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Soteriologia

ÌNDÍCE DAS ABREVIATURAS


BÍBLICAS
VELHO TESTAMENTO
1

 Gn - Gênesis  Sl - Salmos
 Ex - Êxodo  Pv - Provérbios
 Lv - Levítico  Ec - Eclesiastes
 Nm - Números  Ct - Cantares
 Dt - Deuteronômio  Is - Isaias
 Js - Josué  Jr - Jeremias
 Jz - Juízes  Lm - Lamentações
 Rt - Rute  Ez - Ezequiel
 I Sm - I Samuel  Dn - Daniel
 II Sm - II Samuel  Os - Oséias
 I Rs - I Reis  Jl - Joel
 II Rs - II Reis  Am - Amós
 I Cr - I Crônicas  Ob - Obadias
 II Cr - II Crônicas  Jn - Jonas
 Ed - Esdras  Mq - Miquéias
 Ne - Neemias  Na - Naum
 Et - Ester  Hc - Habacuque
 Jó - Jó  Sf - Sofonias
 Ag - Ageu
 Zc - Zacarias
 Ml - Malaquias

A doutrina da Salvação
Soteriologia
ÌNDÍCE DAS ABREVIATURAS
BÍBLICAS
NOVO TESTAMENTO
2

 Mt - Mateus  Hb - Hebreus
 Mc – Marcos  Tg - Tiago
 Lc - Lucas  I Pe - I Pedro
 Jo - João  II Pe - II Pedro
 At - Atos  I Jo - I João
 Rm - Romanos  II Jo - II João
 I Co - I Coríntios  III Jo - III João
 II Co - II Coríntios  Jd - Judas
 Gl - Gálatas  Ap - Apocalipse
 Ef - Efésios
 Fp - Filipenses
 Cl - Colossenses
 I Ts - I Tessalonicenses
 II Ts - II Tessalonicenses
 I Tm - I Timóteo
 II Tm - II Timóteo
 Tt - Tito
 Fm - Filemom
 Hb - Hebreus

A doutrina da Salvação
Soteriologia
SOBRE A FATEK
Salomão, o Sábio escreveu “Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e
esconderes contigo os meus mandamentos. Para fazeres o teu ouvido atento à
sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento... Então entenderás a
3
justiça, o juízo, a eqüidade e todas as boas veredas” (Provérbios 2.1-9).

Partindo da premissa que o cristão precisa buscar conhecimento, e que este


faz a diferença, é que a Fatek foi criada. Deus usando o profeta Oséias disse
"O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu
rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não seja sacerdote
diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me
esquecerei de teus filhos" (Oséias 4.6). Nos dias atuais estas palavras se
adéquam na vida de muitas pessoas, que tendo a possibilidade de adquirirem
conhecimento, não o fazem. A Fatek tem como objetivo fomentar a busca pelo
conhecimento Teológico, através de suas disciplinas e projetos de estudos
sistemáticos. Através de uma grade curricular de alto nível, traz á todos o que
há de melhor na educação cristã.

Caro aluno, você ingressou em uma instituição séria que tem como regra áurea
o compromisso com o ensino. Aqui você terá conteúdos teóricos e práticos,
fundamentais para que seu aprendizado seja o mais sólido possível e que os
resultados de seus esforços sejam os melhores. Temos consciência de que os
desafios são muitos, mas zelamos pela qualidade de nosso ensino e a
capacitação de nossos professores. Queremos construir ao longo dos anos
uma Instituição forte cuja característica maior são os Valores Éticos Cristãos.

A Fatek é uma Instituição com personalidade jurídica e tem como objetivo


trazer capacitação Teológica, e, mais do que isso, fazer com que seus alunos
se tornem exímios conhecedores de Deus, de suas doutrinas e de outras áreas
que fazem parte de nossa existência.

A Fatek está protegida pelo disposto do parecer 241/99 do MEC, um dos


pareceres que regulamenta o Ensino Teológico e curso livres no Brasil, bem
como pela lei 9.394 (lei de diretrizes de bases) em seu Art. 80. Todos os cursos

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Soteriologia
são de caráter livre e de natureza eclesiástica, não tendo reconhecimento do
MEC.

A Fatek surgiu da necessidade de ajudar os pastores, bem como as igrejas que


estão sob sua responsabilidade. Nossa visão está baseada em quatro pilares:
4
1. Formação acadêmica de qualidade. Temos consciência de que
adquirir conhecimento é essencial, mas este deve vir acompanhado de
qualidade, por isso, nossos professores são instruídos a prepararem
suas aulas com antecedência e dar atenção a todos os alunos, além
disso, responder, ainda que posteriormente, todos os questionamentos.
2. Motivação. Nossos professores, bem como nossos alunos são
motivados a usar o conhecimento adquirido para o crescimento da Obra
do Senhor e no auxílio aos pastores de suas igrejas.
3. Confiança. Nossos alunos sabem que podem contar com toda a equipe
da Fatek, pois aqui se fazem amigos.
4. Compromisso. A Fatek possui compromisso ético e educacional que
importa na credibilidade de seu material de estudo e de assistência aos
seus alunos e colaboradores.

Sejam todos bem-vindos a Fatek. Que nossos cursos sejam bênçãos nas vidas
que por aqui passarem e que Deus aceite os esforços de todos.

Prof. Dr. Samuel Rodrigues Valadares

A doutrina da Salvação
Soteriologia
GRADE CURRICULAR TEOLÓGICA

Básico em Teologia Bacharel Mestrado

 1. Bibliologia  25. Didática do Ensino  1. Filosofia da Religião 5

 2. Doutrina de Deus  26. Metodologia Científica  2. Fundamentalismo


 3. Cristologia  27. Teologia do A. T  3. Conhecimentos Gerais
 4. Paracletologia  28. Teologia do N. T  4. Teologia Patrística
 5. Hamartiologia  29. História da Igreja  5. Arqueologia Bíblica
 6. Soteriologia  30. História do Cristianismo  6. Introdução a Pedagogia
 7. Eclesiologia  31. Seitas e Heresias  7. Introdução a Sociologia
 8. Missiologia  32. Teologia Sistemática  8. Direito Eclesiástico
 9. Evangelismo  33. Antropologia  9. Modernismo Teológico
 10. Escatologia  34. Aconselhamento 10. Métodos de Estudos
 11. Escola Dominical  35. Psicologia Pastoral  11. Teol. Contemporânea
 12. Discipulado Cristão  36. Liderança Cristã  12. Ètica Ministerial

Médio em Teologia.  37. Apologética


Doutorado
 38. Exegese Bíblica
 13. Pentateuco  Tese.
 39. Ética
 14. Tipologia Bíblica
 40. Homilética
 15. Livros Históricos
 41. Hermenêutica
 16. Livros Poéticos
 42. Panorama Bíblico
 17. Profetas Maiores
 18. Profetas Menores
 19. Os Evangelhos e Atos
 20. Angelologia
 21. Epístolas Paulinas
 21. Epístolas Gerais
 22. Geografia Bíblica
 24. Adm. Eclesiástica

A doutrina da Salvação
Soteriologia
AOS ALUNOS

É imprescindível que se tome alguns cuidados para que haja um melhor 6

aproveitamento da matéria, dentre eles:

1. Estude o material sempre que possível, fora da sala de aula;

2. Adquira material de apoio como bíblias, dicionários, mapas, tabelas,

concordância bíblica, livros etc.;

3. Faça sempre anotações daquilo que aprendeu bem como de suas

dúvidas, que poderão ser esclarecidas posteriormente;

4. Não converse durante a aula, dê toda sua atenção aquilo que está

sendo ministrado em sala de aula;

5. Desligue o celular na sala de aula, se não for possível só o atenda em

caso de necessidade;

6. Não faça perguntas se você já sabe a resposta.

7. Peça o Espírito Santo para lhe abrir o entendimento, pois ele sempre o

faz.

A doutrina da Salvação
Soteriologia
SUMÁRIO

Introdução..........................................................................................9

I. Jesus é o nosso Salvador..............................................................9 7

II. Deus, a Origem da Nossa Salvação............................................10

III. Aspectos da Salvação em Jesus................................................12

IV. Em Cristo, todos estão predestinados á Salvação.....................13

V. A Salvação..................................................................................14

VI. O recebimento da Salvação.......................................................15

VII. As Bênçãos que acompanham a Salvação...............................15

VIII. A certeza de Salvação.............................................................16

IX. O segredo da manifestação da Salvação..................................17

X. De que maneira se manifesta a certeza da Salvação.................18

XI. As evidencias externas da Salvação..........................................19

XII. O Arrependimento.....................................................................20

XIII. O Arrependimento e o Remorso..............................................21

XIV. Arrependimento, tema central do Cristianismo........................22

XV. A Conversão.............................................................................23

XVI. As quatro fases da Conversão.................................................24

A doutrina da Salvação
Soteriologia
XVII. Os resultados da Conversão..................................................26

XVIII. A Regeneração......................................................................26

XIX. Como se processa a Regeneração do homem.......................28


8

XX. Consequências da Regeneração..............................................31

XXI. A Justificação...........................................................................34

XXII. De que maneira o homem é justificado?................................36

XXIII. Os resultados da Justificação................................................38

XXIV. A Santificação........................................................................40

XXV. Como o homem pode experimentar a Santificação?.............44

XXVI. As bênçãos que acompanham a Santificação......................46

XXVII. O crescimento espiritual.......................................................47

XXVIII. A preservação da Salvação.................................................49

XXIX. A doutrina da Predestinação.................................................54

XXX. A preservação do crente........................................................58

Conclusão........................................................................................60

Referencias Bibliográficas...............................................................61

A doutrina da Salvação
Soteriologia
Introdução.

A doutrina da salvação, na maioria das igrejas e centros de crença existentes 9


hoje, é nebulosa ou, nos casos piores, contraditórias. A Salvação
providenciada por Jesus Cristo se concretiza no mundo. Embora ela realize a
integração do ser humano na história da salvação que o antecede e o
sucederá, sua visibilidade se dá no tempo histórico e na realidade concreta de
vida no mundo. Certamente possuímos uma esperança gerada pela salvação
por uma situação perfeita por vir, mas esta esperança também se manifesta na
realidade concreta e em relação à ela. Com isso, devemos afirmar que não há
como tratar da salvação sem considerarmos o contexto mais amplo em que ela
se dá. O termo teológico da Doutrina da Salvação é a Soteriologia. Essa
doutrina abrange várias outras doutrinas que o Pr. Robenval Harley com
profundo conhecimento nos ensinará riquíssimas e preciosas verdades acerca
deste assunto maravilhoso.

I. Jesus é o nosso Salvador.

a) Jesus é o nosso Salvador. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus,


aquele que é, e que era, e que há de vir, (Ap 22.13).

b) O único caminho que nos leva ao Pai (Jo 14.6) “Respondeu-lhe Jesus: Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

c) O único Mediador entre Deus e o homem (I Tm 2.5) “Porque há um só Deus,


e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”.

d) A única solução para a salvação do homem (At 4.12) “E em nenhum outro


há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, em que devamos ser salvos”.

e) A Salvação procede de Deus e não dos homens (Rm 6.23, Jo 3.16).

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f) A salvação é obtida pela graça e não por obras humanas (boas obras,
tradições, rituais, etc) (Ef 2.8-9). Sendo salvo, o homem se torna um filho de
Deus (Jo 1.12-13) e tem a vida eterna (Rm 6.23).

g) A Trindade divina coopera com o pecador na sua salvação (Jo 1.12-13, Jo


10
6.44, Jo 3.3-7, Ef 1.13-14)

h) Arrependimento e conversão (Mc 1.15).

i) A salvação nos vem pela fé em Cristo (Rm 10.8-11)

II. Deus, a Origem da Nossa Salvação.

A salvação nasceu no coração de Deus.

A Salvação preparada para o mundo perdido nasceu no coração amoroso de


Deus, por isso a multidão Salva, vestidas de vestes brancas, Cantará nos
Céus: “Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro”,
(Ap 7.10). No dia da queda do homem, Deus prometeu enviar um Salvador. Ele
disse a respeito da semente da mulher: “esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás
o calcanhar” (Gn 3.15). Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho,
nascido de mulher (Gl 4.4). A promessa se cumpriu literalmente, foi uma
expressão do seu amor: “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o
seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mais tenha a
vida eterna” (Jo 3.16). “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da
reconciliação” (II Co 5.19). Se a morte na cruz foi tremenda para Jesus,
também foi para Deus. Foi o seu grande amor que pagou o Sacrifício, e foi a
sua justiça que recebeu o preço de sangue pago por Jesus (Hb 9.24-26). Na
cruz foram provadas e mantidas quatro coisas importantes:

a) O amor de Deus (Rm 5.8-10).

b) A Sabedoria de Deus que se revelou na cruz. (I Co 1.18-25) com uma


profundidade insondável (Rm 11.33-35).

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c) O poder de Deus (I Co 1.24-25).

d) A Justiça de Deus. Diante dos Céus, do inferno e de todo o mundo, a sua


palavra foi cumprida (Rm 5.18).

Jesus dado por Deus como único meio de salvação. 11

“Chamarás o seu nome Jesus, porque Ele Salvará o seu povo dos pecados
deles” (Mt 1.21). Jesus foi, desde o seu nascimento, chamado Salvador (Lc.
2.11), porque ele veio para Salvar. Ele realmente veio “buscar e Salvar o que
se havia perdido” (Lc 19.10).

Jesus garantiu a Salvação, pela sua morte na cruz! “Havendo feito a paz pelo
sangue da sua cruz” (Cl 1.20). E pela cruz reconciliar ambos com Deus (Ef
2.16). Como uma cruz aponta para várias direções, isto é, para cima, para
baixo e para os lados, e assim a mensagem da Vitória de Cristo. Que Ele
ganhou na cruz, é dirigida para todos os lados. Vejamos alguns simbolismos da
cruz:

a) A Cruz aponta para baixo e proclama a vitória de Jesus sobre o diabo.


Realmente, a “cabeça da serpente” foi ferida (Gn 3.15), satanás foi despojado
da sua posição, quando Jesus triunfou sobre ele (Cl 2.14-15). Jesus disse
antes da cruz: ”Agora é o juízo deste mundo: agora será expulso o príncipe
deste mundo” (Jo 12.31).

b) A Cruz para cima. É a mensagem de Deus dizendo que, agora, o mundo


está reconciliado com Ele, ou seja, com Jesus (II Co 5.19), e que a obra de
Cristo veio para realizar está consumada (Jo 19.30). Agora Deus pode esta
conosco, pôr causa de Jesus, Ele é o Emanuel, “Deus conosco” (Mt 1.23).

c) A Cruz estende os seus braços como um sinal de parar: pare! O que deve
parar diante da Cruz? A Bíblia diz: “ O fim da lei é Cristo” (Rm 10.4). “A lei nos
serviu de aio para conduzir a Cristo” (Gl 3.24). A lei jamais teve poder para
salvar alguém, mas pela cruz entrou “A Dispensação da Graça” (Ef 3.2), pois “a
lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o Reino de Deus”

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(Lc 16.16). Porque João foi o ultimo a profetizar sobre Jesus; e naqueles dias
apareceu Jesus a João no rio Jordão (Mt 3).

d) Os braços da Cruz se abrem representando os braços do perdão de Deus,


que agora estão abertos para receber a todos (Rm 10.21). “Vinde então, e
12
argüi-me, diz o Senhor: ainda os vossos pecados sejam como escarlata, eles
se tornarão brancos como a neve” (Is 1.18).

