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11.

º ANO EM RESUMO
DOMÍNIO 1: MECÂNICA
SUBDOMÍNIO 1: TEMPO, POSIÇÃO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO

1.1 TEMPO, POSIÇÃO, DESLOCAMENTO E GRÁFICOS POSIÇÃO-TEMPO


Tempo
No estudo dos movimentos de um qualquer sistema mecânico que pode ser representado pelo seu
centro de massa é essencial conhecer a posição da partícula em cada instante.
Um instante (t) é o momento indicado por um cronómetro, medido a partir do início da contagem do
tempo, também designado a origem dos tempos. Já um intervalo de tempo (Δ𝑡), corresponde à
diferença entre o instante final e o instante inicial:
Δ𝑡 = 𝑡f − 𝑡i (s)
A linha que une o conjunto das posições sucessivas ocupadas por um corpo ao longo do tempo
designa-se trajetória, que pode ser retilínea ou curvilínea.

Exemplos de trajetórias: retilínea, deixada pelo rasto luminoso de meteoros (A) e curvilínea, assinalada pelo fumo
expelido pelo avião (B) ou pelo movimento das cabines de uma roda gigante (C).

Referencial
O estado de repouso ou de movimento e a trajetória dependem do referencial escolhido:
• Um referencial pode ser um corpo ou um sistema de coordenadas em relação ao qual é definida a
posição, a trajetória e o movimento da partícula em estudo.
• Uma partícula estará em movimento ou em repouso conforme a sua posição varia ou não em
relação ao referencial escolhido.
Posição
A posição (x ou y) de uma partícula pode ser determinada a partir das coordenadas cartesianas de
um referencial unidimensional– reta orientada, coincidente com a direção da trajetória e com uma
origem, O, arbitrada.
Um corpo move-se no sentido positivo se o sentido do movimento coincide com o sentido do
referencial cartesiano e move-se no sentido negativo se o sentido do movimento for contrário ao do
referencial cartesiano.

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Identificação do sentido positivo ou negativo do movimento a partir da orientação escolhida para o referencial.

Deslocamento
A distância percorrida ou espaço percorrido (d) é uma grandeza física escalar que corresponde ao
comprimento total da trajetória efetuada pela partícula. A distância percorrida é sempre positiva e a
sua unidade no SI é o metro (m).
O deslocamento (Δ𝑟⃗) é uma grandeza física vetorial e corresponde a um segmento de reta orientado
que une a posição inicial à posição final, indicando a variação de posição.
Numa trajetória retilínea, coincidente com o eixo Ox, em que a direção já é conhecida, pode simplificar-
se a análise do deslocamento referindo apenas o módulo do deslocamento (|Δ𝑥|), que indica apenas
a intensidade da grandeza, ou a componente escalar do deslocamento (Δ𝑥), que além da
intensidade indica o sentido do vetor deslocamento pois corresponde à diferença entre a posição final
e a posição inicial:
Δ𝑥 = 𝑥f − 𝑥i (m)
Embora o módulo do deslocamento seja sempre positivo, a componente escalar do deslocamento pode
ser:
• negativa, se a partícula se desloca no sentido negativo da trajetória;
• positiva, se a partícula se desloca no sentido positivo da trajetória.
Um deslocamento nulo pode significar que:
• a partícula esteve parada;
• a partícula terminou o seu movimento na mesma posição em que o iniciou.

Na viagem de Setúbal a Évora a distância percorrida é superior ao módulo do deslocamento.

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Conclusão:
Numa trajetória curvilínea a distância percorrida é sempre superior ao módulo do deslocamento.
Quando a trajetória é retilínea e não há inversão no sentido do movimento a distância percorrida
coincide com o módulo do deslocamento.
Pode haver uma distância percorrida com deslocamento nulo, se as posições inicial e final do
movimento coincidirem.

