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DIÁRIO
04/01/2024

ANO: 58 – 2024 FECHAMENTO: 04/01/2024 EXPEDIÇÃO: 07/01/2024 PÁGINAS: 018/001 FASCÍCULO Nº: 01

Destaques
ü Entenda as regras que devem ser aplicadas ao trabalho noturno
ü Governo propõe nova regra para desoneração da folha

Sumário

TRABALHO ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

ADICIONAL NOTURNO Concessão de Certificado – Portaria 952 MDS ...............................002
Normas Gerais – Orientação ...........................................................017 Renovação de Certificado – Portaria 953 MDS ...............................001

CENTRAL SINDICAL PARCELAMENTO

Cadastramento – Portaria 14 MTE ..................................................008 Débitos Previdenciários – Portaria Conjunta 391 RFB-PGFN .........003

SIRT – SISTEMA INTEGRADO DE FOLHA DE PAGAMENTO

RELAÇÕES DO TRABALHO Desoneração – Medida Provisória 1.202.........................................006
Cadastramento – Portaria 14 MTE ..................................................008
FGTS
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
Equipamento de Proteção individual – Portaria 3.906 MTE ............007 MOVIMENTAÇÃO DA CONTA
Trabalho em Altura – Portaria 3.903 MTE .......................................007 Hipóteses – Circular 1.041 Caixa.....................................................001
SALDO DAS CONTAS
PREVIDÊNCIA SOCIAL Atualização – Edital S/N Caixa ........................................................001
CONTRIBUIÇÃO
Arrecadação – Lei 14.790................................................................002 PIS/PASEP
CUSTEIO CONTRIBUIÇÃO
Alteração – Medida Provisória 1.202 ...............................................006 Parcelamento – Portaria Conjunta 391 RFB-PGFN.........................003
DÉBITO DÉBITO
Regularização – Instrução Normativa 2.168 RFB............................004 Regularização – Instrução Normativa 2.168 RFB............................004

