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6 dicas para manter


memória afiada como a do
neurocientista Richard
Restak, de 81 anos

DIVULGAÇÃO

Richard Restak exercita a mente todos os dias

Laura Plitt
BBC News Mundo

16 março 2023

Com o passar dos anos, lembrar-se das coisas parece


cada vez mais difícil. Onde deixei as chaves do carro?
Como se chama a filha daquela prima distante? Qual o
nome do ator daquele filme de que eu tanto gostava?

Mas este processo de desgaste da memória não é


inevitável. Quem garante é Richard Restak, neurologista
e professor da Faculdade de Medicina e Saúde do
Hospital da Universidade George Washington, nos
Estados Unidos. Ele é autor de cerca de 20 livros sobre a
mente humana.

O renomado cientista tem 81 anos, cabelos grisalhos e


memória impecável. E afirma que, se exercitarmos nossa
memória diariamente, da mesma forma que se faz com o
corpo, é possível mantê-la ativa e em plena forma.

Em conversa com a BBC News Mundo (o serviço em


espanhol da BBC), Restak ofereceu conselhos
fundamentais para treinar e fortalecer nossa memória.

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1. Leia livros de ficção

Os livros de não ficção são uma grande fonte de


conhecimento e informações, mas, para ativar a
memória, os romances são muito mais úteis.

“Os livros de não ficção, como o último que escrevi, não


exigem muito em termos de memória. Você pode ler o
índice e concentrar-se naquilo que interessa, por
exemplo”, afirma Restak.

“Mas a ficção é muito mais exigente do ponto de vista da


memória, especialmente quando se trata de um romance
complexo”, explica o professor. “Ali, os personagens
aparecem e desaparecem. Você pode encontrar alguém
no segundo capítulo que depois só irá aparecer no
capítulo 10.”

Reter o fio da história, os vínculos entre os personagens


e os detalhes da trama exige um esforço de memória
maior, em comparação com os livros de não ficção.

GETTY IMAGES

Romances são melhores para exercitar a memória que


os livros de não ficção

2. Transforme as palavras em imagens

Este é um princípio básico. Restak sugere, por exemplo,


que, se for apresentado a alguém com o sobrenome
Greenstone – Pedraverde, em português – você deve
visualizar na sua cabeça uma pedra de tom verde
intenso.

Esta estratégia simples ajudará sua mente a se lembrar


daquele sobrenome sem problemas.

“Se você não fizer isso e ficar só com as palavras, pode


acontecer de você depois não se lembrar se é Pedrazul
ou Pedrapreta, por exemplo”, explica ele.

Outro truque usado pelo especialista é criar um mapa


mental de lugares com os quais esteja muito
familiarizado, como seu bairro, para relacioná-los a
coisas de que quer se lembrar.

Se o objetivo, em algum momento, for se lembrar de


comprar leite e pão, Restak relaciona as palavras com
dois lugares do seu mapa para compor imagens
dramáticas, difíceis de esquecer.

“Imagino minha casa virada de lado, com leite brotando


da chaminé (como se fosse uma caixa de leite) e
esparramando pela rua”, descreve ele. “E, quando passo
pela biblioteca e olho pela janela, imagino que as
estantes estão cheias de fatias de pão no lugar dos
livros.”

3. Faça jogos mentais com seus


amigos (e quando estiver sozinho)

Um dos jogos favoritos de Restak para as festas ou


reuniões familiares, que é um excelente exercício para a
memória, é o chamado jogo das “20 perguntas”.

O jogo consiste em um jogador (ou equipe) pensar em


uma pessoa, coisa ou lugar, enquanto o outro jogador
(ou equipe) deve adivinhar do que ou de quem se trata,
fazendo até 20 perguntas que só podem ser respondidas
com “sim” ou “não”.

A dificuldade do jogo reside no fato de que os dois lados


precisam se recordar tanto das perguntas como das
respostas, para não dar pistas falsas, não repetir
perguntas e chegar, por eliminação, à resposta correta.

Se você estiver sozinho e for amante do esporte, por


exemplo, tente relembrar todos os jogadores da sua
equipe favorita. Quando eles estiverem na sua mente,
passe a colocá-los em ordem alfabética e enumere a lista
de jogadores nessa ordem.

4. Use a tecnologia (de forma


inteligente)

GETTY IMAGES

Na próxima vez que você for ao supermercado, tente se


lembrar dos produtos que precisa comprar antes de
conferir a lista de compras

Levar no celular uma lista dos produtos que queremos


comprar no supermercado ou uma foto de algo que
nunca compramos, mas queremos experimentar, não é
necessariamente uma má ideia.

O uso de celulares e aparelhos similares faz com que


nossa memória se debilite, mas podemos usar a
tecnologia a nosso favor.

Quando você for ao supermercado, por exemplo, Restak


recomenda tentar primeiro se lembrar do que foi
comprar e só depois consultar a lista, para evitar
esquecer alguma coisa.

O mesmo acontece com os produtos novos: tente


lembrar como eles são e, depois que conseguir, confirme
com a foto para ver se está certo.

A ideia, segundo o professor, é “não substituir a


memória pelo aparelho, mas usar primeiro o cérebro e
depois verificar seu desempenho”.

5. Faça a ‘siesta’

Em alguns países, a siesta não tem muito boa fama, mas


diversos estudos demonstraram que fazer uma siesta
rápida é fundamental para ajudar a memória. Restak faz
a siesta todos os dias e afirma que ela ajuda a absorver
informações, consolidá-las e codificar a memória, para
depois ter acesso a ela.

“De fato, quando tomamos dois grupos de estudantes e


permitimos que um deles faça uma siesta depois de
aprender algo e o outro não, observamos que o grupo
que dormiu um pouco aprendeu muito melhor”, afirma
Restak.

A recomendação do professor é dormir de 20 a 40


minutos. “Se passar da hora, você irá interferir com o
sono noturno. Por isso, ligue o alarme ou peça a alguém
que o acorde.”

6. Melhore a alimentação

Mais do que alimentos específicos, Restak afirma que o


principal é evitar certos alimentos, como os
ultraprocessados – os que contêm excesso de gorduras,
sais, conservantes etc.

“Esses alimentos não são bons para a memória porque, a


longo prazo, reduzem a circulação sanguínea nas regiões
relacionadas à memória e causam hipertensão e
diabetes”, explica ele. “São fatores que podem causar
demência.”

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