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Belém
2023
TADDEI, Emilio, SEOANE, José, ALGRANATI, Clara. Movimentos Sociais. In: Emir Sader
et. al. (coord.), Enciclopédia Contemporânea de América Latina. São Paulo, p. 811-819.
O texto "Movimentos Sociais” de Emilio Taddei et. al. traz como objetivo uma análise dos
movimentos sociais ocorridos na América Latina, apresentando características e desafios
enfrentados por eles, com o intuito de contribuir para o debate entre Estado e classes sociais,
bem como as noções de autonomia e integração, de democratização e transformação social,
além de buscar uma visão crítica sobre as políticas neoliberais presentes na região
latinoamericana e seus impactos na economia e sociedade.
Para isso, um dos pontos apresentados abordados que ocasionaram os movimentos sociais
foi a implantação das políticas neoliberais, que se caracterizam como uma dimensão mais
radical, generalizando-se em toda a região. Tendo como consequências transformações
estruturais que, segundo os autores, “modificaram a geografia societária dos capitalismos
latino-americanos no marco da nova ordem aparentemente imposta pela chamada
“globalização neoliberal”” (Taddei et. al. p. 811).
Com essa intervenção neo liberal, a sociedade viu-se necessário o confronto dessas
transformações radicais. Então os movimentos sociais se organizaram entre rural – que
protestavam contra as consequências econômicas e sociais provocadas pelas quedas dos
preços internacionais de numerosos produtos agrícolas, pelas políticas creditícias draconianas
e pelas barreiras alfandegárias para esses tipos de produto – e urbano – os protestos eram
direcionados ao desemprego que a política neoliberal causou, então os movimentos sociais
urbanos estavam ligados ao movimento trabalhista.
Como abordagem, Goirand trata sobre a o papel importante que a Igreja Católica exerceu
nos movimentos sociais. A partir de 1968 as Igrejas nacionais abriram espaços de oposição
política, isso ocorreu após a conferência dos bispos latino-americanos em Medellín, que
definiu a “opção pelos pobres”. Assim, a Igreja Católica colaborou com a estruturação das
oposições dos regimes autoritários (Goirand, 2009, p. 329).
Sobre a presença indígena nos movimentos sociais, a autora fala sobre o crescimento
significativo que vem ocorrendo no continente latino-americano desde os anos de 1990.
Apontando a atuação dos dirigentes indígenas nas instituições públicas representativas. Além
disso, as mobilizações indigenistas, acerca das reivindicações sobre a educação bilíngue, o
reconhecimento cultural, o acesso aos recursos naturais e a propriedade da terra, foi um marco
na década de 2000, assim, constituindo a parte essencial das mobilizações da América Latina
que é a diversidade.
SANTOS, Corcino Medeiros dos. O lugar dos povos indígenas no Estado Nacional
americano. In: Luiz Cerro & Wolfgang Döpcke (orgs.), Relações Internacionais dos Países
Americanos: Vertentes da História. Brasília, UnB, 1994, p. 53-64.
O autor Corcino Medeiros dos Santos, apresenta no capítulo O lugar dos povos indígenas
no Estado Nacional americano processos sobre a interpretação do indigena na sociedade
americana, tendo foco na América latina. Como o tratamento dado ao indígena na
historiografia latino americana, tendo como ponto de partida o território brasilero. Neste
tópico, aborda a transformação do olhar que a história tem acerca dos povos originários, e
como há a necessidade da interdisciplinaridade para trabalhar com esta temática.
Compreendendo que a história da América Latina não se inicia com a colonização europeia,
mas identificando fontes que falam sobre a existência de outros habitantes nesses territórios.
Zucco fala que o contato com o feminismo estadunidense ocorreu por brasileiras que
estavam exiladas, ou que possuíam contatos que facilitavam esse acesso. Então, uma parte da
população feminina, teve contato com a literatura feminista norte americana. Contudo, esse
acesso era escasso, pois o regime autoritário brasileiro expurgava qualquer movimentação
social e sinais de organizações esquerdistas, assim, literaturas que abordassem assuntos
vinculados a essas categorias, entrando de forma clandestina, eram reprimidos pelo governo
(Zucco, 2005, p. 6).