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Fisiologia renal: filtração glomerular 4.

Néfrons
5. Pequenos e grandes cálices
GENERALIDADES
Ultraestrutura do néfron
Anatomofisiologia renal 1. O néfron é capaz tanto de filtrar, processo de filtração, quando
1. Pesa entre 115 e 170g (menos de 0,5% do peso corporal) devolver ao sangue o excesso de alguma estrutura filtrada, pro-
2. Dimensões de 11x6x3cm cesso de reabsorção
3. Fluxo sanguíneo 25 a 30% do DC (75% veia porta e 25% da ar- 2. Então, após ser absorvido, o líquido filtrado receberá modifica-
téria renal) (1,25L/min) ções ao longo de todo o néfron, seja por filtração, secreção ou re-
Anatomia renal absorção
1. Hilo 3. O grau de contração da arteríola aferente controla o volume san-
a. A. renal guíneo que vai ser filtrado
b. V. renal Os néfrons e suas relações com as camadas cortical e medular
c. Ureter 1. Temos dois tipos de néfrons: cortical e justamedular
2. Córtex 2. O néfron cortical, como o próprio nome diz, está quase todo in-
3. Medula serigo no córtex
a. Tem de 8 a 18 pirâmides a. No máximo, a alça e Henle adentra a medula
b. Base córtico-medular 3. O néfron justamedular difere do cortical pelo tamanho da alça,
c. No ápice da pirâmide tem a papila (localizada dentro que alcança a parte interna da medula
do pequeno cálice) 4. Semelhanças entre os dois são:
a. Em ambos, cápsula de Bowman, glomérulo, TCD e
TCP estão no córtex
b. Também têm parte da alça e do ducto coletor no córtex

Vasos sanguíneos renais


1. A artéria renal praticamente não se divide até chegar ao hilo
2. Chegando ao hilo, ele se bifurca em segmentar superior e inferior
3. As artérias segmentares vão se transformando em segmentares
menores e se direcionando ao ápice das pirâmides renais
4. As artérias segmentares menores dão origem às interlobares,
que passam adjacente às pirâmides
5. Na base das pirâmides, as artérias interlobares originam as ar-
queadas
6. Das artérias arqueadas, em toda sua extensão, originam-se as
artérias interlobulares
7. Das artérias interlobulares, originam-se diversas arteríolas afe-
rentes
8. Das artérias aferentes, originam-se os glomérulos
9. Dos glomérulos, saem as arteríolas eferentes
a. Nessa parte entra um mecanismo ímpar renal, que
permite que seja um órgão único em relação ao poder
de armazenamento sanguíneo, que é a existência de
dois leitos capilares em série
10. Num outro tecido, normalmente se tem arteríola capilares e vê-
nulas. No rim, tem arteríolas, capilares, arteríolas e outros capi-
lares, fazendo com que arteríola aferente, capilares glomerula-
res, arteríolas eferentes, capilares peritubulares e vasos retos te-
nham um mesmo fluxo sanguíneo
11. Partindo dos capilares peritubulares e dos vasos retos, surgem
as veias interlobulares
12. As veias interlobulares são tributárias das veias arqueadas
13. As veias arqueadas são tributárias das veias interlobares
14. As veias interlobares são tributárias das veias segmentares me-
nores
15. As veias segmentares menores são tributárias das veias segmen-
tares
16. As veias segmentares são tributárias da veia renal, que por sua
vez é tributária da veia cava inferior
c. Condição em que o esvaziamento não sofre mais con-
trole do cérebro
3. Bexiga neurogênica
a. Aumento da frequência de esvaziamentos vesicais –
pequenos volumes são entendidos como grandes
b. Causado por lesão medular parcial ou no tronco cere-
bral, interrompendo a maioria dos sinais inibitórios
c. Manutenção dos estímulos facilitadores e deficiência
dos estímulos inibitórios (podendo ser causada por le-
são no trajeto nervoso)
d. Pequenos volumes desencadearão reflexos de micção
incontroláveis
e. Outro fator possível para a causa de anormalidades é
á infecção. Infecção altera a percepção dos receptores
f. “estou com uma enorme vontade de urinar, quando
urino sai bem pouquinho”
Trato urinário inferior e sua inervação
1. O ureter, antes de desembocar na bexiga, percorre uma ser parte FILTRAÇÃO GLOMERULAR
dentro da musculatura, pois entra de forma oblíqua
a. Isso é particularmente importante por criar uma bar- Mecanismos renais de manipulação do plasma
reira contra o refluxo 1. O néfron é a unidade manipuladora dos líquidos pois nele se re-
2. Há nervos simpáticos e parassimpáticos, com fibras aferentes e aliza: 1) filtração glomerular, 2) reabsorção tubular, 3) secreção
eferentes tubular e 4) excreção
3. As fibras aferentes sensoriais são vinculadas a mecanoceptores 2. A maior parte das substância que são filtradas (1) retornam para
de parede, sensíveis à distensão o corpo num processo chamado de reabsorção tubular (2)
4. Quando ocorre a distensão do trígono e do colo vesical, natural- 3. Muitas das substâncias que não foram filtradas, principalmente
mente o nervo pudendo é ativado (reflexo involuntário) e contrai devido ao principal critério de filtração: o tamanho, podem pa-
o esfíncter externo da uretra rar na urina por um processo chamado de secreção tubular (3),
5. Essa aferência é mediada por nervos aferentes simpáticos, que na qual se utiliza de transportadores presentes na parede do né-
dão a sensação de micção fron
6. A partir dessa contração involuntária, nós temos a escolha tanto a. Esses transportadores, presentes na parede o néfron,
de promover a contração mais intensa do esfíncter como de re- têm a capacidade de transportar substâncias específi-
laxar – muito parecido com o estímulo da defecação cas do interstício (que saíram dos capilares peritubu-
7. As vias eferentes são tanto simpáticas como parassimpáticas lares)
8. As vias eferentes parassimpáticas vão estimular uma contração b. Capilares peritubulares → interstício → néfron
do corpo (receptores M3) e um relaxamento do trígono (recepto- 4. Esses são os três mecanismos de manipulação do plasma
res M1) 5. O quarto processo é a excreção renal
9. Então, a única estrutura que contém o fluxo urinário é o esfíncter
externo da uretra, que é controlado pelo N. pudendo, um nervo
pélvico somático

