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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO _____ JUIZADO

FAZENDÁRIO DA COMARCA DA CAPITAL

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
IDOSO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE
JUSTIÇA GRATUITA
TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE

XXXXX XXXXX, brasileira, casada, do lar, com RG nº xxxxxxxx DETRAN/RJ, inscrito (a) no
CPF sob o nº xxxxxx, residente e domiciliada à Rua xxxxxxxxxxx, pela Advogada que a
subscreve, nos termos do instrumento de mandato anexo, vem, à presença de Vossa
Excelência, propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER PARA O FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS com
pedido de TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE inaudita altera pars
em face do MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, pessoa jurídica do direito pú blico interno,
qualificaçã o desconhecida, inscrita no CNPJ nº 42.498.733/0001-48, com sede na Travessa
do Ouvidor, 4, Centro, Rio de Janeiro, CEP: 20.040-040, representado pelo Sr. Prefeito ou
Procurador do Município, pelos seguintes motivos de fato e direito aduzidos para se
requerer o que se segue adiante.
DAS PUBLICAÇÕES NO D.O.
Requer a Vossa Excelência, desde logo, que quaisquer notificaçõ es, intimaçõ es e
publicaçõ es constem o nome do advogada DR.ª XXXXXXXXX, OAB/RJ xxx.xxx, com
endereço profissional no rodapé desta peça exordial, sob pena de nulidade.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Conforme jurisprudência abaixo, pessoas com mais de 60 anos de idade, tem direito à
gratuidade de justiça, desde que, não ultrapasse a 10 salário mínimos.
TJ-RJ - AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 00566759020148190000 RJ 0056675-90.2014.8.19.0000 (TJ-RJ). Data de
publicação: 28/10/2014. Ementa: "AGRAVO DE INSTRUMENTO. INDEFERIMENTO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA EM
1º GRAU DE JURISDIÇÃO. DIREITO CONSTITUCIONAL DE ACESSO À JUSTIÇA. IDOSO. MAIS DE 60 ANOS. RENDA
MENSAL INFERIOR A DEZ SALÁRIOS MÍNIMOS. LEI ESTADUAL. ELEMENTOS APTOS A ENSEJAR A REFORMA.
PROVIMENTO DO RECURSO NA FORMA AUTORIZADA PELO CAPUT DO ARTIGO 557." 1. Considera-se necessitado,
para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. 2. A Lei n.º 1.060/50 visa proteger os
necessitados, assegurando-lhes o acesso à justiça. 3. O recorrente, com mais de 60 anos, e rendimentos mensais
inferiores a dez salários mínimos, gozando, portanto, de isenção de custas e emolumentos, nos termos da Lei
Estadual nº 3350/99, artigos 17, X e 43, IX. Benefício este que ora se estende para as demais despesas
processuais. 4. Provimento do recurso na forma autorizada pelo caput do artigo 557 do Código de Processo
Civil."(Grifo nosso)