Jesus, a própria salvação.

Quando o velho Simeão tomou Jesus nos braços, disse cheio do Espírito Santo
“Agora, Senhor, despede o teu servo em Paz, pois já os meus olhos viram a
Tua Salvação” (Lc 2.27-30). A Bíblia diz que “A Salvação em Cristo Jesus” (II
Tm 2.10).

III. Aspectos da Salvação em Jesus.

1. Ele é a Propiciação (I Jo 2.1-2). Temos, assim, na própria pessoa de Jesus a


Propiciação, e não somente uma doutrina na Bíblia sobre ela (I Jo 4.10, Rm
5.11, Ef 2.16, Cl 1.22).

2. Jesus é o Caminho (Jo 14.6).

3. Jesus é o Fundamento (I Co 3.11, Ef 2.20-21, I Pe 2.4-5, Mt 7.24).

4. Jesus é Vida (Jo 1.4) Ele é o tronco da videira, do qual os crentes são as
varas que, pelo tronco, participam da raiz e da seiva (Rm 11.17, Cl 3.3-4).

Para ser Salvo, importa somente ir a Jesus, aceitando-o como o seu Salvador
(Jo 1.12-13, Cl 2.13, I Tm 1.5). Assim o homem se identifica com Jesus e com
a sua palavra e, as coisas velhas já passaram eis que tudo se fez Novo (II Co
5.17). Esta aceitação de Jesus independe de um amplo conhecimento das
doutrinas da Bíblia. Aquele que, de coração, crer que Jesus é o filho de Deus e
o aceita. Experimenta logo o contato com Cristo Vivo, e é, Salvo e identificado
com a nova vida (At 8.37, At 16.31). Neste contato com Jesus o Crente:

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a) Fica crucificado com Cristo (Gl 2.20);
b) Está morto com Cristo (Cl 2.20);
c) Fica sepultado com Cristo (Rm 6.4);
d) È vivificado com Cristo (Ef 2.5);
e) È ressuscitado com Cristo (Cl 3.1); 13

f) Fica disposto até a sofrer com Cristo (Rm 8.17);


g) Tem a esperança de ser glorificado com Cristo (Rm 8.17).

A Salvação e uma obra exclusiva de Jesus onde nada é feito pelos nossos
méritos. Quando o pecador abre o seu coração e recebe Jesus como Salvador
é que chega a uma maravilhosa união com Ele e, pôr meio dessa união entra
na rica experiência da Salvação. A doutrina da Salvação, que com este estudo
iniciamos, vamos dividir lá em três grandes partes, e, em cada uma delas,
veremos que Jesus é a pessoa central, aquele que faz tudo em todos:

a) A experiência inicial da Salvação;


b) Continuação da Salvação;
c) A preservação da Salvação.

Que Deus neste estudo abra os nossos olhos para que vejamos as maravilhas
da sua lei, e venhamos a obter o conhecimento de todo o bem que em vós há
pôr Cristo Jesus (Sl 119.18).

IV. Em Cristo, todos estão predestinados á


Salvação

Não queremos que o termo “Predestinados” tenha o sentido de “uma vez salvo,
salvo para sempre”, não. Se analisarmos a própria grafia da palavra,
entendemos que:

a) O prefixo “pré” significa “antes”, aquilo que está por vir.


b) Destinados são aqueles que possuem um destino.

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Então, concluímos que, Jesus é o nosso destino "Disse-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6).
O destino (Jesus) foi dado antes "Como também nos elegeu nele antes da
fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele
em amor;" (Ef 1.4). Assim, todos podem ser salvos em Jesus. 14

Todo o povo é convidado a procurar a Salvação, Is. 55:1. Jesus morreu pôr
todos. II Co.5: 14-15; Rm.5: 8; Rm.8: 34; Rm.14: 19. Deus predestinou Jesus
para ser o meio de Salvação. Ef.1: 11; I Pe.1: 20.

V. A Salvação

De todas as palavras empregadas para definir a experiência transformadora do


encontro do homem com Deus, Salvação é a mais usada. Mas, o que significa
Salvação?

5.1. A palavra Salvação significa, em primeiro lugar, ser tirado de um perigo,


livrar-se, escapar. A Bíblia fala da Salvação como a libertação do tremendo
perigo de uma vida sem Deus (At 26.18, Cl 1.13).

5.2. Traduzida do texto grego, tem o significado de tornar ao estado perfeito, ou


restaurar o que a queda causou, a Salvação desfaz, assim, as obras do diabo
(I Jo 3.8).

5.3. A Salvação é uma expressão do poder de Deus.

Jesus, o autor da Salvação, tem por nome O Salvador (Lc 2.11, II Tm 1.10).
Quando Simeão o viu no Templo, disse: “os meus olhos viram a tua Salvação”
(Lc 2.30). Jesus é a Salvação de Deus, no aspecto de Salvar o homem. Porque
Ele, pela sua morte na cruz, ganhou uma eterna Salvação (Hb 5.9), sendo-lhe
dado todo poder para perdoar (Mc 2.10). A todos os que o recebem Ele dá
poder, para serem feitos filhos de Deus (Jo 1.11-12).

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5.4. O Evangelho (At 13.26) é poder de Deus para Salvação de todo aquele
que nele crer (Rm 1.16). Os homens estão sendo chamados para sua Glória e
virtude (II Pe 1.3).

5.5. O poder do Espírito Santo opera para Salvação dos pecados (Jo 16.8-9,
15
Ap 22.17, I Ts 1.5-6).

VI. O recebimento da Salvação

6.1. A Salvação é um dom de Deus (Ef 2.8, Rm 6.23), dado pela Graça de
Deus (Rm 5.15), e, como tal, deve ser recebido. Não vem das obras (Ef 2.8).

6.2. O Espírito Santo (Jo 16.8-9), e a palavra de Deus (Rm 10.8, Rm 14.17),
operam o despertamento no homem, fazendo a sua vontade inclinar-se para
buscar e aceitar a Salvação.

6.3. Receber a Salvação, e crer em Jesus são expressões sinônimas (Jo 1.12-
13). A fé Salvadora se expressa pela oração a Deus em nome de Jesus. Todo
aquele que invoca o nome do Senhor será salvo (At 2.21, Rm 10.13).

6.4. Com a boca se confessa para a Salvação (Rm 10.10). No momento em


que a pessoa se entrega a Jesus, com a sua boca começa a confessar sua
alegria e gratidão. A certeza de ser Salvo se manifesta (Rm 10.9, Sl 51.12).

VII. As Bênçãos que acompanham a Salvação

Muitas coisas acontecem na vida do homem que recebe a Jesus como seu
Salvador. Vejamos:

7.1. Ele é salvo dos seus pecados (Mt 1.21, Lc 7.50), que lhe são perdoados,
(Lc 7.48, Tg 5.20).

7.2. Ele é salvo do juízo (I Tm 5.24, Rm 8.1), da ira de Deus (Rm 5.9), e da
morte eterna (Tg 5.20, Ap 20.6).

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7.3. Ele entra em comunhão com Deus (Ef 2.13-18, Lc 1.74-75), recebe
entrada na sua graça (Rm 5.1), e se torna cidadão do Céu (Ef 2.19).

7.4. Ele é salvo desta geração perversa (At 2.40), isto é, recebeu uma nova
posição em relação ao mundo (Fp 2.15).
16

7.5. Ele é salvo do poder de satanás (At 26.18, Cl 1.13-15, Hb 2.14).

7.6. Por ser salvo, ele tem um lugar para o Espírito Santo de Deus agir em sua
vida (Ef 1.13, Ef 2.16-18).

7.7. A Salvação lhe dá viva esperança (I Pe 1.3), e direito à Gloria Eterna (II Tm
2.10, II Tm 4.18) e assim, é salvo da ira de Deus (I Ts 1.10, I Ts 5.9, II Pe 2.9).

7.8. A Salvação também livra da culpa do pecado (Ef 1.7, Cl 1.14), e do poder
do pecado (Rm 7.17-25).

7.9. A Salvação abrange a nossa vida em todos os seus aspectos. “Se alguém
está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas já passaram, eis que Tudo se
fez novo” (II Co 5.17). A salvação provoca uma transformação total em nossa
vida e em nossa posição no mundo e diante do nosso inimigo.

VIII. A certeza de Salvação

Eis a questão: é possível um homem aqui na terra, conseguir certeza da sua


salvação? As respostas são muitas e mui diferentes.

Alguns afirmam que isso não é possível, porque o homem é fraco e jamais se
libertará do seu pecado! Outros ainda, dizem que isto é coisa que só no céu se
saberá, se chegou lá ou não! E já outros afirmam que é orgulho ter a certeza
de Salvação ou dizer que está salvo. Porem a Bíblia joga por terra esse tipo de
ignorância e define com exatidão este assunto, coisa que iremos estuda agora.

A Bíblia declara que é possível alcançar a certeza de Salvação vejamos alguns


pronunciamentos autorizados: o próprio Jesus foi quem afirmou sobre a certeza
de Salvação.

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8.1. Jesus afirma que se pode receber esta certeza! Ele disse a Zaqueu: “hoje
veio Salvação a esta casa” (Lc 19.9), á mulher pecadora Ele disse: a tua fé te
Salvou; vai-te em paz (Lc 7.50) e, ao malfeitor que se converteu na cruz: “hoje
estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43).
17
8.2. Paulo experimentou esta certeza! Ele disse: “eu sei em quem tenho crido,
e eu estou certo de que Ele é Poderoso para guardar...” (II Tm 1.12), diz “o
mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm
8.16).

8.3. Pedro também declara que é possível receber esta certeza! Bendito seja
Deus... que nos gerou de novo (I Pe 1.3), a este dão testemunho todos os
profetas, de que todos os que Nele crêem receberão o perdão dos pecados
pelo seu nome (At 10.43).

8.4. João testifica que é possível obter a certeza: “ Amados, agora somos filhos
de Deus...” (I Jo 3.2); “nós sabemos que passamos da morte para vida...” (I Jo
3.14), e estas coisas vos escrevi para que SAIBAIS QUE TENDES a vida
eterna (I Jo 5.13).

IX. O segredo da manifestação da Salvação.

9.1. O próprio Deus se encarrega de dar a certeza àqueles que, confiando nele,
aceitam o seu convite, toda Trindade esta diretamente envolvida na chamada
do pecador! Deus (Is 1.18), Jesus (Mt 11.28) e o Espírito Santo (Ap 22.17),
dizem “Vem!” quando o pecador vem a Jesus, é recebido (Jo 6.37) Deus,
então, como confirmação, envia o seu Espírito ao coração do penitente que
começa a chamar: Aba Pai (Gl 4.6). Testificando com o nosso espírito que
somos filhos de Deus (Rm 8.16). Assim a certeza da Salvação nasce dentro do
coração!

9.2. A própria experiência da Salvação é tão marcante e revolucionante que,


pôr si própria, gera uma certeza absoluta, vejamos algumas expressões que
salientam o que significa ser Salvo: Das trevas os converterdes a luz (At 26.18)

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do poder de satanás a Deus (At 26.18) nos tirou da potestade das trevas, e nos
transportou para o reino do filho do seu amor... (Cl 1.13). È impossível ter uma
experiência emocionante e penetrante, sem que ela deixe em nós uma certeza
absoluta de que a experimentamos, após a experiência, poderemos dizer como
o moço que Jesus curou de cegueira: uma coisa sei é que havendo eu sido 18

cego, agora vejo! (Jo 9.25), ninguém podia duvidar de que ele tivesse certeza
do que lhe acontecera.

X. De que maneira se manifesta a certeza da


Salvação

Existem várias evidências reais da Salvação recebida. Podemos falar de


evidências internas e externas, porém todas são aspectos que provam sermos
filhos de Deus.

10.1. O testemunho do Espírito em nós evidencia o recebimento da Salvação!


Já observamos que Deus envia o seu Espírito para testificar na alma do que se
converteu (Gl 4.6). Quando Deus escreve o nome no livro da Vida (Lc 10.20).
Ele nos manda “o protocolo” pelo testemunho do Espírito Santo (Rm 8.16, I Jo
3:24, I Jo 4.13). Devemos tomar cuidado para que este testemunho em nós
jamais silencie (Ef 4.30).

10.2. O testemunho das Escrituras proporciona uma certeza em nossos


corações pela Salvação recebemos o Espírito Santo (Rm 8.9-16, I Jo 3.24),
que inspirou a palavra de Deus (II Pe 1.21, II Tm 3.16) quando o crente lê a
Bíblia, o Espírito Santo vivifica a palavra (vivifica significa dar a vida),
aplicando-a a nossa experiência, gera a certeza! “Estas coisas vos escrevi,
para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho
de Deus” (I Jo 5.13). Pela palavra, tomamos conhecimento da verdade, e a
verdade nos libertará e nos dará certeza (Jo 8.32).

10.3. A própria experiência da Salvação traz também uma evidência interna: é


o fato de entrarmos numa comunhão interna com Deus (I Jo 1.3, Ef 2.13, I Co
1.9) pôr meio desta comunhão chegamos a presença do Senhor, onde há

A doutrina da Salvação
Soteriologia
abundância de alegria, e delicias perpetuamente (Sl 16.11) esta sensação
palpável da presença do Senhor, a paz e a tranqüilidade recebida, são
evidências convincentes de que somos filhos de Deus.

10.4. A extinção do medo da morte e da eternidade que a Salvação


19
proporciona, é uma evidência palpável da Salvação. Porque a experiência da
Salvação faz cessar o medo da morte: pois para os Salvos não existe mais
condenação (Rm 8.1, Jo 5.24).

XI. As evidencias externas da Salvação

Evidências externas são as que acompanham cada vida transformada. Elas


podem ser vistas pelos que “estão de fora” (Cl 4.5, I Co 5.12, I Ts 4.12, I Tm
3.7) quando Saulo se converteu, o povo falava: “Aquele que já nos perseguiu,
anuncia agora a Fé que antes destruía” (Gl 1.23,24). As evidências externas
são chamadas “frutos do arrependimento”, produzi, pois frutos dignos de
arrependimento (Mt 3.8). São indispensáveis, pois a Bíblia diz: “por seus frutos
os conhecereis” (Mt 7.16-19), isto é, aquele que não possui o fruto do
arrependimento, é porque ainda não se arrependeu, ou seja não ouve ainda
uma transformação, e um lobo no meio das ovelhas e nunca se converteu de
verdade (Mt 7.15, Rm 16.17-20, Ef 5.1-21, At 20.28-33), é como o Joio no meio
do trigo (Mt 13.24-43). Medite (I Jo. 3) e veja quais são as evidências externas.