Na bexiga humana, predominam os receptores muscarínicos


M2 e M3. Os receptores M3 são responsáveis pela contração ve-
sical. Medicamentos que estimulam esses receptores são apro-
priados para promover a micção. Receptor M2 atua bloque-
ando o sistema nervoso simpático, liberando o parassimpático
para promover a contração vesical. 6. Os rins filtram 180l de plasma por dia
a. Considerando que um homem médio tem três litros de
plasma, esse é filtrado 60 vezes por dia
Anormalidades da micção 7. Excreção de 1,5l por dia
8. A reabsorção, então, é o segundo processo mais intenso
1. Bexiga atômica
a. Esvaziamento após super-enchimento vesical
b. Quando se dá conta do enchimento vesical, o volume
da bexiga já está completo
c. Causado por destruição das fibras nervosas sensoriais
d. Essa destruição das fibras pode ser causada por esma-
gamento sacral, sífilis (gera fibrose dos nervos da raiz
dorsal [bexiga tabética])
2. Bexiga automática
a. Tem-se uma micção não anunciada
b. Pode ser causado por um trauma medular acima da
região sacral
Exemplos de manipulação de diferentes substâncias plasmáticas pelo
néfron

1. Algumas substâncias, que são filtráveis, não são inicialmente


filtradas (ou o são de forma parcial) devido ao tamanho, mas
posteriormente. A figura ilustra:
a. Substância que é totalmente excretada, mas apenas
parte é captada pelo glomérulo (os exemplos são
catabólitos e xenobióticos [substâncias químicas
estranhas a um organismo)
b. Substância que é parcialmente filtrada, sendo uma
parte excretada pelo glomérulo e a outra parte
excretada ao longo do néfron ( os exemplos são águas
e íons)
c. Substância que não é filtrada mas que inicialmente
passa pelo glomérulo, mas que posteriormente é
reabsorvida (em condições fisiológicas) (exemplos
dados são glicose e aminoácidos)
i. Uma observação válida é que quando há
saturação dos transportadores de glicose
(que a reabsorvem), situação que ocorre
comumente em diabéticos não tratados, há
glicosúria
Menbrana de filtração
1. A membrana de filtração é formada por um endotélio vascular
(fenestrado sem diafragma) com uma fina membrana basal
2. O epitélio externo é formado por podócitos
3. Então, em resumo, tem-se endotélio, mebrana basal e epitélio
a. Processos patológicos advém do aumento ou da
redução da permeabilidade desse epitélio
4. O primeiro critério de filtração é o tamanho
a. Uma substância, para ser escretada, deve passar pela A imagem evidencia as fenestras
fenestra capilar, pela membrana basal e pelo pedicelos
(prolongamentos secundários)
b. As fenestras endoteliais possuem tamanhos diferentes,
possuindo um tamanho máximo e um tamanho
mínimo – isso influencia no processo já explicado, no
qual algumas substâncias que não são excretadas
passam mas são reabsorvidas posteriormente
c. Como a próxima figura vai ilustrar, o tamanho da
hemácia é incompatível com a filtração glomerular,
não havendo passagem dessa em situações normais
i. Uma situação estutada em que há a
passagem de hemácia é na glomerulonefrite
pós estreptocócica, na qual há a formação de
cilíndricos hemáticos devido à força com que
a hemácia faz para transpassar a membrana
basal (nessa GNAD, ocorre o atapetamento
da membrana basal por complexos imunes)
d. Como hemácias no néfron só estão presentes no
glomérulo (a partir dai o que segue no néfron é o
filtrado), hematúria decorre, basicamente, de dois A imagem evidencia os prolongamentos secundários (pedicelos) dos
processos: danificação nas esturuas glomerulares ou podócitos
sangramento de ductos psoteriores
Características da filtração
1. A membrana de filtração é essencialmente impermeável a
proteínas
2. A membrana de filtração não permite a passagem de elementos
celulares
3. A membrana de filtração não filtra elementos ligados a proteínas
plasmáticas (cálcio e ácidos graxos)
a. Basta lembrar do controle do cálcio: parte do cálcio
apresenta-se ligado à albumina, a proteína plasmática
mais abundante, e esse não pode ser eliminado. O que
será eliminado (e, consequentemente é usado para
regular a calcemia) é o cálcio livre
Determinantes da filtração
1. Raio atômico
a. As menores fenestras têm cerca de 20 angstrom Pressão efetiva de filtração
b. Logo, qualquer substância que tenha um tamanho 1. Como dito antes, há três forças que determinam o grau de
inferior à 20 angstrom é livremente filtrada filtração glomerular
c. As maiores fenestras têm cerca de 42 angstrom 2. Essas forças variam ao longo do capilar glomerular e,
d. Logo, substâncias com tamanho entre 20 e 42 consequentemente, o grau de filtração também
angstrom têm sua filtração comprometida à medida 3. A próxima figura ilustra essa situação ao longo do capilar (da
que seu tamanho aproxima-se de 42 angstrom; artéria aferente à artéria eferente)
enquanto substâncias com tamanho superior à 42 4. A pressão hidrostática ao longo do capilar glomerular tende a
angstrom não são filtradas permanecer no mesmo nível
e. Obs: 20 e 42 e o tamanho do raio, sendo utilizado para 5. A pressão hidrostática capsular tende a não variar, haja visto que
