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Integrantes do grupo:
Aida Acácio
Alice Martins
Carla Umba
Celita Lourenço
Érica Lopes
Estefânia Rochel
Evanilda Damião
Fernando Samba
Helena Barbosa
João Cabeto
Mariquinha Malhado
Nair Paulo
Nsamba Afonso
Luanda, 2024
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Aida Acácio
Alice Martins
Carla Umba
Celita Lourenço
Érica Lopes
Estefânia Rochel
Evanilda Damião
Fernando Samba
Helena Barbosa
João Cabeto
Mariquinha Malhado
Nair Paulo
Nsamba Afonso
Luanda, 2024
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4
I. CARACTERIZAÇÃO ETNOLINGUÍSTICA DE LUANDA ............................ 5
O grupo etnolinguístico de Luanda ........................................................................... 6
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 7
Estudo dos pronomes pessoais ................................................................................... 7
Colocação pronominal ou pronominalização dos oblíquos átonos ............................... 7
Próclise ..................................................................................................................... 7
Ênclise .......................................................................................................................... 8
Mesóclise .................................................................................................................. 8
III. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS NO PORTUGUÊS
REALIZADO EM LUANDA ........................................................................................ 9
A influência das línguas nacionais na colocação pronominal do português de
Luanda: A particularidade do kimbundu .............................................................. 10
IV. METODOLOGIAS DE TRABALHO, ANÁLISE E TRATAMENTO DE
DADOS .......................................................................................................................... 13
Senário de pesquisa ................................................................................................... 13
Instrumento de pesquisa .......................................................................................... 13
População ................................................................................................................... 14
Amostragem............................................................................................................... 14
Análise dos dados aplicados ..................................................................................... 14
As frases colocadas foram: ....................................................................................... 14
Resultados .................................................................................................................. 15
V. CAUSAS DAS PECULIARIDADES NO PORTUGUÊS LUANDENSE: UMA
VISÃO LINGUÍSTICA E SOCIOLINGUISTICA ................................................... 16
A questão da interferência ....................................................................................... 17
CONCLUSÃO............................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 20
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INTRODUÇÃO
O trabalho está dividido em cinco capítulos, sendo que no primeiro trazemos uma
abordagem sobre a caracterização etnolinguística de Luanda. No segundo retratamos a
questão da fundamentação teórica. No terceiro discutimos sobre a colocação dos
pronomes átonos no português realizado em Luanda. No quarto trazemos as metodologias
de trabalho, tratamento e análise de dados. No quito e último capítulo discutimos as
causas das peculiaridades no português luandense, numa visão linguística e
sociolinguística.
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I. CARACTERIZAÇÃO ETNOLINGUÍSTICA DE LUANDA
Luanda é a capital e a maior cidade de Angola. Localizada na costa do Oceano
Atlântico, é também o principal porto e centro económico do país. É ainda, de igual modo,
a capital da província homónima. Foi fundada a 25 de janeiro de 1576 pelo explorador
português Paulo Dias de Novais, sob o nome de "São Paulo da Assunção de Loanda".
Este crescimento que a cada dia vive a capital do país é o principal motivo da
miscigenação de grupos étnicos na cidade, todos a procura de melhores condições de vida.
Esta junção, no campo linguista, tem influenciado na forma particular do português que
é falado em Luanda.
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O grupo etnolinguístico de Luanda
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II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os pronomes pessoais são palavras que podem ser usadas no discurso oral ou
escrito para indicar: a pessoa que fala (eu, me, mim, comigo, nós, nos, connosco), a
pessoa para quem se fala (tu, te, ti, contigo, vós, vos, convosco;), a pessoa de
quem se fala (ele, ela, o, a, lhe, se, si, consigo, eles, elas, os, as, lhes).
Singular 1ª pessoa - me
2ª pessoa - te
3ª pessoa - o, a, lhe
Plural 1ª pessoa - nos
2ª pessoa - vos
3ª pessoa - os, as, lhes
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Ex.: Nunca te esquecerei.
• Quando o verbo estiver precedido de conjunções subordinativas.
Ex.: Espero que lhe dêem o cargo.
• Nas orações optativas (que exprimem desejo).
Ex.: Deus te abençoe.
• Com o gerúndio precedido da preposição em:
Ex.: Em se tratando de relógios, prefiro os suíços.
• Com o infinitivo pessoal.
Ex.: Por se encontrarem no local, foram acusados.
Ênclise
O pronome aparece depois do verbo.
Usa-se a ênclise:
Mesóclise
Quando o pronome está no meio do verbo. Normalmente é usado em casos que se
referem ao futuro.
Usa-se a mesóclise:
• Com o futuro do presente.
Ex.: Lembrar-me-ei o motivo.
• Com o futuro do pretérito.
Ex.: Dir-se-ia ser coisas de crianças.
