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EDUCAÇÃO ESPECIAL VERSUS EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERCEPÇÕES

NECESSÁRIAS

O presente trabalho pretende estabelecer diferenças, pontos e contrapontos entre a


educação especial e a educação inclusiva. Estudos mostram que “o discurso da
Modernidade sobre as pessoas com deficiências está calcado no entendimento da
deficiência como um desvio da norma, como um não-ajustamento aos padrões
ideologicamente definidos como normais” (ROZEK, 2009, p. 166). Essa concepção
torna-se motivo de isolamento e vigilância, resultando – consequentemente – em
preconceito e discriminação. Por esse motivo, é necessário que haja uma
conscientização de que as pessoas com deficiência não carregam consigo um estereótipo
padronizado e acabado. Como afirma Mantoan (2004, p. 7-8): “há diferenças e há
igualdades, e nem tudo deve ser igual nem tudo deve ser diferente, [...] é preciso que
tenhamos o direito de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de
ser iguais quando a diferença nos inferioriza.”. Nesse sentido, à educação cabe construir
práticas de convívio no dissenso, na diferença em meio aos outros. Indo ao encontro
dessa percepção é que buscou-se com esse artigo, apontar os desafios e possibilidades
de uma educação que realmente propague a inclusão, em sua definição mais completa e
abrangente. Para isso, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o tema, a fim de
compreender os conceitos centrais relacionados à temática pesquisada e sua análise
posterior, refletindo sobre o direito de ser, sendo diferente, na escola. Optou-se por essa
metodologia, por entendermos que a revisão de literatura ou revisão bibliográfica está
calcada em dois propósitos principais (ALVES-MAZZOTTI, 2002): a construção de
uma contextualização para o problema e a análise das possibilidades presentes na
literatura consultada para a concepção do referencial teórico da pesquisa. Nesse viés, foi
possível perceber que diversos autores, com MANTOAN (2004), MAZZOTA (1996),
CARVALHO (2005), e SASSAKI (1998), dentre outros, dialogam sobre o assunto e
corroboram com a ideia de que pessoas com deficiência devem estar inseridos num
contexto escolar e demonstram vantagens quando isso acontece. Portanto, a teoria vem
mostrando a necessidade de uma educação inclusiva de qualidade e que realmente
contribua para o processo de inclusão.

ALVES-MAZZOTTI, A. J. A “revisão bibliográfica” em teses e dissertações: meus


tipos inesquecíveis – o retorno. In: BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. N. (Org.). A
bússula do escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. São
Paulo: Cortez, 2002. p. 25-44
CARVALHO Rosita Edler. Educação Inclusiva: com os pingos nos is. 3. ed. Porto
Alegre: Mediação, 2005.
MANTOAN, M. T. E. O direito de ser, sendo diferente, na escola. Revista CEJ,
Brasília, n. 26, p. 36-44, 2004.
MAZZOTTA, Marcos. José Silveira. Educação especial no Brasil: história e políticas
públicas. São Paulo: Cortez, 1996. 208 p.
ROZEK, Marlene. A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
COMPREENSÕES NECESSÁRIAS. Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 17, n. 1,
p. 164-183, jul. 2009. ISSN 1982-9949.
SASSAKI, Romeo. Kazumi. Inclusão, o paradigma da próxima década. Mensagem,
Brasília, v. 34, n. 83, p. 29, 1998.

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