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T5-6 - Glândulas Anexas do Tubo Digestivo

Fígado Veia porta


 Maior glândula do organismo humano
 Desempenha funções de glândula exócrina – segregar bilis permanentemente – e de
glândula endócrina – libertando vários produtos para a corrente sanguínea, como Capilares
glicose, proteínas plasmáticas e lipoproteínas sinusoides
 Órgão maciço
 Sistema porta hepático venoso NOS CAPILARES HÁ SANGUE VENOSO E ARTERIAL
o Corresponde à existência de capilares sinusoides entre duas veias – veia porta e
Veias
veia hepática centrolobulares
o Obriga a que todos os produtos absorvidos do sistema digestivo, excepto os
lípidos, passem obrigatoriamente pelo fígado, percorrendo o seu sistema de
capilares
 Aporte de sangue arterial – artéria hepática, que drena para os capilares sinusoides Veias hepáticas

Organização histológica
 Revestido externamente por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, com fibras
elásticas – cápsula de Glisson VCI - circulação
 Parênquima hepático – sistémica
forma cuboide
o Células de origem endodérmica – Hepatócitos –
célula nobre
 Dispostos em cordões, placas ou lamelas que
irradiam da veia centrolobular lado a lado
o Assenta num conjunto de variadas células
 Lóbulo hepático ou clássico – cerca de 1 milhão
no homem não tem o Perspectiva anatómica
forma tão definida
o Disposição dos cordões de hepatócitos, dos capilares
sinusoides e dos canalículos biliares a irradiarem da
veia centrolobular (no centro do lóbulo)
o Morfologia – hexágono
o Nos vértices temos: tríade portal
trazem s.venoso do tubo digest, que  Um ramo da veia porta
depois percorre o figado por cap Espaço Porta – este conjunto de estruturas é
 Um ramo da artéria hepática
sinusoides entre os hepatocitos envolvido por tecido conjuntivo, sendo o
(sentido centripeto)  Um ramo do canal biliar
elemento mais significativo é a veia porta)
depois de estar na vesicula  Um vaso linfático (menos frequente)
o A Periferia de cada lóbulo é revestida externamente por tecido conjuntivo  na espécie
biliar é drenada para o intestino
(sentido centrigufo)
humana é uma lâmina muito delgada, não muito exuberante
 Lóbulo portal
o Perspetiva morfo-funcional
o O centro do lóbulo portal é o canal biliar de cada espaço porta
o Inclui as porções dos lóbulos cujos canalículos biliares drenam para o mesmo canal biliar
o A fronteira do lóbulo portal é definida pelas veias centrolobulares de 3 lóbulos clássicos
 Ácino hepático limites externos - linhas imaginarias entre 3 veias centrolobulares
de hepatocitos que drenam linfa para canal interlobular
o Parênquima em redor da artéria hepática
o As três zonas do ácino hepático são definidas pelo conjunto de hepatócitos que recebem
sangue de um ramo da artéria, que flui em direção à veia centrolobular
o Zona I – periportal: zona de alta concentração em O2; os hepatócitos sintetizam ativamente
proteínas plasmáticas e glicogénio hepatocitos mais perto da veia porta
o Zona II: zona intermédia
o Zona III – zona de drenagem venosa central: zona de baixa concentração em O2; os
hepatócitos desempenham funções de desintoxicação; os hepatócitos são particularmente
sensíveis a lesões provocadas por anóxia/hipoxia
INSUF CARDIACA
défice de circulação sanguinea - celulas da zona III são cel. mais lesadas
ZONA I: +- conservados
ZONA III: praticamente todos lesados, acumulação de lipidos e cel.não sintetizadores

