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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOS

CURSO DE MEDICINA
MORFOFUNCIONAL II

Sistema Urinário

Profa. Dra. Gabriella de Lima Bessa


gabriella.bessa@uniceplac.edu.br
Composição

❑ O sistema urinário é formado:


✓ 2 Rins
✓ 2 Ureteres
✓ Bexiga
✓ Uretra

▪ A Urina é produzida nos rins, passa pelos ureteres até a bexiga urinária e é lançada
ao exterior pela uretra.
Função

❑ Contribui para a homeostase, produzindo a urina, por meio da qual são


eliminados água, eletrólitos, pequenas moléculas (p. ex., hormônios, ureia,
antibióticos) e diversos resíduos do metabolismo;

❑ Rins secretam:
✓ Renina → participa da regulação da pressão sanguínea;
✓ Eritropoietina → estimula a produção de eritrócitos;

❑ Rins participam, junto com outros órgãos (fígado, pele) da ativação da vitamina
D3;

❑ Aparelho responsável por formar cerca de 1.500 ml de urina em 24 horas.


Rim

❑ Possui o formato de um grão de feijão;

❑ Apresenta uma borda convexa e outra


côncava;

❑ Hilo:
✓ Localizado na borda côncava;
✓ É o local de entrada e saída de vasos
sanguíneos;
✓ Entrada de nervos e saída do ureter;
✓ Contém também tecido adiposo.
Rim

❑ Pélvis renal (formato de funil):

✓ Cálices menores

✓ Cálices maiores

❑ Onde se origina o ureter.


Estrutura geral do rim
❑ Envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso;
❑ É constituído pela zona cortical e pela zona medular;
Zona medular

❑ Formada por 10 a 18 pirâmides medulares:

✓ Os vértices das pirâmides fazem saliência nos


cálices renais menores;

✓ As bases das pirâmides estão voltadas para a


região cortical;

✓ Da base de cada pirâmide partem os raios


medulares (grupos de túbulos que penetram a
região cortical);

✓ As regiões das pirâmides que fazem saliência nos


cálices são as papilas renais → possui de 10 a 25
orifícios, conhecida por área crivosa.
Corte histológico do Rim

Zona cortical Zona medular

Pélvis renal
(formato de funil)

Hilo
Corte histológico do Rim

Zona medular
Raios medulares Pélvis renal
(formato de funil)
Lobulação do rim
❑ O rim é dividido: Lobo e Lóbulo

❑ Lobo renal:

✓ Formado por uma pirâmide renal e pelo


tecido cortical que recobre sua base e seus
lados;

✓ Portanto, em cada rim, há tantos lobos


quanto pirâmides.

❑ Lóbulo renal:

✓ Constituído por um raio medular e pelo


tecido cortical que fica ao seu redor;

✓ Delimitado pelas artérias interlobulares.


Parênquima renal

❑ Denomina-se TÚBULO URINÍFERO do rim o conjunto formado por dois componentes


funcionais e embriologicamente distintos:

✓ Néfron

✓ Túbulo coletor
Néfron 1- Corpúsculo
renal
2- Túbulo
contorcido proximal
4- Túbulo
contorcido distal

❑ É formado por:

1. CORPÚSCULO RENAL

2. TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL 3- Alça de Henle

3. ALÇA DE HENLE

4. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL

❑ Cada rim = 600 a 800 mil néfrons


Túbulo coletor Túbulo coletor

❑ Conecta o túbulo contorcido distal aos


segmentos corticais ou medulares dos
ductos coletores.

Ductor coletor
Corpúsculos renais e filtração do sangue

❑ Tem cerca de 200 mm de diâmetro;

❑ São formados por um tufo de capilares


→ o GLOMÉRULO RENAL;
Glomérulo renal
❑ GLOMÉRULO RENAL → é envolvido
pela cápsula de bowman. Cápsula de bowman
Corpúsculos renais e filtração do sangue

❑ CÁPSULA DE BOWMAN é formada por 2 folhetos:


✓ Folheto visceral → em torno dos capilares
glomerulares, constituído pelos PODÓCITOS.

✓ Folheto parietal → reveste internamente o


corpúsculo renal (constituído por epitélio Folheto visceral
simples pavimentoso).
Folheto parietal

❑ Espaço capsular (ou espaço de Bowman):


✓ Entre os dois folhetos que recebe o líquido
filtrado através da parede dos capilares e do Espaço capsular

folheto visceral.
Corpúsculos renais e filtração do sangue

❑ Cada corpúsculo renal tem dois polos:

✓ Polo vascular: onde penetra a arteríola


aferente e sai a arteríola eferente.

✓ Polo urinário: onde tem início o túbulo Polo vascular

contorcido proximal.

❑ A arteríola aferente, ao penetrar no corpúsculo


renal, divide-se em vários capilares com formato
de alças.