simplificar todo o filtrado no espaço capsular está tem a mesma pressão
2. Volume plasmático (princípio de Pascal)
a. O filtrado tem composição semelhante ao plasma, 6. Já a pressão oncótica tende a mudar (aumentar), pois o sangue
exceto em proteínas capilar está, ao longo do trajeto, a perder água e há a
b. o raio atômico da albulima é de 35,5 angstrom, sendo concentração de substâncias (sobretudo proteínas)
de baixíssima filtrabilidade (aproximadamente
7g/dia), que prontamente é reabsorvida no TCP
3. Fração de filtração glomerular
a. Aproximadamente 125ml/min, que, em um dia, atinge
180l de plasma
b. O volume de urina gira em torno de 1 a 2l por dia
4. Carga elétrica
a. Moléculas catiônicas são mais facilmente filtradas,
enquanto moléculas aniônicas são mais dificilmente
filtradas
b. A explicação para isso é que o endotélio capilar de
filtração (no glomérulo) é rico em glicoproteínas
carregadas negativamente
5. Superfície glomerular disponível para filtração
a. A constante de filtração (Kf) relaciona-se com a
disponibilidade da superfície de filtração
b. Pessoas sem problemas renais, sem hipertensão, sem
fibrose, sem doenças autoimune (algumas
direcionam-se a uma das três camadas de filtração)
c. Uma medida chamada de taxa de filtração glomerular
(TFG) é dada por: Kf x pressão líquida de filtração Valores dos fatores determinantes da filtração glomerular
i. Kf é uma constante 1. A constante de permeabilidade normal é: Kf=12,5ml/min/mmHg
ii. A pressão líqudia de filtração é variável 2. A pressão efetiva de filtração é: PEF=10mmHg
(tanto de pessoa para pessoa como ao longo 3. No exame urina 24h (ou função renal) usa esses valores
do dia)
Os fatores determinantes da filtração glomerular Regulação da taxa de filtração glomerular (TFG) – mecanismos
renais
▪ Tem-se forças que facilitam a filtração para o espaço de MECANISMOS INTRÍNSECOS
Bowman e forças que dificultam 1. Mecanismo miogênico
▪ A relação dessas forças que dá a pressão líquida de filtra- a. É um mecanismo relacionado à arteríola aferente
ção b. A arteríola aferente tem um papel de controlar o fluxo
▪ São três as forças que influenciam contraindo, quando a pressão hidrostática aumenta, e
o Pressão hidrostática capilar, que consiste na relaxando, quando a pressão hidrostática diminui
pressão do sangue dentro do capilar. Pressão do c. Sendo assim, aquilo que geraria um aumento ou
líquido sobre as paredes do ambiente em que ele diminuição da TFG, tem seu efeito contrabalanceado
está condido. Essa força gira em torno de d. Trata-se de um mecanismo pouco eficiente – regula a
60mmHg curto prazo
o Pressão oncótica (coloidosmótica ou osmótica co- 2. Mecanismo túbuloglomerular
loidal), que é a capacidade das proteínas séricas a. Envolve o aparelho justaglomerular
atraírem o líquido para onde está em maior con- b. Na diminuição da pressão hidrostática, há liberação
centração (característica higroscópica). Sendo as de renina, que culminará na formação de angiotensina
proteínas um dos materiais com maior capaci- II (depois de formar angiotensina I), que aumenta
dade de atração líquida. Essa pressão gira em apressão aumentando a vasoconstrição e o volume
torno de 32mmHg sanguíneo
o Do lado da cápsula de Bowman, a pressão cap- c. Sempre há a liberação de renina
sular (pressão hidrostática da cápsula) é de d. Esse sistema não atua para regular a pressão corporal,
18mmHg mas unicamente para manter a taxa de filtração
o A força resultante da saída é de 10mmHg glomerular – atuando no resto do corpo como um
(60mmHg – 32mmHg – 18mmHg), que é a reflexo, não como objetivo. Tanto é que o que regular a
pressão líquida (efetiva) de filtração (PEF) liberação de renina não é a PA, mas a quantidade de
d. A partir desses mecanismos, podemos entender como líquido de circula no néfron
o aumento da concentração de algumas substâncias e. Trata-se de um mecanismo eficiente
pode gerar insuficiência renal (doença em que os rins
perdem a capacidade de remover e equilibrar fluidos
no organismo)
e. O aumento da concentração de proteínas aumenta a
pressão oncótica, fazendo essa superar a pressão
hidrostática. Esse processo culmina na parada do rim,
ele simplesmente para de filtrar, processo chamado de
insuficiência renal aguda
Quando cai a pressão arterial, a taxa de filtração glomerular
(TFG) diminui (por queda da pressão hidrostática glomerular. Assim,
uma menor quantidade de líquidos e sais (NaCl) chega à mácula
densa (porque não sai para os túbulos do néfron). As células da
mácula densa juntamente com as células JG das arteríolas formam o
aparelho JG. Esse aparelho consegue detectar a diminuição de líquido
no TCD bem como as concentrações de NaCl. Isso faz com que elas
liberem renina na corrente sanguínea. Isso promove a diminuição da
resistência da arteríola aferente e o aumento da resistência da
arteríola eferente, fazendo o sangue se acumular no glomérulo. O
resultado é o aumento da pressão hidrostática glomerular
(compensando a diminuição da pressão hidrostática glomerular
causada pela diminuição da PA)