11.1. O crente salvo, possui uma maneira diferente de viver, porque a Bíblia
diz: “Tudo se fez novo” (II Co 5.17). Ele agora procede a com justiça (I Jo 2.29)
e não vive mais dissoluta (vida torta errada) (I Pe 4.2,3). o crente pode errar,
(esta sujeito a errar mas tem que lutar para não errar) porque aquele que disser
que não tem pecado e que nunca peca esse e mentirosos e não há verdade
nele (I Jo 1.8-10), o crente pode até errar, mas não pode viver no erro, ou seja;
não poder permanecer no erro, e igual os maus pensamentos, eles vem mais
não podemos deixar nos alimentar por eles,(veja que não estamos livres que
um pássaro voando no alto, e do alto solte sua caca, cocô, em nossas
cabeças, às vezes não podemos evitar que isso aconteça; mais podemos
impedir que o pássaro pouse e faça ninho em nossa cabeça, assim e os maus

A doutrina da Salvação
Soteriologia
pensamentos e o pecado não podem permanecer em nossas vidas). A Bíblia
diz: qualquer que Nele permanece Não peca (I Jo 3.6), mais se pecar temos
um Advogado para com o Pai, Jesus o Justo (I Jo 2.1,2). qualquer que é
nascido de Deus não comete pecado (I Jo 3.9), trata-se de uma ação contínua!
Se o crente errar, não pode viver no erro. Tem que deixar o pecado, a falta, 20

para receber o perdão de Deus e vencer o mal, vencer o maligno, se assim não
o fizer, o pecado toma conta dele, e ele perde a Salvação.

11.2. O que é nascido de Deus guarda a Palavra do Senhor (I Jo 2.3-5), pois


está escrita no seu coração a lei de Deus (Hb 8.10-13). O amor de Deus se
expressa no guardar a sua palavra (Jo 14.15-24).

11.3. O que nasce de novo ama seus irmãos (I Jo 2.10, I Jo 3.14, I Jo 4.1-21),
esta evidência e tão séria que a Bíblia afirma, que aquele que não ama seu
irmão não conhece a Deus (I Jo 4.8), e está em trevas (I Jo 2.9-11, I Jo 3.14-
17). Não confundir amar seu irmão, com aceitar o engano de seu irmão.

11.4. Outra evidencia importante no crente é que ele confessa o nome do


Senhor (I Jo 2.23, I Jo 4.15), isto acontece porque o Espírito Santo está nele e
testifica de Jesus no seu coração (I Jo 2.20-24), pôr isso o crente sente prazer,
e fica impulsionado a confessar o nome de Senhor, (ele não nega Jesus no
trabalho, na rua etc... ele sempre confessa o nome Santo de Jesus) (Mt
10.32,33, I Jo 3.2).

XII. O arrependimento

O arrependimento consiste, enfim, no abandono do pecado: há um elemento


intelectual no arrependimento. A palavra Grega para arrependimento
(Metanóia), que significa “Mudança de Mente”. Não é uma transformação
superficial, ou temporária, mas uma mudança fundamental de atitudes,
principalmente com relação ao pecado, o pecado não é mais negligenciado,
desculpado ou chamado de estilo de vida. O pecador arrependido reconhece
ser culpado diante de Deus, e abandona seus pecados para agradar a Deus.

A doutrina da Salvação
Soteriologia
Há igualmente, uma mudança de atitude para com Deus. Não se pode
esquecer o elemento emocional do arrependimento. A tristeza genuína,
causada pelo pecado, implícita (Sl 51.1, Mt 21.29,30, II Cor 7.8, Hb 7.21).

Há ainda o elemento Volitivo, “um ato definido da vontade para tomar e receber
21
o que Deus oferece”.

A palavra Grega Metanóia sugere, fortemente, que o pecador mergulhe para


além da mera consciência intelectual quanto a pecaminosidade. Mas que o
faça com tal ímpeto e repulsa, que o leve a rejeitar o mal e seguir a Cristo,
desejando aprender cada vez, mas do Salvador (Mt 3.8, At 5.31, At 20.21, Rm
2.4, II Cor 7.9-10, II Pe 3.9).

XIII. O arrependimento e o remorso

Paulo, em (II Co 7.9-10) mostra a diferencia, entre remorso e arrependimento.


Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a Salvação da
qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. Através
da vida de Pedro e Judas encontramos o exemplo real de arrependimento e
remorso. Ambos eram discípulos de Jesus, ambos erraram diante do Mestre,
ou seja, Pedro negou a Jesus e Judas traiu a Jesus, Ambos ficaram tristes,
depois do fato Pedro saiu e chorou amargamente. Judas ficou só, depois se
retirou e enforcou-se. Através da vida de Pedro, vemos uma tristeza que
operou Salvação. Já em Judas vemos uma tristeza que operou morte (Mt
29.69-75, Jo 21.15-18, Mt 26.14-16, Mt 27.1-10). A Bíblia nos mostra que o
arrependimento inicia o Caminho da Salvação. João Batista e Jesus davam
ênfase a esta mensagem Mt. 3, Pedro no pentecostes, volta a destaca-la (At 2).

Na parábola da ovelha perdida, Cristo mostra a alegria que há no céu quando


um pecador se arrepende (Lc 15.1-7). O pecador precisa saber que a primeira
coisa que fazer é buscar a Deus, a quem ofendeu pelo seu pecado. É preciso,
pois, reconhecer o pecado diante do Pai Celestial, como fazia o publicano da
parábola (Lc 18.13). Sem essa atitude, não pode começar o caminho da
Salvação. O Crente, quando, pôr infelicidade pecar, ou seja, quando o crente

A doutrina da Salvação
Soteriologia
pecar, ele só poderá ser restaurado diante de Deus, novamente, com o
reconhecimento do seu pecado e sua confissão a Deus (I Jo 1.8-10, I Jo 2.1,2,
Sl 51, Pv 28.13,14). A Igreja precisa pregar, constantemente, a mensagem do
arrependimento, que é o ato que inicia a caminhada para Salvação.
22
XIV. Arrependimento, tema central do
cristianismo

a) João Batista pregou o arrependimento (Mt 3.2);


b) Jesus pregou o arrependimento (Lc 24.47);
c) Os apóstolos pregaram arrependimento (At 2.38, At 13.38-51, At 3.19) e
Deus anunciam agora a todos os homens em todo o lugar, que se
arrependa (At 17.30).

14.1. O arrependimento surge como um resultado de um despertamento.

O Espírito Santo opera o arrependimento, aplicando-o á obra de Cristo


na vida do homem, a quem convence do pecado, da Justiça de Cristo e
do Juízo Vindouro (Jo 16.7-14), o arrependimento também vem como
resultado da pregação da palavra de Deus (Mt 12.41, Jn 3). Quando
Deus manifesta diante dos homens, eles se sentem humilhados,
quebrantados prontos a se arrependerem (Jó 42.5, Ed 9.6-15, II Sm 12).
O arrependimento opera uma verdadeira reviravolta na vida do homem.
Aquele cuja mente, sentido e vontade estavam totalmente voltados para
o mundo e para o pecado (II Co 3.14-16, Ef 4.17-32, I Tm 6.10, Lc 19.1-
10), de repente vira-se para Deus. Essa mudança é total, pois abrange
tudo em sua vida.
O seu entendimento, antes obscurecido, sente o mal que praticou e
compreende que Deus é o único Caminho para a Salvação por meio de
Jesus Cristo (Jo 14.6, II Co 4.4). A sua consciência acorda e lembra-lhe
o mal que praticou no passado.
No seu sentido há agora remorso e tristeza. O arrependimento faz o
homem mudar de atitude. Assim aconteceu com o filho cujo pai pediu

A doutrina da Salvação
Soteriologia
que fosse trabalhar na vinha, primeiro ele não quis, mas depois,
arrependendo-se, foi (Mt 21.28-32) medite (Rm 6).
O arrependimento abre agora a porta para a manifestação da Fé no
coração do homem (Rm 10.8-10) ”arrependei-vos e crede no evangelho”
(Mc 1.15) a fé é uma coisa que vem do homem, mas é uma operação de 23

Jesus, que é o autor e consumador da fé pela palavra de Deus, (a fé


vem pelo ouvir a palavra de Deus) (Rm 10.17), e pelo Espírito Santo,
que também é no coração do homem, pois sem fé é impossível agradar
a Deus, (Hb 11.6) é necessário que aquele que se aproxime de Deus
creia que Ele existe (Hb 11.6) Deus,embora invisível e desconhecido do
homem, torna-se real e presente quando a fé é implantada no coração
do penitente.”Ora, A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam
e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1).
Pela fé o homem arrependido tem um encontro com Deus, encontro que
procura um milagre: o penitente é recebido pôr Deus, que o restaura
perdoando-lhe os pecados pelos méritos de Jesus. É realmente um
grande milagre! E o caso de Zaqueu o Publicano (Lc 19).

XV. A conversão

A conversão e o arrependimento andam juntos (At 3.19, At 26.20) enquanto o


arrependimento se refere á mudança total do sentimento do homem e á sua
atitude para com Deus, a conversão expressa a nova posição para com o
mundo, e representa, nesse sentido, uma mudança da situação: o homem que
vinha andando no caminho largo para a perdição, muda repentinamente a
direção e passa a andar no caminho estreito que o leva para o céu (Mt 7.13,14,
Lc 13.22-30).

A Bíblia diz: “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de
modo algum entrareis no Reino dos Céus, portanto, aquele que se tornar
humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus” (Mt 18) , Jesus
disse que aqueles que não entrarem pela porta são ladrões (Jo 10), Jesus é a
porta das ovelhas (Jo 10.7), a conversão é indispensável, porque ninguém

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Soteriologia
pode servir a dois senhores, a dois deuses, ao mundo e a Deus ao mesmo
tempo, ou ama o mundo de vez; ou ama a Deus de vez tem que haver uma
escolha não se pode servir a Deus e ao mesmo tempo as riquezas (Mt 6.24, Js
24.15).
24
XVI. As quatro fases da conversão

E Deus que opera a conversão (Lm 5.21, Jr 31.18), mas Ele opera de acordo
com a aceitação da parte do homem. Estudando a doutrina da conversão,
usaremos como modelo a parábola do filho pródigo, usada pôr Jesus no seu
ensino (Lc 15.11-32).

16.1. A primeira fase.

Despertado pelas circunstâncias tristes e cruéis na terra estranha, o filho


pródigo começou a refletir sobre a sua própria situação. Lembrou-se de que na
casa de seu pai tudo era bom e sentiu vivamente a miséria em que vivia, (Lc
15.14-17) foi nesta reflexão que começou a sua conversão. É assim que o
Espírito Santo opera quando desperta o homem para refletir e a considerar a
sua situação. A palavra de Deus também faz o homem reconsiderar (Sl 119.59)
o seu caminho e seus atos maus (Sl 64.9). os seus olhos começaram a ver
coisas que antes não viam. No mundo não têm mais prazer, sente vazio... é
Deus que o chama, que chama o pecador.

16.2. A segunda fase.

Enquanto o filho pródigo refletia sobre a sua situação em terra estranha,


surgiram-lhe pensamentos sobre a necessidade de tornar a seu pai, á casa
paterna, ele começou a meditar sobre as vantagens que teria se voltasse... no
seu pensamento, já via a si mesmo voltando ao pai e pedindo-lhe perdão, (Lc
15.18) é essa obra do Espírito Santo para a conversão do pecador. Os
pensamentos, que no inicio estavam voltados só para a miséria em que vivia,
começam a elevar-se as coisas de Deus: ele meditava na palavra e nas coisas

A doutrina da Salvação
Soteriologia
que de cima tem ouvido... Depois de ter esquadrinhado os seus caminhos, um
desejo começa a forma-se: “Voltamos para o Senhor”, (Lm 3.40).

16.3. A terceira fase.

Esta fase representa a própria decisão, depois que o filho pródigo havia 25

meditado, sobre a sua miséria, como sobre a sua necessidade de voltar,


resolveu, “Irei!” “E Levantou-se, foi para seu pai” (Lc 15.18-20) agora vira a
costa para a terra estranha, para a sua miséria, e olha o caminho em direção á
casa do pai. É isto que é a conversão! É esta decisão que cada pecador deve
chegar. Os pensamentos que antes do tempo do despertamento que o
dominava, devem, agora, transformar-se em ação! Ação é a decisão que leva á
conversão. Isto é possível quando o pecador expressa o seu desejo, a sua
vontade, numa oração a Deus em nome de Jesus (At 2.21), então Deus lhe dá
poder para deixar o mundo e voltar para Deus. Vejamos como a Bíblia
expressa este processo:

a) Os convertidos á luz (At 26.18);


b) Do poder de satanás a Deus (At 26.18);
c) Vos convertais dessa vaidade ao Deus vivo;
d) Dos ídolos converteste a Deus (I Ts 1.9);
e) E o que fizer conter do erro um pecador, salvará da morte uma alma (Tg
5.20).

16.4. A quarta fase.

O filho pródigo, de volta da terra estranha, encontrou o que é essencial na


conversão. O pai que correu ao seu encontro para perdoar-lhe abraça-lo,
restaura-lo (Lc 15.20-24). Tudo voltou à normalidade! Esta é a experiência de
todos os que se convertem a Deus. Diz a palavra de Deus assim: “Chegai-vos
a Deus e Ele se chagará a vós, limpai-vos as mãos, pecadores; e vós de duplo
ânimo. Purificai o coração” (Tg 4.8). E quando Deus chega “todas as coisas
são possíveis” (Mc 10.27). Vejamos o que acontece no encontro do convertido
com Deus:

A doutrina da Salvação
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a) Todos os seus pecados são perdoados (Mc 4.12, At 3.19);
b) Jesus cura as feridas da alma causada pelo pecado (Mt 13.15);
c) Recebe um novo coração (Ez 18.30-32);
d) O Véu que impede a visão espiritual é tirado (II Co 3.16). A Bíblia diz:
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus (Mt 26

5.8).

XVII. OS resultados da conversão

17.1. Um novo testemunho (Gl 1.22-24, Mt 5.16, I Pe 4.1-5);

17.2. Novas Bênçãos (At 3.19). Os tempos do refrigério chegaram. Tudo aquilo
que antes impedia as Bênçãos, foi tirado (II Co 3.16).;

17.3. Uma Nova incumbência: “Quando te converterdes, confirma teus irmãos!”


(Lc 22.32).

17.4. Um Novo alvo: O céu! Os convertidos poderão entrar no reino de Deus


(Mt 18.3, Lc 23.43), ser menino na malicia e não no entendimento (I Co 14.20, I
Pe 2.1-3).

XVIII. A regeneração

A regeneração expressa a experiência do recebimento da nova vida, da vida


eterna. Isso acontece quando o homem se encontra com Deus na busca da
Salvação. Este assunto é muito profundo e contém ensinos substanciais.