Desta forma, requer o autor que lhe sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita,
conforme documentos anexos, pelos motivos já alinhavados e, ainda, por ser a ú nica
forma de lhe proporcionar o mais amplo acesso ao poder judiciá rio, garantia que a
Constituiçã o Federal elegeu no inciso LXXIV, do artigo 5º.
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Nã o possui interesse na realizaçã o de audiência de autocomposiçã o, uma vez que a matéria
sobre a qual versa o pedido e exclusivamente de direito, nã o havendo proposta ofertada
pela parte contrá ria, ademais a parte autora se encontra impossibilitada de
comparecer devido ao estado grave de xxxxxxxxx.
DOS FATOS
A parte autora é portadora de Osteoporose Grave, como deve ser de conhecimento a
osteoporose é uma condiçã o metabó lica que se caracteriza pela diminuiçã o progressiva da
densidade ó ssea e aumento do risco de fraturas espontâ neas ou causadas por pequenos
impactos, como um simples espirro ou uma crise de tosse, por exemplo.
A osteoporose é uma doença de instalaçã o silenciosa. O primeiro sinal pode aparecer
quando ela está numa fase mais avançada e costuma ser a fratura espontâ nea de um osso
que ficou poroso e muito fraco, a ponto de nã o suportar nenhum trauma ou esforço por
menor que seja.
As lesõ es mais comuns sã o as fraturas das vértebras por compressã o, que levam a
problemas de coluna e à diminuiçã o da estatura e as fraturas do colo do fêmur, punho (osso
rá dio) e costelas. Nas fases em que se manifesta, a dor está diretamente associada ao local
em que ocorreu a fratura ou o desgaste ó sseo.
O diagnó stico precoce da osteoporose é feito pela medida da densidade óssea, através do
exame da Densitometria Óssea.
Segundo matéria do New York Times, cerca de 300 mil pessoas acima de 65 anos, 75%
sendo mulheres, sã o hospitalizadas com fratura de quadril nos EUA. Segundo eles, ainda, os
custos pessoais sã o muito mais altos: entre 20% a 30% dos pacientes morrem dentro de
um ano apó s o incidente e, como relatam os pesquisadores,"dos que sobrevivem, muitos
nã o recuperam a agilidade que tinham antes. Metade dos pacientes fraturados nã o
consegue mais andar sem assistência e 25% vã o exigir cuidados em longo prazo".
A autora veio a descobrir a doença há aproximadamente xx anos, no Hospital
xxxxxxxxxxxxxxxx, na época nã o sentia sintomas e nã o foi alertada quanto à s
consequências graves durante o primeiro atendimento.
Naquela época, utilizava um medicamento chamado Raloxifeno que retirava no pró prio
SUS.
Apó s passar alguns anos, a autora começou a sentir os reflexos da doença, muita fraqueza,
dificuldade para se locomover, e, por fim, ao utilizar um calçado diferente notou que seu pé
inchou demasiadamente.
Assim, procurou a ajuda de vá rios médicos acabando nas mã os de um reumatologista. De
imediato foi solicitada a densitometria ó ssea e a ressonâ ncia magnética. Apesar de ser
informada sobre o diagnó stico anterior de osteoporose, a médica ainda desconfiou de
artrite reumató ide, entretanto, apó s a realizaçã o de exames de sangue, densitometria ó ssea
e a ressonâ ncia do pé esquerdo, foi descartada a hipó tese de artrite reumatoide.
Na ressonâ ncia do pé esquerdo, que já se encontrava inchado e sensibilizado há bastante
tempo, foram constatadas vá rias fraturas.
Com o resultado da densitometria ó ssea foi constatada a osteoporose grave, CID 10-M80,
sendo enfatizado pela médica, Dra. xxxxxxxxx, que era pra ser evitado qualquer tipo de
tropeço e que, um simples abraço mais apertado pode quebrar suas costelas.
Frise-se que a parte autora conta com xx anos de idade.