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III. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS NO
PORTUGUÊS REALIZADO EM LUANDA
Neste sentido, ao falar do Português Angolano (PA) não há dúvidas de que se vai
demarcando, em muitos aspectos, do Português Europeu (PE). Tais diferenças também
são notáveis em relação à distribuição dos pronomes átonos, em especial no que tange à
distribuição próclise/ênclise: diferentemente do PE, por exemplo, no PA falado há uma
instabilidade, com tendência para a generalização da próclise em todos os contextos
(Chavegne,2005), embora na escrita a ênclise ainda seja recorrente. Mas é possível
constatar também na escrita as marcas do PA falado, como poderemos mostrar neste
trabalho.
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Por exemplo, o falante angolano diria: “Me telefonou ontem”. Essa construção,
segundo a norma, é agramatical, pois não se inicia uma frase com um pronome oblíquo
átono. Nesse caso, para que a frase esteja em conformidade com a norma padrão, seria:
“Telefonou-me ontem”.
Por exemplo, é muito comum entre os falantes luandenses, e isso também notamos
quando conversamos com muito dos nossos inqueridos, um enunciado assim: “Lhe vi a
passar por aqui”, ao invés de: “Vi-o a passar por aqui.” Nos enunciados supracitados, os
pronomes que fizemos menção são os dois pronomes átonos da terceira pessoa, porém,
segundo as gramáticas normativas, eles são usados em contexto diferentes.
Nesta abordagem o grupo traz uma visão de Maria Helena Miguel, no seu estudo
intitulado “Dinâmica da pronominalização no português de Luanda”, de 2003. Aqui
ilustraremos, de forma objectiva, as interferências que a língua nacional kimbundu exerce
sobre o português realizado na capital de Angola.
Singular plural:
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1ª pessoa 2ª pessoa
-ngi- -Ku-
-tu- -mi-
Temos como exemplos:
1. Eye u-ngi-zola. (Tu amas-me)
2. Mukaji ami wa-ngi-xingile. (A mulher insultou-me)
3. Diyálá wámùbhútú myézú. (O homem cortou-lhe a barba)
4. Mwene ka ku-zolé. (Ele não te ama)
Miguel (2003: 55) nos mostra ainda que os pronomes pessoais oblíquos átonos de
complementos directos (o, a, os, as) e indirectos (lhe, lhes) do português têm como
equivalente em kimbundu uma mesma e única forma: -mu- para o singular e -a- para o
plural.
O autor continua dizendo que o infixo reflexivo - di- é invariável e serve para todas
as pessoas do singular e do plural. Coloca-se imediatamente antes do radical verbal.
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Kixima kiki eme ngakikándè. (Este poço fui eu que o cavei)
Kyoso Kyusakana ungitangela. (Quando te casares, avisa-me)
a) Frases interrogativas:
Mukuani waka-kú-dimina o dibya? (Quem te há de cultivar o campo?)
Eye wa-ngi-tangela yahe? (Por que me dizes isso?)
b) Frases com pronomes ou advérbios que, em português, obrigam à próclise
verbal:
Etu twatakajanene. (Já nos encontramos)
A-ngisombola. (Alguém me insultou)
Portanto, depois dos argumentos baseados em estudos feito por Miguel, pode-se,
naturalmente, alegar que a grande disparidade entre as línguas nacionais e a língua
portuguesa, no que toca a colocação pronominal átono ou pronominalização é um dos
principais factores de interferências quanto a aplicabilidade dos mesmos pronomes.
Referimo-nos às línguas nacionais no geral porque segundo nos informa Greemberg
(1963), as línguas nacionais angolanas fazem parte do grupo de família de línguas Kongo-
Kardofaniana, onde, dentro da subfamília Niger-Kongo, encontramos o grupo de línguas
bantu.
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IV. METODOLOGIAS DE TRABALHO, ANÁLISE E
TRATAMENTO DE DADOS
A nossa pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, sendo que numa primeira fase se
fez a pesquisa bibliográfica e documental e, em seguida, numa a segunda, fez-se uma
pesquisa de campo.
A pesquisa bibliográfica, que segundo nos diz Carvalho (2012, p 58), “[…] é feita
por meio de leituras de livros, revistas etc. a fim de coletar o maior número possível de
informações a respeito do tema estudado, foi-nos muito útil na reunião de conteúdos. Esta
pesquisa permitiu também um maior preparo para o processo de pesquisa de campo que
veio posteriormente.
Senário de pesquisa
Instrumento de pesquisa
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População
Amostragem
O inquérito feito por nós incluiu 10 opções de preenchimento. O inquérito foi dividido
em dois grupos com frases diferentes, contendo, deste modo, cinco frases para cada
inquérito.
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4- Que Deus te abençoe!
Que Deus abençoe-te!
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V. CAUSAS DAS PECULIARIDADES NO PORTUGUÊS
LUANDENSE: UMA VISÃO LINGUÍSTICA E
SOCIOLINGUISTICA
Neste capítulo, a prior, apraz-nos salientar que a peculiaridade a que nos referimos
é a questão da colocação pronominal no Português de Angola (PA). Aqui, mais
claramente possível, o grupo pretende desmistificar as questões referente aos principais
factores que motivam as particularidades quanto a colocação pronominal átono no
português falado em Luanda, mas em dois campos que tratam da língua em uso real, ou
seja, num âmbito descritivo, sem nenhum juízo de valor.