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 018

TRABALHO FASCÍCULO 01/2024
TRABALHO
ORIENTAÇÃO
Entenda as regras que devem ser aplicadas ao trabalho noturno
Algumas empresas, em decorrência da atividade que exercem,
mantêm expediente no período noturno. Isto implica uma série de
procedimentos distintos em relação às empresas que funcionam
somente no período diurno, já que o trabalho noturno exige esforço
maior do empregado, tendo em vista que este horário normalmente é
destinado ao descanso.
Em função desta particularidade, a legislação determina que o
trabalho noturno deve ser menos longo e melhor remunerado que o
trabalho diurno. Nesta Orientação iremos analisar todas as peculiari-
dades e cálculos que envolvem o trabalho noturno.
1. HORÁRIO NOTURNO
Considera-se trabalho noturno aquele executado das 22 horas de
um dia às 5 horas do dia seguinte.
(CLT– Art. 73, § 2º)
1.1. ATIVIDADES RURAIS
Nas atividades rurais, considera-se trabalho noturno o que for execu-
tado:
a) entre as 21 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte, no caso
de trabalhadores que exerçam atividades na lavoura; e
b) entre as 20 horas de um dia e as 4 horas do dia seguinte, no caso
de trabalhadores que exerçam atividades na pecuária.
(Lei 5.889/73 – Art. 7º)
2. ADICIONAL NOTURNO
A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho dispõe que, salvo no
caso de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior à do diurno, e, para esse efeito, a remune-
ração terá um acréscimo de, pelo menos, 20% sobre o valor da hora
diurna.
O STF – Supremo Tribunal Federal, no entanto, na redação da
Súmula 213, estabelece que o regime de revezamento no trabalho
não exclui o direito do empregado ao adicional noturno. Sobre a
escala 12x36 temos regras especiais, que podem ser conferidas no
subitem 2.4.1 desta Orientação.
ATIVIDADES RURAIS
Nas atividades rurais o acréscimo relativo ao trabalho noturno será
de 25%.
CONVENÇÃO COLETIVA
O percentual do adicional noturno, tanto nas atividades urbanas,
quanto nas rurais, pode ser alterado por disposição de convenção
coletiva, cabendo consultá-la antes de executar os cálculos.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
COAD
TRABALHO NOTURNO
Normas Gerais
Exemplo: Empregado com salário de R$ 2.850,00, contratado para
220h mensais, realizou horas noturnas. Vamos apurar o valor de 1
hora noturna:
a) Valor da hora diurna: R$ 2.850,00 ÷ 220h = R$ 12,95 por hora
b) Valor da hora noturna: R$ 12,95 x 1,20 = R$ 15,54
(CLT – Arts. 73 e 611-A; Lei 5.889/73 – Art. 7º, Parágrafo único; Súmula 213 do
STF)
2.1. INTEGRAÇÃO A REMUNERAÇÃO E MÉDIAS
O adicional noturno é parcela salarial e integra a remuneração para
todos os fins, devendo ser considerado para cálculo de férias, 13º
salário, aviso prévio indenizado e demais cálculos trabalhistas.
Tratando-se de um adicional variável, o adicional noturno irá integrar
os cálculos conforme sua média, da seguinte forma:
a) Férias: Média do adicional noturno no período aquisitivo;
b) 13º salário: Média do adicional noturno no ano do pagamento do
13º salário;
c) Aviso Prévio indenizado: Média do adicional noturno nos últimos
12 meses, para empregados com mais de um ano de trabalho, e do
período trabalhado para os empregados contratados a menos de um
ano.
O adicional noturno também deverá ser considerado na base de
cálculo da contribuição previdenciária, FGTS e IR Fonte.
(CLT– Arts. 142, § 5º; 487, § 1º; Decreto 3.048/99 – Art. 214, Inciso I; Decreto
10.854/2021 – Arts. 77 e 78; Instrução Normativa 1.500 RFB/2014 – Art. 3º;
Instrução Normativa 2 MTP/2021 – Art. 221, Inciso III; Súmula 60 do TST, Item I)
2.2. BASE DE CÁLCULO DA HORA NOTURNA
A hora base, sobre a qual deverá ser aplicado o adicional noturno,
deverá incluir o valor dos adicionais que o empregado percebe em
sua remuneração, tais como insalubridade, periculosidade, gratifica-
ções, comissões etc. Esta regra fica clara na parte final do caput do
artigo 73 da CLT:
“(...) o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e,
para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 %
(vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.”
Por exemplo: Empregado percebe salário base de R$ 2.000,00,
adicional de insalubridade de R$ 264,00 e gratificação de R$ 158,33.
Neste mês este empregado tem 20 horas noturnas trabalhadas.
Vamos apurar o valor destas horas noturnas:
a) Remuneração total: R$ 2.000,00 + R$ 264,00 + R$ 158,33 =
R$ 2.422,33
b) Valor da hora diurna: R$ 2.422,33 ÷ 220h = R$ 11,01 por hora
c) Valor da hora noturna: R$ 11,01 x 1,20 = R$ 13,21
d) 20 horas noturnas: 20 x R$ 13,21 = R$ 264,20
(CLT – Art. 73)
017
COAD FASCÍCULO 01/2024
2.3. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO SOBRE O ADICIO-
NAL NOTURNO