Foi orientado pela médica que fosse evitado qualquer tipo de tombo. A chance de fraturas
sérias no caso da autora sã o muito grandes. Ela relata no atestado risco de fratura de
quadril, fêmur e coluna lombar.
Sendo assim, além de todo o cuidado necessá rio, foi prescrita a seguinte medicaçã o para o
combate efetivo e eficaz à doença e à devida reposiçã o de massa ó ssea (prescritos pela
médica conforme receituá rio anexo).
a) DPrev 50.000 UI - para ser ingerido 1 vez por semana durante 3 meses (De R$ 64,37
até R$ 91,49 caixa com 4 comprimidos);
b) Motore 250 mg – para ser ingerido 1 a cada 12 horas (De R$ 120,35 até R$ 160,88
caixa com 120 comprimidos);
c) Prolia 60 mg – injetar a cada 6 meses (De R$ 669,11 até R$ 974,26 com uma seringa
injetá vel 1ml);
Como se pode notar, os gastos com medicaçã o, terapias e tratamentos tomam a maior parte
do orçamento da família e apesar de buscarem sempre o que há de melhor para a saú de da
autora, ela e seu marido nã o tem condiçõ es de mantê-la sozinhos, tendo em vista que
sobrevivem somente da aposentadoria de seu esposo, sr. xxxxxxxx, no valor de um
salário mínimo apenas.
Importante informar que todos os medicamentos e insumos sã o de vital importâ ncia para a
Autora, contudo, dentre todos, a maior dificuldade está em adquirir o medicamento listado
na letra ‘c’ do tó pico acima (Prolia 60mg), devido a seu alto custo.
A autora procurou pelo SUS mas foi informada que nã o era fornecido pelo mesmo através
de sua agente comunitá ria. Esse medicamento nã o é encontrado nos postos de saú de, por
seu alto custo.
A situaçã o da Autora é bastante delicada. Necessita de, no mínimo, o item listado na letra ‘ c
’ para ter uma qualidade de vida razoá vel.
Diante do acima narrado e da impossibilidade da autora e seu esposo conseguirem os
insumos e medicamentos por meios pró prios, a Autora se vale do judiciá rio a fim de fazer
valer seu direito à vida com um mínimo de dignidade.
DO DIREITO
DA LEGISLAÇÃO APLICADA
Frise-se, logo de início, que o direito à saú de é assegurado com absoluta prioridade, nã o
cabendo nenhum argumento que relativize sua viabilizaçã o. Sendo assim, a falta de
previsã o orçamentá ria nã o pode servir de desculpa para que o Estado/Município se escuse
de sua obrigaçã o.
Visando a proteçã o do idoso para uma melhor atençã o e regulamentaçã o de seus direitos,
estipula o art. 15 do Estatuto do idoso, que:
É assegurada a atençã o integral à saú de do idoso, por intermédio do Sistema Ú nico de
Saú de – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitá rio, em conjunto articulado e
contínuo das açõ es e serviços, para a prevençã o, promoçã o, proteçã o e recuperaçã o da
saú de, incluindo a atençã o especial à s doenças que afetam preferencialmente os idosos.
Já o seu § 2º afirma que “incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros
recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação”.
Todos os idosos têm direito de receber medicamentos gratuitamente, só bastando como
requisito, ter 60 anos ou mais. Os idosos possuem um rendimento baixo sob os critérios
econô micos e contrapondo a isto os medicamentos sã o de alto custo.
A vigência do Estatuto do Idoso tornou necessá ria a modernizaçã o da Política Nacional da
Saú de do Idoso (instituída por uma portaria de 1999). Surgiu entã o em 19 de outubro de
2006 a Política Nacional de Saú de da Pessoa Idosa, revogando os dispositivos de 1999.
Pérola Braga entende:
A finalidade primordial da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é recuperar, manter e promover a
autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para
esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (BRAGA, 2011, p. 65).