❑ Também há conexões diretas entre o vaso


aferente e o eferente, pelas quais o sangue pode Polo urinário

circular mesmo sem passar pelas alças do


glomérulo.
Corpúsculo renal e cápsula de Bowman

Folheto parietal

Podócitos

Espaço capsular
Folheto visceral
Podócitos
• Células que formam o folheto visceral da cápsula de Bowman;
• Formadas por um corpo celular, de onde partem diversos prolongamentos primários, que dão origem aos
prolongamentos secundários que irão apoiar-se na lâmina basal, deixando uma fenda de filtração entre ele;
• Fazem parte da barreira de filtração: endotélio capilar, lâmina basal e fendas de filtração.
Filtração do sangue
• Somando-se o fluxo sanguíneo nos dois rins (1L de sangue por minuto), verifica-se que, a cada 4 a 5 minutos,
passa por eles a totalidade do sangue circulante no corpo;

• O filtrado glomerular tem concentrações de cloreto, glicose, ureia e fosfato semelhantes às do plasma
sanguíneo, porém quase não contém proteínas, pois as macromoléculas não atravessam a barreira de
filtração glomerular.

A proteinúria é a eliminação excessiva de proteína


(principalmente albumina) pelos rins. Nesse caso, a urina
fica espumosa e/ou com sedimentos.
Quando isolada, sua presença não indica problemas de
saúde. Porém, se associada a outras alterações, como a
hematúria (presença de sangue na urina), é sinal
de doença renal.
Células mesangiais
❑ Localizadas no espaço onde a lâmina basal envolve 2 ou mais capilares

❑ Funções:
✓ As células mesangiais são contráteis e têm receptores para
angiotensina II → a ativação desses receptores reduz o fluxo
sanguíneo glomerular;

✓ Possuem receptores para fator natriurético atrial produzido


por células musculares cardíacas, que é vasodilatador e
relaxa as células mesangiais, aumentando o volume de
sangue que passa pelos capilares;

✓ Garante suporte estrutural para o glomérulo.

✓ Sintetizam matriz extracelular;

✓ Fagocitam e digerem substâncias normais e patológicas;


✓ Além de produzir moléculas como as prostaglandinas e
endotelinas que causam contração da musculatura lisa das
arteríolas aferentes e eferentes do glomérulo.
Túbulo contorcido proximal

❑ Continuação do folheto parietal da cápsula de


Bowman se transformando em epitélio cúbico
simples;
❑ Superfície apical das células com microvilosidades,
que formam a orla em escova (reabsorção).

Túbulo contorcido proximal


Microvilos
Túbulo contorcido
proximal
Túbulo contorcido proximal

❑ Onde ocorre reabsorção do filtrado


glomerular:

✓ Reabsorve a totalidade de glicose e


aminoácidos;

✓ Mais de 70% de água, bicarbonato,


cloreto de sódio, além dos íons cálcio
e fosfato.

Túbulo contorcido
proximal
Alça de Henle
❑ Estrutura em forma de U;

❑ Consiste em um segmento delgado (epitélio pavimentoso simples)


interposto a dois segmentos espessos (epitélio cúbico simples);

❑ Participa da retenção de água → apenas animais com essas alças


são capazes de produzir urina hipertônica e, assim, poupar a água
do corpo, evitando a necessidade de beber água continuamente.

Cúbico simples

Pavimentoso simples

Secção transversal da parte delgada de uma alça de Henle, constituída por células epiteliais pavimentosas.
Túbulo contorcido distal

❑ Revestido por epitélio cúbico simples;


❑ Trocas iônicas, absorção de sódio e excreção de potássio
Túbulo contorcido
(equilíbrio de sais e água no organismos); distal

❑ Secreta íons hidrogênio e amônia para a urina (equilíbrio Corpúsculo


ácido-base do sangue); renal

Túbulo contorcido Túbulo contorcido


Proximal distal

Células da
❑ Encosta-se em dado momento no corpúsculo renal: suas células
mácula densa tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos alongados e próximos →
CÉLULAS DA MÁCULA DENSA.
✓ É um receptor sensível a concentrações baixas de sódio
e água;
Corpúsculo
renal ✓ Produz moléculas sinalizadoras que promovem a liberação da
enzima renina que participa da regulação da pressão
sanguínea.
Distinção entre os túbulos contorcidos distais e os proximais
em cortes histológicos

❑ Ambos encontrados na cortical e formados por epitélio


simples cúbico,
❑ A distinção baseia-se nos seguintes parâmetros:
• Túbulos proximais:
- Células cuboides são volumosas;
- Apresentam orla em escova formada por
numerosos microvilos.