Feedback negativo do aumento da TFG. As substâncias parácrinas


citadas podem ser vasoconstritores (o principal é a endotelina).
Durante a ação da renina, mesmo com a queda da PA, o rim tenta
continuar a mesma filtração. Então, no caso de uma hemorragia, ele
tenta continuar com a filtração das mesmas 125ml. No entanto, ele
forma menos urina, devido à maior reabsorção de água. Então, o rim
tenta manter o volume filtrado, mas a mudança na reabsorção
determina a quantidade de urina produzida. Sistema renina-
angiotensina-aldosterona. A aldosterona aumenta a reabsorção no
TCD
MECANISMOS EXTRÍNSECOS
1. São aqueles regulados pelo sistema nervoso simpático
2. Há inervação das arteríolas aferentes e eferentes
3. A influência é proporcional à queda da pressão arterial
4. A influência é a vasoconstrição
5. Com a queda da PA, haveria um aumento exagerado da TFG,
pois aumentaria a pressão hidrostática glomerular. No caso, há
um aumento proprocional da constrição dos vasos de modo a
diminuir a TFG, não havendo, junto ao aumento da PA, um
aumento proporcional da produção de urina
MECANISMOS DE MANIPULAÇÃO DO FILTRADO 7. O aumento da concentração citoplasmática de ácido carbônico
PELOS TÚBULOS RENAIS favorece a dissociação em íon bicarbonato e próton, onde o pró-
ton será novamente secretado e o íon bicarbonato, irá aos casos
TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL peritubulares
8. Existem uma classe de fármaco chamada de Inibidores da Ani-
1. Principal segmento de reabsorção, sendo responsável pela reab- drase Carbônica (acetazolamida)
sorção de: a. Trata-se de diuréticos
a. 100% da glicose b. Não é utilizada mais, pois promove uma diurese muito
b. 100% dos aminoácidos + intensa e pode gerar uma acidose
c. 70% da água, NaCl- e K c. Como não dissocia o ácido, não excreta o próton e, con-
d. 80~90% do HCO3 sequentemente, não absorve o Na+
2. O que explica a absorção (ocorre na via transcelular e paracelu- d. A não absorção de parte do sódio do filtrado compro-
lar) no TCP ser tão grande é: mete parte da reabsorção de água
a. A quantidade de transportadores que a membrana
apical possui
b. As junções frouxas (não é tão justaposto), possuindo
espaços entre as células, possibilitando a absorção pa-
racelular
c. Microvilosidades que formam a orla em escova
Reabsorção de água, Na+ e outros íons no TCP
1. As aquoporinas do TCP (AQP1) são constitutivas e independem
do ADH
2. Os canais de sódio (ENac) conseguem reabsorver sódio
3. Com o aumento da concentração de sódio, a água é reabsorvida
por osmose
4. O sódio também pode ser transportado por transporte passivo Dados experimentais obtidos para cálculo da taxa máxima (Tm)
pelo TRANSPORTADOR DE GLICOSE ACOPLADO AO SÓDIO e limiar renal de reabsorção de glicose
(SGLT) secundário (cotransporte) 1. O limiar é 330, ponto a partir do qual a glicose começa a ser ex-
a. Essas proteínas utilizam a energia cinética do próprio cretada na urina
íon, não utilizando ATP 2. A taxa Tm é 375. Qualquer acréscimo de glicose será diretamente
b. É o transportador mais importante
5. O que mantém essa característica diferente+ entre o lúmen do
TCP e o citosol celular são as bombas de Na /K+/ATPase
6. De acordo com o aumento da concentração de sódio no interstí-
cio basal da célula, por osmose, a água+ vai+ em -direção ao inters-
tício basal. Junto, a água leva íons (Na , K e Cl ) nela dissolvidos
(arraste pelo solvente)

excretada na urina, pois é o ponto de saturação dos transporta-


dores
Secreção no TCP (excreção)
1. Algumas substâncias que não são filtradas podem simplesmente
serem secretadas no túbulo no sentido vaso sanguíneo, interstí-
cio basal, célula epitelial e túbulo (fazendo o caminho inverso ao
das substâncias reabsorvidas)
2. Tem-se transportadores específicos para cada metabólito corpó-
reo
3. Penicilinas, por exemplo, passam por uma depuração renal que
gera metabólitos muito grandes para serem filtrados
a. Para serem filtradas e por serem semelhantes aos sais
biliares, disputam os transportadores desses
Reabsorção de bicarbonato no TCP b. Logo, numa situação em que há uma elevada concen-
1. O TCP é o local no qual ocorre a maior reabsorção de bicarbonato tração de sais biliares, a penicilina pode permanecer
de todo o néfron no sangue por mais tempo
2. Boa parte da função renal vinculada a manutenção do pH san- Ânions orgânicos
guíneo (tampão renal) relaciona-se à reabsorção de bicarbonato
3. Ao longo do TCP, temos uma bomba, a bomba de Na+ acoplada
a próton, que secretam prótons – também reabsorve o Na+
4. Após ser secretado, o próton vai conjugar com o bicarbonato, for-
mando ácido carbônico no túbulo
5. O ácido carbônico no túbulo vai encontrar o catalisador, a ani-
drase carbônica tubular, uma enzima, que vai transformar esse
ácido carbônico em água e Co2, que se difunda facilmente para a
célula
6. Chegando no citoplasma, ele vai encontrar outra enzima, a ani-
drase carbônica citoplasmática, que fará a conversão em ácido
carbônico juntamente com uma molécula de água
Cátions orgânicos 13. A furosemida (diurético de alça) inibe o transportador principal
transportador iônico do segmento ascendente da alça de Henle
a. É o diurético mais potente
b. É muito seguro
c. Quando bloqueia o transportador, a concentração não
favorece a saída de líquido
14. O TCD, em sua porção proximal, possui uma semelhança histo-
lógica com o segmento ascendente da alça de Henle

ALÇA DE HENLE E TÚBULO CONTORCIDO DISTAL (INICIAL)