Embora não exista previsão legal expressa, os Tribunais vêm enten-
dendo, tendo por base o artigo 7º da Lei 605/49 e o item I da Súmula
60 do TST, que sobre o valor pago a título de adicional noturno
deverá ser pago o RSR – Repouso Semanal Remunerado.
O RSR pode ser calculado dividindo as horas noturnas por 6 (nesse
caso o repouso corresponde a 1/6 das horas noturnas) ou dividindo
as horas noturnas pelo número de dias úteis do mês (incluindo o
sábado) e multiplicando o resultado pela quantidade de domingos e
feriados do mês. Ambos os cálculos são aceitos pela fiscalização e
maioria da jurisprudência.
Por exemplo: Suponhamos que determinado empregado realizou,
no mês de outubro/2023, 20 horas noturnas com valor de R$ 264,20.
Vamos analisar as duas formas de cálculo do RSR:
a) RSR pelo 1/6
R$ 264,20 ÷ 6 = R$ 44,03
RSR = R$ 44,03
b) RSR por dias úteis e repousos
Considerando que outubro/2023 possui 25 dias úteis, 5 domingos e 1
feriado:
(R$ 264,20 ÷ 25 dias úteis) x 6 repousos = R$ 63,41
RSR = R$ 63,41
Tendo em vista a ausência de regulamentação legal específica,
nesta Orientação optamos por não incluir o repouso semanal remu-
nerado em nossos cálculos de hora noturna. Sugerimos, no entanto,
que seja consultada a convenção coletiva da categoria e também a
tendência jurisprudencial de sua região.
Alguns julgados selecionados sobre o assunto:
“REFLEXO DO ADICIONAL NOTURNO NO REPOUSO SEMANAL
REMUNERADO. Nos termos do item I da Súmula nº 60 deste
Tribunal Superior: “O adicional noturno, pago com habitualidade,
integra o salário do empregado para todos os efeitos”. Assim, inte-
grando o adicional noturno o salário do empregado para todos os
efeitos legais, por óbvio deve repercutir no cálculo do repouso
semanal remunerado. Recurso de Revista parcialmente conhecido e
provido. (...) Recurso de Revista parcialmente conhecido e provido”
(TST – RR-20406-41.2013.5.04.0522 – 4ª Turma – Relatora Ministra
Maria de Assis Calsing)”;
“REFLEXOS DOS ADICIONAIS NOTURNOS SOBRE REPOUSOS
SEMANAIS REMUNERADOS. O art. 7º da Lei 605 preceitua que a
remuneração do descanso semanal remunerado corresponde a um
dia normal de trabalho. Assim, toda a remuneração de um dia de
serviço, inclusive o adicional noturno habitualmente prestado, deve
refletir na remuneração do repouso semanal remunerado, conforme
o entendimento sedimentado no item I da Súmula 60/TST, a saber:
“O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do
empregado para todos os fins”. (TRT – 3ª Região – 8ª Turma – AP
0010628-75.2019.5.03.0001 – Relator: Convocada Cristina Ade-
laide Custodio)”;
“ADICIONAL NOTURNO. REFLEXOS EM REPOUSOS SEMANAIS
REMUNERADOS. É correto o procedimento de dividir o adicional
noturno pelo total de dias de trabalho e multiplicar pelo número de
dias de repouso semanal remunerado, apurando, assim, o reflexo
em repousos semanais remunerados, nos termos do determinado
no art. 7º da Lei nº 605/49. (TRT – 1ª Região – AP 0010949-38.2015.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
TRABALHO
5.01.0056 – 6ª Turma – Relator: Claudia Regina Vianna Marques
Barrozo)”;
“DIREITO MATERIAL DO TRABALHO. ADICIONAL NOTURNO.
Integração no repouso semanal remunerado. É devida a integração
do adicional noturno no repouso semanal remunerado, pois, a teor
do entendimento consubstanciado na Súmula nº 60, I, do C. TST, o
adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do
empregado para todos os efeitos. (TRT– 1ª Região – AP 0010949-
38.2015.5.01.0056 – 10ª Turma – Relator Dalva Amelia De Oliveira)”
“REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. REFLEXOS. Diante da
habitualidade do adicional noturno e do Adicional Hora Repouso
Alimentação (AHRA), são devidos reflexos em repouso semanal
remunerado. (TRT – 4ª Região – ROT 0021385-25.2015.5.04.0201 –
3ª Turma – Relator Claudio Antonio Cassou Barbosa)”;
“REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. DIFERENÇAS. ADICIO-
NAL NOTURNO HABITUAL. INTEGRAÇÃO. Considerando que o
repouso semanal remunerado embutido no salário pago ao mensa-
lista remunera apenas o dia de descanso a que o empregado tem
direito a cada semana trabalhada e não o repouso devido sobre o
adicional noturno, são devidas ao reclamante as diferenças postu-
ladas decorrentes da integração da referida parcela. (TRT– 5ª Re-
gião – ROT 0000015-50.2021.5.05.0201 – 1ª Turma – Relator:
Washington Gutemberg Pires Ribeiro)”.
2.4. PRORROGAÇÃO DA JORNADA APÓS O HORÁRIO NO-
TURNO
Segundo a Súmula 60 do TST – Tribunal Superior do Trabalho, apli-
cando por analogia o parágrafo 5º do artigo 73 da CLT, cumprida
integralmente a jornada de trabalho no período noturno (das 22 às 5
horas do dia seguinte ou conforme os horários noturnos rurais, que
analisamos no subitem 1.1 desta Orientação), havendo prorrogação,
