Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BELÉM
2023
Este trabalho terá como objetivo tratar de três textos, apresentados resumidamente,
sobre a temática da inserção da América Latina na historiografia dos séculos XIX e XX,
fazendo um apanhado das produções realizadas nesse período e trazendo as concepções de
cada autor sobre o tema. Ao final será feita uma pequena comparação entre as conclusões dos
autores sobre a presença latino-americana na produção historiográfica dos ditos séculos e na
atualidade.
Mais a frente, ela aborda sobre a forma empírica em que deve-se desenvolver estudos
sobre as manifestações dessa identidade, para isso o texto traz o pensamento das entidades
políticas e de outras entidades, como os militares (WASSERMAN, 2011, p. 96), esses que se
divergem: “Muitas vezes, como no caso dos militares que participaram nos processos de
independência, essas ideias de existência prévia de identidades nacionais emanavam de um
desejo de que existissem nações e nacionalidades nestes territórios, mais do que fruto da
observação empírica objetiva destes políticos”(WASSERMAN, 2011, p. 96). A formulação
que os pensadore – políticos e autores – sobre a identidade nacional estava baseada no modelo
francês, no momento em que o padrão estrangeiro não era atingido, por ser uma realidade
completamente diferente da Europa, os intelectuais entendiam que a América Latina não teve
seu processo de formação nacional completo, contudo, esse pensamento era presente,
característico na realidade intelectual latino americana (WASSERMAN, 2011, p. 97, 103 e
113).
Para isso os professores fazem diálogos com vários autores dos séculos XX e XXI
com perspectivas latinas – marxistas caribenhos – e européias – como a segunda geração dos
Annales(MARQUESE, PIMENTA, 2015, p. 41). Os autores fazem uma leitura dessas
influências francesas e britânicas na produção historiográfica da América Latina. Ao concluir,
Marquese e Pimenta fazem um apanhado geral sobre tudo que foi explanado no artigo e
apresentam a crescente presença da historiografia latino-americana na historiografia global.
No entanto, pontuam que uma abordagem verdadeiramente global precisa de mais frequência
e consistência (MARQUESE, PIMENTA, 2015, p. 42)
Desse modo geral, Rojas discorre em seu texto sobre as características desenvolvidas
na historiografia do que ele chama de “semicontinente”1 e como as questões sociais, culturais,
econômicas e políticas vigentes no mundo – primeiramente no continente europeu e
posteriormente na América do Norte – influenciaram a América Latina nesses mesmos
aspectos, refletido em sua historiografia. Na verdade, o autor apresenta a ligação direta entre a
cultura e a historiografia produzida no continente latino-amercano (ROJAS, 2004, p. 47).
Além disso, também é apresentado ao leitor dois século XX com durações diferentes, para
isso o autor discrimina as duas modalidades entre século XX histórico e século XX
historiográfico, este último inicia-se em 1870 e, segundo Rojas, segue até os dias de hoje
(ROJAS, 2004, p. 52). Vale pontuar que o livro, onde este capítulo está presente, foi
publicado no ano de 2004.
1
Ao ler o texto, consegue-se perceber com qual intuito o autor trabalha este conceito. Ao falar sobre uma
historiografia latina no final do século XIX e início do XX, Rojas utiliza o termo de “semicontinente” para situar
a posição do continente latino-americano no contexto cultural, social,político, econômico e historiográfico em
relação ao mundo dos séculos já mencionados (ROJAS, 2004, p. 47-51).
Todavia, como análise pessoal, essa fala está equivocada, pois há a perpetuação daquilo que,
em contexto Brasil, é apontado como mito das três raças, algo que hoje compreendemos que
não existe. Na verdade, essa fácil assimilação dos conceitos historiográficos europeus dão-se
pelo fato da Europa ser o ponto de referência, em vários quesitos, para todo mundo. Tendo
feito esta pontuação, voltemos a tratar do texto ao qual o autor separa um tópico para tratar
melhor da influência da escola dos Annales na historiografia latina (ROJAS, 2004, p. 55-58).
Como conclusão, o autor pontua que a historiografia da América Latina passou por
uma transição que a transformou no âmbito institucional e nas estruturas essenciais (ROJAS,
2004. p. 75). Contudo, mesmo se firmando em três processo que o autor denomina como
profissionalização da historiografia, a construção de uma identidade própria e singular e a
transformação radical ao superar a vertente positivista (ROJAS, 2004, p. 76), o autor afirma
que a América Latina ainda está emergindo no contexto historiográfico global.
Em uma análise geral, os três textos conversam entre si ao tratarem dessa integração
da historiografia produzida na América Latina no contexto global. Cada autor, a sua maneira,
apresenta as periodizações produzidas no recorte dos séculos XIX, XX e XXI e como elas
estão inseridas no contexto global. Os quatro autores terminam seus textos com a mesma
conclusão de que estamos presentes nessa historiografia global, porém é necessário produzir
mais para estar criar uma consistência nesse panorama.
REFERÊNCIAS
MARQUESE, Rafael, PIMENTA, João Paulo. Tradições de história global na América Latinadicio
e no Caribe. História da Historiografia, nº 17, abril 2015, pp. 30-49.
https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/775/529