O que significa regeneração?

1. Definição. O novo nascimento significa o ato sobrenatural em que o homem


é gerado pôr Deus (I Jo 5.18), para ser filho de Deus (Jo 1.12), e participante
da natureza divina (II Pe 1.4).

2. O Novo Nascimento significa a entrada do homem no reino de Deus (Jo 3.3).


Ninguém pode ser contado, como cidadão antes de nascer de novo. Do mesmo
modo; “O Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é Nascido ali” (Sl

A doutrina da Salvação
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87.6). São os nascidos de novo que são inscritos no livro da vida (Lc 10.20 Ap
20.11-15).

3. O novo nascimento é um milagre.

a) Nenhum homem pode, pelas suas faculdades mentais, compreender o novo 27

nascimento (I Co 2.14) só o homem espiritual entende as coisas do Espírito o


carnal já, mas irá entender (I Co 2.1-16). Até Nicodemos, sendo Príncipe dos
Judeus (Jo 3.1), sendo também Mestre de Israel (Jo 3.10), não entendeu a
significação dessa afirmativa. Pôr isso perguntou a Jesus: “porventura pode
torna a entrar no ventre de sua mãe?” (Jo 3.4).

b) É por meio de um milagre que o homem pode passar de um estado inferior,


o terreal (terrestre), para estado superior, o Celestial! (Cidadão do Céu) foi por
meio de um milagre (Lc 1.31-35), que Jesus, no seu estado superior no Céu,
Aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de homem (Fp 2.6-11), um estado
inferior, pois foi feito “um pouco menor do que os Anjos” (Hb 2.9). É um
verdadeiro milagre quando o homem pela regeneração, passa do estado de
pecado miserável e condenável ao estado Celestial, pertencer ao Reino de
Deus, pôr ter sido tornado uma nova Criatura (II Co 5.17), que se assentará
nos lugares Celestiais em Cristo (Ef 2.6).

c) O Novo Nascimento é um milagre porque se trata da vivificação de um


homem morto no pecado (Ef 2.1-10, Cl 2.13, I Tm 5.6), e separado da vida de
Deus pela ignorância, pela dureza de coração (Ef 4.17-20), que, agora,
regenerado, ressuscita juntamente com Cristo para uma nova vida (Ef 2.5,6).

4. Esta experiência aparece na Bíblia sob diferentes nomes:

a) Nascer de novo (Jo 3.3);

b) Nascer da água e do Espírito (Jo 3.5);

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c) Criado em Jesus Cristo (Ef 4.24, Cl 3.10) “se alguém esta em Cristo, nova
criatura é, as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo” (II Co
5.17).

d) Sendo de novo gerados (I Pe 1.23-25).


28

e) Nascido de Deus (I Jo 3.9, I Jo 4.7), de Deus é gerado, (I Jo 5.18) Dele


nascido (I Jo 2.29).

XIX. Como se processa a regeneração do


homem

O novo nascimento não é realmente pelo batismo nas águas. Quando Jesus
falou de nascer de novo da água e do Espírito (Jo 3.5, Ef 4.22-32) Ele não se
referiu ao batismo nas águas, mas usou a “água” como uma figura da operação
de Deus pela sua palavra. Veja a expressão em (Ef 5.26) “pela lavagem da
água, pela palavra” (Ez 36.25, Hb 10.22), compare com (Tt 3.5) pela lavagem
da regeneração. Diz: como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo,
não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa
consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo (I Pe 3.21). Aqui
se vê que o batismo é apresentado como uma boa verdadeira figura mas o que
opera a salvação é a consciência que clama a Deus. Na Bíblia, observamos
que só foram batizados aqueles que já eram regenerados.

Veja alguns tópicos sobre regeneração. A palavra regeneração significa:

1. Torna a gerar, reproduzir (o que estava destruído).

2. Reorganizar aquilo que estava desorganizado concertar.

3. Corrigir moralmente.

4. Emendar-se, corrigir-se, reformar-se, regenerar-se.

1. Observe que em (Jo 3.1-8) Jesus trata de uma das doutrinas fundamentais
da Fé Cristã: a regeneração (Tt 3.5) ou o nascimento espiritual. Sem o novo

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nascimento, ninguém poderá ver o reino de Deus, e receber a vida eterna e a
salvação mediante Jesus Cristo. Apresentamos a seguir, importantes fatos a
respeito do novo nascimento. A regeneração é a nova criação e transformação
da pessoa (Rm 12.2, Ef 4.23-25) efetuadas por Deus e o Espírito Santo (Jo 3.6,
Tt 3.5) por esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada 29

ao Crente (Jo 3.16, II Pe 1.4, I Jo 5.11), e este se torna um filho de Deus (Jo
1.12, Rm 8.14-17, Gl 3.26) e uma nova criatura (II Co 5.17, Cl 3.8-10). e já não
se conforma com este mundo (Rm 12.2), porque e criado segundo Deus “em
verdadeira Justiça e Santidade” (Ef 4.24).

A regeneração é necessária porque, á parte de Cristo, ou seja, sem Cristo,


todo ser humano, pela sua natureza inerente (inerente significa: que está por
natureza inseparavelmente ligado a alguma coisa ou pessoa inerência) e
pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e de agradar-lhe (Sl 51.5, Sl 58.3, Rm
8.7,8, Rm 5.12, II Co 2.14,15).

A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se
para Deus (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em Jesus Cristo como Senhor e
Salvador de sua alma (Jo 1.12, At.10).

A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida


de obediência a Jesus Cristo (II Co 5.17, Ef 4.23-32, At 9, At 16.27-34, Cl 3.10).
aquele que realmente nasceu de novo esta liberto da escravidão do pecado (Jo
8.36, Rm 6.13-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a
Deus e de seguir a direção do Espírito Santo (Rm 8.13,14), vive uma vida de
retidão (I Jo 3.6-10, I Jo 2.29), ama aos demais crentes (I Jo 3.14-16, I Jo 4.7),
evita uma vida de pecado (I Jo 3.9, I Jo 5.18) e não ama o mundo (I Jo 2.15-
17). Porque quem é nascido de Deus não pode fazer do pecado uma prática
habitual na sua vida (I Jo 3.9), não é possível permanecer nascido de novo
sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a Deus e de evitar o mal
(I Jo 2.3-29, I Jo 3.6-24, I Jo 4.7-21, I Jo 5.1-13) mediante uma comunhão
profunda com cristo (Jo 15) e a dependência do Espírito Santo (Rm 8.2-14).

A doutrina da Salvação
Soteriologia
Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos
do mundo,seja qual for religião que professam, demonstram que ainda não
nasceram de novo (I Jo 3.6-10), a Bíblia afirma: “se viverdes segundo a carne,
morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm
8.13), veja as obras da carne quais são! (Gl 5.19-21). 30

O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o


relacionamento entre Deus e o salvo é questão do Espírito e não da carne (Jo
3.6) logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser
desfeita, o relacionamento de pai para filho, que Deus quer manter conosco, é
voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra (Rm 8.13)
nosso relacionamento com Deus é condicionado pela nossa fé em Cristo
durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e
amor sinceros (Hb 5.9, II Tm 2.12, Mt 10.22, Mt 24.13).

2. O novo nascimento também não é operado pela vontade do homem (Jo


1.13), aqui se vê que são inúteis todos os esforços, idéias e sistemas que os
homens possam inventar para a sua própria salvação. Existe doutrinas que
ensinam autocontrole, meditação e esforços mentais para alcançar um estado
superior, porem nada disso tem valor para fazer o homem nascer de novo.
Jesus disse: “não da vontade do homem, mas da vontade de Deus”, (I Jo 1.13).

3. O novo nascimento é operado pela vontade de Deus (Jo 1.13) é Deus que
realiza a obra, conforme a sua vontade, e isto pelo poder do Espírito Santo.
Toda a Trindade opera na realização do novo nascimento:

3.1. O Espírito Santo é o agente que leva o homem à experiência, ao novo


nascimento. Ele faz isso convencendo o homem do pecado, da Justiça e do
Juízo (Jo 16.8,9) abre-lhe a mente e o entendimento para compreender a
vontade de Deus (II Co 4.6, I Tm 2.4) e desperta-lhe o desejo de ser salvo.

3.2. O Espírito Santo usa como instrumento a palavra de Deus, a qual vivifica,
(Jo 6.63). A palavra em si tem poder regenerador (Jo 1.23-25, Tg 1.18), porque
Ela é a palavra da cruz (I Co 2.1-5), por isto, a pregação do Evangelho tem

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uma grande significação. Paulo disse: “Eu pelo Evangelho, vos gerei em Jesus
Cristo!” (I Co 4.15).

3.3. O Espírito Santo leva o homem à decisão de receber a Jesus, que, pela
morte e ressurreição (I Pe 1.3), ganhou salvação para todos. É quando o
31
homem recebe Jesus que lhe é dado o poder de ser feito filho de Deus (I Jo
1.12). O receber a Jesus e a Fé são sinônimos (Jo 1.12,13).

Quando Jesus quis explicar como esta fé regeneradora no homem se


expressa, usou como figura o levantamento no deserto, por Moisés, da
serpente produzia-lhe cura da mordedura venenosa. Este olhar corresponde à
fé salvadora que leva o homem a aceitar Jesus como seu Salvador; por ela, ele
recebe o poder que vence o veneno do pecado e traz nova vida para o Salvo.
O milagre acontece! Os homens nascem de novo! Aleluia!

XX. Consequências da regeneração

Já observamos que recebemos pela regeneração uma NOVA VIDA. Vejamos


de que maneira esta vida se manifesta e como reage:

1. Pelo Novo Nascimento o homem recebe Nova Vida, Nova Natureza. Essa
Nova Natureza é Cristo em nós (Cl 3.4, Jo 11.25, Fp 3.21). Qualquer que é de
novo gerado, é gerado de “uma semente incorruptível” (I Jo 3.9). O crente
nasceu de novo pela semente Divina e, por isso, é participante da Divina
Natureza (II Pe 1.4, II Co 3.18), e também participa da Santidade de Deus (Hb
12.10). Cumpre-se o milagre que o profeta Ezequiel predisse “E vos darei um
coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de
pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne, e porei dentro de vós o
me Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardareis os meus
Juízos, e os observeis” (Ez 36.26,27). Quando a vara é enxertada na árvore,
ela se torna participante, não só da raiz e da seiva (Rm 11.17), mas também da
natureza da árvore, o que se verifica na qualidade do fruto que essa vara agora
produz, pelo novo nascimento operou a influência Divina. Essa influência os
impulsiona a andar nos caminhos do Senhor: “farei árvore boa, e o seu fruto

A doutrina da Salvação
Soteriologia
bom” (Mt 12.33-37) que milagre! Que maravilha é o novo nascimento! Por meio
desta operação da Graça Divina, Deus restaura a imagem da sua Semelhança
moral no homem, pois para que a tivesse, Deus o Criou (Gn 1.26, 27).

2. A Nova Vida executa um domínio transformador sobre o homem, ele antes


32
estava escravizado pela própria carne. Agora, pelo novo nascimento, tornou-se
um filho de Deus (Jo 1.12), um ser livre, um Súdito do Reino de Deus (Jo 3.5,
Ef 2.19) (Súdito significa: homem submetido a vontade de outrem, é o mesmo
que vassalo, vassalo quer dizer: alguém que depende de um senhor, súdito de
um soberano). Tudo aconteceu porque o Espírito Santo, agora habita nele (I Co
3.16, I Co 6.19, Rm 8.9), e exerce domínio sobre ele de modo total, o que deu
origem á transformação da sua personalidade. O homem recebe, pois, pela
regeneração, tanto uma nova direção sobre sua vida, como Poder de Deus
para seguir essa direção. O homem regenerado sente que, agora:

2.1. Seu pensamento mudou: ele pensa diferentemente, de conformidade com


a vontade de Deus (Cl 3.10, Fp 4.7).

2.2. Seu entendimento se abriu para as coisas de Deus (antes não as


entendia), (I Co 2.15, II Co 4.6) e Deus o renova para o conhecimento (Cl 3.10).

2.3. O seu sentimento registra o gozo pela presença de Deus (Sl 16.1) agora
ele ama a Deus (I Jo 4.19), e aos irmãos (I Jo 3.14).

2.4. A sua vontade, que era escravizada pela carne (Ef 2.1-3, Is 53.6),
conforma-se com a vontade de Deus (Mt 6.10, I Pe 1.22, I Pe 4.2, At 13.22).

2.5. A sua consciência, agora purificada (Hb 9.14), torna-se sensível á direção
de Deus (Rm 2.15).

2.6. Não está mais debaixo da carne, mas do Espírito (Rm 8.9). A sua velha
natureza, não foi aniquilada, pois ele a possui ainda, porém, está dominada
pela Nova Natureza e foi entregue a morte (Gl 5.16,17, Rm 8.12,13), a cruz (Gl
2.20).

A doutrina da Salvação
Soteriologia
3. O Novo Nascimento proporciona também uma lavagem de regeneração (Tt
3.5) onde o pecado abundou e manchou a vida do homem, agora transborda a
graça manifestada pela regeneração. Há uma lavagem completa, que torna o
homem, diante de Deus, “Alvo mais do que a Neve” (Sl 51.7, Is 1.18), é sem
mácula (Ef 5.25-27) “oh! Que precioso sangue, Sangue de Jesus!” 33

4. Pela regeneração, o crente entra em comunhão com Jesus, comunhão que


lhe proporciona vitória sobre o mudo: o que é nascido de Deus, vence o
mundo, quem é que vence o mundo se não aquele que crê que Jesus é Filho
de Deus? (I Jo 5.4,5), o que nasceu de novo vive e se move em Jesus, (At
17.28). Jesus disse: “Estai em e eu em vós” Jo.15:4. por Jesus estar em nós, o
homem velho, a nossa natureza caída, que, antes, atendia as tentações do
mundo (Ef 2.2,3), agora esta crucificada (Rm 6.8), com o que ficamos livres da
lei da morte (Rm 8.2). Cristo está em nós, é a nossa força (Fp 4.13). Por isso,
aquele que é nascido de Deus vence o mundo. Essa transformação interna que
a regeneração nos oferece pôr viver Cristo em nós, também opera uma
transformação radical na nossa vida externa: não mais nos conformamos com
o mundo (Rm 12.2). A Bíblia diz: “o que é nascido de Deus não comete
pecado” (I Jo 3.9). Isto significa que não mais podemos viver em pecado, isto é,
continuamente pecando. Se surgir algum problema, se chegarmos a pecar, a
nossa nova natureza imediatamente, nos impulsiona a buscar perdão (o perdão
de Deus), restauração, renovação da íntima comunhão com Deus, que o
pecado interrompeu (ou seja, que o pecado fez divisão) (Is 59, I Jo 2.1,2).
todos estamos sujeitos a pecar mas o pecado não pode permanecer na vida
daqueles que é nascido de Deus.Se dissermos que não pecamos somos
mentirosos e não há verdade em nós, mais se confessarmos os nossos
pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar (I Jo 1.8-10, I Jo 2.1,2). Assim
poderemos continuar vencendo o mundo.