as horas excedentes também serão remuneradas com o adicional
noturno.
Esta regra aplica-se tanto ao trabalho regular quanto ao trabalho
realizado em horas extras.
O TST, em jurisprudência já consolidada, entende que esta regra
também se aplica quando a maior parte da jornada é cumprida em
horário noturno, mesmo que não integralmente. Veja um exemplo de
decisão do TST sobre o assunto:
“ADICIONAL NOTURNO SOBRE AS HORAS PRORROGADAS.
DECISÃO EM CONFORMIDADE COM ENTENDIMENTO PACI-
FICADO DESTA CORTE SUPERIOR. Conforme consta da decisão
agravada, é pacífica a jurisprudência desta Corte Superior no sen-
tido de que é devido o adicional noturno quando o empregado
permanece em serviço além das cinco horas da manhã, em prorro-
gação do trabalho noturno, cumprido integralmente, ou na maior
parte, em período noturno. Mantém-se a decisão recorrida. Agravo
conhecido e desprovido “ (TST – Ag-AIRR-20309-69.2016.5.04.
0123 – Relatora Ministra Morgana de Almeida Richa – DEJT
1-12-2023).”
O TST, em suas decisões, também tem firmado posição no sentido
de que, além do adicional noturno, também se estende até o final da
jornada de trabalho a hora reduzida noturna, que analisaremos em
detalhes nos itens 4 e 5 desta Orientação, conforme observaremos a
seguir:
016
TRABALHO FASCÍCULO 01/2024
“ADICIONAL NOTURNO – PRORROGAÇÃO DA HORA NOTUR-
NA. O acórdão regional está consonância com a jurisprudência
desta Corte, segundo a qual, no caso de prorrogação do trabalho
noturno em horário diurno, são devidos o adicional noturno e a
redução ficta da hora noturna, nos termos do artigo 73, § 5º, da CLT,
ainda que a jornada seja mista (Inteligência da Súmula nº 60, II e da
Orientação jurisprudencial nº 388 da SBDI-I) Precedentes. Incide,
portanto, a Súmula nº 333 desta Corte e como óbice ao prossegui-
mento da revista. Agravo não provido. (...) (TST – Ag-RR-1416-
11.2012.5.15.0011 – 5ª Turma, Relator Ministro Breno Medeiros –
DEJT 27-10-2023).”
“ADICIONAL NOTURNO – PRORROGAÇÃO DO HORÁRIO NO-
TURNO – MATÉRIA FÁTICA. ÓBICE DA SÚMULA Nº 126 DO TST –
APLICAÇÃO DO ITEM II DA SÚMULA Nº 60 DO TST. (...) A Corte a
quo assentou que o agravado laborou de 19h00 as 7h00, de forma
que, nos termos do art. 73, § 5º, da CLT e da Súmula nº 60, II, do TST,
julgou que o trabalhador faz jus a hora noturna reduzida. Tal equacio-
namento está em plena sintonia com o entendimento jurisprudencial
consolidado desta Corte. 2.3. Há, ainda, a fixação da premissa de
que não houve exclusão da incidência do adicional noturno na pror-
rogação de jornada pela norma coletiva. Nesse aspecto, a alegação
da reclamada em recurso de revista no sentido de que a norma cole-
tiva limitou a hora noturna reduzida ao período de 22h as 5h contraria
a assertiva do Tribunal Regional e não pode ser acolhida por força do
óbice da Súmula nº 126 do TST. Agravo de instrumento a que se
nega provimento. (...) (TST – ARR-1001929-34.2017.5.02.0015 – 3ª
Turma, Relator Ministro Alberto Bastos Balazeiro –, DEJT
17-3-2023).”
“ADICIONAL NOTURNO. PRETENSÃO DE EXCLUSÃO DA PAR-
CELA SOBRE AS HORAS LABORADAS EM PRORROGAÇÃO DA
JORNADA NOTURNA. I. A parte reclamada alega que a parte recla-
mante laborava em jornada mista, não se lhe aplicando o disposto no
item II da Súmula 60 do TST quanto ao pagamento do adicional
noturno em face do labor após às 05:00h. II. O Tribunal Regional deu
provimento ao recurso ordinário da parte reclamada para excluir o
cômputo da hora noturna ficta reduzida no período trabalhado em
prorrogação da jornada noturna, após às 05:00h da manhã. Manteve
sobre este tempo o pagamento apenas do adicional noturno. III.
A jurisprudência desta c. Corte Superior é firme no entendimento de
que, prorrogado o labor noturno após às 05:00h, faz jus o empregado
ao cômputo da hora noturna ficta reduzida com o pagamento do
adicional noturno em relação ao tempo trabalhado em prorrogação
da jornada noturna, aplicando-se o disposto no item II da Súmula 60
do TST. A pretensão recursal encontra óbice na Súmula 333 do TST
e no § 7º do art. 896 da CLT. IV. Agravo de instrumento de que se
conhece e a que se nega provimento. (...) (TST – ARR-596-81.2011.
5.04.0027, 7ª Turma – Relator Ministro Evandro Pereira Valadão
Lopes – DEJT 21-10-2022).”
“ADICIONAL NOTURNO – O artigo 73, § 5º, da Consolidação das
Leis do Trabalho prescreve que “ às prorrogações do trabalho
noturno aplica-se o disposto neste capítulo “. Significa dizer que,
caso o empregado permaneça em serviço além das cinco horas da
manhã, em prorrogação ao trabalho noturno, é devido o adicional
noturno previsto no caput do aludido dispositivo legal, bem como a
redução ficta da hora noturna, prevista no seu § 1º. Nesse passo,
tem-se que a matéria já se encontra pacificada no âmbito desta Corte