A importâ ncia desta portaria de 2006 pode ser observada através de suas finalidades por
ela estipuladas, que sã o: “recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos
indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em
consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2014).
Diante de tal assertiva resta evidenciado a preocupaçã o com os indivíduos da faixa etá ria
correspondente aos 60 anos ou mais. Nota-se a evoluçã o do sistema normativo na tentativa
de assegurar maiores amparos aos idosos qualificando o envelhecimento, pois, sem dú vida
assegurar um Sistema Ú nico de Saú de fortalecido respalda-se o bem estar na velhice.
O art. 9º do Estatuto do Idoso relata que, “é obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade”.
Nota-se que a legislaçã o vigente é pontual no sentido de assegurar a proteçã o à saú de, ao
envelhecimento sadio. Nesse sentido discorre a doutrina, cabendo aqui ressaltar o
comentá rio de Vilas Boas, quando reporta-se ao artigo supra transcrito: “fala-se em
políticas sociais públicas e estas vêm direcionadas para os idosos, de forma individualizada e
privilegiada” (2009, p. 19).
Ana Paula Peres Barion discorre sobre a consagraçã o jurídica da proteçã o dos idosos
dizendo que “do ponto de vista jurídico, o amparo à vulnerabilidade se faz presente no
terreno da prevenção, da proteção, bem como da reparação” (2011, p. 48). Resta claro que a
intençã o do legislador quando da formulaçã o de leis específicas a proteçã o ao idoso buscou
suprir a vulnerabilidade alcançada na velhice, possibilitando maiores meios de amparo.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em decisã o anteriormente referida
neste texto, já decidiu pela obrigatoriedade da prestaçã o estatal de fornecimento de
medicamentos, reconhecendo que “a recalcitrância dos entes públicos é fato notório” no que
tange a essa obrigaçã o:
O dever de fornecer tratamento médico integral, incluindo materiais e medicamentos, é responsabilidade solidária
das três Esferas de Poder do Estado: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todas legitimadas
passivamente, portanto, para o pleito do hipossuficiente. Não há falar em ausência de interesse processual se há
evidente utilidade no recurso à via processual judicial, especialmente porque a recalcitrância dos entes públicos é
fato notório, a dispensar até mesmo prévio requerimento administrativo (arts. 334, I, e 335 do CPC), não fora,
ainda, a garantia fundamental do amplo acesso à jurisdição (art. 5º, XXXV, da CF/88). O direito à saúde é corolário
do direito à vida. Direito individual fundamental, de aplicação plena e imediata ( CF/88, arts. 5º, § 1º, 6º e 196). O
não atendimento desse direito não configura apenas uma ilegalidade, mas, o que é mais grave, constitui-se em
violação da própria Constituição Federal. O provimento judicial que atende tal direito não ofende o princípio da
independência e harmonia dos Poderes. Princípio da universalidade da jurisdição ou da inafastabilidade do
controle judicial ( CF/88, art. 5º, XXXV). O Poder Público não está acima do controle jurisdicional (Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Segunda Câmara Cível. Acórdão n. 70018594416. Relator: Des. Adão Sérgio
do Nascimento Cassiano. Julgado em 14/03/2007. Disponível em: www.tjrs.jus.br. Acesso em setembro de 2014).