Gráficos posição-tempo
Para descrição de um movimento é possível utilizar:
Coordenadas de posição Gráfico de posição em função do
Tabela horária do movimento
sobre a trajetória tempo
t/s y/m
0,0 3,1
0,2 2,9
0,4 2,4
0,6 1,4
0,8 0,0

Nota:
A linha do gráfico posição-tempo não coincide com a trajetória descrita pelo corpo, apenas descreve o
seu movimento.
Da análise de um gráfico posição-tempo (𝑥 = 𝑓(𝑡)), para um movimento retilíneo segundo uma
direção horizontal em relação a um dado referencial, além de ser possível identificar as várias posições
ocupadas pela partícula, é possível concluir que a partícula:
• passa na origem do referencial quando (𝑥 = 0 m);
(D)
• está parada ou em repouso, se a linha é horizontal (a
posição não varia, é constante); (B – C)
• se move no sentido positivo, se a linha é crescente (a
valor da coordenada de posição aumenta); (A – B e
C – E)
• move-se no sentido negativo, se a linha é
decrescente (o valor da coordenada de posição
diminui); (E – F)
• inverte o sentido do movimento num ponto máximo
ou mínimo. (E)

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1.2 VELOCIDADE MÉDIA, VELOCIDADE E GRÁFICOS POSIÇÃO-TEMPO
Enquanto a rapidez média, grandeza física escalar sempre positiva, indica a distância percorrida por
𝑑
uma partícula, em média, por unidade de tempo (𝑟m = Δ𝑡), a velocidade média (𝑣⃗m ) é uma grandeza
física vetorial que define a variação da posição de um corpo num determinado intervalo de tempo, cuja
unidade no SI é o m s −1 .
Tratando-se de um movimento retilíneo em que se usa um referencial unidimensional de eixo Ox,
sendo a direção conhecida, pode simplificar-se a análise da grandeza referindo-se apenas ao módulo
da velocidade média (|𝑣m |) ou à componente escalar da velocidade média (𝑣m ) que corresponde
a:
Se a partícula se desloca no sentido positivo, 𝑥f > 𝑥i ⇒ Δ𝑥 > 0 e 𝑣m > 0;
Δ𝑥 Se a partícula se desloca no sentido positivo, 𝑥f < 𝑥i ⇒ Δ𝑥 < 0 e 𝑣m < 0;
𝑣m = (m s −1 ) {
Δ𝑡 Se a partícula está parada ou se a posição final coincide com a posição inicial,
𝑥f = 𝑥i ⇒ Δ𝑥 = 0 e 𝑣m = 0

A velocidade instantânea ou velocidade (𝑣⃗), num determinado instante, é o vetor para o qual a
velocidade média tende quando o intervalo de tempo se torna infinitamente pequeno. É uma grandeza
física vetorial com:

− direção tangente à trajetória na posição da partícula em cada instante.


− sentido do movimento da partícula: o valor positivo ou negativo da componente escalar
da velocidade da partícula depende do sentido positivo ou negativo do movimento,
respetivamente.
− intensidade que define a rapidez com que a partícula muda de posição.

Representação da velocidade em diferentes instantes, numa trajetória curvilínea (A) e retilínea (B).

Ainda que o velocímetro da mota indique sempre Numa trajetória retilínea, se o módulo da
o mesmo valor de velocidade (instantânea), velocidade não variar, a velocidade é
numa trajetória curvilínea a velocidade não é constante (em direção, sentido e
constante pois varia em direção. intensidade) e será também igual à
velocidade média (𝑣⃗ = 𝑣⃗m ) nesse
intervalo de tempo.

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É também o módulo da velocidade que define o
movimento adquirido pela partícula:

− Se o módulo da velocidade permanece


constante o movimento designa-se uniforme
e a partícula animada deste movimento
percorre distâncias iguais em tempos iguais.
− Se o módulo da velocidade aumenta o
movimento designa-se acelerado e a partícula
animada deste movimento percorre distâncias
cada vez maiores no mesmo intervalo de
tempo.
− Se o módulo da velocidade diminui o
movimento designa-se retardado e a partícula
animada deste movimento percorre distâncias
cada vez menores no mesmo intervalo de tempo.
Representação da velocidade de um motociclista com
movimento uniforme, acelerado e retardado.

Gráficos posição-tempo
Num gráfico posição-tempo:
A componente escalar do deslocamento num determinado intervalo de tempo [𝑡i ; 𝑡f ] s determina-se
pela diferença entre a posição final, 𝑥f , e a posição inicial, 𝑥i , desse intervalo de tempo por leitura
desses valores no gráfico.

