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28/08/2023, 18:35 Avaliação II - Individual

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GABARITO | Avaliação II - Individual (Cod.:891212)


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Prova 69134275
Qtd. de Questões 10
Acertos/Erros 5/5
Nota 5,00

1
Na França do século XIX, o movimento da codificação veio a mudar radicalmente o conceito de Direito,
fazendo a verdadeira “tabula rasa” da ordem jurídica anterior. Ao criar uma mentalidade nova que identifica
o Direito com os Códigos, os juristas desenvolveram um instrumental técnico de interpretação e aplicação
do Direito, seguindo uma orientação exegética.
Sobre a evolução interpretativa do Direito, assinale a alternativa CORRETA que descreve, conceitua ou
apresenta as características da forma de interpretação do Direito ocorrida no período da Idade Média:
Embora sem a coragem de negar completamente o Direito Natural, este passa a ter menor importância
e sem significado prático. O Direito Natural só importa ao jurista quando é inserido na lei, fazendo,
A
assim, uma inversão própria do pensamento positivista, ao desconsiderar o Direito Natural como
referencial de validade do Direito Positivo.
Predominava uma concepção dualista em que o Direito era definido individualmente em duas esferas
B distintas: o Direito Natural e o Direito Positivo, diferenciados quanto à gradação de superioridade ao
longo da formação histórica do pensamento jurídico.

O Direito Natural era considerado hierarquicamente inferior ao Positivo, concebido como Direito
C
comum, enquanto o Direito Positivo era o particular.

O Direito Natural é visto como “a lei escrita por Deus presente no coração dos homens”, como afirma
São Paulo na Sagrada Escritura, o que resulta na inversão da relação entre as duas espécies de Direito,
D
tendência que impregnou o pensamento jus naturalista de que considerou o Direito Natural superior ao
Positivo. Porém, apesar de tais distinções, ambos eram considerados como legítimos.

2
A Reforma Gregoriana foi um marco no Direito Canônico, marcando a sua construção e consolidando o
poder da Igreja. Trata-se de uma grande transformação liderada por Gregório VII (papa entre 1073 a
1085) cujo objetivo foi promover a absoluta autonomia do poder papal, uma vez que até este momento a
Igreja era uma comunidade espiritual de natureza estritamente religiosa, mas não jurídica. Gregório VII
separou os sacramentos (preceitos religiosos) e as leis, pois esta diferenciação não era realizada entre as leis
canônicas e os rituais e liturgias religiosas. Havia também uma certa subordinação entre o papado e o poder
civil com a forte ingerência dos nobres e reis, sobretudo das decisões acerca dos cargos e eclesiásticos.
Com a Reforma Gregoriana, aos poucos a imposição de penitências aos fiéis vai se diferenciando das
sanções legais como consequência de violação da lei. Dentre as contribuições da Reforma Gregoriana ao
Direito, está a organização de forma clara das fases processuais.
Com relação a essas fases processuais, assinale a alternativa CORRETA que apresenta a fase processual
denominada “Litis Contestatio”:
Queixa apresentada pelo autor a uma autoridade oficial que lê na presença do réu a acusação ou
A
pedido.
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Fase onde apresenta-se o que é chamado de preliminares (qualquer defesa que não seja o mérito
B propriamente dito) que seriam dilatatórias ou peremptórias, que poderiam impedir o andamento do
processo ou atingir o próprio direito.

C Manifestação realizada pelo magistrado, resolvendo o mérito.

D Contestação ou defesa apesentada à acusação ou pedido.

3
A ideia da existência de lacuna é um desafio ao conceito de completude do ordenamento jurídico. Segundo
o jusfilósofo italiano Norberto Bobbio, no livro Teoria do Ordenamento Jurídico, pode-se completar ou
integrar as lacunas existentes no Direito por intermédio de dois métodos, a saber: heterointegração e
autointegração. Assinale a alternativa CORRETA que explica como o jusfilósofo define tais conceitos na
obra em referência:
O primeiro método consiste na integração operada por meio de recursos a ordenamentos diversos e a
fontes diversas daquela que é dominante; o segundo método consiste na integração cumprida por meio
A
do mesmo ordenamento, no âmbito da mesma fonte dominante, sem recorrência a outros
ordenamentos.
A heterointegração consiste em preencher as lacunas recorrendo-se aos princípios gerais do Direito,
B uma vez que esses não estão necessariamente incutidos nas normas do Direito positivo; já a
autointegração consiste em solucionar as lacunas por meio das convicções pessoais do intérprete.
O primeiro método diz respeito à necessidade de utilização da jurisprudência como meio adequado de
C solucionar as lacunas sem gerar controvérsias; por outro lado, o segundo método implica buscar a
solução da lacuna por meio de interpretação extensiva.
A heterointegração exige que o intérprete busque a solução das lacunas nos tratados e nas convenções
D internacionais de que o país seja signatário; por sua vez, a autointegração está relacionada à busca da
solução na jurisprudência pátria.