1. Participação de reabsorção do filtrado bem inferior à do TCP
2. No entanto, se estamos falando de 180l de filtrado diário, trata-
se de 18l
3. É importante para a osmolaridade do interstício medular
Reabsorção de água e Na+ na alça de Henle
1. A porção descendente é conhecida por ser a porção concentra-
dora do líquido tubular, pois só é permeável à água (só permite
a reabsorção de água)
a. O líquido tubular sai do TCP isotônico com o interstí- a. Reabsorve de 3 a 5% do filtrado
cio b. Existe um transportador de cloro acoplado em sódio
2. À medida em que o líquido vai descendo, vai perdendo água e específico de cloro nessa porção
ficando cada vez mais concentrado (hipertônico) c. Esse transportador
3. A porção ascendente funciona de maneira inversa, sendo imper- d. Os diuréticos tiazídicos agem nesses transportadores
meável à água e permeável a íons i. A hidroclorotiazida é o antidiurético mais
a. As únicas coisas reabsorvidas ao longo da porção as- utilizado na clínica a longo prazo
cendente são os solutos
b. A reabsorção é por cotransporte ativo secundário aco- TÚBULO CONTORCIDO DISTAL (FINAL) E DUCTO COLETOR
plado ao sódio CORTICAL
4. A porção diluidora é mais eficiente
a. Pois o líquido sai da alça em menor concentração 1. Tem dois tipos de células, as células principais e as intercaladas
5. O interstício medular é mais concentrado que o interstício corti- a. Impermeáveis à ureia
cal (quanto mais profundo, mais concentrado) 2. Células principais
6. Quem é responsável pela alta concentração da medula em rela- a. Reabsorção+de Na+
ção ao córtex é o transporte de soluto na porção ascendente (pois b. Secretam K
é mais intenso que a reabsorção de água na porção descendente) 3. Células intercaladas
7. Essa característica é particularmente importante pois quem re- a. Reabsorção+de K+ e HCO3-
gula a reabsorção de água é a concentração de sais fora b. Secretam H
8. A manutenção dessa diferença de concentração ocorre porque o c. Diferentemente do que ocorre no TCP, a excreção de
transporte de íons (que é mais eficiente que o de água) é ativo, prótons se dá por uma bomba de próton, não por uma
enquanto o de água é passivo (estimulado pela diferença de con- bomba acoplada ao sódio
centração causada pelo transporte ativo) 4. Amilorida é um bloqueador dos canais de Na+
9. No córtex, não há essa diferença porque não há nada que impeça a. Se menos sódio é reabsorvido, menos potássio é excre-
a osmose da água caso haja a reabsorção de sais tado
10. Ainda, no segmento descendente os transportadores de água são b. Isso aumenta a micção conseguindo economizar po-
constituintes (AQP1), independendo do ADH tássio
5. Então, temos diuréticos que agem no TCP, na alça e TCD (na
porção inicial), no TCP (porção final) e no ducto coletor

MANIPULAÇÃO RENAL DO CÁLCIO


1. 20% do Ca2+ sanguíneo está na forma livre, dos quais 55% são
filtrados
2. 70% do cálcio filtrado é reabsorvido já no TCP
a. Independe da ação do TPH
3. Dos 30% restantes de Ca2+, 20% são reabsorvidos na alça de
Henle (segmento ascendente) e TCP (segmento inicial)
a. Os transportadores de Ca2+ são impactados pelo uso
da furosemida, pois são acoplados a Na2+2+
4. No TCD, há transportadores específicos para Ca
a. Esses receptores são TPH sensíveis
11. O principal transportador de íons na porção ascendente é um b. O PTH e o calcitriol aumentam a quantidade e o diâ-
transportador único no corpo metro dos transportadores de Ca2+ - processo que
a. Consegue, num único ciclo, transportar quatro íons ocorre tanto na membrana apical quando na basal
(dois cloros, um sódio e um potássio) 5. Os tiazídicos estimulam a reabsorção de Ca2+ aumentando as
b. É o transportador mais abundante na alça ascendente cargas negativas próximas aos transportadores
e o responsável por esse transporte mais abundante
c. A passagem do sódio traciona o transportador, ge-
rando energia para transportar os dois cloros e o po-
tássio
12. Os íons cloreto e potássio saem para o interstício por canais va-
zantes, enquanto o sódio sai por uma bomba de Na+/ATPase
PARTICIPAÇÃO RENAL NA REGULAÇÃO DO EQUILÍBIO ÁCIDO-
BÁSICO
9. Quando há diminuição do pH sanguíneo, o rim excreta H+, amô-
1. Uma acidose respiratória é compensada por uma alcalose meta- nia e amônio
bólica
2. O aumento da pressão de CO2 faz com que mais do gás se di-
funda às células renais (ao longo de todo o néfron), que têm ani-
drase carbônica II (citoplasmática)
3. A difusão para dentro dessas, como já foi dito, converte a molé-
cula de CO2, juntamente com uma molécula de H2O em H2CO3
4. O H2CO3 se dissocia em H+ e HCO3-, sendo o íon bicarbonato re-
absorvido
5. Isto é, há maior reabsorção de bicarbonato, o que deixa o plasma
mais alcalino
6. Na alcalose respiratória, o oposto ocorre