Nesse sentido já se manifestou a doutrina especializada:


Verifica-se, assim, que os idosos merecem especial proteção no que se refere ao direito à saúde. A política
preventiva é muito mais eficaz do que o custeio do tratamento e a implementação de medidas que impliquem a
redução do preço dos medicamentos, o que não se confunde com assistencialismo irresponsável, é uma questão
vital, especialmente porque os idosos são constantemente vítimas de doenças crônicas que ensejam uso contínuo
de remédios (GODINHO, 2010, p. 20).

Conforme tratado alhures, importante registrar que a saú de, como bem de extraordiná ria
relevâ ncia à vida e à dignidade humana, foi elevada pela Constituiçã o Federal à condiçã o de
direito fundamental do homem, manifestando o legislador constituinte constante
preocupaçã o em garantir a todos uma existência digna, consoante os ditames da justiça
social, conforme verifica-se pela interpretaçã o conjunta dos artigos 170 e 193 da referida
Lei Maior, dispondo em seus artigos 1º, item III, 6º, 196, 197, in verbis:
“Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana.
(...)
Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
(...)
Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do estado, garantido, mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para
a sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos
da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.”

Portanto, resta patente que cabe ao Estado assegurar, através do fornecimento da


medicaçã o necessá ria, o direito à vida, permitindo aliviar o sofrimento e a dor de moléstia
ou enfermidade, garantindo ao cidadã o o direito à sobrevivência.
Imperioso deixar consignado, ainda, que, além de todos os princípios Constitucionais supra
transcritos, sobre a saú de existem regras legais a amparar especificamente a assistência
farmacêutica integral.
De fato, o art. 6º, I, c, constante do capítulo “Dos Objetivo e Atribuiçõ es” do SUS - Lei
Federal nº 8.080/90, estabelece que a assistência terapêutica integral, inclusive
farmacêutica, está incluída no campo de atuaçã o do Sistema Ú nico de Saú de.
Certo é que, em face da Constituiçã o Federal, o Poder Público está obrigado a arcar com
o fornecimento da medicação independentemente da existência ou não de previsão
deste medicamento específico nos referidos Protocolos Clínicos. Isto porque, é
inconcebível que uma Portaria Ministerial, ou um Protocolo Clínico do Ministério da Saú de,
ou até mesmo normas de assistência farmacêutica do SUS se sobreponham à Constituiçã o
Federal, que estabelece que a saú de é direito fundamental de todos e dever do Estado,
devendo as açõ es e serviços de saú de oferecerem atendimento integral aos que deles
necessitarem; estando preservada, inclusive, a igualdade da assistência à saú de (art. 196 da
CF e art. 7º, IV, da Lei nº 8080/90), devendo o Poder Pú blico, por isso, oferecer condiçã o de
atendimento igual para todos, observada a necessidade de cada pessoa.
Nã o sendo bastante, para nã o haver dú vida de que é dever do Poder Pú blico fornecer
tratamento médico para as pessoas carentes, vejamos o que diz a Lei 8.080/90:
“Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição
Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
(...) I - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente;
(...)
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
I- planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos
de saúde;
(...)
V- dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde”.