A componente escalar da velocidade média de uma partícula, com movimento retilíneo num dado
intervalo de tempo, corresponde ao declive da reta secante (a vermelho) que passa pelos pontos da
curva correspondentes aos extremos do intervalo de tempo considerado.
Note-se que:
• se a partícula passa do ponto A = (𝑡i ; 𝑥i ) para o ponto B = (𝑡f ; 𝑥f ), o declive será:
𝑥f − 𝑥i Δ𝑥
= = 𝑣m
𝑡f − 𝑡i Δ𝑡
A componente escalar da velocidade de uma partícula num determinado instante corresponde ao
declive da reta tangente à curva nesse instante:

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• se o declive é positivo (𝑣 > 0) o movimento é no sentido positivo; (I e II)
• se o declive é negativo (𝑣 < 0) o movimento é no sentido negativo; (IV e V)
• se o módulo do declive é constante o movimento é uniforme;
• se o módulo do declive aumentar (aproxima da vertical) é acelerado; [10; 15] s
• se o módulo do declive diminuir (aproxima da horizontal) é retardado; [0; 5] s
• se o declive é nulo (𝑣 = 0) ou está em repouso, ou a inverter o sentido ou a alterar de movimento
retardado para acelerado ou vice-versa. (III)

1.3 ACELERAÇÃO E GRÁFICOS VELOCIDADE-TEMPO


A aceleração média (𝑎⃗m ) define-se como a variação da velocidade de um corpo num determinado
intervalo de tempo:
Δ𝑣⃗
𝑎⃗m = (m s −2 )
Δ𝑡
A aceleração (𝑎⃗) é o vetor para o qual a aceleração média tende num intervalo de tempo infinitamente
pequeno e traduz o modo como varia instantaneamente a velocidade.
Num gráfico 𝑣 = 𝑓(𝑡):
• a componente escalar da aceleração média do corpo com movimento retilíneo corresponde ao
declive da reta secante que passa nos pontos do intervalo de tempo considerado;
• a componente escalar da aceleração num determinado instante, corresponde ao declive da reta
tangente à curva nesse instante.

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Num gráfico 𝒗 = 𝒇(𝒕), a aceleração média corresponde ao declive da reta secante, a verde, e a aceleração ao declive
da reta tangente, a vermelho (A), sendo iguais se o módulo da velocidade variar linearmente com o tempo (B).

Quando a componente escalar da velocidade varia linearmente com o tempo, ou seja, varia sempre
na mesma proporção para intervalos de tempo iguais:
− a componente escalar da aceleração é constante e coincide com o declive da reta do gráfico 𝑣 =
𝑓(𝑡);
− a aceleração média em qualquer intervalo de tempo é numericamente igual à aceleração.
− o movimento designa-se uniformemente variado.
Uma partícula com movimento curvilíneo está sempre sujeita a uma aceleração. Como a velocidade
muda constantemente de direção, além de poder variar também em módulo, o corpo possui uma
aceleração numa direção diferente da velocidade em cada instante.
Um corpo com movimento retilíneo pode não estar sujeito a aceleração se o módulo da velocidade
⃗⃗). Mas se existe aceleração, a
não variar, como acontece com o movimento retilíneo uniforme (𝑎⃗ = 0
sua direção será sempre coincidente com a direção da velocidade em cada instante e no:
− mesmo sentido da velocidade se o movimento é acelerado;
− sentido oposto à velocidade se o movimento é retardado.
Na análise de um gráfico velocidade-tempo de um movimento retilíneo pode concluir-se que o corpo:

