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DIREITO ADMINISTRATIVO

Disposições
constitucionais

Versão Condensada
Sumário
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1.  Art. 37 da constituição�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3

1.1 Irredutibilidade de remuneração/subsídio����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3

1.2 Acumulação������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 4

2.  Art. 38��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 5

3. Art. 39 – servidores públicos���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 6

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Disposições constitucionais

1. Art. 37 da constituição

1.1 Irredutibilidade de remuneração/subsídio

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado
o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Comentário: é importante ter em mente que a IRREDUTIBILIDADE a que o inciso se refere é NOMINAL, ou seja,
mesmo que haja uma grande inflação no período e o “salário” se mantenha o mesmo, não é considerada uma
redução, pois o valor nominal do pagamento continuou o mesmo!

A Irredutibilidade é referente ao valor NOMINAL e NÃO REAL.

Também é importante saber o conceito de que a remuneração é composta de Vencimento + Vantagens de caráter
permanente, definidas em lei. Porém, esse vencimento e as vantagens PODEM ser reduzidos, desde que haja contra-
prestação em outro componente da remuneração, resultando no MESMO VALOR.

IMPORTANTE: Irredutibilidade NÃO IMPEDE alteração da FORMA DE CÁLCULO.

Nessa divisão de Vencimento e Vantagens Permanentes, referentes à forma de cálculo, o STF se manifestou dizendo
que, apesar desta prerrogativa constitucional:

SÚMULA 27 STF - Os servidores públicos não têm vencimentos irredutíveis, prerrogativa dos membros do Poder
Judiciário e dos que lhes são equiparados.

Ou seja, o VENCIMENTO é irredutível apenas para os membros do poder judiciário e equiparados. Em relação aos outros
servidores, o VENCIMENTO é redutível, contanto que a REMUNERAÇÃO permaneça irredutível.

LEMBRETE: Remuneração = Vencimento + Vantagens Permanentes

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Como toda regra tem sua exceção, são exceções à Irredutibilidade, por exemplo:

• Imposto de Renda;

• Teto Remuneratório.

Quando um servidor ganha a mais que o teto previsto, existe um “Redutor constitucional” em seu holerite.

1.2 Acumulação

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horá-
rios, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

Comentário: o Inciso XI ao qual o texto se refere é o TETO REMUNERATÓRIO, porém é importante salientar
que o STF considerou que o teto deve ser aplicado de forma isolada para cada cargo público acumulado, nas
formas autorizadas pela Constituição. Ou seja, o servidor poderia ganhar mais do que o teto constitucional se
acumulasse dois cargos legalmente e a soma destes dois cargos ultrapassasse o teto.

REGRA GERAL - Deve Haver COMPATIBILIDADE de horários e ser RESPEITADO TETO REMUNERATÓRIO.

Outras importantes considerações são:

• O Cargo Técnico Científico é aquele que exige nível superior ou técnico específico (Técnico em Enfermagem,
por exemplo) para ingresso;

• Importante lembrar que são CARGOS DA SAÚDE e não apenas cargos de médico!

• Existe outra acumulação possível no texto constitucional referente à acumulação de cargo efetivo com cargo de
VEREADOR.

De maneira complementar, também listarei aqui os casos de acumulação de provento com remuneração, sabendo que,
da mesma maneira que acumular dois cargos em atividade, em REGRA é VEDADA, exceto:

• Provento de Aposentadoria + Remuneração de Cargo em Comissão;

• Provento de Aposentadoria + Remuneração de Cargo Eletivo;

• Provento de Aposentadoria + Remuneração de Cargo Efetivo Acumulável.

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IMPORTANTE: deve ser RESPEITADO TETO REMUNERATÓRIO. A não ser que seja o provendo de aposentadoria
com a remuneração de cargo efetivo acumulável, seguindo assim o entendimento do STF.

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público.

Comentário: sem maiores segredos, a proibição de acumular se dá em toda a Administração Pública, Direta (União,
estados, DF, municípios) e Indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista).

2. Art. 38

O art. 37 trata sobre a Administração Pública, alguns de seus incisos não têm utilidade para nosso estudo neste momento,
por esse motivo não foram listados. São relativos ao assunto “Organização da Administração Pública” em sua maioria.

Alguns trechos do art. 37 são relativos à aposentadoria e foram deixados para serem explicados junto com este tópico.

