suicidas; fobias mais agudas; maior intensidade
da ansiedade, depressão, raiva e isolamento; imagens distorcidas do mundo e dificuldade
de perceber a realidade; sensação crônica de perigo; abuso de álcool e outras drogas;
disfunções sexuais; disfunções menstruais 8,9,10,13.
De acordo com uma das literaturas, a desordem psicológica possui relação com as
alterações bucais, já que as mordidas crônicas no lábio e na mucosa são mais frequentes
em pessoas estressadas e ansiosas. Então, em decorrência do abuso pode acabar
provocando lesões na mucosa oral como a mucocele 13. A mucocele é o derramamento de
mucina no interior dos tecidos moles, provocada pela ruptura do ducto salivar.
Geralmente, o aparecimento dessas lesões é no lábio inferior e dorso da língua ao trauma
local que são provocadas por mordidas. O prognóstico da mucocele é excelente, desde
que haja a remoção do fator etiológico, podendo ocorrer à recidiva, caso não o elimine 13.

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Figura 7 – Mucocele por trauma de mordida.

Fonte: Silva AF, Silva SOA, Lima LCN, Pinheiro JC, Silva GB, Figueiredo CVO, Carvalho SPM.
Disponível em: https://revistas.brazcubas.br/index.php/roubc/article/view/853/939 13.

Através da observação do comportamento emocional e a coleta de dados


importantes de um paciente de onze anos, o dentista chegou ao diagnóstico através do
relato da mãe sobre o hábito de morder os lábios, ser ansioso, triste, calado e vinha
sofrendo abuso físico e psicológico do padrasto, além de sofrer bullying na escola. Assim,
o profissional de saúde pode concluir que a recidiva das lesões na mucosa oral foi devido
ao estresse causado pelos maus-tratos (Figura 7) 13. É importante o acompanhamento da
vítima ao psicólogo após o trauma e a sensibilidade do profissional para enfrentar essa
situação complexa, evitando consequências negativas no desenvolvimento pessoal da
criança 9,13.

5 DISCUSSÃO
Com o presente estudo, pode-se observar que as manifestações orofaciais mais
prevalentes na cavidade bucal são lacerações, hematomas ou abrasões no lábio, língua,
freios labiais e linguais, gengiva, mucosa oral, traumatismos dentários, equimoses,
1,2,3,4,5,6,7
mordidas e arranhões . Além de lesões decorrentes das doenças sexualmente
1,3,4,5,6,7
transmissíveis (DSTs) . Em relação às DSTs, a maioria incluiu a gonorreia oral,
1,3,4,5,6,7,8. 1,4,5,6,8
sífilis, condiloma Por outro lado, observou-se a herpes, além desses .A
candidíase e as manifestações do HIV/AIDS não foram descritas em todas as literaturas,
porém foram mencionadas em alguns estudos 1,4,8.
A maioria apontou que sinais como petéquias palatinas e doenças sexualmente
transmissíveis presentes na cavidade oral, podem ser altamente indicativo de abuso sexual
1,3,4,5,6,7
. Vários ferimentos podem ser confundidos com acidentes como as marcas de

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mordidas e as lacerações dos freios, que podem ser causadas por outros motivos. Houve
uma observação sobre as marcas de mordidas, que devem ser suspeitas quando
apresentam certo padrão, de forma ovoide e com presença de equimoses 3,7. E a laceração
do freio labial e lingual sem uma justificativa concreta ou fora da faixa etária, pode ser
causada pelo sexo oral forçado 2,3,4,6,7.
Quanto às lesões provocadas pela prática sexual em pacientes pediátricos, vários
confirmaram que é algo muito sugestivo, porque as crianças não irão apresentar sinais
clínicos óbvios, então a característica emocional da criança deve ser levada em
consideração durante o atendimento odontológico 1,2,3,4,5,6,7.
Em sua maioria, comprovam que a violação sexual ocorre geralmente no ambiente
intrafamiliar 1,3,4,6,7,8,9,10. Sobre a prevalência, o sexo feminino é o mais afetado, diante os
estudos presentes 1,4,5,6,7,8. Relataram que a criança abusada pode acabar se tornando um
abusador no futuro ou acabar sendo mais vulnerável a ser abusada novamente 8.
No que se refere aos casos de abuso sexual nos últimos anos, observou-se um
1,3,10,11,12
aumento significativo . No final de 2019, na pandemia da Covid-19, ocorreu a
diminuição das denúncias que são feitas para o Disque 100. Com o isolamento social,
mostrou que esse quadro intensificou pela ausência de supervisão, o que dificultou a
possível identificação de casos que ocorrem no convívio intrafamiliar, assim
prejudicando a saúde física e mental da criança 10,11,12.
No que diz respeito ao abuso sexual, pode provocar grandes traumas psicológicos
2,3,5,6,7,8,9,10,13
na vida das vítimas . Na maioria das investigações, afirmaram que pode
prejudicar o desenvolvimento da criança na escola e no convívio com outras pessoas
3,5,6,7,8,9,10,13
. De acordo com buscas feitas, a vítima futuramente pode ter uma série de
problemas como o uso de drogas em excesso, alcoolismo e graves problemas psicológicos
como a depressão 6,8,9,13.
A literatura relata que distúrbios psicológicos possuem relações com alterações
bucais. Então, fizeram observações sobre a mucocele, que são injúrias constantes em
pessoas ansiosas e nervosas, característico de crianças que estão sendo abusadas
fisicamente 13.
Sobre as consequências físicas como lesões nas genitálias, gravidez indesejada,
hemorragias e suas consequências, incontinência fecal, irregularidades menstruais e as
sequelas decorrentes das doenças sexualmente transmissíveis, podem ocorrer devido ao
estupro. Então, é necessário ter o conhecimento de como dar o suporte ideal para as
vítimas, assim evitando danos físicos e melhorando sua qualidade de vida 8,9.