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• está parado, se a curva do gráfico é uma linha horizontal sobre o eixo das abcissas (o módulo da
velocidade é nulo); (VII)
• inverte o sentido do movimento quando a curva do gráfico cruza o eixo das abcissas; (𝑡 = 4,0 s)
• move-se no sentido positivo se a curva está acima do eixo das abcissas; ([0,0; 4,0] s e [7,0; 9,0] s).
• move-se no sentido negativo, se a curva está abaixo do eixo das abcissas; ([4,0; 6,0] s)
• apresenta movimento uniforme, se a curva é uma linha horizontal (o módulo da velocidade mantém-
se constante); (III)
• apresenta movimento acelerado, se a velocidade aumenta em módulo (I, V e VIII) ou retardado se
a velocidade diminui em módulo (II, IV e VI), o que acontece se a linha da curva do gráfico se afasta
ou aproxima, respetivamente, do eixo das abcissas;
• apresenta movimento uniformemente acelerado se o módulo da velocidade aumenta linearmente
com o tempo (o módulo da aceleração é constante e se 𝑣 > 0 então 𝑎 > 0 e se 𝑣 < 0 então 𝑎 <
0); (I e V)
• apresenta movimento uniformemente retardado se o módulo da velocidade diminui linearmente com
o tempo (o módulo da aceleração é constante e se 𝑣 > 0 então 𝑎 < 0 e se 𝑣 < 0 então 𝑎 > 0);
(IV e VI)
• a componente escalar do deslocamento corresponde à soma de todas as áreas definidas entre a
curva do gráfico e o eixo das abcissas, afetadas do sinal positivo ou negativo, dependendo se a
área se encontra acima ou abaixo, respetivamente, do eixo das abcissas
• a distância percorrida sobre a trajetória corresponde à soma de todas as áreas definidas entre a
curva do gráfico e o eixo das abcissas.
Relembre que:
𝑏×ℎ 𝐵+𝑏
𝐴quadrado = ℓ2 𝐴triângulo = 𝐴trapézio = × ℎ
2 2

Onde ℓ é o lado do quadrado, b é o comprimento da base, h é a altura e B é a base maior do trapézio.

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Subdomínio 2: Interações e seus efeitos
2.1 INTERAÇÃO GRAVÍTICA E TERCEIRA LEI DE NEWTON

Uma força é o resultado de uma interação entre dois corpos. Representa-se por 𝐹⃗ , sendo a unidade no SI o
newton, N. Como resultado dessa interação, a força exercida por um dos corpos provoca uma ação sobre o outro
que pode influenciar o estado de repouso ou de movimento do corpo. Se o corpo não se mover livremente, a
ação de uma força num corpo poderá provocar-lhe uma deformação.

As forças são grandezas vetoriais com:


• direção: a da reta segundo a qual a força atua.
• sentido: que indica a orientação da força numa dada direção.
• intensidade: que indica o módulo da força e corresponde à norma do
vetor, acompanhado da respetiva unidade.
• ponto de aplicação: Centro de massa do corpo.

Interações fundamentais na natureza


Os físicos explicam todas as interações observadas na Natureza através de quatro interações
fundamentais:
Ordem de grandeza Gravítica Eletromagnética Nuclear forte Nuclear fraca
do alcance / m Ilimitado Ilimitado 10−15 10−17
da intensidade relativa* 10−40 10−2 1 10−5
Responsável pela
Responsável atração ou Responsável Responsável
pela atração repulsão entre pela coesão pelo
Função
entre corpos partículas com dos núcleos decaimento
com massa. carga elétrica ou atómicos radioativo
entre ímanes
*obtida por comparação com a intensidade da força nuclear forte
Interação gravítica
De acordo com a Lei da Gravitação Universal, da interação entre dois corpos com massa resulta a
aplicação de uma força gravítica atrativa em cada um deles cuja intensidade é diretamente
proporcional ao produto das suas massas, 𝑚1 e 𝑚2 , e inversamente proporcional ao quadrado da
distância, 𝑟, entre os seus centros de massa:
𝑚1 𝑚2
𝐹g = 𝐺
𝑟2
A sua intensidade é fraca. Para se detetar o seu efeito, um dos corpos deve ter uma massa muito
elevada.
A força gravítica que a Terra, ou qualquer outro astro, exerce sobre um corpo, devido à interação
gravítica com esse corpo, é também designada por peso.