Acidificação da urina
1. Os ácidos voláteis são excretados pelos pulmões
H2O + CO2 → H2CO3 → H+ + HCO3-
2. Os ácidos fixos são excretados pelos rins
3. A produção de ácidos fixos pelo organismo depende da dieta ali-
mentar
4. Catabolismo de aminoácidos produz ácido sulfúrico
5. O catabolismo de ácido nucleicos produz ácido fosfórico e ácido
úrico
6. Durante o jejum, há formação de corpos cetônicos, ácido acetoa-
7. Além desse mecanismo, o rim pode gerar bicarbonato cético e beta-hidroxibutírico
8. As células do TCP são capazes de metabolizar a glutamina 7. pH da urina – variável conforme a alimentação
a. Quando o pH sanguíneo baixa, as células do TCP uti- a. Alimentação rica em proteínas pode tornar o pH pró-
lizam seus reservatórios de glutamina, quebrando em ximo a 5,5
NH3 e a-cetoglutarato b. Uma alimentação vegetariana pode tornar o pH pró-
b. O a-cetoglutarato é metabolizado a CO2 e, posterior- ximo a 8
mente, bicarbonato Tampões do sangue e do néfron
c. A amônia produzida é excretada no néfron, reabsor- 1. No sangue, o tampão mais influente é o do bicarbonato, no en-
vida na alça de Henle (ascendente), indo para o inters- tanto, o sangue ainda conta com os tampões da hemoglobina, da
tício (onde se acumula) e, posteriormente, é novamente albumina e do fosfato
excretada 2. No néfron, o principal tampão é o do fosfato, mas esse conta com
outras formas de controle do pH como:
a. No TCP há grande reabsorção de HCO3- (80~90%) -
b. Na alça de Henle continua a reabsorção de HCO3
(7,5~10%)
CONTROLE DA OSMOLARIDADE DOS LÍQUIDOS Regulação da secreção de ADH
CORPORAIS 1. A regulação com base na osmolaridade é a principal responsável
pela secreção de ADH
Características gerais a. Feita por osmoceptores
2. A hemodinâmica contribui para o controle da secreção de ADH
1. Os rins contribuem com a perda ou conservação de água e ele- a. Receptores de pressão presentes no arco aórtico e seio
trólitos, de acordo com as necessidades do organismo carotídeo
2. A manutenção do balanço da água depende da entrada/saída b. Receptores de volume presentes no átrio esquerdo e va-
3. Existe um controle hormonal bem refinado, que será modelado sos pulmonares
pelo ADH 3. Está relacionado à sede
4. Balanço hídrico positivo dilui a urina (urina hiposmótica)
5. Balanço hídrico negativo concentra a urina (urina hiperosmó- Ação do ADH no néfron
tica) 1. Na ausência do ADH, somente o TCP e o segmento descendente
6. Perturbação do balanço hídrico implica em alteração da osmo- da alça de Henle é permeável à água
laridade 2. Na presença de ADH, o TCD e o ducto coletor começam a reab-
7. Mudanças da osmolaridade irão acarretar alterações: sorver água
o [PNa+] principal determinante da osmolaridade
(maior poder higroscópico)
o [PCl-] e [PHCO3-] são ânions mais comumente conju-
gados ao sódio
8. Anormalidades da [Na+] estão mais comumente relacionadas
com o balanço de água, e não com o de Na+
o Significa dizer que o consumo de sódio impacta no vo-
lume urinário, mas não com tanta intensidade das
concentrações de sódio no corpo
9. Mudanças no balanço do Na+ causam alterações de volume do
líquido extracelular plasmático não de osmolaridade
10. Hiposmolaridade (redução da Posm, que significa plasma dilu-
ído) implica em desviar a água para o interior das células (o que
causa tumefação)
o Isso inibe o ADH
o Os sintomas são náuseas, mal-estar, cefaleia, letargia,
convulsão e coma (tumefação das células cerebrais)
11. Hiperosmolaridade (elevação da Posm, que significa plasma mais
concentrado) implica em perda de água pelas células (retração
do volume celular)
o Liberação de ADH
o Mesmos sintomas que a hiposmolaridade, com agra-
vamento rápido do coma (seguindo à morte)
12. O controle da excreção renal de água, sódio, potássio, H+ e ureia
são independentes uns dos outros
o Existem transportadores específicos para cada um de-
les (a água, em alguns trecos, segue junto a esses íons)
ADH (VASOPRESSINA)
1. Peptídeo formado por 9 aminoácidos
2. Sintetizados por células neuroendócrinas hipotalâmicas
a. Núcleos paraventricular e supra-óptico
3. Liberado pela neuro-hipófise
4. Regulação fisiológica: Os receptores de vasopressina são receptores acoplados à proteína G
a. Osmótica ativadora da adenilil-ciclase. Uma vez ativados, ativam a cascata das
b. Hemodinâmica cinases aumentando a síntese e a exocitose de AQP2. Na ausência do
5. Então, esses neurônios endócrinos estão relacionados com recep- estímulo, as AQP2 são fagocitadas, voltando (o néfron distal) a ser
tores (osmoceptores e baroceptores, que são células neurais mo- impermeável à água. Prostaglandinas reduzem o efeito do ADH (em
dificadas) processos inflamatórios, por exemplo), o que piora a desidratação
Diabetes insípido central ou hipofisário (diabetes neurogênica)
1. Queda da liberação e/ou do efeito do ADH
2. Causas:
a. Traumatismo craniano, neoplasia e infecção cerebral
b. Ducto coletor não responde ao ADH
3. Sintomas:
a. polidipsia (elevação do consumo de água)
4. Tratamento:
a. ADH exógeno
Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético
(SIADH)
1. Elevação da liberação de ADH
2. Causas:
a. Neoplasia, infecções cerebrais e drogas antineoplásicas
A sensibilidade a pressão está relacionada aos baroceptores aórticos, MECANISMOS RENAIS DE DILUIÇÃO (DIURESE) E CONCENTRA-
carotícos e o centro vasomotor. Os osmoceptores estão presentes no ÇÃO (ANTIDIURESE) DA URINA
próprio hipotálamo ➢ A medula, que é naturalmente muito concentrada, por ter sua
concentração dobrada com o ADH
Mecanismos renais de diluição (diurese – ausência de ADH) a. A diferença é que a ureia, ao invés de ser secretada no
1. Condição ducto coletor, ela é reabsorvida
a. Separação ideal da reabsorção do soluto e do solvente 3. O ADH também reabsorve ureia
no néfron a. Ativação dos receptores UT-A1 (transportadores de
b. Alça de Henle ureia) pelo mesmo mecanismo que o das AQP2
2. Como o rim produz urina hiposmótica (diurese)? b. A ureia tem poder higroscópico maior que o sódio
a. Reabsorção apenas de soluto 4. Essa reabsorção da ureia só ocorre na porção mais profunda da
i. Ramo ascendente medula, sendo prontamente secretada novamente no túbulo
ii. TCD e ducto coletor] (parte dela é reabsorvida pelo capilar)
3. No córtex, há equilíbrio na proporção água/soluto 5. A ureia é responsável pela metade do efeito do ADH, sendo a ou-
tra metade feita pelas porção mais superiores (utilizando AQP2)
6. Outra observação válida é que a urina mais concentrada que
conseguimos produzir é a máxima concentração da medula