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
COAD
Superior, consoante o entendimento inscrito no item II da Súmu-
la/TST nº 60, cuja redação dispõe no seguinte sentido: “ Cumprida
integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta,
devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese
do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJ nº 6 da SBDI-1 – inserida em
25.11.1996)”. Acrescente-se, ainda que a jurisprudência deste Tri-
bunal Superior se consolidou no sentido de que, não obstante o item
II da supracitada Súmula nº 60/TST se refira ao adicional noturno,
também se aplica à disciplina da redução ficta da hora noturna.
Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional concluiu que sobre as
horas laboradas após as 5 horas da manhã, em prorrogação de
jornada noturna, não se aplica a hora noturna reduzida de 52 minutos
e 30 segundos, razão pela qual entendo que houve violação do artigo
73, § 5º, da Consolidação das Leis do Trabalho e contrariedade à
Súmula/TST nº 60, II, por má aplicação. Recurso de revista conhe-
cido e provido (TST – RR-712-69.2014.5.03.0008 – 7ª Turma –
Relator Ministro Renato de Lacerda Paiva – DEJT 1-4-2022).”
Exemplos Práticos:
De acordo com as Decisões do TST teremos:
a) Empregado iniciou o trabalho às 23h, com horário de saída às 6h.
Nesta situação, serão devidos o adicional noturno de 20% e o cálculo
da hora reduzida até o final da jornada de trabalho, às 6h.
b) Empregado iniciou o trabalho às 20h e encerrou a jornada apenas
às 7h do dia seguinte, ou seja, com horas extras devidas. Nesta
situação, embora a jornada não seja integralmente noturna (já que
iniciou às 20h), a maior parte do tempo trabalhado está no período
noturno, e o adicional noturno e a hora reduzida deverão ser calcu-
lados até às 7h.
Sobre as horas extras noturnas tratamos no subitem 3.3 desta Orien-
tação e sobre a hora reduzida noturna tratamos nos itens 4 e 5 desta
Orientação.
(CLT – Art. 73, § 5º; Súmula 60 do TST, Item II)
2.4.1. Jornada 12x36
Segundo o parágrafo único do artigo 59-A da CLT, com a redação
trazida pela Lei 13.467/2011 (Lei da Reforma Trabalhista), a remu-
neração mensal pactuada pelo horário de 12 horas seguidas de 36
horas ininterruptas de descanso abrange os pagamentos devidos
pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados e
serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de
trabalho noturno, quando houver.
Isto significa dizer que, na jornada de trabalho de 12x36 horas inin-
terruptas de descanso, nas horas trabalhadas no período das 22h às
5h é devido o adicional noturno de 20%, e a hora do trabalho noturno
será computada como de 52 minutos e 30 segundos. Entretanto, nas
prorrogações de trabalho noturno, ou seja, quando o empregado
cumpre integralmente a jornada noturna (das 22 horas de um dia às 5
horas do dia seguinte) e prorroga esta, são consideradas compen-
sadas, o que torna indevido o acréscimo de 20% sobre a hora diurna
para remunerar as horas laboradas após as 5 horas. Desta forma, a
regra do pagamento do adicional noturno nas prorrogações de
jornada, de que tratamos no subitem 2.4, não se aplica aos empre-
gados contratados para jornada de trabalho com escala 12x36. Esta
regra, no entanto, pode ser alterada por previsão expressa em
acordo coletivo ou convenção coletiva, que deve ser consultada.
015
COAD FASCÍCULO 01/2024
A dispensa do pagamento do adicional noturno na prorrogação da
jornada 12x36 aplica-se apenas a partir de 11-11-2017, data da
vigência da Reforma Trabalhista, sendo devido o adicional até o
encerramento da jornada de trabalho, para períodos anteriores a
esta data.
(CLT – Art. 59-A; Lei 13.467/2017)
2.5. PERDA DO ADICIONAL
A transferência do empregado para o período diurno de trabalho
implica a perda do direito ao adicional noturno. Lembramos que a
alteração do horário de trabalho, bem como as demais alterações do
contrato de trabalho, somente será possível caso exista concor-
dância do empregado.
A supressão do adicional noturno quando da mudança para horário
diurno não é considerada alteração prejudicial do contrato de tra-
balho, visto que o adicional é o chamado “salário condição”, ou seja,
é pago apenas enquanto perdurar a situação que o gera.
Veja julgado do TST sobre o assunto:
“MUDANÇA DE TURNO – ALTERAÇÃO CONTRATUAL LESIVA –
REDUÇÃO SALARIAL – TRANSCENDÊNCIA ECONÔMICA
RECONHECIDA. (...) A Corte a quo decidiu em consonância com
entendimento desta Corte Superior, consolidado na Súmula 265 do
TST, a qual dispõe que “A transferência para o período diurno de
trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno “Isto porque o
adicional noturno constitui um salário-condição, devido em razão
