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O manual ainda adota algumas ações estratégicas de ensino propostas pelas AE, tal
como “Utilizar os conceitos operatórios da História para a compreensão dos diferentes
contextos” que se traduz em uma atividade de análise de fontes no subtema “A submissão
violenta de povos: uma realidade da expansão”, em que o HSI traz uma fonte textual e
pictográfica sobre a exploração do trabalho infantil em 2021 para fazer com que os estudantes
reflitam se “a escravatura foi um problema do período da expansão”. Por outro lado, o manual
HSI não extrapola o conteúdo previsto nas AE, limitando as informações e as atividades ao
que está mencionado no referido documento curricular. Assim, cabe ao professor trazer novos
assuntos ou novas questões para serem trabalhadas em sala de aula.
No capítulo analisado, o manual HSI apresenta uma página de texto explicativo por
subdivisão. Dado o limite espacial, as informações são claras, mas bastante concisas e, por
vezes, superficial demais. De igual modo, o conteúdo limita-se aos conceitos substantivos,
nomeadamente o conhecimento factual, e não explora outras dimensões do conhecimento
histórico, como os conceitos meta-históricos. Assim, para responder as perguntas do capítulo,
o aluno não precisa refletir sobre sua aprendizagem, apenas extrair informações interpretavas
da fonte ou do texto didático. O manual HSI traz, portanto, uma relação de ensino-
aprendizagem que se sustenta, em grande medida, pela memorização do conteúdo e pela
reprodução do conhecimento, e não por uma análise mais profunda que tenha como objetivo a
produção do conhecimento.
Ao analisar as fontes utilizadas no manual HSI, pode-se constatar que existe uma
preocupação em diversificar seu suporte e estatuto. Em um mesmo conjunto, é possível
encontrar diferentes fontes, fazendo com que o estudante tenha que saber interpretar a
informação nelas contida. O subtema “Motivações da expansão”, por exemplo, traz fontes:
escritas – primárias e secundárias – e uma imagem produzida no século XV. Assim, é feita
uma seleção positivamente diversificada das fontes para o manual HSI que propicia ao
estudante uma visão mais ampla sobre a obtenção do conhecimento histórico, que, por vezes,
é limitado à fonte escrita. Portanto, as imagens e esquemas presentes no manual são bem
aproveitados, posto que não são utilizados apenas como “ilustração”, mas possuem um
sentido analítico de fonte histórica, mesmo que de modo raso.
O manual HSI traz uma série de atividades para serem realizadas em sala de aula:
algumas referente às fontes históricas apresentadas no início do subtema e que trazem um
enfoque maior na investigação e análise das fontes para chegar à resposta; e, também, uma
“questão-aula”, que pretende ser uma pergunta que resume o conteúdo visto naquele subtema.
Entretanto, o nível de complexidade das questões é relativamente baixo, visto que nenhuma
delas propõe o desenvolvimento de destrezas mais complexas, como relacionar, avaliar e
criticar.
Outro ponto que se destaca na análise é a utilização de dois termos nos textos não são
os mais indicados pela historiografia mais recente: a palavra “índio” poderia ser substituída
por “indígena” e “escravo” poderia ser substituída por “escravizado”. No capítulo investigado
para este trabalho, não há nenhum recurso de transversal e encontra-se apenas uma menção –
bem simplista – aos âmbitos do saber popular/tradicional. Ao falar sobre a exploração no
Brasil, o manual menciona um aspeto da cultura popular brasileira – a capoeira. Por outro
lado, há uma preocupação em traçar uma interligação com situações cotidianas da vida
quando propõe ao estudante, no tópico “Vou à descoberta”, que identifique nomes de praças
ou ruas ligados à expansão.