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Terceira Lei de Newton
De acordo com a Terceira Lei de Newton, quando dois corpos A e B interagem entre si, o corpo A
exerce sobre o corpo B uma força, 𝐹⃗𝐴 / 𝐵 , e o corpo B exerce uma força sobre o corpo A, 𝐹⃗𝐵 / 𝐴 , com a
mesma intensidade e direção, mas com sentido oposto:

𝐹⃗𝐴 / 𝐵 = −𝐹⃗𝐵 / 𝐴

• Um par de forças nestas condições constitui um par ação-reação, ocorrem em simultâneo e


resultam de uma mesma interação, logo são sempre da mesma natureza.
• Mesmo que as massas dos corpos que interagem sejam diferentes, ambas as forças têm a mesma
intensidade, mas o efeito que têm em cada um dos corpos, esse sim, depende da massa dos corpos.
• Não se pode considerar nulo o efeito deste par de forças, uma vez que atuam em corpos
diferentes.
O par ação-reação do peso do corpo encontra-se aplicado no centro do planeta.

Nota: a
representaçã
o não está à
escala.
2.2 EFEITO DAS FORÇAS SOBRE A VELOCIDADE
A atuação de uma força num corpo provoca a alteração do seu estado de repouso ou de movimento.
Quando a direção da força aplicada e a da velocidade não são as mesmas
pode decompor-se a força segundo duas direções perpendiculares:
• a direção da velocidade, tangente à trajetória e frequentemente
associada ao eixo Ox, designando-se essa componente como 𝐹⃗t .
• a direção normal, perpendicular à trajetória e frequentemente
associada ao eixo Oy, designando-se essa componente como 𝐹⃗n .

O efeito da força 𝐹⃗ aplicada no corpo será igual ao efeito conjunto do par de forças 𝐹⃗t e 𝐹⃗n :

• A componente de uma força que atua num corpo segundo a direção da velocidade, 𝐹⃗t , provoca
uma alteração no módulo da velocidade:
− aumentando-o (movimento acelerado), se a força tiver o sentido da velocidade.
− diminuindo-o (movimento retardado), se a força tiver sentido contrário à velocidade.
Se esta componente for nula, o módulo da velocidade permanece constante, logo o movimento será
uniforme.
• A componente de uma força que atua num corpo segundo a direção normal ou perpendicular à
velocidade, 𝐹⃗n , só provoca uma alteração na direção da velocidade. Se esta componente for nula
a direção da velocidade permanece constante e a trajetória é retilínea. Se existir apenas esta
componente e tiver uma intensidade constante e diferente de zero, o corpo descreve uma trajetória
circular.

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Efeito no movimento
Características da força aplicada e
componentes da força Tipo de
Tipo de movimento
trajetória
Aceleração na mesma direção e sentido
da velocidade; aumenta o módulo da
𝐹⃗ = 𝐹⃗t
Retilínea velocidade.
⃗⃗
𝐹⃗n = 0 – movimento retilíneo uniformemente
acelerado.
Aceleração na mesma direção, mas
𝐹⃗ = 𝐹⃗y sentido oposto da velocidade; diminui o
Retilínea módulo da velocidade.
⃗⃗
𝐹⃗n = 0 – movimento retilíneo uniformemente
retardado.

Existe aceleração numa direção


𝐹⃗ = 𝐹⃗n perpendicular à velocidade; altera a
Circular direção da velocidade, o módulo fica
⃗⃗
𝐹⃗y = 0 constante.
– movimento circular uniforme.

Existe aceleração numa direção diferente


da velocidade; altera a direção e o
𝐹⃗ = 𝐹⃗y + 𝐹⃗n Curvilínea módulo da velocidade.
– movimento variado.

2.3 SEGUNDA E PRIMEIRA LEIS DE NEWTON


Segunda Lei de Newton
A Segunda Lei de Newton ou Lei Fundamental da Dinâmica diz que a resultante das forças
aplicadas sobre um corpo é diretamente proporcional à aceleração por ele adquirida, sendo a
constante de proporcionalidade igual à massa do corpo.

𝐹⃗R = 𝑚𝑎⃗

Sendo a massa uma grandeza escalar sempre positiva, ⃗𝑭⃗𝐑 e 𝒂


⃗⃗ têm a mesma direção e o mesmo
sentido em cada instante e variam de forma proporcional. A expressão da componente escalar da
resultante das forças é então:
𝐹R = 𝑚𝑎
A linha do gráfico 𝐹R = 𝑓(𝑎) é uma reta que passa na origem, o que traduz a proporcionalidade direta
existente entre estas grandezas, em que o declive corresponde à massa do corpo.