correlação entre perfusão sanguinea, atividade metabolica e patologia hepatica


Organização do lóbulo hepático
Capilares sinusoides
 Lúmen de 9-12μm
 Membrana basal descontínua
 Endotélio fenestrado – permite o fluxo do interior do lúmen para o espaço de Disse
 O sangue nos capilares sinusoides circula da periferia do lóbulo para a veia centrolobular – sentido
centrípeto
 O sangue que corre no interior dos capilares sinusoides é proveniente de duas vias:
o Ramo da veia porta No interior do sinusoide hepático corre uma mistura de
o Ramo da artéria hepática sangue venoso e arterial
 Célula de Kupffer
o Célula do sistema fagocitário mononuclear – funções fagocitárias
o Estão aderentes às células endoteliais
o Através das fenestrações dos sinusoides, enviam prolongamentos para o Espaço de Disse
o Aparecem como pontos azulados na lâmina histológica
o Liberta produtos para respostas inflamatórias
 TNF α – Factor alfa de necrose tumoral
 TGF β – Factor beta de transformação e crescimento
 Interleucina 6
Espaço de Disse
 Os sinusoides estão separados dos hepatócitos por um espaço em redor do sinusoide – Espaço de
Disse – onde circula de plasma, mas não células sanguíneas
entre superficie dos hepatocitos e cel.endotelial
 Onde vai haver uma transudação do plasma não há barreira continua
 Células de Ito ou intersticial
o Têm origem mesenquimatosa
o No interior do espaço de Disse
o Em condições normais:
 Armazenam e metabolizam vit. A em inclusões lipidicas sobre a forma de esteres de retinol ligada a prot
glicoprot
 Elaboram componentes da matriz extracelular depois é transportada para a retina (cones+bastonetes)
 Regulação do fluxo sanguíneo dos sinusoides para formar rodopsina (pigmento visual)
o Em patológicas citoquinas produzidas por hepatocitos, Kupfer e linfocitos estimulam cel. perisinusoidais
 Produzem em excesso colagénio tipo I, laminina, proteoglicanos e factores de
e III
crescimento ++ fil. actina e desmina
 Os depósitos de colagénio e os outros elementos da matriz extracelular levam à
fibrose progressiva do fígado – Cirrose hepática
 Com a fibrose, há um estreitamento dos capilares sinusoides, dificultando a
circulação pelo fígado, causando um aumento a pressão hepática – Hipertensão
portal
diferenciam-se em miofibroblastos (papel importante na formação de colagenio)
levam a fibrose progressiva — cirrose
obstrução do canal biliar:

Sistema linfático do fígado


 O fígado produz 500-700mL de linfa por dia – 1/3 a 1/2 da linfa produzida total
 A produção de linfa assenta num processo de filtração, que ocorre no espaço de Disse
 Nos espaços de Disse de cada lóbulo, o fluxo o filtrado ocorre no sentido centrífugo
 As zonas mais periféricas dos espaços de Disse drenam para os vasos linfáticos, situados nos espaços
porta
Sistema de drenagem da bílis formado por sulcos justapostos que existem à
superficie de epitelios de hepatocitos continuos
 Canalículo intralobular biliar (delimitado por junções de oclusão e desmossomas)
o Entre duas placas de hepatócitos Canalículo
hepatocitos intralobular
enviam MV
o Lúmen muito estreito biliar
para dentro do o Drenagem da bílis produzida nos hepatócitos
canaliculo o Não tem paredes próprias – são as membranas plasmáticas dos hepatócitos
circunvizinhos
o Ao nível da periferia do lóbulo: adquire paredes próprias e forma o ducto biliar Canal de
o Sentido da bílis oposto ao do sangue: vai do centro para a periferia – sentido Hering
centrífugo
direção centripeta
 Na periferia, a bílis é recolhida pelos canais de Hering (já tem paredes próprias)
 Dos canais de Hering a bílis passa para os canais biliares, constituintes do espaço porta Canal ou ducto
o Vai aumentando de diâmetro à medida que se vai aproximando do hilo do fígado biliar - espaço
o Revestido por epitélio cúbico simples, que vai aumentando de altura passando a portal
epitélio cilíndrico simples interlobulares
recetor que dá info sobre fluxo da bilis (dizem ao hepatocito para aumentar/diminuir qtidade de bilis)
há celulas indif que dão origem a hepatocitos ou colangeolos???

