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CLASSIFICAÇÃO DAS PEDRAS

De acordo com as características mineralógicas,


podem ser:

✤ eruptivas ou ígneas - são geralmente duras e


PEDRAS NATURAIS compactas, homogéneas e isótropas (ex:
granitos sienitos, basaltos, etc);

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CLASSIFICAÇÃO DAS PEDRAS CLASSIFICAÇÃO DAS PEDRAS

✤ sedimentares - são estratificadas, dispostas em Anisotropia - significa que as propriedades mecânicas


camadas, anisotrópicas (ex: grés, gesso, argilas, variam segundo as diferentes direcções, nomeadamente
margas, calcários, etc); segundo planos de estratificação ou a sua perpendicular.

Vai existir uma acentuada variação entre os módulos de


✤ metamórficas - são originadas pelas anteriores
elasticidade e as tensões de rotura.
devido à acção de temperaturas elevadas e grandes
pressões, também são anisotrópicas (ex: xistos,
ardósias, gneisses e os mármores).

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CLASSIFICAÇÃO DAS PEDRAS CLASSIFICAÇÃO DAS PEDRAS

Distribuição das pedras utilizadas directamente em ✤ Calcário cripto-cristalino - Albufeira, Tavira,


construção e mais correntes em Portugal: Alcobaça, Porto de Mós, Mem Martins;

✤ Calcário cristalino - Ficalho, Trigaches, Escoural, ✤ Brecha calcária - Faro, Arrábida;


Viana do Alentejo, Borba, Estremoz, Vila Viçosa;
✤ Granito - Braga, Porto, Viana do Castelo, Évora,
✤ Calcário sub-cristalino - Montemor-Loures, Pero Monforte, Sta Eulália;
Pinheiro;
✤ Ardósia - Espinho, Valongo.

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EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS

As pedras são extraídas das respectivas formações Extracção a céu aberto:


geológicas, designadas por pedreiras.
★ sondagens para avaliar a profundidade dos bancos
(estratos), respectivas dimensões e qualidade da rocha;
Existem dois processos de extracção:
★ remoção dos terrenos de cobertura;
★ abertura de acessos e extracção;
✦ a céu aberto; ★ preparação do parque de armazenamento e carga dos
blocos;
✦ subterrânea. ★ desbaste dos blocos;
★ transporte dos resíduos estéreis e tapagem.

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EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS

Extracção a céu
Extracção subterrânea:
aberto:

★ maciço a pouca profundidade;

★ maciço a grande profundidade.

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EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS

Extracção subterrânea: maciço a pouca profundidade Extracção subterrânea: maciço a grande profundidade.

Neste caso a extracção é efectuada por galerias de acesso A extracção é feita por poços.
superficial.

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EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS

Desmonte dos blocos nas pedreiras:


A extracção a céu aberto é a mais comum em
Portugal. ★ processos manuais;

★ meios explosivos ou mecânicos.

Os gastos da extracção subterrânea são


superiores aos da extracção a céu aberto.

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EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS

Desmonte dos blocos nas pedreiras: processos manuais Desmonte dos blocos nas pedreiras: meios explosivos ou
mecânicos.
São aproveitadas as juntas de estratificação e diaclases
para a introdução de cunhas e alavancas que permitam o Colocam-se os explosivos em determinadas zonas
desprendimento dos blocos. provocando assim o desprendimento da pedra.

Tem a vantagem de ser mais rápido que os processos


manuais, mas também tem algumas desvantagens, tais
como a fendilhação provocada em grandes blocos,
dimensões dos blocos obtidos, etc.

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EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS

Lavra da pedra: Lavra da pedra: lavra manual

Está relacionado com o modo de extracção da pedra e Pode ser efectuada com o auxílio de vários utensílios:
respectiva utilização na construção, podendo assim
efectuar-se manualmente ou com meios mecânicos. ★ badame;
★ bujarda;
Pode ser: ★ cinzel;
★ maceta;
✤ lavra manual; ★ picão;
✤ lavra mecânica. ★ etc.

Actualmente esta última a mais utilizada.


