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Rio inicia estudo de vacina contra


dengue em parceria com Fiocruz
Por Agência Brasil Publicado às 15h35 de 16/02/2024 - Atualizado às
15h39 de 16/02/2024

7–10 minutes

O estudo para verificar a eficácia da vacina contra a dengue na


população adulta começou nesta sexta-feira (16), em Barra de
Guaratiba, Zona Oeste. A parceria da Secretaria Municipal de
Saúde (SMS) do Rio de Janeiro com a Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) e o Ministério da Saúde vai ajudar na decisão de futura
incorporação nacional do imunizante para outras faixas etárias. A
vacina aplicada é a Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês
Takeda.

De acordo com a SMS, a pesquisa pioneira no Sistema Único de


Saúde (SUS), é estratégica para o combate à dengue e é
fundamental para a ciência. Ao todo devem ser vacinadas 20 mil
pessoas de 18 a 40 anos da região de Guaratiba e que estejam
com cadastro ativo em uma das 10 unidades de Atenção Primária
da região. A faixa etária é referência para até o dia 25 de janeiro
de 2024. A participação é voluntária e a pessoa será
acompanhada ao longo de dois anos, que é o tempo de duração
do estudo.

A região de Guaratiba foi escolhida por ter registrado maior

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incidência da doença em 2023 e 2024. Além disso, é uma


população com características não migratórias e com 100% de
cobertura de saúde da família.

“Durante dois anos a gente vai acompanhar essas pessoas e todo


restante da população de Guaratiba para verificar quem teve
dengue ou não e se essa vacina foi eficaz nessa nossa
população”, explicou o secretário municipal de Saúde, Daniel
Soranz, na cerimônia de início do estudo.

Segundo a pasta, a região de Guaratiba tem cerca de 67 mil


moradores da faixa etária que são cadastrados na Atenção
Primária. “Como a pesquisa trabalhará com 20 mil pessoas, foi
adotado como critério de definição dos participantes o mês de
nascimento. Foi realizado um sorteio e selecionados os meses de
maio, agosto, outubro e novembro. Assim, os moradores da
região de Guaratiba (bairros de Guaratiba, Barra de Guaratiba,
Pedra de Guaratiba e Ilha de Guaratiba) com idades entre 18 e 40
anos nascidos nos quatro meses sorteados estão aptos a
participar da pesquisa”, informou a secretaria.

A lista com as iniciais e os cinco primeiros dígitos do CPF dos


voluntários convocados está disponível nos sites saúde. Agentes
de saúde farão a convocação dos participantes por meio do
WhatsApp, ligação telefônica ou pessoalmente. Seguindo a lista
publicada, os participantes também podem procurar a unidade de
saúde de referência.

De acordo com a SMS, não participarão do estudo, lactantes,


gestantes, pessoas com imunossupressão, que já se vacinaram
anteriormente contra a dengue, que tiveram a doença nos últimos
seis meses, que tenham recebido algum hemoderivado nos

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últimos três meses ou que tenham apresentado alguma reação de


hipersensibilidade a algum dos componentes da vacina.

“Pessoas com quadro febril ou que tenham recebido outra vacina


de vírus vivo nas últimas quatro semanas terão sua inclusão no
estudo adiada”, completou a secretaria.

A aplicação da vacinação será feita de forma escalonada. Os


primeiros atendidos são os usuários elegíveis cadastrados no
Centro Municipal de Saúde Mourão Filho, no bairro de Barra de
Guaratiba.

Na primeira etapa, os participantes devem comparecer na unidade


de saúde em datas determinadas no cronograma a ser divulgado.
Nesse dia vai ser feita a coleta de sangue para a dosagem de
anticorpos. “É feita uma sorologia desse sangue para verificar se
ela teve dengue tipo 1, tipo 2, 3 ou 4 e também se já teve zica no
passado. A partir da coleta do sangue a gente faz [aplica] a
primeira dose da vacina e depois de três meses a segunda dose”,
contou o secretário.

Soranz destacou que a vacina já é reconhecida pela Agência


Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi testada e teve sua
eficácia comprovada. Agora, conforme explicou, o estudo vai
quantificar essa eficácia e observar como essa vacina vai se
comportar nas características da população brasileira. “Esses
estudos são importantes sempre que uma vacina nova é
introduzida”, observou.

O secretário lembrou que em 2021, a parceria entre a SMS, a


Fiocruz e o Ministério da Saúde fez pesquisas semelhantes na
Ilha de Paquetá e no conjunto de favelas da Maré com a vacina
contra a covid-19. “Graças às evidências que levantamos,

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pudemos colaborar com a tomada de importantes decisões sobre


a introdução de doses de reforço”, concluiu.

Ao lado de Soranz, a secretária nacional de Vigilância em Saúde


e Meio Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou
que para o ministério o estudo representa um avanço muito
importante porque a pasta está seguindo a recomendação da
Organização Mundial da Saúde (OMS) do imunizante para uma
faixa de 6 a 16 anos, apesar da aprovação da Anvisa ser para um
público maior de 4 a 59 anos.

Na visão da secretária, o estudo vai contribuir também com as


decisões da OMS para a ampliação da faixa etária recomendada
para a vacina.

“As evidências científicas que serão geradas aqui no Brasil


poderão também auxiliar a tomada de decisão em nível global, no
nível internacional. Essa é uma faixa etária onde temos maior
número de casos no Brasil. O maior número de casos não só no
Rio de Janeiro, mas no Brasil, tem se concentrado na faixa de 20
a 40 anos, então, é muito importante que a gente compreenda
melhor como esta vacina funciona nesta faixa etária. Vacinando
uma população grande, vamos ter uma ideia melhor de como
essa vacina protege em um público maior. Isso vai agregando
informação para que a gente possa tomar decisões e ampliar a
nossa faixa etária”, afirmou.

“Não é o único estudo que estamos [Ministério da Saúde]


apoiando no Brasil . Temos o estudo de Dourados, temos também
o estudo da Fiocruz Bahia, que vai fazer todo o acompanhamento
de efetividade dos dados da vacina no Brasil, então, estamos
apoiando vários estudos, mas consideramos aqui uma parte

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bastante importante porque vai pegar esta faixa etária de maior


número de casos”, concluiu.

O diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da


Saúde (PNI), Eder Gatti, também presente, ressaltou que o Brasil
saiu na frente na inclusão do imunizante na estratégia de saúde
pública. “É importante destacar que o Brasil é o primeiro país do
mundo a utilizar essa vacina, essa tecnologia, numa estratégia de
saúde pública. O mundo inteiro está olhando para o que estamos
fazendo”, disse.

Ethel Maciel acrescentou que a demanda maior que a capacidade


de produção é um empecilho para ampliar a aplicação de doses
que não são suficientes para a necessidade do Brasil. Para tentar
contornar este problema, a secretária informou que a Fiocruz está
em entendimentos com o laboratório japonês Takeda para, por
meio de transferência de tecnologia, poder produzir o imunizante
no Brasil.

Qdenga

A Qdenga foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações


de Tecnologias (Conitec), do Ministério da Saúde, e incorporada
ao Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é feito a partir
do vírus vivo atenuado e interage com o sistema imunológico.
Dessa forma, provoca uma resposta semelhante à gerada pela
infecção natural. O imunizante confere proteção contra os quatro
subtipos do vírus da dengue existentes: DENV1, DENV2, DENV3
e DENV4.

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