das condições prejudiciais as quais estão submetidas o trabalhador.
Desse modo, cessada a condição prejudicial que gerava o direito a
tal benefício, cessa também o direito à percepção do adicional
noturno. Logo, constitui alteração contratual benéfica ao traba-
lhador, se inserindo no jus variandi do empregador. Ademais, cabe
ressaltar que, quanto à moléstia desenvolvida em virtude da alte-
ração de turno, o TRT firmou não haver provas de nexo de causali-
dade entre a doença e a alteração contratual. Assim, o acolhimento
da pretensão do recorrente de que as alterações lhe afetaram a
saúde, somente seria possível mediante revolvimento de fatos e
provas, procedimento inviável em sede de recurso de revista, os
termos da Súmula 126 do TST. Agravo de instrumento a que se nega
provimento” ( TST – AIRR-646-21.2019.5.10.0008 – Relator Ministro
Renato de Lacerda Paiva – DEJT 10-6-2022)
(CLT– Art. 468; Súmula 265 do TST)
2.6. NATUREZA DA ATIVIDADE
A CLT estabelece ainda que, em se tratando de empresas que não
mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habi-
tual, o acréscimo do adicional noturno será feito tendo em vista os
quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante.
Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza
de suas atividades, o acréscimo será calculado sobre o Salário
Mínimo vigente, não sendo devido o acréscimo quando a remune-
ração exceder esse limite já acrescido da percentagem.
O STF, entretanto, através da Súmula 313, estabeleceu que, pro-
vada a identidade entre o trabalho diurno e noturno, é devido o adi-
cional quanto a este, sem a limitação estabelecida na CLT, indepen-
dentemente da natureza da atividade do empregador.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
TRABALHO
Assim, atualmente, não se aplica a redação do artigo 73, § 3º, da
CLT, incidindo o adicional noturno sempre sobre o valor da hora
diurna, conforme a remuneração do empregado.
Por exemplo: Empregado que exerce normalmente seu trabalho no
período diurno, encerrando antes das 22h, trabalhou 2 dias em
horário noturno, sem que se configure horas extras. Este empregado
tem salário de R$ 3.200,00, contratado para 220h mensais.
Valor da hora diurna: R$ 3.200,00 ÷ 220h = R$ 14,55 por hora traba-
lhada no período diurno.
Valor da hora noturna: R$ 14,55 x 1,20 = R$ 17,46 por hora traba-
lhada no período noturno.
(CLT – Art. 73, § 3º; Súmula 313 do STF)
3. JORNADA DE TRABALHO
A Constituição Federal de 1988 fixa a jornada de trabalho com limite
máximo de 44 horas semanais e 8 horas diárias.
Com base no limite semanal de 44 horas semanais, as empresas
que trabalham 6 dias por semana poderão fixar a jornada diária de
seus empregados em 7 horas e 20 minutos.
As empresas poderão suprimir um dia, ou parte de um dia de
trabalho, fazendo para isso a compensação do período suprimido.
A compensação de horário de trabalho consiste no aumento da
jornada diária, observado o limite máximo de 10 horas, visando a
diminuir ou a suprimir o trabalho em outro dia da semana. Caso a
compensação seja realizada dentro do mesmo mês de trabalho,
poderá ser fixada em acordo individual, caso contrário, o acordo de
compensação deverá estar previsto em acordo coletivo ou con-
venção coletiva.
Assim, é importante definir a jornada de trabalho do empregado,
pois, ao se apurar o trabalho noturno, que tem sua hora reduzida,
deverá ser observada a jornada máxima diária, sob pena de paga-
mento de horas extras. Sobre a hora reduzida, veja o item 4 desta
Orientação.
(Constituição Federal – Art. 7º, Inciso XIII; CLT – Arts. 59, § 6º e 611-A, Inciso I)
3.1. TURNOS ININTERRUPTOS
Quando o trabalho é realizado em turnos ininterruptos de reveza-
mento, a jornada do empregado será de 6 horas. A jornada de turnos
ininterruptos se caracteriza por uma escala de trabalho em que o
empregado muda constantemente de horário, alternando entre tra-
balho diurno e noturno. Quando o turno do empregado, na escala de
revezamento, coincidir com o horário noturno, serão devidas as
vantagens de que estamos tratando nesta Orientação.
(Constituição Federal – Art. 7º, Inciso XIV; Súmula 213 do STF)
3.2. INTERVALOS PARA DESCANSO
Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda 6 horas, é obri-
gatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o
qual deve ser, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou
contrato coletivo em contrário, não pode exceder a duas horas.
O limite mínimo de uma hora para repouso ou alimentação poderá
ser reduzido, até o mínimo de 30 minutos, desde que autorizado em
acordo ou convenção coletiva.
Nas jornadas de 4 a 6 horas diárias, o intervalo para repouso e
alimentação deve ser de 15 minutos, inclusive no trabalho em turnos
ininterruptos.
014
TRABALHO FASCÍCULO 01/2024 COAD