Explicações feitas, continuaremos nosso estudo das disposições constitucionais com o art. 38 da constituição.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II - Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será
aplicada a norma do inciso anterior;

IV - Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - Na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no
ente federativo de origem.

Comentário: o art. 38 se resume a disciplinar a acumulação de CARGO EFETIVO ATIVO com mandato eletivo.

IMPORTANTE: como já citado, o servidor aposentado PODE acumular seu provento com remuneração de man-
dato eletivo respeitado o teto constitucional.

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A REGRA GERAL é se AFASTAR de seu cargo ou função! Assumindo a remuneração do cargo eletivo, sendo exceções
apenas:

• Cargo de prefeito – Deve se afastar, mas pode OPTAR pela remuneração.

• Cargo vereador – Pode acumular! Desde que haja compatibilidade de horários, caso contrário, deve-se optar tal
qual o prefeito.

Observação: durante o Afastamento, em qualquer caso, seu tempo de serviço ativo continuará sendo contado!
Sendo válido para tudo, com EXCEÇÃO da promoção por merecimento.

Importante: a Emenda 103/2019 trouxe uma nova previsão ao artigo, limitando o acesso à “aposentadoria de
políticos”, pois, no caso de o servidor já ser vinculado a um regime próprio de previdência, ficará a este vinculado
durante seu mandato eletivo.

3. Art. 39 – servidores públicos

O art. 39 se dedica aos servidores públicos especificamente, tendo previsões mais específicas. A Emenda nº 103/2019
apenas adicionou um parágrafo à redação do artigo. Vamos a ele:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de admi-
nistração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

II - Os requisitos para a investidura;

III - as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

Comentário: sem segredos aqui, a remuneração dos servidores será pensada pelos “conselhos” citados no artigo,
levando em conta natureza, responsabilidade, complexidade entre outros requisitos.

Lembrete: segundo a CF, participar dos cursos das escolas de governo é requisito de promoção na carreira.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do
cargo o exigir.

Comentário: este inciso se refere aos direitos dos trabalhadores, garantindo aos servidores públicos:

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• salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado;

• garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

• décimo terceiro salário;

• remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

• salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda;

• duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários
e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

• repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

• remuneração hora extra, no mínimo, 50% maior;

• férias e 1/3 de férias;

• licença à gestante - com a duração de 120 dias;

• licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

• proteção do mercado de trabalho da mulher;

• redução dos riscos inerentes ao trabalho;

• proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
cor ou estado civil.

FIQUE LIGADO: apenas LEI pode estabelecer critérios diferenciados de admissão, como exame psicotécnico,
teste de aptidão física etc.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais


e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

Comentário: os cargos citados no inciso ganham por subsídio em parcela única, obedecidos o teto remuneratório
e a irredutibilidade.

Além dos que estão citados na constituição, ganham por subsídio:

• membro do poder;

• detentor de mandato eletivo;

• ministros e secretários;

• membros da magistratura;

• membros do ministério público;

• membros da advocacia pública;

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• membros da defensoria pública;

• carreiras policiais civis (PF, PRF, PCS...).

Obs.: facultado aos demais servidores, desde que organizados em carreira.

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e
a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração


dos cargos e empregos públicos.

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamen-
tários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação
no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização,
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

Comentário: disposições sem maiores necessidades de explicações, pouco cobrada em provas, falam da neces-
sidade de seguir o princípio da publicidade entre outras situações.

§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função


de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.

Comentário: importante dispositivo constitucional adicionado pela Emenda nº 103/2019! Acontecia que, em alguns
municípios principalmente, após determinado tempo ocupando um cargo em comissão ou função de confiança
(que possuem uma gratificação como recompensa da responsabilidade a mais), o servidor efetivo INCORPORAVA
esta gratificação à sua remuneração.

Após esta “incorporação” depois de algum tempo (cinco anos, por exemplo) o servidor simplesmente deixava o cargo
ou função, retornando às suas funções de servidor efetivo sem chefia e continuava com o mesmo “salário”.

Isso incentivava um “rodízio” dentro dos departamentos, fazendo com que praticamente todos os servidores, dentro de
algum tempo, ganhassem como chefe de seus setores.

Pela nova EC, tal prática hoje é VEDADA em toda a Administração Pública.

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