condições normais:
fagocitose de eritrocitos e
detritos da circulação

condições patologicas:
ativação que a faz libertar
molecs. pró-inflamatórios cordões
(citocinas, TNF, TGF)
aumento da capacidade de
cel. sintetizarem colagenio

fibrose hepática
doença hepática crónica ! comunicação facilitada entre conteudo do sinusoide e hepatocito
devido ao espaço entre celulas endoteliais

lha de linfa
inicio da reco
lo bulo hepatico
formada no

Hepatócitos
 Multifuncionalidade
o Secreção exócrina – produz bílis
o Produz fatores de crescimento lançados para a corrente sanguínea – secreção endócrina
o Produção de proteínas plasmáticas
 Células poliédricas
 Pode ser uma célula binucleada, com nucléolo evidente
 Citoplasma acidófilo
 Os hepatócitos estão ligados uns aos outros por desmossomas
 Têm um bordo com microvilosidades
 Retículo endoplasmático rugoso
o Albumina
o Fibrinogénio
o Protrombina
o Proteínas do complemento
o Proteínas de ligação a hormonas
o Factores de crescimento
 Reticulo endoplasmático liso há uma hererditária q causa um maior absorção de Fe
o Processamento da bilirrubina
o Glicogénio sofre hipertrofia, qnd tem de desempenhar estas funções
o Lípidos
o Enzimas de destoxificação
 Barbitúricos
Acumulação de muitos depósitos de
 Esteroides
Fe – hemacromatose
 Álcool
Acumulação de cobre
 Lisossomas mt heterógeneos
comprometida – doença de Wilson
o Degradação das glicoproteínas plasmáticas envelhecidas
o absorvem Ferro e armazenam
Armazenamento na forma de ferritina
do ferro
o Armazenamento de cobre
 Peroxissomas
1. As proteínas destinadas ao interior dos peroxissomas são produzidas por ribossomas livres no
citosol e depois transportadas para interior do organelo. Os fosfolípidos e as proteínas
membranares são também importadas do retículo endoplasmático para os peroxissomas.
2. As proteínas são direcionadas para o interior dos peroxissomas por sequências de aminoácidos
em que as mais frequentes são (Ser-Lis-Leu) ligadas à extremidade C-terminal
3. A catalase é a proteína major dos peroxissomas. Decompõe o peróxido de hidrogénio em
oxigénio e em água. É um tetrâmero de quatro moléculas de apocatalase que se associam no
interior do peroxissoma. Um grupo heme é adicionado a cada monómero, impedindo-o de
regressar ao citosol. Os peroxissomas são muito abundantes nos hepatócitos.
4. Síndrome de Zellweger (cérebro-hepato-renal) – condição letal que resulta de uma deficiência
no transporte das proteínas do citosol para o interior do peroxissoma. Nesta patologia os
peroxissomas estão vazios, havendo um bloqueio da β-oxidação de ácidos gordos de cadeia
longa.

 Armazenamento do glicogénio
o Resulta da actividade de várias enzimas
o Situações em que a maquinaria enzimática não funciona – doenças de acumulação do
glicogénio (glicogenoses)
 Aumento do volume do fígado – hepatomegália
 Níveis de glicose sanguíneos diminuem
Icterícia – a excessiva produção de
bilirrubina não conjugada, podendo resultar da
destruição maciça de glóbulos vermelhos.
 Formação de bilirrubina
1. Macrófago, no baço – Heme é convertido
em biliverdina pela heme oxigenase. A
biliverdina é convertida em bilirrubina pela
ação da biliverdina redutase. A bilirrubina não
bilirrubina indireta conjugada é lançada para a corrente sanguínea.
2. Sangue – no sangue a bilirrubina forma
um complexo com a albumina. Este complexo
tem grande peso molecular, pelo que não é
excretado na urina. Quando livre, devido à sua
lipossolubilidade pode aceder ao cérebro e
causar kernicterus.
3. Hepatócito – Bilirrubina lipossolúvel
constituída após cisão da albumina, penetra no
hepatócito onde se liga à ligandina, o seu
transportador intracelular. O complexo
bilirrubina/ligandina é dirigido para o REL
onde é desfeito o complexo e libertada
bilirrubina livre para o citosol
4. Hepatócito – Ácido glicorónico liga-se à
bilirrubina livre por ação da glucoronil
transferase, formando a bilirrubina conjugada.
Esta é lançada para o canalículo biliar e depois
bilirrubina direta para as vias biliares extra-hepáticas.
5. Intestino – a bilirrubina conjugada é
dividida e as bactérias convertem bilirrubina
em urobilinogénio, que pode ser excretado na
urina, como urobilina, nas fezes ou retornar ao
fígado. Cerca de 20% do urobilinogénio é
reabsorvido no ílion e no cólon.