É vedado ao ente de Direito Pú blico impor ó bices de qualquer natureza, sejam


administrativos ou técnicos, sejam financeiros ou orçamentá rios, para se evadir do
cumprimento de um dever imposto expressamente pela Constituiçã o Federal.
Ao corroborar esse entendimento, o eminente Ministro Luiz Fux bem destacou em v.
precedente do E. Supremo Tribunal Federal:
“PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - Apelação nº 0002639-
89.2011.8.26.0653 7 - A ultima ratio do art. 196 da CF é garantir a efetividade ao direito fundamental à saúde, de
forma a orientar os gestores públicos na implementação de medidas que facilitem o acesso a quem necessite da
tutela estatal à prestação aos serviços médico-hospitalares e fornecimento de medicamentos, além de políticas
públicas para a prevenção de doenças, principalmente quando se verificar ser, o tutelado, pessoa hipossuficiente
que não possui meios financeiros para custear o próprio tratamento (...).” (AgRg no RE 607.381/SC, Primeira
Turma, DJe 17/6/2011).

Assim, na esteira do que vem decidindo reiteradamente nosso Egrégio Tribunal de Justiça
de Sã o Paulo, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, a recusa na oferta
de medicamento destinado a tratamento de doença grave importa em flagrante violaçã o ao
direito fundamental à saú de, à vida e ao princípio fundamental da dignidade da pessoa
humana:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO Saúde Pessoa hipossuficiente e portadora de microcefalia com crises de epilepsia.
Medicamentos prescritos por médico. Obrigação solidária do Município Direito fundamental ao fornecimento
gratuito de medicamentos, insumos e ao custeio de tratamentos. Aplicação dos arts. 1º, III, e 6º da CF Presentes os
pressupostos para concessão de medida liminar. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Os princípios da dignidade da pessoa
humana (art. 1º, III, da CF) e da preservação da saúde dos cidadãos em geral (art. 6º da CF) impõem ao Estado, de
modo solidário com os demais entes públicos (art. 196 da CF), a obrigação de fornecer, prontamente,
medicamento necessitado, em favor de pessoa hipossuficiente, que comprova a urgente necessidade do
tratamento, por prescrição médica, de idoneidade presumida. 2. Concessão de medida liminar em mandado de
segurança, para obrigar o Poder Público a fornecer medicamentos, insumos ou custear tratamentos, é viável ante a
satisfação dos pressupostos legais e orientação jurisprudencial dominante.”
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0158717-96.2012.8.26.0000 - AGRAVANTE: Prefeitura Municipal de Várzea
Paulista. 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo – Desembargador/Relator Vicente de
Abreu Amadei. Constitucional/Administrativo Ação de obrigação de fazer Fornecimento de medicamentos a
menor hipossuficiente portadora de epilepsia. Dever da Administração de lhe fornecer os fármacos
indispensáveis ao tratamento do mal Inteligência dos arts. 1º, inciso III, 5o “caput” e 196 da Lei Maior
Jurisprudência. Substituição dos remédios por um outro e alteração da dosagem, antes da prolação da sentença,
com vistas à eficácia do tratamento Possibilidade Precedentes superiores Substituição que não se equipara a
novo pedido, sendo sim mera atualização terapêutica. Procedência que se sustenta. Honorária e multa
cominatória mantida. Recursos oficial e municipal desprovidos. APELAÇÃO CÍVEL nº 0011144-06.2010.8.26.0362
Comarca: MOGI GUAÇU - (Ação nº 362.01.2010.011144-7) Juízo de Origem: 3ª Vara Cível - Órgão Julgador:
Décima Terceira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. Desembargador/Relator IVAN
SARTORI.
“RECURSO ESPECIAL. SUS. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. PACIENTE COM ASMA APELAÇÃO / REEXAME
NECESSÁRIO Nº 0011144- 06.2010.8.26.0362 VOTO Nº 20.416 9/17 BRÔNQUICA SEVERA. DIREITO À VIDA E À
SAÚDE. DEVER DO ESTADO. (...) 1. O Sistema Único de Saúde-SUS visa a integralidade da assistência à saúde,
seja individual ou coletiva, devendo atender aos que dela necessitem em qualquer grau de complexidade, de
modo que, restando comprovado o acometimento do indivíduo ou de um grupo por determinada moléstia,
necessitando de determinado medicamento para debelá-la, este deve ser fornecido, de modo a atender ao
princípio maior, que é a garantia à vida digna. (...) Precedentes: REsp 625329/RJ, Ministro LUIZ FUX, DJ
23.08.2004; REsp 735477/RJ, DJ 26.09.2006; REsp 813957/RJ, DJ 28.04.2006.” (AgRg nos EDcl no REsp
944.105/RJ, Primeira Turma, rel. Min. Luiz Fux, DJ 11.09.08);