No TCP, a reabsorção de soluto implica na reabsorção de solvente, o


que faz com que a osmolaridade do soluto seja equivalente à osmola-
ridade do interstício. Na alça de Henle, segmento descendente, o fil-
trado perde água devido à maior osmolaridade do interstício, até che-
gar à região mais profunda da medula, ponto no qual às osmolarida-
des se equivalem. Na região ascendente, retira-se soluto por trans-
porte ativo (mesmo quando o filtrado fica isotônico em relação ao in-
terstício). O local de maior atuação do ADH é a porção medular do
ducto coletor, local no qual a abertura de um canal de saída da água
vai surtir mais efeito devido à diferença de osmolaridade entre o in- A figura mostra que a ureia dobra a osmolaridade das porções mais
terstício medular e o filtrado. internas do interstício medular. Dobrando a osmolaridade, a ureia
aumenta a diferença da concentração, evitando a igualdade de osmo-
laridade e fazendo com que a reabsorção de água continue
7. O líquido intersticial medular é muito mais concentrado do que
o líquido intersticial de outras partes do corpo (300mOsm/l)
8. Contribuição para a elevação dos solutos na medula renal:
a. Transporte iônico do interstício a partir do segmento
ascendente da alça de Henle
b. Transporte ativo dos íons do ducto coletor para o in-
terstício medular
c. Difusão de ureia do ducto coletor para o interstício me-
dular
d. Difusão de pequenas quantidades de água dos túbulos
medulares para o interstício medular (inferior à reab-
sorção de solutos)

Como mostra a figura, a ureia é secretada, pois é muito grande para


ser filtrada.
4. Os vasos retos, que atuam a nível de alça de Henle, são os res-
ponsáveis por absorverem os íons da medula por difusão
5. Os íons entram no capilar à medida que ele entra na medula
6. À medida que o sangue vai ficando cada vez mais concentrado,
absorvendo íons por difusão, a água do interstício também entra
nos vasos por osmose
7. É graças a esse mecanismo (MECANISMO DE CONTRACOR-
RENTE) que há um limite/controle de concentração medular –
a retirada de soluto e solvente a partir dos vasos retos A figura ilustra os passos na geração de um interstício medular hi-
pertônico
Mecanismos renais para a concentração da urina (antidiurese)
1. Como o rim produz urina hiperosmótica? Volume urinário obrigatório
a. Requerimentos básicos: 1. Volume mínimo necessário para que sejam excretados, por via
i. Alto nível de ADH renal, os solutos produzidos pelo metabolismo
1. Eleva a reabsorção de H2O no TCD 2. A capacidade de concentração máxima urinária (CCMU) prede-
e ducto coletor termina o volume urinário obrigatório
ii. Alta osmolaridade no líquido intersticial Ex: adulto 70kg → 600mOsm/dia de soluto
medular renal CCMU → 1200mOsm/l
1. Criar um gradiente osmótico ne-
cessário para a reabsorção de H2O 600𝑚𝑂𝑠𝑚/𝑑𝑖𝑎
na presença de ADH VUO = 1200𝑚𝑂𝑠𝑚/𝑙
2. Ao invés de diluir o interstício devido à maior reabsorção de
água, a concentração de íons no interstício pode até dobrar
DEPURAÇÃO (CLEARANCE) RENAL E MÉTODOS
NÃO-INVASIVOS DE AVALIAÇÃO Fatores mensuráveis clinicamente
1. Concentração plasmática (mg/mL)
➢ Funções gerais dos rins: 2. Concentração urinária (mg/mL)
o Manutenção do volume e da composição normal dos 3. Fluxo urinário (mL/min)
líquidos orgânicos ESTIMATIVA ATRAVÉS DO USO DO CLEARANCE – O CLEA-
o Regulação da pressão sanguínea RANCE RENAL DIZ RESPEITO AO VOLUME PLASMÁTICO LIMPO
o Regulação do equilíbrio hidro-eletrolítico
o Regulação do pH orgânico 1. A substância não pode ser sintetizada nem metabolizada nos
o Excreção de metabólitos rins
o Regulação hormonal 2. Se uma substância é totalmente retirada do plasma que passa
➢ Medida e eficiência de função pelo rim, pode-se dizer que sua depuração é de todo o fluxo plas-
o O órgão está realmente fazendo aquilo que deveria fa- mático
zer? 3. Como não é todo o sangue
o A função está ocorrendo no tempo normal? que é filtrado, mas o
plasma, conta-se as con-
Princípios básicos da função renal centrações plasmáticas
1. O processamento renal apresenta o somatório das funções do né- 4. Se só o rim for capaz de “utilizar” a substância X, a concentração
fron: filtração glomerular (FG), reabsorção tubular (RT) e secre- plasmática de X na artéria será muito próxima da concentração
ção tubular (ST) plasmática venosa ou periférica
Ex = FGx + STx - RTx a. Se a substância for utilizada pelo pulmão, por exem-
2. Processamento diferenciado: plo, a concentração plasmática arterial será diferente
a. O rim processa de forma diferente substâncias dife- da venosa
rentes (inclusive a água), de acordo com as caracterís- b. Se uma substância hipotética fosse amplamente fil-
ticas de permeabilidade de cada porção do néfron trada, alplamente secretada (ao percorrer os capilares
3. Quanto maior for o trabalho do néfron, maior será seu gasto peritubulares) e não reabsorvida, a concentração plas-
energético – isso reflete em seu consumo mática dessa substância após a passagem pelo néfron
4. Quantidade de uma substância na urina como representação di- seria zero (Pvx=0)
reta da diferença artério-venosa
Fluxo sanguíneo renal
1. O fluxo sanguíneo renal (FSR) é quatro vezes maior que o do fí-
gado ou músculos em exercício e oito vezes maior que o das co- 5. No entanto, apenas 20% do FSR é filtrável e cerca de 10% do FSR
ronárias não chega aos néfrons
a. Responsável pelo aporte de substratos energéticos
para o trabalho renal e é mais do que o suficiente PARA-AMINO-HIPURATO e o FPR efetivo
b. 1200mL/min/1,73m2 no homem (800 na mulher) 1. É um ácido orgânico, não produzido, não metabolizado pelos
2. 90% do FSR destinado à perfusão do córtex renal (embora o nú- rins, amplamente filtrado e secretado
mero relativo de vasos seja igual ao da medula) 2. Secreção máxima de PAH é de 80mg/min (quando usado em
3. Causas da baixa perfusão para a medula e importância para a concentrações baixas <0,12mg/mL
função renal a. Ou seja, se usado nessas concentrações, todo o PAH
4. De acordo com as leis da hemodinâmica, quem regula o débito é que entrar nos rins será totalmente excretado
a demanda. Isso é válido para a maioria dos órgãos 3. Isso implica que: a depuração renal do PAH é muito próxima da
5. No rim, o fluxo sanguíneo é muito maior que o necessário para FPR
fornecer O2 para as funções renais
6. A velocidade de filtração glomerular aumenta com o maior FSR
7. O consumo de O2 é afetado principalmente +pelo trabalho de re- 4. 10 a 15% do FSR não chega às regiões funcionais (córtex)
absorção dos eletrólitos, especialmente o Na
8. Modificações do FSR → modificações do Qo2 mantendo Ar – Vr
9. Entrada e saída de substâncias nos rins
a. Fluxo sanguíneo arterial/min (FSRa)
b. Fluxo sanguíneo venoso/min (FSRv)
c. Fluxo urinário
Concentração de X (Cx) 𝑄𝑥
Quantidade de X (Qx) Cx =
Volume (V) 𝑉
Fluxo sanguíneo (FS) 𝑄𝑥 𝐶𝑥
Tempo (t) =
𝐹𝑆 𝑡
𝑄𝑥. 𝑡 = 𝐹𝑆. 𝐶𝑥
10. Então: Cx.V = Cxa.FSRa - Cx.FSRv
a. Isso é válido para substâncias que não sejam metabo-
lizadas nem produzidas pelos rins
Depuração ou clearance renal
1. Quantidade de plasma filtrável que é totalmente depurada de
uma substância por unidade de tempo
2. Enfatiza a função excretora do rim e representa a relação entre AVALIAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR
a quantidade de uma substância excretada na urina e aquela CARGA FILTRADA
que estava no sangue
3. Único método clínico não invasivo para avaliar de uma forma 1. Reflete o quanto de uma substância filtrável é realmente filtrada
geral a capacidade do rim em processar determinada substância a. No exemplo da figura anterior, a carga filtrada do pri-
4. Permite fazer inferências importantes a respeito de outros fato- meiro exemplo foi de 10mg
res relacionados ao funcionamento renal b. Esse é outro parâmetro de função renal
Carga filtrada de X = Px.RFG (ritmo de filtração glo- d. Presença de prostaglandinas (estimulada pelo ADH)
merular)
c. Deve-se considerar somente a porção livre (Fx) caso Medidas da capacidade de concentração da urina
essa substância se ligue a proteínas plasmáticas 1. Medida da osmolaridade urinária – Uosm
a. ADH elevado → capacidade máxima de excreção de
VELOCIDADE DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR urina concentrada
1. Taxa ou ritmo de filtração glomerular (TFG ou RFG) b. ADH ausente → capacidade máxima de excreção de
2. Volume do plasma que é efetivamente filtrado por unidade de urina diluída
tempo (mL/min) 2. Medida de depuração de água livre – CH2O
3. Em torno de 125mL/min (homens) ou 110mL/min (mulheres) a. Representa ação renal ativa no balanço da água em re-
giões do néfron que são impermeáveis a ela
FRAÇÃO DE FILTRAÇÃO b. Depuração (clearance) osmolar → CH2O
1. Reflete o quanto do FPR foi realmente filtrado
2. Corresponde a cerca de 20% do FPR