A. Síndrome de Gilbert
B. Síndrome Crigler-Neljar – icterícia do
recém-nascido é transitória e fazem fototerapia
C. Síndrome de Dubin-Johnson

Vesícula biliar
 Bílis veiculo para transportar Fe, cobre e bilirrubina
o Ácidos biliares (cólico, quenodesoxicólico, desoxicólico, litocólico)
o Colesterol
o Fosfolípidos
o Bilirrubina excretada para o caniculo biliar> canais biliares-> canais hepaticos-> canal hepatico comum
 Órgão cavitário em forma de pêra
 Colecistoquinina – controla o esfíncter, regulando o esvaziamento da vesícula biliar
 Mucosa
o Epitélio cilíndrico simples
o Apresenta múltiplas pregas
o Lâmina própria
 Ausência de submucosa  principal característica
 Camada fibromuscular
o Paredes constituídas por fibras musculares com disposição diagonal e longitudinal
 Serosa – que se continua pela serosa de revestimento do fígado
 Funções – concentração e armazenamento da bílis entre as refeições
o Libertação da bílis em resposta à colecistoquinina produzida pelas células enteroendócrinas
do duodeno
o Regulação da pressão hidrostática no interior da árvore biliar
 Litíase
o Cólica biliar
o Icterícia
o Cálculos biliares – perda de solubilidade da bílis

Pâncreas
 Relaciona-se com o duodeno, como uma jante com um pneu
 É um órgão maciço, mas de estrutura conjuntiva mais frágil que o fígado
 Cápsula de tecido conjuntivo muito fina
 O parênquima é organizado em lóbulos pancreáticos
 Glândula mista
o parênquima organizado em glândula exócrina – ácinos pancreáticos – zona mais escura
o Ilhéus de Langerhans (pâncreas endócrino) – produção de hormonas para o metabolismo da
glicose – zonas mais claras no meio das escuras
 Canais excretores – de grandes dimensões
Pâncreas exócrino
 Órgão similar à parótida
 Glândula acinosa composta exclusivamente serosa
o No meio dos lóbulos, passam vasos, nervos e canais interlobulares
o É composto por cerca de 40-50 células epiteliais
 De forma piramidal
 Citoplasma basófilo, no pólo basal
 No pólo apical, apresenta grânulos de secreção eosinofílicos
o O lúmen do ácino representa o início do canal excretor, composto por células centro-
acinosas
 Células do canal intercalar – células centro-acinosas
o Citoplasma claro
o Penetram na intimidade dos ácinos pancreáticos
 O lúmen dos ácinos converge para o canal excretor intralobular, revestido por epitélio cúbico
simples
 O canal intralobular converge para o canal interlobular, revestido por epitélio cilíndrico simples
 Da convergência dos canais interlobulares resulta o canal pancreático principal e acessórios

Canal pancreático
Lúmen do ácino Canal intercalar Canal intralobular Canal interlobular principal e
acessório

 Dado histológico que permite distinguir um pâncreas de uma parótida


o Encontramos ilhéus de Langerhans
o Não há canais estriados
o Ausência de células mioepiteliais
 Produz enzimas (proteínas)
 Quando observamos o citoplasma – abundante RER + grânulos de secreção
 A secreção de água e bicarbonato é regulada pela secretina
1. Difusão de CO2 a partir dos vasos para as células dos canais intercalares
2. CO2 liga-se à água e forma ácido carbónico sob a ação da anidrase carbónica
3. Ácido carbónico: HCO3- e H+
4. O HCO3- é transportado ativamente para o lúmen do canal intercalar
5. H+ e Na+ são ativamente trocados e o Na+ flui para o lúmen do canal intercalar para manter a
neutralidade elétrica
 A estimulação vagal provoca a libertação de acetilcolina, que por conseguinte desencadeia a
excreção de enzimas para o lúmen do ácino.

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