JURISPRUDÊNCIA
TJ-PR - Apelação APL 13406143 PR 1340614-3 (Acórdão) (TJ-PR) Data de publicação: 22/01/2016 - Ementa:
DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores integrantes da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO À APELAÇÃO e MANTER A SENTENÇA EM REEXAME
NECESSÁRIO, CONHECIDO DE OFÍCIO, nos termos da motivação supra. EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. DIREITO À SAÚDE. CIDADÃ IDOSA E CARENTE, PORTADORA DE" OSTEOPOROSE (CID10
M819) ". PLEITO DE FORNECIMENTO GRATUITO PELO ESTADO DOS MEDICAMENTOS" PROLIA 60 MG, PROTOS e
DEPURA GOTAS ". EXISTÊNCIA DE RELATÓRIOS MÉDICOS COMPROVANDO A DOENÇA E A NECESSIDADE DE
UTILIZAÇÃO DOS FÁRMACOS. VIDA E SAÚDE.DIREITOS FUNDAMENTAIS INDISPONÍVEIS E COROLÁRIOS DE TODOS
OS DEMAIS DIREITOS. DEVER DO ESTADO (GÊNERO) EM PROVER TAIS DIREITOS, CONFORME PREVISTO NOS ARTS.
6º E 196 DA CF/88.RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERADOS QUANTO A ASSEGURAR O DIREITO
CONSTITUCIONAL À SAÚDE. PROTOCOLO DO SUS PREVENDO A DISPONIBILIZAÇÃO DE OUTROS TIPOS DE
MEDICAMENTOS. IRRELEVÂNCIA NO CASO. PACIENTE QUE JÁ UTILIZOU FÁRMACOS DA REDE PÚBLICA SEM
SUCESSO. CUSTAS PROCESSUAIS. CONDENAÇÃO CABÍVEL AO ESTADO. LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA QUE ISENTA O
AUTOR DO PAGAMENTO DAS DESPESAS, NÃO O RÉU QUANDO ESTE É CONDENADO. JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
DEMAIS DISSO, AUSÊNCIA DE ISENÇÃO LEGAL EXPRESSA EM FAVOR DO ESTADO, SENDO ESTATIZADA OU NÃO A
VARA DE ORIGEM. 1." O fornecimento gratuito de tratamentos e medicamentos necessários à saúde de pessoas
hipossuficientes é obrigação solidária de todos os entes federativos, podendo ser pleiteado de qualquer deles,
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios "(STF, AI 822882 AgR, Rel: Min. ROBERTO BARROSO, 1ª T.,
j.10/06/2014) 2. O direito à saúde, de aplicação imediata e eficácia plena, deve ser implementado pelo Estado
(União, Estados e Municípios), quando comprovada a doença e a necessidade urgente de utilização do fármaco,
não importando se o protocolo clínico para o tratamento da doença disponibiliza medicamentos diversos do
pleiteado.3. A intervenção judicial nesses casos não vem malferir o princípio da isonomia e nem favorecer um
grupo em detrimento aos demais usuários do SUS; pelo contrário, de acordo com o estado de saúde do
interessado, vem colocar esse grupo em uma situação de igualdade para que possam receber tratamentos
integrais, adequados e dignos de qualquer cidadão.4. Ademais, tendo a paciente do caso concreto utilizado os
tratamentos da rede pública sem sucesso, não há como o Estado se opor ao pedido feito na inicial já que a
necessidade é inconteste é o caso se afigura grave.RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL NÃO PROVIDO.SENTENÇA
MANTIDA EM REEXAME NECESSÁRIO, CONHECIDO DE OFÍCIO. (TJPR - 5ª C.Cível - AC - 1340614-3 - Rebouças - Rel.:
Rogério Ribas - Unânime - - J. 15.12.2015)...
TJ-SP - Agravo de Instrumento AI 20689085620158260000 SP 2068908-56.2015.8.26.0000 (TJ-SP) Data de
publicação: 03/06/2015 - Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de Obrigação de fazer. Medicamentos.
Osteoporose. Liminar deferida para determinar à Municipalidade que forneça à autora o medicamento PROLIA
60mg, sob pena de multa diária de R $1.000,00. Presença dos requisitos autorizadores da concessão da medida.
Redução das astreintes de ofício. Possibilidade. Afronta ao princípio do contraditório. Inocorrência. Multa reduzida
para R$ 100,00 (cem reais) por dia, até o limite máximo de R$ 10.000,00 (dez mil reais), com fundamento no artigo
461, § 6º, do CPC. Agravo não provido, com observação.
TJ-SP - Agravo de Instrumento AI 20372351620138260000 SP 2037235-16.2013.8.26.0000 (TJ-SP) Data de
publicação: 05/03/2014 - Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO contra decisão que, em mandado de segurança,
concedeu medida liminar para fornecimento dos medicamentos"Prolia 60mg","Osteonutri","De
Sol","Glucoreumin","Bromoprida"e"Glifage". Dever do Estado suprir tratamento médico da população, ainda que
de custo elevado. Evidente urgência da medida relacionada à saúde. Medicamento" Osteonutri "disponibilizado
pelo município. Afastada a ordem de fornecimento. Manutenção da liminar concedida pelo d. Juízo a quo quanto
aos demais medicamentos. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. DIREITO À SAÚDE. MEDICAMENTOS. PROLIA. Fornecimento gratuito
para pessoa hipossuficiente,acometida de osteoporose (CID M81). Matéria Preliminar – Inocorrência de
cerceamento de defesa. Legitimidade do Município de Guaíra. Responsabilidade solidária dos entes públicos, nos
termos do art. 23, II, da CR. Adequação da tutela jurisdicional. Preliminares rejeitadas. Mérito – necessidade do
uso atestada em receituário médico, prova suficiente para demonstrar o direito do autor. Inadmissível a recusa de
fornecimento. Dever constitucional do Estado garantir a saúde de todos os cidadãos, nos termos do art. 196, da
Constituição Federal. Diante da parcimônia ou omissão do Estado, o desenvolvimento da atividade jurisdicional
não expressa qualquer ingerência indevida na área de competência do Poder Executivo. Inaplicabilidade do
princípio da reserva do possível. Sentença de procedência mantida. Recursos não providos.