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Máquina de fio diamantado:
EXTRACÇÃO DAS PEDRAS NATURAIS

Lavra da pedra: lavra mecânica

Pode ser efectuada por:

★ engenhos de serrar (lâminas oscilantes, fio helicoidal,


disco diamantado);
★ máquinas de escacilhar;
★ máquinas de fresar;
★ máquinas de aplainar;
★ máquinas polidoras.

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Estrutura e textura:

➡ estrutura e textura; A estrutura diz respeito às


➡ fractura; dimensões, forma e arranjo dos
➡ homogeneidade; materiais constituintes e à
➡ dureza; existência ou não de matéria
➡ aderência aos ligantes; vítrea.

➡ densidade;
A textura refere-se ao sistema
➡ compacidade; mais ou menos ordenado,
➡ porosidade; formado pelas diaclases e juntas
➡ permeabilidade; do maciço rochoso (laminar, em
➡ higroscopicidade; bancos, colunar, estratificada,
➡ gelividade. etc.).
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Fractura:
Homogeneidade:
Está relacionada com o aspecto que apresentam as
superfícies de rotura da pedra, normalmente obtida por É uma característica muito importante do ponto de vista da
percussão. utilização da pedra como material construtivo. Normalmente
prefere-se uma pedra homogénea e de qualidade média a
uma outra com melhores capacidades de resistência mas
que apresente irregularidades.

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Dureza:
Dureza:
Esta característica quantifica a resistência mecânica das
pedras a acções de compressão pontuais, utilizando uma O valor da dureza também é importante para a escolha do
escala de Mohs - a dureza do material a estudar é dada pelo instrumento utilizado para cortar a pedra.
valor do mineral que o riscar:

Talco 1 Feldspato 6
Existe também uma escala mais pormenorizada que é
Sal-gema 2 Quartzo 7 utilizada em alguns países chamada EPC.
Calcite 3 Topázio 8
Fluoricte 4 Corindo 9
Apatite 5 Diamante 10

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Densidade e compacidade:
Aderência aos ligantes:
No caso da densidade interessa considerar a densidade
Não depende só da pedra, mas também do ligante. Esta absoluta (sem vazios) e densidade aparente (com vazios).
propriedade tem particular interesse na utilização de pedra Valores aproximados de densidade aparentes de várias
sob a forma fragmentada para utilização em agregados para pedras:
betão, pavimentação, etc. Calcários 1,8 a 2,8
Grés 2,0 a 2,5
Granitos 2,4 a 2,9
Pórfiros 2,0 a 2,8
Basaltos 2,8 a 3,0

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Densidade e compacidade:

A grandeza que relaciona a densidade aparente com a Porosidade:


densidade absoluta é a compacidade:
É a relação entre o volume de vazios e o volume total, mas
no caso das pedras é considerada a relação entre o volume
máximo possível de água absorvida e o volume total, ou
C = d / D = 1 - Vv/V
seja, o grau de saturação dos poros da pedra.

em que:
C - compacidade;
d - densidade aparente;
D - densidade absoluta;
Vv - volume de vazios;
V - volume total.

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Permeabilidade: Higroscopicidade:

É a propriedade que os materiais têm de se deixar É a faculdade que as pedras têm de absorver e reter a água
atravessar por um fluído, dependendo da porosidade do por sucção capilar.
material, da comunicação entre os seus poros e dos
diâmetros destes.

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CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS

Gelividade: ➡ resistência à compressão;


➡ resistência à tracção;
É a característica que uma pedra apresenta de se ➡ resistência à flexão;
fragmentar por acção duma descida de temperatura. Este ➡ resistência ao corte;
fenómeno é muito importante em climas frios e nos que ➡ resistência ao desgaste.
exista uma grande amplitude térmica.

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Resistência à compressão: Resistência à tracção, à flexão e ao corte:

É uma característica muito importante, principalmente no Resistência à tracção = 1/30 da resistência à compressão
caso de aplicações em obras públicas, nomeadamente
túneis, portos, viadutos, etc. Resistência à flexão = 1/8 a 1/10 da resistência à compressão

Existe como é lógico uma relação entre a densidade e Resistência ao corte = 1/3 da resistência à tracção
resistência à compressão, quanto maior a densidade maior
a resistência à compressão.