4
A paisagem jurídica da modernidade é simples, aliás simplíssima. Com o imediato esclarecimento de que a
simplicidade é fruto de uma drástica redução, que a complexidade própria à toda ordem jurídica
foi obrigada a contrair-se em um cenário onde atores são unicamente os sujeitos individuais.
Sobre a redução da paisagem jurídica moderna, assinale a alternativa INCORRETA:
Tende-se à eliminação das sociedades intermédias. Para a perfeita realização de um tal projeto
sócio/político/jurídico, estas são inevitavelmente um inconveniente impedimento que, encarnado em
A
filtros medievais entre indivíduo físico e Estado/pessoa, condicionam um e outro e atenuam a expressão
de ambos.
A sociedade, em sua globalidade e complexidade, está ali e não poderia deixar de estar, mas resta
B como um pano de fundo inerte do qual se retirou toda a possibilidade de manifestar-se e de exprimir-se
juridicamente.
No plano do macrossujeito não se exaure a vontade do titular do poder supremo, manifestando-se
C como ordem, em um direito que nasce das raízes do social mas que é apenas interpretado pelo
soberano.

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As fontes fecham-se em uma pirâmide rigidamente hierárquica, com a completa eliminação de toda
D
expressão pluralista. O monismo jurídico exclui o material consuetudinário, a ciência e a jurisprudência.

5
Ao se consolidar uma classe de profissionais do Direito, também se disseminou uma forma de solucionar
conflitos, uma prática processual cuja marca era a racionalidade e a técnica. Além de ter introduzido o
processo escrito (autos), que passou a exigir um corpo notarial, a escrita processual exige termos e fórmulas
específicas e, assim, a lógica de técnica vai assumindo relevância.
Com relação ao processo inquisitorial, seus objetos, procedimentos e consequências, assinale a alternativa
CORRETA que apresenta a definição, descrição ou características da expressão “herege”:
Quando alguém acusado de heresia deve comparecer em determinado dia e local com pessoas para
A atestar sua conduta de bom cristão. Não conseguindo essas pessoas, será considerado herege e
condenado como tal.
Depois de responder ao processo e ouvidos os especialistas, o réu é declarado livre do crime por
B
entenderem que não há provas suficientes para a condenação.

É aquele que se opõe às “verdades” da fé, cuja pena imposta varia de acordo com o grau de oposição,
C que vai desde o cumprimento de penitências, durante certo tempo, até a prisão perpétua ou a
reincidência, aplicando-se neste caso a execução pelo braço de seculares.
É a renúncia à fé cristã através de palavras, atos ou mesmo pensamentos contrários ao autorizado pela
D
Igreja.

6
A recuperação do conhecimento e a revolução da cultura passam a ser considerados como ponto de partida
para a construção do novo espírito humano. Espírito este que ia justificando e impulsionando o domínio
econômico e político europeu para além de suas fronteiras. As inovações técnicas vão aumentando e
permitindo a visualização de um novo horizonte existencial, provocando a expansão do mundo conhecido,
uma relação nova com o tempo e a expansão da secularização do conhecimento. Nesse contexto, a figura
do herói santificado vai progressivamente sendo substituída pela do aventureiro rebelde, capaz de pensar
como um gênio numa vida de serviço ao Estado, comércio e conhecimento. O desejo de crescimento e
prosperidade econômica e social deixava de ser pecado, passando a se tornar virtude.
Com relação a esse período, em que grandes expoentes históricos da época contribuíram sobremaneira
para essa transformação, assinale a alternativa CORRETA que traz uma das contribuições de Copérnico:
Na Inglaterra, proclama a necessidade de um novo método capaz de substituir o antigo silogismo,
encontrando na indução uma resposta. Apesar de equívocos teóricos, defende o postulado de que um
A
método adequado, o empírico, permitiria a compreensão dos princípios e mecanismos que regem os
fenômenos naturais, e finalmente a natureza poderia ser dominada.
Criou o início de intrincadas e indissolúveis questões que viriam a ser discutidas pelas gerações de
teóricos que o seguiram, produzindo, assim, uma pluralidade de problemas que transcenderam a
B individualidade de qualquer pensador e acabaram por entrelaçar-se naquilo que chamou de pensamento
científico moderno, ou seja: a combinação entre conhecimento técnico-científico e a forma de
racionalizar o kosmus circundante.
No século XVI, com a teoria heliocêntrica e a órbita planetária, havia iniciado um movimento
C
antidogmático, que viria a abalar o princípio de autoridade, até então, base do poder papal.

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No século XVII, dá um passo definitivo para a criação de uma teoria geral da dinâmica. A revolução da
D ciência abria a possibilidade para a certeza epistemológica e consenso objetivo e, ao mesmo tempo, a
lógica da previsão experimental e metodológica científica ia assumindo como redentora social.