5. O Novo Nascimento proporciona comunhão aos que Nascerem de Novo (I


Jo 5.1), o crente agora ama os irmãos (I Jo 3.14, I Jo 4.7). Esta é à base da
comunhão que os crentes gozam andando na luz (I Jo 1.7). Se não amar e
porque perdeu o seu “Documento” a sua identidade como crente (I Jo 2.11).

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6. Aquele que nasceu de novo é herdeiro de Deus e Co-Herdeiro de Cristo (Rm
8.16,17), e pode entrar no Reino de Deus (Jo 3.5), onde verá a Jesus, assim
como ele é (I Co 13.12, I Jo 3.1-3).

XXI. A Justificação
34

A doutrina da Justificação e uma das mais importantes da Bíblia. Esta Doutrina


a Justificação pela Fé foi o grito de liberdade quando, no escuro século XVI
iniciou-se a Reforma, na qual Deus usou Martinho Lutero. Martinho Lutero foi o
grande reformador. Ele era um Monge do convento chamado O mosteiro dos
agostinianos e era o melhor convento dos claustros de Erfurt. Ele nasceu em
Eisleben, Alemanha e foi batizado na Igreja de São Pedro e São Paulo. Sendo
o dia de São Martinho, por isso recebeu o nome de Martinho Lutero. Em 31 de
outubro de 1517, Lutero afixou à porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, as
suas 95 teses. Para saber mais sobre a convenção e vida de Lutero leia o livro
Heróis da Fé de Orlando Boyer da editora CPAD Casa Publicadora das
Assembléias de De0075s.

21.1. Definição da palavra “Justificação”.

Justificação é um ato da graça de Deus, pelo qual Ele imputa a pessoa que crê
em Jesus a justiça de Cristo, e a declara justa! Deus, na Justificação, trata o
homem arrependido conforme os méritos da pessoa do seu mediador, Jesus
Cristo. Enquanto “regeneração” expressa nova natureza que o homem recebe
pela salvação. Justificação se refere á sua posição jurídica diante da justiça
Divina.

21.2. A posição do homem pecador diante da justiça de Deus.

a) A Bíblia afirma: “Todos pecaram e destituído estão da Glória de Deus” (Rm


3.23). Todos são culpados (Rm 3.9) ninguém é justo (Rm 3.10, Jo 25.4), todos
os pecados estão escritos nos Livros (Ap 20.12), e também registrados na sua
consciência (Jr 17.1).

b) Todos estão debaixo da condenação (Rm 3.19, Rm 2.2,3, I Tm 5.24).

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Soteriologia
c) Nenhum homem tem condições próprias para livrar-se da sua culpa. Adão e
Eva procuraram fazer vestes, mas isso não resolveu o seu problema diante de
Deus (Gn 3.7-10), nem o sacrifício inventado por Caim foi eficiente (Gn 4.3, Is
64.6). Boas obras não justificam o homem diante de Deus (Gl 2.16, Ef 2.8,9).
Jesus disse que “se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de 35

modo nenhum entrareis no reino de Céus” (Mt 5.20). E a justiça dos fariseus se
baseava em obras próprias (Lc 18.14).

d) Não existe ser algum em todo o universo que tenha condições de justificar o
homem diante de Deus, pôr isso todas as religiões, em todo o mundo, que
procuram justificar o homem diante de Deus pôr obras são falhas; não
produzem justificação. Diante desta situação triste e desesperadora, o homem
pergunta: “Quem me salvará?” (Rm 7.24). “Como se justificará o homem para
com Deus?” (Jo 9.2). A Bíblia responde: “A sua justiça vem de mim, diz o
Senhor” (Is 54.17).

21.3. Cristo é a nossa Justiça.

a) A Justiça de Deus é perfeita e imutável, Deus jamais pode usar duas


medidas e dois pesos Ele feriria a sua justiça, se perdoasse ao pecador, sem
um meio eficaz de perdão onde estaria sua justiça? Porque disse: “Salário do
pecado é a morte (RM 6.23), e no dia que dele comeres, certamente morrerás”
(Gn 2.17).

b) Deus então, no seu grande amor, providenciou o sacrifício do seu próprio


Filho para, pôr esse ato, satisfazer a justa exigência da Justiça Divina (Jo 3.16).
Isso foi possível porque:

Jesus, para ser mediador entre Deus e os homens, tinha de ser


semelhante aos os homens (Fp 2.6-8, Hb 2.14-18).
Jesus tinha de tomar sobre si a culpa dos homens. A tremenda divida na
conta humana diante de Deus tinha de ser transferida para a conta de
Jesus. A Bíblia diz. Que Ele foi feito pecador por nós (II Co 5.21), e até

A doutrina da Salvação
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maldito pôr nós (Gl 3.13). Isto aconteceu quando Ele em Getsêmane
tomou o Cálice que continha a culpa (Lc 22.42).
Jesus morreu cumprindo a sentença que nossos pecados mereciam. O
Justo morreu pelos injustos (I Pe 3.18). Ele levou as nossas
transgressões(Is 53.1-12). Aniquilou o nosso pecado pelo seu sacrifício, 36

de si mesmo (Hb 9.26, Ef 5. 2), e proporcionou, assim, condições para a


remissão dos nossos pecados e para a nossa justificação.
Jesus tornou-se a nossa Justiça (Jr 23.5, Rm 10.4, Gl 2.16-21) Ele é a
nossa Justiça porque tudo o que fez, fez pôr nós, em nosso favor, como
o nosso substituto diante de Deus e da lei. A Bíblia diz que pôr nossos
pecados foi entregue, e ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.24-
25). Quando Jesus verteu o sangue nesse sacrifício inigualável, abriu-se
à frente da graça para a justificação de todo aquele que nele crer (Rm
5.9, I Pe 1.18-19, Cl 1.20).

XXII. De que maneira o homem é justificado?

A Bíblia mostra o caminho da justificação ao afirmar: “Sendo justificados


gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual
Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua
justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus”
(Rm 3.24,25). Vemos assim que a justificação é oferecida pôr Deus
gratuitamente pela sua graça (Favor imerecido), que Ele agora pode mostrar,
pôr causa da redenção efetuada pôr Jesus que, para remir o homem, verteu o
seu Sangue, Deus agora apresenta Jesus como meio da justificação a todo
aquele que crer no seu sangue, isto é, quem aceitar o sacrifício feito pôr Jesus
em seu próprio favor é justificado, isto é, declarado Justo diante de Deus.

22.1. O caminho da justiça. Para grandes e pequenos; para ricos ou pobres;


para dirigentes ou dirigidos! A todos quantos queiram ser justificados, lhes é
imposta uma só condição: crer no valor do sangue de Jesus para perdoar, para
justificar (Rm 3.25).

A doutrina da Salvação
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22.2. A fé a qual o homem crê no sangue justificador de Jesus não constitui
nenhum mérito.

Representa, apenas, a aceitação da graça, isto é, do meio que Deus oferece


para a nossa justificação (Rm 4.5-25, At 13.39), A fé exclui as obras e, assim,
37
não deixa nenhum lugar para a Jactância (Vanglória) (Rm 3.27), porque o
homem é justificado pela fé sem obras para que ninguém se glorie. Porque se
a nossa justificação dependesse das obras, ninguém se salvaria, pois nenhum
homem conseguiu cumprir toda a lei, assim permaneceríamos todos debaixo
da maldição (Gl 3.10,11), quando Tiago escreveu que o homem é justificado
pelas obras e não somente pela fé (Tg 2.24-26), Tiago não estava
contradizendo Paulo, mais ele estava completando o pensamento de Paulo.

Tiago mostra que a verdadeira Fé sempre é, acompanhada de obras (as obras


são um resultado da fé), é que a Fé sem obras é morta e, conseqüentemente,
não obtém nada de Deus (Tg 2.14-26), as obras que acompanham a fé são
chamadas “fruto da Justiça” (II Co 9.10), constitui evidência de que uma fé viva
daqueles que as praticam.

22.3. Fé e Obras. O versículo 14 é 26 de Tiago capitulo 2 tratam do problema,


sempre presente na igreja, daqueles que professam ter fé salvífica no Senhor
Jesus Cristo, mas que, ao mesmo tempo, não demonstram pelas obras
nenhuma evidência de devoção sincera a Ele e á sua palavra.

a) A Fé Salvífica é sempre uma fé viva que não se limita á mera confissão de


Cristo como Salvador, mas que também nos leva a obedecê-lo como Senhor,
portanto, a obediência é um aspecto fundamental da fé. Somente quem
obedece pode de fato crer, e somente aqueles que Crêem podem de fato
obedecer ao Senhor (Tg 2.24, Rm 1.5), sobre a “obediência da fé” ; notem que
não há nenhuma contradição entre Paulo e Tiago no tocante á questão da Fé
Salvífica. No sentido geral, Paulo enfatiza a fé como meio pelo qual aceitamos
a Cristo como Salvador (Rm 3.22). Tiago enfatiza o fato de que a verdadeira Fé
ativa, duradoura e que molde nossa própria existência.

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b) A Fé sem as obras é morta. A verdadeira Fé Salvífica é tão vital que não
poderá deixar de expressar por ações, e pela devoção a Jesus Cristo. As obras
sem fé são obras mortas. A fé sem obras é fé morta, a fé verdadeira sempre se
manifesta em obediência para com Deus e atos compassivos para com os
necessitados (Tg 2.22, Am 5.12-14), veja Atos.10 sobre Cornélio. Tiago 38

objetiva seus ensinos contra os que na igreja professam fé em Cristo e


expiação pelo seu sangue, crendo que isso por si só bastava para a salvação.
Para que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras?
Porventura, a fé pode salvá-lo? (Tg 2.14) Tiago diz que semelhante fé é morta
e que não resultará em salvação, nem em qualquer outra coisa boa (Tg 2.14-
24) o único tipo de fé que salva é “a Fé que opera por caridade” (Gl 5.6).

c) Não devemos, por outro lado pensar que mantemos uma fé viva,
exclusivamente por nossos próprios esforços. A graça de Deus, o Espírito
Santo que em nós habita e a intercessão Sacerdotal de Cristo, (Hb 7.25, Rm
8.34, I Tm 2.5), operam em nossa vida, capacitando-nos a obedecer a Deus
pela fé, do começo ao fim (Rm 1.17, Rm 8.12,13, Gl 3.11, Hb 10.38,39, Hb 11),
se deixarmos de sermos constantes na graça de Deus e na direção do Espírito
Santo a nossa fé sucumbirá.

XXIII. Os resultados da Justificação

São muitos e maravilhosos. Devemos avançar para desfrutarmos de tudo o que


Deus preparou para os Justificados pela sua graça, porque:

23.1. “Sendo justificado pela fé, temos paz com Deus” (Rm. 5:1). Esta paz, não
é somente um sentimento agradável de sossego e tranquilidade, mas é como
um estado de após – guerra quando a beligerância cessa (beligerância que faz
guerra ou esta em guerra) e as relações interrompidas são reatadas. O homem
que vive em pecado está separado de Deus (Is 59.2), e debaixo da ira de Deus
(Ef 2.3). Quando é declarado justo, entra num estado de paz com Deus e as
suas relações com a divindade se tornam harmoniosas; passa a ter acesso a
Deus (Ef 2.18, Rm 5.2).

A doutrina da Salvação
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23.2. Temos entrada, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes (Rm 5.2). As
bênçãos que acompanham a permanência na graça são grandes. Os crentes
crescem na graça (II Pe 3.18), e a graça se manifesta de muitas maneiras para
o enriquecimento na vida espiritual dos Servos do Senhor. Vejamos algumas
dessas bênçãos: 39

a) Gloriamo-nos na esperança da Glória de Deus (Rm 5.2). Para os que são


“declarados justos” Deus da a alegria de participar da sua Glória. É uma
benção que eleva aos nossos corações ás coisas que são de cima (Cl 3.1-3, I
Ts 1.9, 10, Tt 2.13).

b) Gloriamo-nos nas tribulações (Rm 3.5). Os sofrimentos que apareceram na


vida não abaterão o crente, pois a alegria que Deus lhe deu com a justificação
opera nele e é a sua força (Ne 8.10), em lugar de gemer, se alegra, porque,
para o crente a tribulação produz paciência, experiência e esperança (Rm 5.3-
5).

c) A graça na vida do justo constitui também uma certeza da presença do


Espírito Santo que derrama o amor de Deus em seu coração (Rm 5.5). Assim,
com a fé e o amor que há em cristo, a graça transborda (I Tm 1.14). É bem
verdade que há benção sobre a cabeça do justo (Pv 10.6). Assim todos nós
recebemos também da sua plenitude, e graça, e graça pôr graça (Jo 1.16).

23.3. A justiça enche o crente da ousadia que o torna inabalável (Rm 8.20,21).
A graça de Deus opera nele, manifestando o seguinte:

a) “que se Deus e por nós quem será contra nós?” (Rm 8.31).

b) Que se Deus, que não poupou a seu próprio filho, como não nos dará
também com ele todas as coisas? (Rm 8.32).

c) Que não precisamos aceitar acusações acerca daquele que Deus declarou
justo (Rm 8.33).

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Soteriologia
d) Que, diante de tudo isso, nada nos separa do amor de Jesus Cristo (Rm
8.35,36, “mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, pôr
aquele que nos amou (Rm 8.37), porque, pela graça de Deus, a justiça é, para
nós, como couraça” (Ef 6.14).
40
23.4. A Justiça é acompanhada de frutos (Fp 1.11, Pv 12.17), isto é, ela é posta
em pratica e opera na maneira de viver do crente (Hb 11.33, I Jo 2.29, I Ts 2.
10). As obras justas que o crente pratica, estão diante dos olhos do povo (Mt
5.16, I Pe 2.12,15), elas são provas de que “Cristo vive em mim” (Gl 2.20, II Co
4.10,11).

23.5. A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e
mais (Pv 4.18), pois o justo tem um perpétuo fundamento (Pv 10.25). E pôr isto
não se abala (Pv 10.30), pois tem segurança (Is 32.17). O reino de Deus é
justiça (Rm 14.17), pelo que o crente é vestido das vestes da Justiça dos
Santos (Ap 19.7,8) alegra-se esperando a vinda de Jesus. Ele, que há de vir, é
a nossa justiça (Jr 23.6), e, pelo seu sangue que nos purificou, entraremos na
sua Glória (Ap 7.14, Ap 22.14), e seremos coroados com a coroa da Justiça (II
Tm 4.8).