CÁLCULO DA VELOCIDADE DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR


Igual à depuração renal de uma substância que:
o Seja fisiologicamente inerte e não-tóxica
o Sofra depuração renal constante
o Não se ligue a proteínas plasmáticas
o Seja de determinação plasmática e urinária fácil e pre-
cisa
o Não seja produzida nem metabolizada pelos rins
o Seja amplamente filtrada, não seja reabsorvida nem
secretada
CLEARANCE DE INULINA
1. Mais precisa, porém mais invasiva
2. Vantagem é que a quantidade de inulina filtrada é praticamente
toda excretada
a. Isso significa dizer que o a depuração renal de inulina
dá uma estimativa mais precisa do ritmo de filtração
glomerular
CLEARANCE DA CREATININA
1. É endógena, mas sofre secreção parcial (erro que é compensado
pela medida laboratorial)
2. Na prova, será desprezada a secreção
3. Para se ter uma medida confiável, tem que ser coletada durante
24 horas
Equação de Cockroft e Gault (uso clínico)
1. Perde a precisão quando a massa muscular está alterada

2. Com isso, também se pode dizer que:

3. Isso porque a quantidade excretada é a filtrada menos a reab-


sorvida, o que significa dizer que, se X é reabsorvido, sua quan-
tidade excretada é sempre menor que a filtrada (Cx<Cln)
a. Da mesma forma, se uma substância é secretada,
Cx>Cln) – Cln é o clearance da inulina
EXCREÇÃO FRACIONÁRIA DE ÁGUA
1. A todo minuto, cerca de 125mL de água são filtradas
2. Cerca de 99% retornam (124mL)
Capacidade de concentração da urina
1. Acentuada dependência da função do ramo ascendente da alça
de Henle e do gradiente medular
2. Fatores que alteram o mecanismo concentrador-diluidor
a. Comprimento da alça de Henle e percentual de né-
frons de alça longa
b. Disponibilidade de ureia (importância da dieta)
c. Fluxo pelo ducto/canal e pelos vasos retos (quanto
maiores, maior a diluição)

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