7
Sobre o Direito Canônico, a interpretação da Bíblia era, a princípio, literal, mas em casos de antinomia eram
usados alguns critérios, entre eles o Ratione Temporis. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o
que o Ratione Temporis previa:
A Lei posterior revoga anterior.

B Lei especial revoga lei geral.

C Sentido obtido a partir da fixação do bem jurídico em questão.

D Lei local revoga a lei geral.

8
A Reforma Gregoriana foi um marco no Direito Canônico, marcando a sua construção e consolidando o
poder da Igreja. Trata-se de uma grande transformação liderada por Gregório VII (papa entre 1073 a
1085) cujo objetivo foi promover a absoluta autonomia do poder papal, uma vez que até este momento a
Igreja era uma comunidade espiritual de natureza estritamente religiosa, mas não jurídica. Gregório VII
separou os sacramentos (preceitos religiosos) e as leis, pois esta diferenciação não era realizada entre as leis
canônicas e os rituais e liturgias religiosas. Havia também uma certa subordinação entre o papado e o poder
civil com a forte ingerência dos nobres e reis, sobretudo das decisões acerca dos cargos e eclesiásticos.
Com a Reforma Gregoriana, aos poucos a imposição de penitências aos fiéis vai se diferenciando das
sanções legais como consequência de violação da lei. Dentre as contribuições da Reforma Gregoriana ao
Direito, está a organização de forma clara das fases processuais.
Com relação a essas fases processuais, assinale a alternativa CORRETA que apresenta a fase processual
denominada “Libellus”:
Fase onde se apresenta o que é chamado de preliminares (qualquer defesa que não seja o mérito
A propriamente dito) que seriam dilatatórias ou peremptórias, que poderiam impedir o andamento do
processo ou atingir o próprio direito.

B Manifestação realizada pelo magistrado, resolvendo o mérito.

C Contestação ou defesa apesentada à acusação ou pedido.

Queixa apresentada pelo autor a uma autoridade oficial que lê na presença do réu a acusação ou
D
pedido.

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A reforma Gregoriana foi um marco no Direito Canônico, marcando a sua construção e consolidando o
poder da Igreja. Trata-se de uma grande transformação liderada por Gregório VII (papa entre 1073 a
1085) cujo objetivo foi promover a absoluta autonomia do poder papal, uma vez que até esse momento a
Igreja era uma comunidade espiritual de natureza estritamente religiosa, mas não jurídica. Entre as
contribuições da Reforma Gregoriana ao Direito, está a organização de forma clara das fases processuais.
Com relação a essas fases processuais, assinale a alternativa CORRETA que descreve a fase processual
denominada na época de “Decisão”:
Queixa apresentada pelo autor a uma autoridade oficial que lê na presença do réu a acusação ou
A
pedido.

Fase em que se apresenta o que é chamado de preliminares (qualquer defesa que não seja o mérito
B propriamente dito), que seriam dilatatórias ou peremptórias, as quais poderiam impedir o andamento do
processo ou atingir o próprio direito.

C Manifestação realizada pelo magistrado, resolvendo o mérito.

D Contestação ou defesa apresentada à acusação ou pedido.

10
Na França do século XIX, o movimento da codificação veio a mudar radicalmente o conceito de Direito,
fazendo a verdadeira “tabula rasa” da ordem jurídica anterior. Ao criar uma mentalidade nova que identifica
o Direito com os Códigos, os juristas desenvolveram um instrumental técnico de interpretação e aplicação
do Direito, seguindo uma orientação exegética. Sobre a evolução interpretativa do Direito, assinale a
alternativa CORRETA que descreve, conceitua ou apresenta as características da forma de interpretação do
Direito ocorrida no período da Modernidade:
O Direito Natural era considerado hierarquicamente inferior ao Positivo, concebido como Direito
A
comum, enquanto o Direito Positivo era o particular.

Predominava uma concepção dualista em que o Direito era definido individualmente em duas esferas
B distintas: o Direito Natural e o Direito Positivo, diferenciados quanto à gradação de superioridade ao
longo da formação histórica do pensamento jurídico.
Embora sem a coragem de negar completamente o Direito Natural, esse passa a ter menor importância
e sem significado prático. O Direito Natural só importa ao jurista quando é inserido na lei, fazendo,
C
assim, uma inversão própria do pensamento positivista, ao desconsiderar o Direito Natural como
referencial de validade do Direito Positivo.

O Direito Natural é visto como “a lei escrita por Deus presente no coração dos homens”, como afirma
São Paulo na Sagrada Escritura, o que resulta na inversão da relação entre as duas espécies de Direito,
D
tendência que impregnou o pensamento jus naturalista que considerou o Direito Natural superior ao
Positivo. Porém, apesar de tais distinções, ambos eram considerados como legítimos.

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