DA TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE INAUDITA ALTERA PARS


A tutela de urgência deverá ser aplicada sempre que demonstrada a verossimilhança da
alegaçã o e subsista fundado receio de dano irrepará vel à parte demandante, nã o podendo
esta se escusar ainda que seja ente Estatal sob qualquer fundamento, haja vista de tratar de
uma garantia inconteste, qual seja, o acesso à saú de, direito de TODOS.
A tutela de urgência poderá ser pedida de modo autô nomo e preparató rio, ou mesmo no
corpo da demanda principal como preceituam os dispositivos dos artigos 303 e seguintes
do Novel Có digo de Processo Civil, desde que seja relevante o fundamento da demanda
(fumus boni iuris) e haja justificado receio de ineficá cia do provimento final (periculum in
mora).
In casu, pode-se afirmar com certeza que o fumus boni iuris encontra-se demonstrado,
tendo em vista a previsã o constitucional de ser a saú de um direito de todos e dever do
Estado, nos termos dos artigos 1º, item III, 6º, 196, 197, todos da CF.
O quadro clínico da parte autora, bem como a necessidade dos medicamentos também
restaram exaustivamente demonstrados.
Quanto ao periculum in mora, este também encontra-se exaustivamente demonstrado uma
vez que a falta dos medicamentos pode levá -lo a ó bito. Nã o há a mais remota possibilidade
de o Autor sobreviver sem a medicaçã o.
Isto posto, há necessidade imperiosa de se preservar, por razõ es de cará ter ético-jurídico, a
integridade do direito essencial à saú de postulado na presente demanda.
Nestes termos, tem-se patente que a nã o concessã o da medida ora pleiteada pode levar a
parte Autora a ó bito, ou, no mínimo, a lesã o grave e de difícil reparaçã o, uma vez que
depende da medicaçã o para viver.
DOS PEDIDOS
Portanto, atendidos os requisitos previstos para tutela de urgência em cará ter antecedente,
a justificar a pronta prestaçã o jurisdicional, que se tornará inó cua, acaso se aguarde a
decisã o de mérito, o Autor requer, desde já :
1. A Concessã o da Gratuidade de Justiça Integral nos termos da afirmaçã o acima;
2. Deferimento liminar do pedido, inaudita altera pars, determinando ao Município do Rio
de Janeiro a obrigaçã o de fazer consistente em fornecer a parte Autora, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas da intimaçã o desta decisã o, que deverá ser feita da forma mais
célere possível, os medicamentos: DPrev 50.000 UI; Motore 250 mg; e Prolia 60 mg,
dentro das especificaçõ es dos relató rios médicos juntados, expedindo-se o respectivo
mandado para cumprimento incontinenti pela autoridade municipal competente, e
recusando-se o demandante a promover audiência prévia uma vez se tratar de questã o
unicamente de direito e que comporta a má xima urgência, sob pena de multa diá ria, a ser
arbitrada independente de dias, considerando-se a gravidade da enfermidade do autor e a
necessidade contínua de tal medicamento, incorrendo ainda o demandado nas pessoas de
seus prepostos nas sançõ es decorrentes da prá tica do delito de desobediência, citando-se
ato contínuo o demandado para que, caso queira, responda aos termos da presente
demanda sob as cominaçõ es legais.
3. Alternativamente se requer, caso nã o seja dado integral provimento à decisã o judicial no
tempo e forma devidos, seja ao MUNICÍPIO DE RIO DE JANEIRO imposto o dever custear
desde logo a compra dos medicamentos e insumos na rede privada à s suas expensas, no
valor total de R$ xxxxx, pelo prazo correspondente à omissã o do Estado em prestar
pessoalmente a assistência devida, sob pena da multa diá ria ora requerida nestes autos e
indispensá vel ao deslinde da situaçã o em tela.
4. Desde já a parte autora informa que NÃO há interesse em audiência de conciliaçã o,
conforme artigo 319, VII do NCPC;
5. Requer a condenaçã o do Réu a lhe fornecer todos os tratamentos e terapias que lhe
sejam indicadas a fim de poder viver com um mínimo de conforto e bem estar.
6. Seja JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE a presente açã o, a fim de ratificar a liminar
requerida e condenar o Réu ao fornecimento dos medicamentos, insumos e tratamentos
requeridos, ainda que nã o façam parte do rol do SUS, garantindo-se, assim, o DIREITO À
SAÚ DE E A VIDA DA AUTORA.
7. Seja intimado o Ministério Pú blico, para que acompanhe o presente feito.
8. Sejam as publicaçõ es enviadas para a imprensa oficial em nome da Dra. XXXXXXXX,
inscrita na OAB/RJ sob o nº xxx.xxx, sob pena de nulidade;
9. A condenaçã o do réu à s verbas de sucumbência, o artigo 85, § 2º, do NCPC Honorá rios
advocatícios na base de 20% sobre o total da condenaçã o ( § 5º, do artigo 20, da Lei nº.
5.869/73 c/c Lei nº. 8.906/94, ainda, artigo 133, da “Lex Mater”), bem como nas custas do
processo.
DOS MEIOS DE PROVA
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente
por intermédio de juntada de novos documentos, testemunhal, depoimento pessoal das
partes, além das que se fizerem necessá rias no decorrer da lide.
Dá -se à causa o valor de xxxx por exigência processual.
Termos em que pede deferimento.
xxxxx, xx de xxxxxxxx de 2022.

XXXXXX XXXXXXX
OAB/xxx.xxx

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