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Resistência ao desgaste:
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
Tem particular importância em pedras utilizadas como Alteração das pedras calcárias: agentes químicos da
pavimento, nomeadamente em locais de circulação intensa. atmosfera
Desgaste
(cm) O dióxido de carbono arrastado pela água das chuvas irá
penetrar nas pedras. No caso dos calcários irá facilitar a
dissolução do carbonato de cálcio dando origem a uma
solução instável de bicarbonato de cálcio:

CaCO3 + H2O + CO2 Ca(CO3H)2

provocando a degradação da camada superficial da pedra,


ao fim de vários ciclos.
σ (kg/cm2)

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Alteração das pedras calcárias: agentes químicos da Alteração das pedras calcárias: agentes químicos da
atmosfera atmosfera

O dióxido de enxofre resulta da combustão dos compostos O dióxido de enxofre presente no ar poluído pode também
sulfurosos presentes nos combustíveis que combinados reagir com o oxigénio do ar transformando-se em trióxido de
com a água da chuva origina ácido sulfuroso: enxofre, SO3 que ao reagir com a água origina o ácido
sulfúrico:
SO2 + H2O → H2SO3
SO3 + H2O → H2SO4

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Alteração das pedras calcárias: agentes químicos de Alteração das pedras calcárias: agentes químico-
materiais ou do solo biológicos

São normalmente sais solúveis (sulfatos, cloretos, nitratos, São aquelas provocadas pela acção do homem e de
carbonatos) que ao ser arrastados de outros materiais para animais, que se manifestam pela corrosão química de
a pedra irão cristalizar quando a água se evapora depósitos de dejectos (pombos e pássaros).
aparecendo as eflorescências (superfície) e
criptoflorescências (interior).

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CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DAS
PEDRAS

Alteração dos feldspatos: Tendo em conta as principais aplicações de pedras na


actualidade na construção civil, as mesmas devem
Este tipo de pedras (granitos, basaltos, etc) são constituídos satisfazer exigências de resistência mecânica e de
principalmente por silicatos de alumínio. Por acção das ornamentação.
chuvas, normalmente tendo em solução gás carbónico, os
silicatos anidros associados hidratam-se, separando-se.

O silicato de alúminio hidratado constituí a caulinite.

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Factores a considerar na utilização de pedras:


Classificação UPEC para revestimentos não tradicionais
de piso (LNEC):
Tipos de utilização das pedras Factores a examinar

Colocadas no exterior Gelividade


U - uso num sentido mais genérico do que o provocado pela
circulação dos utentes; Resistência à acção dos choques
Socos, plintos, soleiras, degraus
(UPEC)

P - punçoamento (cargas mais concentradas); Soleiras, degraus Resistência ao desgaste (UPEC)

Possibilidade de polimento ou
Com valor ornamental
E - comportamento sob a acção da água ou da humidade; outro tratamento superficial
Em exteriores com efeito Resistência aos agentes
decorativo destruidores
C - actuação dos agentes químicos

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Factores a considerar na selecção das pedras:


Factores a observar
Colocação no edifício Resistência Resistência Possibilidad Resistência
Gelividade e de agentes
choque desgaste
acabamento destruidores

Socos, plintos, espelhos + + - + -


EXERCÍCIO
Soleiras, degraus, lajes
(ext.) + + + + -
Cantaria em elevação
(ext.) + - - + -
Revestimentos interiores
de paredes - - - + -
Revestimentos interiores
de piso - + + + -
Molduras, balaustradas,
cornijas (ext.) + - - + +
+ significa que é o factor a observar.

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Qual destas duas rochas escolheria para pavimento exterior
e/ou para revestimento de parede interior ?

Características Rocha A Rocha B

Resistência à compressão (kg/cm2) 900 1700

Resistência à compressão após gelividade (kg/cm2) 1000 1600

Resistência à flexão (kg/cm2) 100 200

Massa volúmica aparente (kg/m3) 2500 2600

Absorção de água (%) 1,73 0,16

Porosidade aparente (aberta) (%) 4,44 0,44

Resistência ao desgaste (mm) 4,2 0,2

Resistência ao choque (cm) 40 55,6

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