Você está na página 1de 22

Média-Arte

A partir do livro de Arlindo Machado, Artemídia, 2003


Gabriela Borges
Média-Arte

Formas de expressão artística


que se apropriam de recursos
Experiências de diálogo,
tecnológicos das mídias e da
colaboração e intervenção
indústria do entretenimento em
crítica nos meios de
geral, ou intervêm em seus
comunicação de massa.
canais de difusão, para propor
alternativas qualitativas.
Que fazem média e arte juntas e que relação mantêm entre si?

Questão: Como podem se combinar, se contagiar e se distinguir


arte e média, instituições tão diferentes do ponto de vista histórico,
sujeitos ou protagonistas e da inserção social de cada uma.
Toda arte é feita com os meios
de seu tempo, as artes
mediáticas representam a
expressão mais avançada da
criação artística atual e aquela
que melhor exprime
sensibilidades e saberes do
homem do séc. XXI
(Machado, 2001).
Máquinas semióticas são concebidas dentro
de um princípio de produtividade industrial,
de automatização dos procedimentos para
reprodução em larga escala, mas nunca para a
produção de objetos singulares, singelos e
“sublimes”.
Techné e Poiesis Máquinas Semióticas

Poéticas
tecnológicas

Média-Arte Videoarte
Artistas ultrapassam os limites das
máquinas semióticas e reinventam
radicalmente seus programas e suas
finalidades.
• Nam June Paik
• A média-arte deve procurar traçar uma
diferença nítida entre o que é, de um lado,
a produção industrial de estímulos
agradáveis para as mídias de massa e, de
outro, a busca de uma ética e uma estética
para a era eletrônica.

• Média-arte representa a metalinguagem


da sociedade midiática, na medida em que
possibilita praticar, no interior da própria
mídia e de seus derivados institucionais,
alternativas críticas aos modelos atuais de
normatização e controle da sociedade.
Média-Arte
• Antony Muntadas

• Recicla materiais audiovisuais, por meio


da construção de novos enunciados a
partir dos materiais que já estão em
circulação nos meios de massa.

• Fileroom, 1994
• Poética da reciclagem, como se
organizam e se reproduzem as formas
de poder no mundo contemporâneo
• O artista busca interferir na própria
lógica das máquinas e dos processos
tecnológicos, subvertendo as
possibilidades prometidas pelos aparatos
e colocando a nu os seus pressupostos,
funções e finalidades.
• Ele quer “desprogramar” a técnica,
distorcer suas funções simbólicas,
obrigando-as a funcionar fora dos
parâmetros conhecidos e a explicitar
seus mecanismos de controle e sedução.
(p. 22)
O que é arte e como fazer arte
nos média ou com os média?
• Não há consenso

• Vivemos numa época em que o universo da


cultura se mostra muito mais híbrido e
turbulento do que foi em qualquer outro
momento.

• Não há razão para não despontar alternativas de


qualidade na indústria do entretenimento.

• Verdadeiras obras criativas de nosso tempo


Anos 2000
• Esvaziamento da política (Barbero) que foi
sendo preenchido pelo discurso hegemônico
da tecnologia

• A tecnologia foi se transformando em um


novo campo de utopias que vislumbra nas
máquinas perspectivas de emancipação,
felicidade coletiva e progresso.

• Roy Ascott (consciência planetária) –


potencial revolucionário
Utopias tecnológicas Modelos apocalípticos

• Derrick de Kerckhove • Paul Virilio – estética do


desaparecimento
• Peter Weibel
• Jean Baudrillard – cultura do
• Pierre Levy simulacro
• Nicholas Negroponte • Fredric Jameson
Pensamento
da divergência Fotografia

Especificidade dos meios


Cinema
Música
Anos 1950 a 1980 –
especificidade dos meios

• Fotografia:

• noema – a coisa fotografada / o referente


(Barthes)

• Traço do real (Sontag)

• “objetividade ontológica” (Bazin)

• Momento decisivo (Cartier Bresson)

• Indexicalidade (Dubois e Schaeffer)


Mc Luhan: o meio é a mensagem

Cinema

• Profundidade de campo (Bazin)


• Plano-sequência
• Recepção (papel do sujeito)

Vídeo

• Natureza mosaicada (Mc Luhan)


• Contra-informação
Pensamento
da convergência
Fotografia
Imbricamento de linguagens
Cinema
Música
Youngblood – Cinema Expandido

• “escrita do movimento”

• Fotografia expandida - perde a indexicalidade

• Video expandido - hibridiza com as outras artes


Raymond Bellour

• Pensar nas passagens que se operam entre cinema,


fotografia, vídeo e as mídias digitais

• Estados da imagem: O arché da fotografia - o


fotográfico

• “O fotográfico é uma condição transversal a vários


gêneros e práticas da imagem, e liga-se sobretudo a
um campo de visualidade do qual sobressaem as ações
de paragem e desdobramento do movimento, bem
como os efeitos que essas experiências induzem na
percepção de um tempo (complexo, aberto) que é
imagem à imagem”.
Dupla hélice de Bellour:

• Quanto maior a potência de analogia de um sistema de imagens, maiores


serão as manifestações contrárias de tendências ou de efeitos de
“desanalogização” (ou desfiguração da imagem) da representação.

• Quanto mais capaz for um sistema de imitar fielmente o real em sua


aparência, mais ele suscitará a proliferação de pequenas formas que
minam tal potência de mimetismo, visando desconstruí-lo.

Você também pode gostar