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exemplo
Considere um corpo A de massa m e um corpo B de massa 2 m:

Como o declive da reta do gráfico 𝐹R = 𝑓(𝑎) corresponde à massa do


corpo, a reta correspondente ao corpo B terá o dobro do declive da reta
correspondente ao corpo A.
Aplicando forças de igual intensidade, nos dois corpos, verifica-se que o
corpo A adquire o dobro da aceleração do corpo B.

Como as componentes escalares da resultante das forças e da aceleração são diretamente


proporcionais, aplicando num corpo uma resultante das forças de intensidade variável no tempo a
forma dos gráficos da intensidade da força resultante em função do tempo (A) e da aceleração
adquirida em função do tempo (B) são semelhantes e proporcionais.

Assim, se a intensidade da resultante das forças aplicadas for constante, o módulo da aceleração
também será constante e o movimento será uniformemente variado.

Durante a descida, a força atua na


direção e sentido do movimento.

De acordo com a Segunda Lei de


Newton, a aceleração tem o mesmo
sentido que a força que, neste caso,
coincide também com o sentido do Durante a subida, a força aplicada
movimento, o que se traduz num no corpo tem sentido oposto ao
aumento do módulo da velocidade. movimento. Como consequência a
aceleração, tem o mesmo sentido
da força, mas sentido contrário ao
movimento, o que se traduz numa
diminuição do módulo da
velocidade.

Representação vetorial da resultante das forças, da velocidade e da aceleração no movimento de descida (A) e de
subida (B) de uma bola.

O movimento vertical de um corpo, próximo da superfície da Terra, apenas sujeito à força gravítica, é
designado queda livre. O corpo que realiza esse movimento é denominado grave, estando sujeito a
uma aceleração igual à aceleração gravítica (𝑔 = 10 m s −2 ), independentemente do corpo em
queda, pois, de acordo com a Segunda Lei de Newton e com a Lei da Gravitação Universal:
𝐹R = 𝑚𝑎 e 𝐹R = 𝐹g , então: 𝑚𝑎 = 𝑚𝑔 ⇔ 𝑎 = 𝑔
𝑚T 𝑚 𝑚T
𝐹R = 𝑚𝑎 ⇔ 𝐹g = 𝑚𝑔 ⇔ 𝐺 = 𝑚𝑔 ⇔ 𝑔 = 𝐺
𝑟2 𝑟2

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Primeira Lei de Newton
De acordo com a Segunda Lei de Newton, se a resultante das forças que atuam no corpo é nula, a
aceleração também seria nula e a velocidade do corpo seria constante:

𝐹⃗R = 𝑚𝑎⃗

⃗⃗ ⇒ 𝑣⃗ = constante {Se 𝑣 = 0, então permanece em repouso


⃗⃗ ⇒ 𝑎⃗ = 0
𝐹⃗R = 0
Se 𝑣 ≠ 0, então continua com MRU
Estas conclusões permitem enunciar a Primeira Lei de Newton ou Lei da Inércia: se a resultante das
forças que atuam num corpo é nula, (𝐹⃗R = ⃗0⃗), a velocidade mantém-se constante em direção, sentido
e módulo. Assim, um corpo em repouso permanece em repouso, e um corpo em movimento apresenta
movimento retilíneo uniforme (MRU).
A resistência que um corpo oferece à variação da velocidade é designada de inércia e é tanto maior
quanto maior for a massa do corpo. A lei da Inércia permite explicar situações que acontecem
diariamente, como as alterações de movimentos numa viagem.
exemplo
Quando um autocarro trava, o passageiro que viaja em pé sente o
seu corpo a ser projetado para a parte da frente do veículo na
tentativa de manter a velocidade que tinha instantes antes.
Quando o autocarro acelera, o passageiro é projetado para trás
porque tende a manter uma velocidade de módulo inferior à que o
autocarro possui nesse instante.

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