Assim, entrando já para as duas áreas, para a Sociolinguística, que é uma área que
estuda a língua em uso real, levando em consideração as relações existentes entre a
estrutura linguística e os aspectos sociais e culturas da produção linguística, a língua é
uma instituição social e, portanto, não pode ser estudada como uma estrutura autónoma,
independente do contexto situacional, da cultura e da historia das pessoas que a utilizam
como meio de comunicação. Por isso, ao analisarmos o discordo do luandense, oral ou
escrito, os desvios cometidos por eles, ao ver sociolinguístico não constituem erros, mas
sim variação, fenómeno que é muito comum entre regiões e falantes distintos.
Neste contexto, não há língua certa nem errada, mas sim diferentes formas de
realização da mesma língua, pois cada comunidade linguística emprega a língua segundo
a sua necessidade comunicativa.
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acesso durante seus processos formativos ou evolutivos. É, certamente, obvio que o
académico vem de uma classe social mais alta em relação ao porteiro que, provavelmente,
tenha vindo de uma classe social desprestigiada e marginalizada, onde não houve acesso
à educação e aos bens culturais da elite, e por isso a língua deste indivíduo apresenta
inúmeras disparidade quando a norma padrão, visto que ele não teve acesso aos locais
onde reina essa norma.
A questão da interferência
Polo facto da maior parte dos angolanos saírem de um contexto onde se empregava
uma língua nacional, fez e faz com que ao se depararem com o português, língua que
porventura é muito distante das suas, ocorresse o fenómeno de variação. Essa variação é
a que podemos chamar diatópica sintáctica, pois se reflete na construção frásica, quer seja
oral ou escrita.
Nas línguas autóctones de Angola não existe, até aqui, o processo chamado
pronominalização por ênclise, próclise e mesóclise tal qual a conhecemos em português,
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por isso, a aquisição destas normas constitui uma enorme dificuldade entre os angolanos,
até os mais letrados.
Por isso, não estaria a errar quando o falante atesta, por exemplo:
Me dá o livro, por favor, senhor professor! Uso da próclise em lugar da ênclise) ou:
Não manifestou-se sobre o assunto. Uso da ênclise em lugar da próclise), ou ainda:
Ninguém expressar-se-ia desse modo. Uso da mesóclise em lugar da próclise. No campo
linguístico, este falante não estaria a atropelar a gramatica, mas sim a fazer o uso da língua
segundo as informações linguísticas que o falante tem até então.
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CONCLUSÃO
O nosso trabalho procurou analisar o uso dos pronomes pessoas oblíquas átonas
entre os luandenses, mas, restritamente entre os estudantes da Universidade Metodista de
Angola, os moradores do município de Viana e do distrito urbano do Sequele.
Comparamos, de igual modo, as ocorrências dos pronomes pessoais oblíquos átonos do
Português de Angola (PA) com a Norma Europeia (PE), que constitui a norma a que
seguimos, tudo com base em frases dispostas em dois inquéritos.
O grupo percebe que os pronomes pessoas oblíquos átonos, na frase, são aqueles
que desempenham as funções de complemento directo ou indirecto. Além disso,
compreende que estes pronomes são muito essenciais no discurso escrito ou falado, por
este motivo, acha que se faz necessário saber as suas colocações, pois é exigido o seu
correcto emprego em muitas questões oficiais.
No entanto, o grupo atesta que a não aquisição destas normais pelos angolanos,
em particular os luandenses, não constitui um “crime”, se assim pode-se dizer, visto que
são inúmeros os factores que estão na base desses desvios à norma por parte do falante.
Deste modo, o grupo declara que uma visão de “língua errada” diante de um falante que
troca a posição dos pronomes átonos, na prespectiva linguística, constituiria preconceito
linguístico, pois isso seria uma visão erronia da língua e um acto de homogeneização da
língua, como se existisse uma única forma de falar uma língua.
Neste caso, o grupo atesta que para se acabar com os problemas de língua certa e
errada no seio não só dos luandenses, como também de todo angolano em geral, seria
necessário a legitimação da Variante do Português de Angola (VAP). Esta variante é um
português não constrangido pela norma portuguesa, ou seja, a norma linguística de
Portugal que até aqui é lecionado nas instituições de ensino em Angola.
Portanto, o grupo alerta que no território angolano se faz necessário, por força da
grande classe de intelectuais existente no país e dos inúmeros trabalhos já feito sobre o
assunto (Português de Angola), a “nacionalização” do português. Deve-se aceitar o facto
da apropriação do português. Neste sentido, este português seria, como já é, aquele
miscigenado com a cultura angolana e incorporará, como já tem incorporado, os termos
das línguas nacionais, estes não mais serão empréstimos, pois farão parte do português de
Angola.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
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