Para a jornada noturna, aplicam-se normalmente os intervalos, 4. HORA NOTURNA REDUZIDA

considerando a mesma duração dos intervalos previstos para o Nas atividades urbanas, a hora do trabalho noturno corresponde a
trabalho diurno. 52 minutos e 30 segundos. Portanto, o trabalho desenvolvido pelo
A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada empregado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte
mínimo para repouso e alimentação a empregados urbanos e rurais corresponderá à jornada normal de 8 horas conforme se pode
implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período observar na Tabela a seguir.
suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da TABELA PRÁTICA DA JORNADA DE
hora normal de trabalho. TRABALHO NO PERÍODO NOTURNO
Cabe esclarecer que, de acordo com o TST, deve ser considerada a Horas Trabalhadas Horas Contadas no Relógio
redução ficta da hora noturna para a definição do intervalo intrajor-
1ª hora Das 22h às 22h52m30s
nada. A hora noturna é uma “ficção legal” que tem por objetivo propi-
ciar ao empregado uma duração menor do tempo de trabalho em 2ª hora Das 22h52m30s às 23h45
razão do desgaste motivado pelo horário, e essa redução não pode 3ª hora Das 23h45 à 00h37m30s
ser desconsiderada na fixação do intervalo intrajornada. Desse 4ª hora Da 00h37m30s à 1h30
modo, o empregado sujeito à jornada de seis horas, mas que
5ª hora Da 1h30 às 2h22m30s
trabalha em horário noturno, tem direito ao intervalo intrajornada de
uma hora, e não de 15 minutos. Segue abaixo Jurisprudência sobre o 6ª hora Das 2h22m30s às 3h15
assunto: 7ª hora Das 3h15 às 4h7m30s
“INTERVALO INTRAJORNADA – TRABALHO EM HORÁRIO NO- 8ª hora Das 4h7m30s às 5h
TURNO – HORA NOTURNA REDUZIDA – OBSERVÂNCIA – CÔM-
PUTO DA REDUÇÃO FICTA. A SDI-1 tem entendimento no sentido Como pode ser observado, apesar de terem transcorrido 7 horas
de que, considerando a disposição contida no art. 73, § 1º, da CLT, pelo relógio, o empregado de fato trabalhou 8 horas em razão da apli-
deve ser considerada a redução ficta da hora noturna por ocasião da cação da hora reduzida.
fruição do intervalo intrajornada, pois o labor em período noturno é (CLT– Art. 73, § 5º)
mais desgastante e prejudicial à saúde e à interação social e familiar.
Nesse sentido também há precedentes atuais de todas as Turmas 4.1. CONVERSÃO DA HORA DIURNA PARA HORA NOTURNA
deste Tribunal. Nestes termos, levando em consideração a fixação NAS ATIVIDADES URBANAS
de tese jurídica reproduzida em todas as turmas do TST, e repetida Sabendo-se que a hora normal tem 60 minutos e que cada hora
pela SDI-1, entende-se por verificada a transcendência política da noturna corresponde a 52 minutos e 30 segundos, o tempo compu-
questão objeto do presente recurso de revista. No mérito, o Tribunal tado no relógio de ponto poderá ser convertido em tempo noturno,
Regional, ao entender que a contagem fictícia não tem o condão de apurando-se a proporção existente entre ambas.
elastecer a jornada real para além das seis horas para fins do inter- Como hora, minuto e segundos são grandezas diferentes, não
valo intrajornada, incorreu em violação ao art. 73, § 1º, da CLT. podendo ser as mesmas operadas juntas, teremos que trabalhá-las
Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. Vistos, rela- separadamente e/ou unificá-las numa só grandeza. Assim, como 30
tados e discutidos estes autos de Recurso de Revista. (TST– segundos representam metade de um minuto, podemos representar
RR-4011-20.2014.5.12.0003 – Ministro Relator Emmanoel Pereira – 30 segundos como sendo 0,50 minuto. Logo, a hora noturna seria de
DEJT de 19-3-2019)”. 52,50 minutos. O mesmo procedimento se aplica ao minuto noturno,
que seria representado por 52,50 segundos.
(CLT– Arts. 71 e 611-A, Inciso III; Súmula 360 do TST)
Assim:
1 hora noturna = 52,50 minutos
3.3. HORAS EXTRAS NOTURNAS
1 minuto noturno = 52,50 segundos
Via de regra a jornada de trabalho pode ser prorrogada em até 2
Para se apurar a correspondência entre hora diurna e noturna e
horas extras diárias, que deverão ser remuneradas com adicional
minuto diurno e noturno, utilizaremos a regra de três, ou seja, 1 hora
mínimo de 50%. As horas extras habitualmente prestadas terão de
diurna está para 60 minutos, assim como uma hora noturna está para
ser computadas no cálculo do repouso remunerado.
52,5 minutos. O mesmo ocorre com o minuto diurno, ou seja, 1
Quando o trabalho extraordinário for realizado dentro do horário
minuto está para 60 segundos, assim como 1 minuto noturno está
noturno, o adicional de horas extras deverá incidir sobre o valor da
para 52,5 segundos.
remuneração horária com o acréscimo do adicional noturno.
Dessa forma, um empregado que trabalha 5 dias na semana, com a
Por exemplo, digamos que a remuneração do empregado é de
jornada contratual de 8 horas, iniciando a jornada às 22h, o mesmo
R$ 1.900,00 e que este realizou uma hora extra após as 22h. O valor
permanecerá na empresa, no período noturno, “X” horas, apuradas
desta hora extra será o seguinte:
conforme examinamos:
a) Valor da hora diurna: R$ 1.900,00 ÷220h = R$ 8,64 por hora
b) Valor da hora noturna: R$ 8,64 x 1,20 = R$ 10,37 8 horas = 60 minutos
c) Valor da hora extra noturna: R$ 10,37 x 1,50 = R$ 15,55 X = 52,50 minutos
d) Repouso sobre a hora extra noturna: R$ 15,55 ÷ 6 = R$ 2,59 X = (8h x 52,50 minutos) ÷ 60 minutos
(CLT – Arts. 59 e 73, § 5º; Lei 605/49 – Art. 7º; Súmula 60 do TST, Item II; Orien-
X = 7 horas noturnas
tação Jurisprudencial 97 da SBDI-1 do TST)