XXIV. A Santificação

Santificação no grego “Hagiasmos” significa torna-se “Santo” “Consagrar a Vida


A Deus” Se separar do mundo apartando-se do pecado para agradar a Deus,
afim de termo ampla comunhão com Deus (I Pe 1.2). A palavra “Presciência de
Deus” é o eterno propósito de Deus para com o seu povo (a Igreja) (Rm 8.29).
Podemos estudar a santificação sob vários aspectos, que juntos, nos dão uma
compreensão mais ampla dessa doutrina que a Bíblia afirma ser à vontade de
Deus: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação, que voos
abstenhais da prostituição” (I Ts 4.3).

24.1. A Santificação é, em primeiro lugar, a continuação da obra Salvadora na


vida do crente. A Bíblia diz: “Tendo por certo isto mesmo: Que aquele que está
em vós começou a boa obra aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo” (Fp 1.6).

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a) “A boa obra” começou pela Salvação, quando recebemos Jesus Cristo como
o nosso Salvador (Jo 1.12). Ele então entrou na nossa vida (Ap 3.20, Gl 2.20),
e nós morremos para o mundo (Cl 3.1-3) e nos tornamos participantes de uma
nova natureza (II Pe 1.4). “Tudo se fez novo!” (II Co 5.17).
41
b) A mesma obra é agora aperfeiçoada pela Santidade, através da qual Deus
faz com que a Nova Natureza recebida pela Salvação domine a Velha
Natureza, para que a carne não receba mais ocasião (Gl 5.13). Assim Jesus
fica formado em nós (Gl 4.19) e nos tornamos com o Senhor, um mesmo
espírito (I Co 6.17). João Batista se expressou sobre isto: “É necessário que
Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). Desta maneira, a vida de Jesus se
manifestará em nossa carne mortal (II Co 4.10, Gl 2.19), e isto terá influência
Santificadora em toda a nossa maneira de viver (I Pe 1.15,16). A nossa vida se
tornou agora detalhadamente honesta (I Ts 4.12), e como moral elevada (I Ts
4.3,4).

24.2. O Significado da Santificação pode ser dividida em três aspectos.

a) A Santificação significa uma separação do mal. A Bíblia diz: “E Ser-me-eis


santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes
meus” (Lv 20.26). Paulo destaca este sentido da Santificação quando na sua
carta aos Coríntios, mostra a necessidade de deixarmos o mal (II Co 6.14-16),
e nos apartamos de tudo que é imundo (II Co 6.17), para sermos de Deus (II
Co 6.16) e sermos recebidos como filhos e filhas do Senhor Todo-Poderoso (II
Co 6.18). Nesta separação do mal, o crente resolve, de coração, entregar a
Deus tudo o que na sua vida ainda pertence ao pecado e ao mundo, para ser
purificado e agradar a Deus (II Co 7.1, Ef 5.10). Assim se aparta do mal para
fazer o bem (Sl 34.14, Sl 37.27, I Pe 3.11). Isso é um processo, pois Deus vê
essa atitude do crente e continua purificando-o, libertando-o, aperfeiçoando-o e
Santificando-o no temor de Deus (II Co 7.1). Ele é transformado na sua
maneira de viver (I Pe.1:15,16). Assim “A Justiça da lei se cumpre em nós, que
não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4). o crente é

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agora “Carimbado” pelo sinete da Santificação. Esta é a promessa de Jesus ao
vencedor: “Escreverei sobre ele o meu Nome” (Ap 3.12).

b) A Santificação significa também “Separação para Deus”. Aquela vida que foi
separado do mundo fica agora, pela Santificação, entregue a Deus, para
42
pertencer a Ele, para servi-lo, Jesus disse: “pôr eles me santifico a mim
mesmo, para que, também eles sejam santificados na verdade” (Jo 17.19), isto
é, Ele entregou a sua vida pura e perfeita a Deus, para servir a causa gloriosa
da nossa Salvação. Este aspecto da Santificação é muito importante. As
nossas vidas já pertencem a Deus, porque fomos comprados pôr Ele pôr bom
preço (I Co 6.19-20, I Pe 1.18-19, At 20.28) foi pôr isto que morreu Jesus Cristo
e tornou a viver (Rm 14.9) e Ele morreu por todos, para que os que vivem não
vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (II Co
5.15). Pela santificação, o crente se entrega voluntariamente a Deus (Rm 12.1-
2, II Co 8.5, Pv 23.26) e “ da a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21), pondo-se à
disposição do Senhor (Rm 6.19). Ele pode de coração dizer: “O meu amigo é
meu, e Eu sou Dele” (Ct 2.16, At 27.23) é eles serão meus diz o Senhor dos
Exércitos (Ml 3.17-18) porque diante de Deus tem um memorial escrito, para os
que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome (Ml 3.16).

c) A Santificação também significa um revestimento da plenitude de Cristo. A


mesma vida que foi separada do mundo e entregue a Deus, fica cheia da
plenitude de Deus (Ef 1.23). Quando Moisés entregou a Deus o tabernáculo
que havia feito conforme o modelo recebido, Deus permitiu que esse
Tabernáculo fosse cheio da sua Glória (Ex 40.34-36). Deus também agora
deseja que nós, pela obra Santificadora, recebemos “da sua Plenitude e Graça
pôr Graça” (Jo 1.16). O crente é, assim transformado de Glória, na mesma
imagem, pelo Espírito do Senhor (II Co 3.18).

24.3. Quanto à experiência da Santificação, podemos ainda distinguir três


aspectos diferentes:

a) A Santidade posicional, isto é, a nossa posição como Santos em Cristo:


“Mais vós sois Dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus

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sabedoria, e justiça, e Santificação, e redenção” (I Co 1.30). A Bíblia diz: “Eis
aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer
o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de
Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb 10.9-10). Assim a nossa santificação é
preparada pôr meio de Cristo, pelo seu precioso Sangue (Hb 13.12). 43

b) O lado experimental. Quando a santificação preparada pôr Cristo se torna


posta em prática na maneira de viver do crente. Enquanto o crente, pela
justificação, é declarado justo, pelos méritos de Jesus (Rm 3.24) pela
santificação, é aperfeiçoado numa experiência progressiva (II Co 7.1) e
transformado de Glória em Glória (II Co 3.18) assim a vida do Cristão vai
brilhando mais e mais (Pv 4.18) e, mais e mais amadurecendo e se
aperfeiçoando.

c) A fase final da Santificação, que acontecerá quando Jesus vier nas nuvens
do céu. Enquanto o crente vive neste mundo, ele continua desejando um maior
aperfeiçoamento através da Santificação: nunca chega a um ponto, em que
sinta já ter alcançado tudo aquilo que Deus tem preparado para ele. Pôr isto,
sempre sente necessidade de busca mais as coisas que estão adiante, quer
avançar para alcançar o alvo (Fp 3.13-14). Quando Jesus se manifestar na sua
vinda, nós também nos manifestares com Ele em Glória (Cl 3.4). Então
teremos chegado ao final da santificação, a imagem celestial (I Co 15.48),
porque Ele transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo
Glorioso (Fp 3.21). Diante de tudo isso, só nos resta dizer: ”Amém, ora vem
Senhor Jesus” (Ap 22.20).

A doutrina da Salvação
Soteriologia
XXV. Como o homem pode experimentar a
Santificação?

A Bíblia afirma categoricamente que a santificação é a obra de Deus. “O Deus


de paz vos santifique em tudo” (I Ts 5.23). Assim como a salvação vem de
44
Deus (Jo 3.16, Ap 7.10), também a santificação vem de Deus que nos deu a
Cristo, “o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação,
de certo modo, também dependem da cooperação do homem, porque ele
precisa aceitar aquilo que Deus preparou para ele. Por isso a Bíblia também
diz: “ Quem é santo, continue santificar-se” (Ap 22.11).

Vejamos, pois, os dois lados da doutrina da santificação:

25.1. É Deus quem santifica (I Ts 5.23). No conceito de muitos , a salvação


vem de Deus, mas a santificação é um produto da força da vontade própria e
do poder pessoal do crente.Quando muitos, por terem esse conceito, não é
possível alguém ser santificado neste mundo! “Porém, a Bíblia ensina que
Deus é quem nos santifica”. Os meios pelos quais Deus nos santifica são:

a) Deus nos santifica pelo seu Filho, o qual ele nos deu, não somente para
sermos salvos da perdição (Jo 3.16), mas também para, por meio Dele, sermos
santificados (Jo 17.17-19), foi para isso que Jesus se entregou por nós (Ef
5.25-27). O sangue precioso purifica o pecador dos seus pecados (Cl 1.14, Ef
2.13), e opera a santificação (Hb 13.12, 10.14-15), proporcionando ao crente
uma detalhada purificação com a morte de Jesus de tal maneira que o nosso
velho homem seja crucificado com Cristo (Gl 2.17-20, Rm. 6.1-23), porque, “se
um morreu por todos, logo todos morreram” (II Co 5.14).

b) Deus também nos santifica pelo Poder do Espírito Santo que ele nos tem
dado (Lc 24.49). A Bíblia diz: “quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos
guiará em toda a verdade” (Jo 16.13), isto também significa que o Espírito
Santo guia o crente a buscar a santificação (II Ts 2.13). Nisto Ele opera como
uma luz que ilumina (Ef 6.4-7, Ml 3.3). O Espírito Santo ajuda o crente a
subjugar a sua carne diante da vontade do Senhor (Gl 5.16-18, 25), e vivifica a

A doutrina da Salvação
Soteriologia
palavra de Deus (Jo 6.63), a qual dita as normas que o crente deve seguir (I Ts
4.1-3, Ef 4.1,2, Cl 1.9-11). É esta operação do Espírito Santo que explica
porque o despertamento pentecostal,desde o seu início, tem sido um
movimento de vida santificada.
45
c) Deus santifica o crente pela sua Santa Palavra (I Tm 4.5), que é poderosa,
(Hb 4.12), e possui em si poder purificador (Jo 17.17, Jo 15.3, Ef 5.26), que
opera ensinando, redargüindo, corrigindo e instruindo em justiça, para que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído em toda a boa obra (II
Tm 3.16-17). A palavra de Deus também opera como um prumo que mostra a
posição do homem diante da vontade divina (Am 7.7,8). Ela se torna um
verdadeiro fortificante que prepara o crente na sua luta contra o maligno. “Eu
vos escrevi, mancebos, porque sois fortes, e a Palavra de Deus está em vós, e
já vencestes o maligno” (I Jo 2.14). Assim ela ajuda o crente a resistir ao
pecado (Sl 119.11, 17.4), e o torna resistente a todos os ventos de doutrina (Ef
4.14,15).

d) A participação do homem na santificação. Quem é santo, continue a


santificar-se (Ap 22.11). Em que sentido o homem pode santificar-se? A
santificação é uma obra que Deus fez pelo Espírito Santo na vida do crente e
que se aperfeiçoará na medida em que o crente a aceita. Na aceitação é que
aparece a participação do homem na sua santificação. O crente deve aceitar
aquilo que Deus quer fazer para santifica-lo; em oração, porque Jesus disse:
“Qualquer que pede recebe, e quem busca acha” (Lc 11.10). É, portanto, pela
oração e pela aceitação que o crente participa da sua santificação: “pela
oração (a criatura) é santificada” (I Tm 4.5). Quando, pois, o crente sente a
operação do Espírito Santo e da palavra de Deus sobre si, recebe pela fé, a
santificação. “Maravilhosas são as tuas obras” (Sl 139.14).

A doutrina da Salvação
Soteriologia
XXVI. As bênçãos que acompanham a
Santificação

As bênçãos da santificação são grandes e palpáveis, trazem transformação e


amadurecimento espiritual na vida do crente, de tal modo que se pode
46
distinguir a diferença entre os que aceitam a obra santificadora de Deus, e os
que não aceitam.

26.1. A Santificação promove crescimento espiritual. Ela faz com que o crente
viva em comunhão intima com Jesus (Mt 5.8). Nesta comunhão com Deus há
delicias e alegria (Sl 16.11), pois logo que o fermento tiver sido tirado,
começará a festa (I Co 5.8, Pv 15.15). Tudo isto promove o crescimento
espiritual (Sl 84, Pv 4.18, II Co 3.18, Rm 1.17) a falta da santificação extingue o
prazer e a alegria espiritual da vida do crente paralisa o crescimento no Espírito
(Os 10.9, I Co 5). Pôr causa do pecado de Miriam, o povo de Deus ficou parado
no deserto (Nm 12.1-16) e os Israelitas foram derrotados por causa do pecado
de Acã, e só ganharam a guerra depois que Acã foi apedrejado com toda a sua
casa (Js 7).

26.2. A Santificação dá lugar à operação do Espírito Santo na vida do crente.


Pela Santificação, a fé torna-se mais forte, porque “o mistério da fé” é guardado
em uma pura consciência (I Tm 3.9). Isto beneficia a operação do Espírito
Santo, porque Ele opera de acordo com a fé: Aquele que dá o Espírito e opera
maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (Gl 3.2-
5), e pôr isto que Deus ordenou: Santificai-vos, porque amanhã farei
maravilhas (Js 3.5) Ele disse a Moisés: “Vai ao povo e santifica-os... Porquanto
no terceiro dia o Senhor descerá” (Ex 19.10,11) o puro de mãos irá crescendo
em força (Jó 17.9), onde os vestidos são alvos, ali não faltará óleo sobre a
cabeça (Ec 9.8). o que ama a justiça e aborrece a iniqüidade será ungido pelo
Senhor (Hb 1.9, Sl 45.7).

26.3. A Santificação prepara o crente para ser usado pôr Deus:

A doutrina da Salvação
Soteriologia
a) Deus usa aquele que se Santifica (II Tm 2.21-22), Ele torna perfeito e
perfeitamente instruído para toda a boa obra (II Tm 3.17). Pôr isto, diz a palavra
de Deus: “Purificai-vos, os que levais os Vasos do Senhor” utensílios (Is 52.11).

b) Pela Santificação, o crente tem a condição de ser um instrumento de Deus


47
diante do povo, porque pôr ela apresenta um bom testemunho (Mt 5.16, I Pe
2.11), um verdadeiro adorno (Tt 2.10; I Pe 1), que o torna consideração pôr
todos, veja (Gn 23.6), e é pôr todos aceito (Rm 14.18, I Sm 2.26).

c) Aquele que vive em Santificação tem autoridade diante do diabo e dos


demônios (Mt 10). A justiça é como uma couraça na luta contra as hostes da
maldade (Ef 6.11, 12,14). Porém, quando um crente não tem a Santificação,
não tem a vitória na sua vida, é derrotado na luta contra o mal (Js 7.13).

26.4. A Santificação prepara o crente para a vinda de Jesus. A Bíblia diz:


“Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”
(Hb 12.14). A Santificação é a veste espiritual da Noiva de Jesus cristo, (Ap
22.7-21), pôr meio dela somos plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (I Ts 5.23, II Pe 3.14). Com as
suas veste branqueadas, o crente tem o direito a arvore da vida, e poder entrar
na cidade pelas portas (Ap 22.14).