• Túbulos distais:
- Células são mais baixas (cuboides), em
consequência, observam-se mais núcleos;
- Suas células não têm orla em escova.
Túbulos e ductos coletores
❑ Não fazem parte da estrutura do néfron;
❑ Os túbulos e dutos coletores são formados por um
epitélio simples cúbico;
❑ As células epiteliais têm núcleo esférico, citoplasma claro,
pouco corado, e os limites entre as células são geralmente
bem observados;
❑ Participam dos mecanismos de concentração da urina por
meio de retenção de água, sob influência do hormônio
antidiurético.
Aparelho justaglomerular
❑ Grupo formado por 3 tipos de células:
✓ Mácula densa: localizada na parede do túbulo contorcido distal
✓ Células justaglomerulares: são células musculares lisas encontradas em torno da arteríola aferente e, às
vezes, em torno da eferente
✓ Células mesangiais extraglomerulares: localizadas no espaço triangular entre as arteríolas aferente e
eferente

Mácula densa Células justaglomerulares Células mesangiais extraglomerulares


Aparelho justaglomerular
❑ Função: controla a taxa de filtração do glomérulo e também atua na manutenção da pressão sanguínea:

• Quando a pressão arterial cai, as células justaglomerulares produzem a enzima renina que é liberada
na corrente sanguínea;

• A renina divide o angiotensinogênio (grande proteína presente no sangue) em duas partes:

✓ Angiotensina I (que se mantém relativamente inativa);


✓ Angiotensina II (hormônio bastante ativo);

• A angiotensina II → faz com que as paredes musculares das arteríolas se contraiam, aumentando a
pressão sanguínea e induz a secreção de aldosterona que inibe a excreção do sódio pelos rins.

• O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a
pressão arterial.

❑ Assim, o aparelho justaglomerular exerce um importante papel no controle do balanço hídrico (já que água
é retida ou eliminada junto com o sódio) e do equilíbrio iônico do meio interno.
Circulação sanguínea do rim

❑ Cada rim recebe sangue por uma artéria renal, que,


antes de penetrar o órgão, divide-se geralmente em dois
ramos:

✓ Um ramo vai irrigar a parte anterior (ventral)

✓ O outro, a parte posterior (dorsal)


Circulação sanguínea do rim

❑ Ainda no hilo, esses ramos dão origem às artérias Arteríolas eferentes


interlobares, que seguem entre as pirâmides renais.
Arteríolas aferentes
❑ Na altura das bases das pirâmides, as artérias Cápsula
interlobares formam as artérias arciformes → do rim
Artéria interlobular
que seguem um trajeto paralelo à cápsula do
órgão.

❑ Das artérias arciformes partem as artérias Bases das


interlobulares, de curso perpendicular à pirâmides
cápsula do rim. Artéria arciforme

❑ Das artérias interlobulares originam-se as Artéria interlobar


arteríolas aferentes que levam sangue para o
glomérulo, de onde o sangue passa para as
arteríolas eferentes.
Circulação sanguínea do rim

Veias
estreladas

❑ Os capilares da parte superficial da cortical se


reúnem para formar as veias estreladas

❑ As veias estreladas se unem às


interlobulares, que formam as veias
Veias
arciformes, dando origem às veias interlobulares
interlobares

❑ Estas convergem para formar a veia renal, Veias


arciformes
pela qual o sangue sai de cada um dos rins.
Veias
interlobar
Interstício renal

❑ Escasso na cortical e maior na medular;


Interstício renal
❑ Pequena quantidade de conjuntivo com fibroblastos,
algumas fibras colágenas, substância fundamental
muito hidratada e rica em proteoglicanos;

❑ No interstício da medula → temos as células intersticiais


que produzem prostaglandinas (vasodilatador);

❑ No interstício da cortical → as células intersticiais


produzem 85% da eritropoietina, hormônio que
estimula a produção de eritrócitos pelas células da
medula óssea;

❑ Doenças renais podem levar a uma profunda anemia


decorrente da deficiência de produção de eritropoetina.
Bexiga
❑ Armazena a urina formada pelos rins por algum tempo e a conduz para o exterior pelas vias urinárias;

✓ Camada Mucosa: epitélio de transição + lâmina própria de


tecido conjuntivo (varia do frouxo ao denso);
✓ Camada Muscular: camada longitudinal interna e uma
circular externa; Muscular

✓ Camada Adventícia: tecido conjuntivo, envolvida por tecido


adiposo.

Lâmina
própria

Epitélio de
transição

Adventícia
Uretra
❑ Tubo que leva a urina da bexiga para o exterior, no ato da micção;

❑ Uretra masculina possui 3 segmentos:

✓ Prostática: inicia-se na bexiga e atravessa a próstata. É revestida pelo epitélio de transição;

✓ Membranosa: epitélio pseudoestratificado;

✓ Cavernosa ou peniana: localiza-se no corpo cavernoso do pênis. Apresenta epitélio pseudoestratificado, com
áreas de epitélio estratificado pavimentoso.

Epitélio
pseudoestratificado
Uretra
❑ Uretra feminina:

✓ Tubo de 4 a 5 cm de comprimento;

✓ Revestimento: epitélio estratificado pavimentoso com


área de epitélio pseudoestratificado;

✓ Próximo à saída contém o esfíncter externo da uretra


de músculo estriado.

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