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A maior parte constata que profissionais da saúde que trabalham em regiões de


cabeça e pescoço, tendem a serem as primeiras pessoas a identificarem sinais de maus-
tratos. Revelaram que os cirurgiões-dentistas trabalham em região favorável para
1,3,4,5,6,7,13
diagnosticar lesões decorrentes da violência sexual . Em relação aos dentistas,
grande quantidade apresenta resultados similares, afirmando que eles têm dificuldade de
identificar, conduzir o caso e denunciar frente a situações de abuso sexual infantil, devido
à falta de informações sobre o assunto. Bem como demonstram que muitos casos são
subnotificados por vários motivos, mas o principal é o medo por parte do profissional em
cometer um erro no diagnóstico, já que o assunto sobre violência é pouco abordado na
graduação 2,3,4,5,6,7,13.
Conforme pesquisas realizadas, em qualquer caso suspeito de abuso sexual, o
profissional deve realizar notificação ao Conselho Tutelar para possível investigação e
assistência à vítima 2,3,5,6,8,10,13. Além disso, observou-se que na falta deste pode realizar
2,3,4,5
a denúncia para o Juizado da Infância e Juventude . Outro órgão responsável é o
Ministério Público 3,13. Por outro ângulo, pode-se recorrer a autoridade policial também
2,3,5,7
. Inclusive, o Disque 100 passa a ser uma possibilidade para realizar a denúncia 3.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As lesões decorrentes de abuso sexual infantil podem estar presentes na cavidade
oral, portanto o cirurgião-dentista pode ser o primeiro profissional a identificar lesões de
violência sexual infantil. As principais manifestações orofaciais em crianças violentadas
sexualmente são petéquias palatinas por felação, marcas de mordidas, arranhões,
equimoses por sucção no pescoço, traumatismo dentário, lacerações, hematomas e
abrasões de freios labiais e linguais, língua, lábios e mucosa oral, além dos sinais e
sintomas das doenças sexualmente transmissíveis na região orofacial e orofaríngea.
Os cirurgiões-dentistas possuem dificuldades na identificação e condução dos
casos de abuso por falta de conteúdo na graduação. Com isso, ocorre omissão e muitas
denúncias não são realizadas. Compete ao profissional reconhecer precocemente os sinais
e sintomas relacionados ao abuso sexual infantil, levando em consideração fatores físicos
e psicológicos. O dentista deve estar ciente também das ações legais que precisam ser
tomadas para garantir a segurança e o bem-estar da criança como a notificação aos órgãos
competentes, a fim de evitar negligências. Em casos de suspeita de violência sexual, o
cirurgião-dentista deve notificar ao Conselho Tutelar ou Juizado da Infância e Juventude,
ou realizar a notificação discando para o número 100 ou para polícia.

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Brazilian Journal of Development 57108
ISSN: 2525-8761

Conclui-se que o odontólogo é um profissional capaz de atuar na identificação de


casos envolvendo abuso sexual infantil, podendo evitar que o sofrimento da criança se
perpetue, prevenindo o aparecimento de doenças bucais, evitando consequências futuras
na saúde e no desenvolvimento de vida pessoal do paciente pediátrico.

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