XXVII. O crescimento Espiritual

A doutrina do “Crescimento Espiritual” faz parte da doutrina da Salvação, a


Salvação significa que a vida eterna opera na vida do crente (I Jo 5.11-13).
Onde existe vida há também crescimento. Devemos, pois, conhecer a doutrina
do crescimento espiritual para sabe de que maneira este crescimento acontece
e quais são os meios que o promovem.

27.1. A Bíblia fala de crescimento espiritual.

Assim como a vida vegetal e animal crescem, assim também cresce a vida
espiritual. A Bíblia exorta “crescei na graça” (II Pe 3.18). Este crescimento
atinge tudo que concerne à vida espiritual.

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Soteriologia
a) A vida de Jesus em nós deve crescer. Assim como Jesus, quando nasceu
como homem neste mundo, crescia em sabedoria e estatura e em graça para
com Deus e os homens (Lc 2.52), assim deve também a vida de Jesus, que foi
implantada em nós pela Salvação (Cl 3.4, Cl 1.27), cresce, para que Jesus
“Seja Formado em nós” (Gl 4.19), e sua vida se manifestar em nossos corpos, 48

(II Co 4.10,11). João Batista disse: “É necessário que Ele cresça, e que eu
diminua” (Jo 3.30).

b) Devemos crescer na graça (II Pe 3.18). Quando a graça de Deus se


manifesta para nós (Tt 2.11), fomos salvos (Ef 2.8), recebemos pela fé a
entrada a esta graça (Rm 5.2), devemos agora também crescer na graça, para
mais e mais conhecer o “Deus de toda graça” (I Pe 5.10), e as abundantes
riquezas da sua graça (Ef 2.7), assim o crente pode fortificar o seu coração
pela graça, (Hb 13.9), e, com firmeza, permanecer nela (At 13.43).

c) Devemos também crescer na fé (II Ts 1.3), porque assim tudo que concerne
à vida espiritual ou ao nosso trabalho para Deus, torna-se mais eficiente,
inclusive a evangelização (II Co 10.15-18).

d) A Bíblia nos exorta a crescer no conhecimento (II Pe 3.18), e conhecer o que


nos é dado gratuitamente pôr Deus (I Co 2.12). Assim o crente pode ficar cheio
de conhecimento da sua vontade e andar dignamente diante do Senhor
agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra (Cl 1.9, 10, Fp 1.9-11).
Quando o conhecimento do crente verdadeiro aumenta, ele não fica orgulhoso,
porque sabe que somente “Em partes conhecemos” (I Co 13.9).

e) Pelo crescimento espiritual, o crente avança nas coisas que Deus preparou
para ele, como Israel, ao entrar na terra de Canaã, precisava avançar para
conquista-la, (Js 18), do mesmo o crente deve crescer espiritualmente para
“Tomar posse da vida eterna” (I Tm 6.12), e de todas as coisas que a ele se
refere (Rm 8.11-17). Devemos crescer em tudo (Ef 4.15). A vida dum
verdadeiro cristão se transforma de glória (II Co 3.18) e vai de força em força,
(Sl 84.7). A sua vereda vai brilhando mais e mais (Pv 4.18). E depois que ele

A doutrina da Salvação
Soteriologia
tiver alcançado grandes bênçãos, ainda ouve a promessa: “Maiores coisas do
que estas verás”, (Jo 1.50).

f) Num crescimento normal, o crente cresce para os lados! A árvore cresce em


todas as direções: as raízes crescem para baixo (Os 14.5) e os ramos para
49
cima e aos lados (Os 14.6). Do mesmo modo o crente deve, espiritualmente
falando, crescer nessas direções.

XXVIII. A preservação da Salvação

A Bíblia fala sobre as tentações (I Co 10.13), sobre o tentador (Mt 4.3), e sobre
os tentados (Tg 1.12-14). Fala também sobre a possibilidade de o crente ter
vitória sobre as tentações (Hb 2.12, Rm 8.37). Este assunto faz parte integral
da doutrina da preservação do crente na salvação.

28.1. A tentação é uma arma terrível do nosso adversário:

a) A Tentação é um meio pelo qual satanás procura instigar o homem ao


pecado, seduzindo-o e induzindo-o a fazer o mal. A tentação aparece como
isca, e vem acompanhada de laços (I Tm 6.7-21) pelos quais o inimigo
desperta a carne do homem para obedecer ao príncipe das trevas e afastar o
homem de Deus (Ef 2.1-10, II Co 4.1-5, Tt 2.11-15, Rm 1.18-32).

b) A origem da tentação é satanás (Mc 1.13, I Co 7.5), motivo porque o seu


nome é também tentador (I Ts 3.5), ele procura com astúcia, apartar o homem
de Deus; Deus não é e nem pode ser a origem da tentação, porque Deus não
pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta (Tg 1.13).

c) Pôr que Deus não impede que a tentação venha? Deus que criou o homem
com livre arbítrio não impede que a tentação venha na vida do homem, porque
pôr meio dela, o homem pode provar que, de coração, deseja obedecer à
palavra de Deus. A tentação revela o que está no coração do homem (Dt 8.2).
Quando o homem, na hora da tentação, invoca e a aceita o socorro de Jesus,
(Hb 2.18, Hb 4.16), é aperfeiçoado (Tg 1.2-4); e fica mais capacitado a discernir
entre o bem e o mal (Hb 5.14), e aprender a confiar mais em Deus (Sl 30.7-12,

A doutrina da Salvação
Soteriologia
Sl 116). Assim, é a tentação, se amarmos a Deus, contribui para o nosso bem
(Rm 8.28).

28.2. A Tentação de Jesus.

O próprio Jesus chegou a ser tentado pelo diabo! Motivos por que foi Jesus 50

tentado:

a) Jesus foi tentado para provar que Ele realmente era um homem perfeito,
sem pecado (Hb 2.18, Hb 4.15). Nas suas tentações, Jesus tornou-se um
exemplo para nós (I Pe 2.21). Mostrou que a tentação em si não é pecado,
pois, embora tentando em tudo, permaneceu sem pecado (Hb 4.15).

Mostro também que o aparecimento da tentação na vida do crente não é um


sinal de ser um crente fraco pois, embora Jesus fosse e é perfeito, foi tentado,
mais, teve vitória total sobre as tentações. Essa vitória mostra-nos o caminho
para termos sucessos nas tentações. As tentações que Jesus sofreu revelam
as estratégias de satanás.

b) Na primeira tentação o inimigo procurou instigar Jesus a usar o poder que


havia recebido para exercer o seu Ministério, para seu próprio proveito (Mt 4).
Jesus realmente possuía e possui poder, para transformar pedras em pão,
porque, mais tarde Ele multiplicou pão (Mt 14.13-21). Mas Ele fez isso para
glorificar seu Pai e para dar de comer a homens famintos e não para seu
próprio proveito, na tentação Jesus recusou o uso de seu poder em beneficio
próprio. Ao refutar o diabo, Jesus disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas
de toda a Palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Essa “palavra da boca de
Deus” nos mostra que Jesus não queria fazer, e nem faz milagres conforme a
vontade do inimigo, como muitos crentes que quer mostrar que Deus esta na
vida deles e profetizam da carne ou do inimigo para satisfazer o seu próprio
ego. Já nosso amado e Salvador Jesus Cristo provou que todos os milagres
que Ele fez foi somente para a vontade de seu Pai. Jesus não fazia milagres de
si mesmo, porque Ele não buscava a sua vontade, mais sim à vontade do Pai,

A doutrina da Salvação
Soteriologia
(Deus) (Jo 5.19-47). Jesus não aceitou receber sugestão de satanás. Por isso,
Ele venceu.

c) Na segunda tentação, satanás propôs que Jesus se lançasse do pináculo do


templo para onde Ele havia sido levado (Mt 4.5-7), satanás tentou Jesus a
51
assumir os riscos e a se mostrar corajoso, saltando de uma grande altura,
Jesus rejeitou a proposta porque já mais obedece a satanás. A fim de tirar
qualquer dúvida, em torno da sua proposta, satanás citou uma palavra das
Escrituras que fala da proteção Divina (Sl 91.11-12, Mt 4.4-6). Porém, nesta
citação, satanás omitiu a parte que fala da promessa de Deus de guardar o
Filho “Em todos os teus caminhos” (Sl 91.11). Jesus sabia que a promessa de
Deus não era para tentar a Deus mais para a proteção nos caminhos traçados
por Deus.

d) – Na última tentação, satanás foi ainda mais atrevido, mostrou a Jesus num
só momento, todos os reinos do mundo e a glória deles, e disse-lhe: “Tudo isso
darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4.8-9). De que maneira satanás
conseguiu mostrar isso a Jesus? A Bíblia revela que o diabo o transportou
(levou a Jesus) (Lc 4.5), porém, o diabo prometeu aquilo que ele não possui, a
Bíblia diz: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude” (Sl 24.1), satanás não possui
nada ele somente usurpou do poder maligno que exerce (I Jo 5.19). Ademais, a
glória que ele prometeu é passageira (I Pe 1, Dn 4), Jesus rejeitou o domínio e
o poder oferecidos por satanás, porque ele não queria nenhuma autoridade
que não fosse de Deus. Ele não queria uma coroa sem cruz, pôr isso escolheu
o caminho da cruz e a coroa de espinhos, para, por ela, ganhar para nós uma
coroa de justiça (II Tm 4.8), finalmente Jesus disse a satanás: “Vai-te satanás,
Por que está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás, então
O diabo o deixou” (Mt 4.10), a Bíblia diz devemos resistir ao diabo e ele fugirá
de nós (Tg 4.7), devemos nos sujeitar somente a Deus.

28.3. O caminho da vitória sobre as tentações:

A Bíblia mostra que o crente tem possibilidades de vencer. Quando Jesus


mandou João escrever as sete igrejas da Ásia (Ap 1.1-11), citou a cada uma

A doutrina da Salvação
Soteriologia
delas a palavra: “A quem vencer” (Ap 2, Ap 3), quem vencer, herdará todas as
coisas; e Eu serei seu Deus, e ele será meu filho, mas quanto aos tímidos, e
aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos
feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago
que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte (Ap 21.7-8), assim, em 52

todas as coisas somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou (Rm
8.37). Vejamos as condições para o caminho da vitória:

a) O crente deve vigiar, a Bíblia diz: “Bem-aventurado aquele que vigia e


guarda as suas veste, para que não ande nu, e não se vejam as suas
vergonhas” (Ap 16.15). Embora sejamos salvos e tenhamos colocado os
nossos pés sobre a rocha (Sl 40.2), devemos sentir a nossa inteira
dependência de Deus e pedir: guarda-me continuamente a tua benignidade e a
tua verdade (Sl 40.11). Precisamos vigiar e orar (Ef 6.18, I Pe 4.7) em todo o
tempo (Lc 21.36), diante dos ataques constantes do diabo (I Pe 5.8), nosso
espírito esta pronto e a nossa carne é fraca (Mt 26.41), mas Jesus prometeu
que se o pai da família vigiar por causa do ladrão, a sua casa não ficará
minada (Mt 24.43). Deus ajuda aquele que vigia.

b) O crente deve ter o propósito de permanecer no Senhor (At 11.23). Um


propósito firme gera firmeza de coração a qual proporciona poder sobre a
vontade própria (I Co 7.37). Foi com esse propósito de Daniel que ficou firme e
fiel a Deus no palácio da Babilônia (Dn 1.8). Foi também com esse propósito
que Rute decidiu não se afastar da sua sogra Noemi, quando esta pretendia
voltar para a terra prometida. Rute (1.16-18). Este propósito firme não significa
que o crente tem de lutar com o seu próprio poder. A Bíblia diz que Deus
cumpre com poder todo o propósito de bondade e obra da fé (II Ts 1.11). Deus
que opera o querer, também opera o efetuar (Fp 2.13). É Ele que lhe é
agradável (Hb 13.21). Desta maneira o crente se torna forte para resistir o
diabo (Tg 4.7), que, assim fugirá. O crente recebe força de Deus para se
enfrear (Sl 39.1) e fugir de toda aparência do mal (I Tm 6.11-21, II Tm 2.22),
assim se conservará no caminho do Senhor (I Jo 5.18).

A doutrina da Salvação
Soteriologia
c) Aquele que mantém o mal a distância regulamentar, guarda a sua alma. A
Bíblia diz: “O que guarda a sua alma, retira para longe” (do caminho perverso)
(Pv 22.5). Não se aproxime da porta da sua casa (do pecado) (Pv 5.8) “passa
de largo” (Pv 4.14,15, Sl 119.101), pois aquele que passa pela rua, perto da
sua esquina (Pv 7.8), se põe em perigo. Quando Pedro seguiu de longe, pôs-se 53

em perigo (Lc 22.54-62), pôr isso é que devemos seguir ao Senhor de perto (Sl
63.8). O crente deve também evitar a companhia daqueles que dão mal
exemplo (I Co 15.33, Pv 22.24, Pv 20.19, Sl 1, Js 23.11-16) e não se
impressionar com a maioria, para fazer o mal (Êx 23.2) errando com os que
erram (Ez 44.10). A Bíblia diz: “O alto caminho é desviar-se, o que guarda o
seu caminho preserva a sua alma (Pv 16.17).

d) O crente deve aceitar o socorro que Jesus oferece aos que estão tentados,
(Hb 2.18), vejamos algumas maneiras pelas quais Jesus deseja dar-nos a
vitória:

Em primeiro lugar Jesus se ofereceu a si mesmo, para nos ajudar. Ele


disse: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28.20). A Bíblia diz:
todo aquele que crê no Filho e Deus, vence o mundo (I Jo 5.4-5), pelo
sangue de Jesus podemos ser vencedores (Ap 12.11). Mas se o crente
for vencido pela tentação e buscar ajuda de Jesus. Ele vem ao encontro
do crente vencido e o ajuda a reabilitar-se.
Jesus também que ajudar-nos a usar uma poderosa arma que temos,
isto é a Palavra de Deus. Foi essa arma que Ele usou contra o tentador:
“Vai-te satanás, porque está escrito” (Mt 4.10). Também poderemos
vencer pela palavra de Deus (Sl 119.11, 101, I Jo 2.14). Usemos, pois, a
poderosa (Hb 4.12), que é uma espada aguda (Ef 6.17), e a vitória: é a
nossa esperança.
Jesus ainda prometeu dar-nos o Consolador para nos ajudar obter
vitória sobre a carne (Gl 5.16), e nos fortificar contra as hostes da
maldade (Ef 6.10-12). Aquele que está cheio do Espírito Santo pode
vencer os dias maus (Ef 5.16-18). Pela Unção, podemos ter vitória sobre
o espírito do anticristo (I Jo 2.18-20).

A doutrina da Salvação
Soteriologia
Todos esses meios que Jesus nos oferece, pelas quais nos deseja dar
vitória, tornam-se poderosas e eficientes na vida do crente que vive em
oração Jesus vinculou o poder para ter vitória sobre a carne: a Oração. Ele
disse: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação (Mt 26.41). O
Salmista Davi registrou a sua experiência nesse sentido: “Invocarei o nome 54

do Senhor e ficarei livre dos meus inimigos (Sl 18.3), que Deus nos ajude e
nos guarde na hora da tentação.

XXIX. A doutrina da Predestinação

Este ensinamento parte da doutrina da Salvação. A questão principal é: “O


permanece para sempre na Salvação, ou é possível perder-se depois de ter
sido verdadeiramente Salvo?” Analisamos o assunto:

a) Alguns teólogos ensinam: “uma vez Salvo, Salvo para sempre” com muita
convicção afirma que já mais se perderá aquele que uma vez foi salvo, quem é
crente, é crente para sempre. Dizem que, embora o crente seja livre, a
natureza da salvação tão profunda que ele já mais abandona a vida cristã,
Deus preserva o crente em liberdade, e permanecerá para. Já no tempo dos
Apóstolos havia esta corrente doutrinária, a chamada doutrina dos nicolaítas
(Ap 2.6-15) que afirmava que a graça de Deus sobre os crentes é tão
poderosa que os atos dos homens não os afastam dela, importa salientar que
Jesus disse que aborrecia tal doutrina (Ap 2.6-15).

b) A Bíblia refuta frontalmente a doutrina: “uma vez salvo, salvo para sempre”
dos nicolaítas. Veja que a palavra de Deus exorta o crente a permanecer fiel a
Deus, e perseverar até o fim (Mt 10.22, Mc 13.13). Somente o fato de a Bíblia
exortar o crente a permanecer constitui prova de que não concorda com a idéia
de uma permanecia automática independente de atitude e do seu
procedimento pessoal.

c) Jesus mandou que os crentes permanecessem. “Se permanecerdes nas


minhas palavras, verdadeiramente sereis meus discípulos” (Jo 8.31), aquele

A doutrina da Salvação
Soteriologia
que não permanecer em Jesus como a vara na videira, é lançado fora (Jo 15.1-
6).

d) Jesus mandou os crentes vigiarem (Mc 13.33), Ele disse: “Vigiai e orai, para
que não entreis em tentação” (Mt 26.41). É na hora da tentação que aparece o
55
perigo de o crente se desviar (Lc 8.13). Mas se ele estiver vigiando receberá a
graça de vencer a carne (Mt 26.21), e achará “Escape” (I Co 10.13), e vencerá
a batalha.

e) E Jesus exortou a igreja em Filadélfia a que guardasse o que havia recebido


“Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11). Ele não
disse: “você já é salvo, e ninguém já poderá tomar a sua coroa” mais falou:
“Guarda” o mesmo conselho Ele deu a igreja de Tiatira (Ap 2.25-26). Aliás, dá-
nos idêntico conselho ainda hoje.

f) A palavra permanecer aparece muitas vezes na Bíblia Sagrada, os Apóstolos


aconselhavam sempre os crentes a permanecer na fé (At 14.22, I Ts 3.2-5), e
na graça (At 11.13, 13.43), advertindo-os de que ninguém seja faltoso,
separando-se da graça de Deus (Hb 12.15). Os que não entenderem a essa
exortação correm o perigo de cai da graça (Gl 5.4). Os que afirmam que uma
vez na graça sempre na graça, estão induzindo muitos a transformar em
libertinagem a graça de Deus (Jd 4) expondo-os ao perigo de receber a graça
de Deus em vão (II Co 6.1).

g) A permanecia é explanada por meio de três exemplos do Velho Testamento,


nos quais Deus condicionou a manifestação do seu poder protetor à atitude dos
homens de permanecer no lugar determinado por Ele:

A Salvação pela aspersão do sangue do Cordeiro Pascoal na noite em


que os primogênitos do Egito foram mortos, estava condicionada a
obrigação de ninguém sair da casa, até pela manhã (Êx 12.22-36).

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A proteção contra o vingador do sangue, que a cidade de refúgio
proporcionava ao homicida que havia matado alguém por erro (Nm
35.11-34) era condicionada ao dever de permanência na cidade, se o
homicida de alguma maneira sair dos termos da cidade de refúgio e o
vingador do sangue o achar fora e matar o homicida, não será culpado 56

do sangue.
A Salvação prometida sob juramento, em nome do Senhor, a Raabe e a
sua família, na ocasião da conquista de Jerico pôr Israel, também era
condicionada a obrigação de conservar uma fita cor de escarlata na sua
janela, e cuidar que ninguém da sua família saísse da sua casa, pois
para aquele que estivesse fora da casa, não haveria proteção (Js 2.12-
20). Observamos, assim, que o ato de ser um crente preservado na
salvação não é automático, mas depende da sua atitude do permanecer
no Senhor.

h) A Bíblia adverte o crente contra o perigo de cair. Somente esta expressão


basta para mostrar a fraqueza e mentira da base doutrinaria que caracteriza o
ensinamento, “uma vez salvo, salvo para sempre”.

i) A Bíblia adverte: aquele que cuida esta de pé olhe não caia (I Co 10.12). O
Apostolo Paulo escreveu aos judeus que estavam em perigo apostatar da fé
(Hb 4.11, Hb 3.15-19) e incentivou-os a não serem como os que se retiram
para a perdição, mas como os que crêem para a conservação da alma (Hb
10.39). A Bíblia diz que aquele que endurece o coração virá a cair no mal (Pv
28.14) e que a altivez do Espírito precede á queda (Pv 16.18).

j) Assim, observamos que a Bíblia incentiva e exorta aos crentes, a permanecer


na benignidade, de Deus, a fim de que não seja cortado, como o foram os
Israelitas, que não permaneceram (Rm 11.20), por isso, diz a Bíblia: Examinai-
vos a vós mesmos se permaneceis na fé, provai-vos a vós mesmos, ou não
sabeis, quanto a vós, que Jesus Cristo esta em vós? Se não é que estais
aprovados (II Co 13.5).

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l) Existe, para quem não tomar cuidado a possibilidade de ser reprovado de ter
crido em vão (I Co 15.2).

m) A Bíblia apresenta exemplos de pessoas que se desviaram da Salvação


esses exemplos (Hb 4.1,2) constitui uma prova incontestável de que a doutrina
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“uma vez salvo, salvo para sempre” não é aprovada na Bíblia.

n) Ananias e safira eram crentes, membros da igreja em Jerusalém e sobre


eles havia abundante graça (At 4.33), mas nela não permaneceram, pois
permitiram quer o amor ao dinheiro os dominasse (I Tm 6.10,11) entrando no
caminho da mentira e da perdição, pois deram lugar ao diabo (At 5.1-11).

o) Judas Iscariotes era um dos doze discípulos de Jesus, o próprio Jesus deu
poder a Judas, para curar os enfermos, limpar os leprosos, expulsar os
demônios (Mt 10) ele estava entre aqueles que Jesus levantou e enviou para
pregar a Palavra de Deus, pela palavra profética vemos que Judas Iscariotes
era amigo intimo de Jesus (Sl 41.9) Judas, porém, caiu na tentação de roubar
as ofertas, pois ele era tesoureiro (Jo 13.27-30) e era ladrão (Jo 12.6). Assim
abriu a porta para o inimigo entrar (Lc 22.3) e desviou-se, mas ainda do que
estava, pois traiu a Jesus; nosso amado Senhor e Salvador Jesus Cristo já
tinha dito que Judas era um diabo (Jo 6.69,70), além disso, o nome de Judas
foi riscado do livro da vida (Sl 69.25-28), e um fato que antes seu nome estava
no livro da vida, dons não salva ninguém, porque a vocação e os dons são sem
arrependimento (Rm 11.29), nem todos que me diz Senhor entrará no Reino
dos céus (Mt 7.21-23), as bênçãos de Deus não vêm por intermédio de
campanhas de prosperidades, nem através de dons espirituais, só tem uma
coisa para sermos abençoados: é obedecermos a palavra de Deus e
cumprirmos a sua vontade (Dt 28).

p) O Rei Saul é outro exemplo, ele recebeu o coração mudado (I Sm 10.9, 10)
foi revestido pelo poder do Espírito Santo e até profetizou (I Sm 10.10), mas
desobedeceu a palavra do Senhor (I Sm 13.13-15, I Sm 15.10-31) Deus o
rejeitou (I Sm 15.23-31), o Espírito de Deus se retirou de Saul (I Sm 16.14).

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Depois de ter andado por caminhos tortuosos, Saul morreu a morte de suicida
no monte de Gilboa (I Sm 31.1-4).

r) A esposa de Ló estava sendo retirada pelos anjos da destruição de Sodoma


quando desobedecendo a palavra do Senhor, olhou para trás, e foi
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transformada numa estatua de sal (Gn 19.25,26, Lc 17.20-32).

s) A Bíblia fala que se um justo se desviar do caminho da verdade tudo que ele
praticou não virá a memória, ou seja, tudo que ele fez de bom será esquecido,
mas na iniqüidade que praticou, ele morrerá (Ez 33.1-20, Ez 18.24).

t) O povo Israelita no deserto. A Bíblia relata que Deus depois de ter libertado
os Israelitas do Egito, e após terem sido batizados em Moisés e no mar (I Co.
10.1,2), não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no
deserto (I Co 10.5). Isto serve de figura para nós, e de advertência contra o
perigo de cometermos os mesmos pecados que eles praticaram, isto é, cobiça,
idolatria, apostasias, prostituição e murmuração (I Co 10.6-10), assim vemos
que a permanecia na Salvação não é automática, pois aquele que não tomar
cuidado pode perde-se.

XXX. A preservação do crente

O Espírito Santo quer, também nessa questão, guiar-nos em toda a verdade


(Jo 16.13).

30.1. A Bíblia ensina que a preservação depende do poder de Deus com, o da


atitude do crente permanecer em Jesus! Vejamos que, tanto o Senhor Jesus
Cristo como os apóstolos, falaram sobre este assunto:

a) Jesus escreveu a igreja em Filadélfia: como guardaste a palavra da minha


paciência eu também te guardarei na hora da tentação (Ap 3.10). Jesus
vinculou a guarda da sua palavra ao seu poder protetor, quando se referiu ao
seu poder de guardar os crentes, as suas ovelhas, disse: Ninguém as
arrebatará da mão, e acrescentou: Ninguém poder as arrebatar da mão do meu
Pai, que quer dizer: ninguém poder no tirar da mão de Deus se

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permanecermos fiéis a Deus (Jo 10.28,29). Não existe um poder, nem na terra
e nem noutro lugar capaz de fazer algo contra o poder da mão de Deus.
Porém, Jesus advertiu sobre o perigo de o próprio crente afastar-se desta
proteção, Jesus advertiu a seus discípulos quando vários dos que haviam crido
tornaram atrás, e não, mas andavam com Ele (Jo 6.66). Quereis vós também 59

retirar-vos? (Jo 6.67), vemos que, se um crente voluntariamente sair da mão do


Senhor, ele perde a sua Salvação que Deus no guarde.

b) Paulo escreveu: Eu sei em que tenho crido e estou certo de quem é


poderoso para guardar o meu deposito até aquele dia (II Tm 1.12), e continua
na mesma epístola: Acabei a carreira e guardei a fé (II Tm 4.7). Paulo referiu-
se tanto ao poder guardador de Deus, que é o fator principal da nossa
permanecia na fé. Por isso exortou os crentes a guardarem o deposito que lhes
havia sido confiado (I Tm 6.20, II Tm 1.14). Diz ainda: O Deus de paz vos
Santifique em tudo (I Ts 5.23) e ordena: conserva-te a si mesmo puro (I Tm
5.22). O crente deve confiar em Deus (Sl 37.5, Sl 125.1, II Co 1.9), mas
também ter cuidado de si mesmo (I Tm 4.16, At 28.20, Lc 21.34-36, Hb 12.15,
II Jo v. 8).

c) Quando Paulo escreveu aos Efésios sobre o ataque de satanás contra eles,
não se expressou; Já sois Salvos e já mais podereis cair, pelo contrario,
aconselho-os dizendo: Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder,
Revesti-vos de toda a armadura, para que possais estar firmes... E para que
possais resistir no dia mal, e havendo feito tudo ficar firmes (Ef 6.10-15). Neste
conselho, Paulo destacou bem o valor indispensável do poder de Deus e a
verdadeira fonte da vitória e da perseverança. Mas ele também salientou a
responsabilidade do crente se revestir daquilo que Deus lhe entregou para a
sua defesa espiritual. As diferentes partes da armadura de Deus representam
aquilo que Jesus dá a todos os que se unem a Ele; cingidos na Verdade, e
vestidos da couraça da Justiça, e calçados os pés na preparação do Evangelho
da Paz; tomando sobre tudo o escudo da fé e o capacete da Salvação, e a
Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Ef 6.13-17). Qualquer crente

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pode receber isso pela fé em Jesus. Cumpre-se aqui a palavra: “Graças a Deus
que nos dá a vitória por nosso Senhor e Jesus Cristo” (I Co 15.57).

d) O Apóstolo Pedro também enfatizou ambos os lados da doutrina da


preservação. Ele escreveu: “Mediante a fé, estais guardados na virtude de
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Deus”, (I Pe 1.5), ele se refere, tanto a virtude de Deus, o principal fato de
guardar, como á responsabilidade que tem cada crente de viver nessa virtude
Pela Fé, pois, sem fé essa virtude nada aproveita. A Bíblia diz: Não por força
nem pôr violência, mas pelo meu poder, diz o Senhor dos exercito (Zc 4.6). O
caminho certo para preservar o crente na Salvação é mediante a fé guardada
na virtude de Deus para a Salvação já a se revelar no último tempo (I Pe 1.5).
Assim, chegaremos lá.

30.2. A Bíblia mostra o caminho de arrependimento e do perdão.

Para o crente guarda-se no caminho da Salvação, importa que ande na luz,


como o Senhor na luz está! Então, o sangue de Jesus purifica de qualquer falta
que tiver cometido contra Deus (I Jo 1.7-9). A atitude normal é o crente não
pecar, mas se alguém pecar temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo
o Justo (I Jo 2.1-6). Jesus viu graves faias nas igrejas na Ásia menor que
constituíam perigo e ameaça de morte espiritual (Ap 3.1), e perda do Castiçal.
O próprio Jesus disse que batalharia contra elas (Ap 2.16). Todavia, Jesus não
ensinou as igrejas que sendo “já uma vez salvas, estariam salvas para
sempre”, pelo contrario, advertiu aquela igreja dizendo: Arrepende-te! (Ap
2.5,16,21, Ap 3.3,19).

Conclusão.

Um crente que vigia e se arrepende de qualquer falta cometida conserva a sua


alma lavada no sangue de Jesus e, confiando no poder de Deus, pode
permanecer no caminho do Senhor até o fim. Que Deus nos guarde.

A doutrina da Salvação
Soteriologia
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ANDRADE, C. Claudionor. Dicionário Teológico. Ed. CPAD.

IMPORTANTE

A elaboração deste material consistiu na pesquisa das obras


mencionadas acima e todos os méritos são dos autores das
mesmas. Esta apostila não é para a venda, e sim para fins de
estudo.

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