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 013

COAD FASCÍCULO 01/2024 TRABALHO

Considerando que a jornada semanal é de 44 horas, o empregado b) Conversão de horas para minutos: multiplicar a quantidade de
contratado para trabalhar somente no horário noturno, irá perma- minutos por 60
necer na empresa, contado no relógio, 38 horas e 30 minutos, rece- Exemplos:
bendo, porém, o correspondente a 44h semanais, como demons- – 7 horas e 20 minutos = 7,33 horas (20 / 60 = 0,33)
tramos a seguir: – 8 horas e 48 minutos = 8,80 horas (48 / 60 = 0,80)
– 3 horas e 15 minutos = 3,25 horas (15 / 60 = 0,25)
44 horas = 60 minutos
– 5 horas e 39 minutos = 5,65 horas (39 / 60 = 0,65)
X = 52,50 minutos
X = (44h x 52,50 minutos) ÷ 60 minutos 2º Passo – Multiplicar o total de horas diurnas pelo coeficiente
1,1428571
X = 38,50 horas
Para conversão da hora noturna em diurna, podemos utilizar o fator
Para facilitar a conversão das frações centesimais para minutos ou de conversão 1,1428571. Este fator é resultado da divisão do total de
segundos, estamos divulgando, a seguir, uma tabela de conversão minutos da hora diurna (60 minutos) pelo total de minutos da hora
que tanto pode ser usada para obtenção dos minutos quanto dos noturna (52,50 minutos):
segundos: 60 minutos / 52,50 minutos = 1,1428571
Exemplos:
Minuto/ Minuto/ Minuto/ Minuto/
Segundo
Centésimo
Segundo
Centésimo
Segundo
Centésimo
Segundo
Centésimo – 7 horas “relógio” (diurnas) x 1,1428571 = 8 horas noturnas
01 0,02 16 0,27 31 052 46 0,77
– 7,33 horas “relógio” (diurnas) x 1,1428571 = 8,38 horas noturnas
– 7,70 horas “relógio” (diurnas) x 1,1428571 = 8,80 horas noturnas
02 0,03 17 0,28 32 0,53 47 0,78
– 6 horas “relógio” (diurnas) x 1,1428571 = 6,86 horas noturnas
03 0,05 18 0,30 33 0,55 48 0,80

04 0,07 19 0,32 34 0,57 49 0,82 5.1. EXEMPLO PRÁTICO DE APLICAÇÃO DA FÓRMULA

05 0,08 20 0,33 35 0,58 50 0,83
O empregado trabalha das 21h às 3h45, de segunda-feira a sábado,
com 1 hora de intervalo das 23h às 0h, e que precisamos descobrir
06 0,10 21 0,35 36 0,60 51 0,85
quantas horas noturnas existem na jornada diária e se a jornada
07 0,12 22 0,37 37 0,62 52 0,87 semanal está adequada ao limite máximo de 44h semanais.
08 0,13 23 0,38 38 0,63 53 0,88 1º Passo – Totalizar a jornada em horas diurnas (horas contadas no
09 0,15 24 0,40 39 0,65 54 0,90 relógio):
10 0,17 25 0,42 40 0,67 55 0,92 Das 21h às 22h = 1h diurna
Das 22h às 3h45 = 5h45 = 5,75h (hora decimal: 45 minutos / 60 =
11 0,18 26 0,43 41 0,68 56 0,93
0,75h) (-) 1 hora intervalo = 4,75h
12 0,20 27 0,45 42 0,70 57 0,95
Total jornada no relógio = 5,75h
13 0,22 28 0,47 43 0,72 58 0,97
2º Passo – Totalizar a jornada diária com a hora reduzida
14 0,23 29 0,48 44 0,73 59 0,98 Das 21h às 22h = 1h diurna
15 0,25 30 0,50 45 0,75 60 1,00 Das 22h às 23h = 1h “relógio” = 1,14h noturnas (1h x 1,1428571)
Das 23h às 0h = intervalo
Assim, observando-se o exemplo acima em que encontramos 38,5 Das 0h às 3h45 = 3h45 “relógio” = 3,75h (*) “relógio” = 4,29h noturnas
horas, os 0,50 centésimos de hora serão convertidos para os minu- (3,75h x 1,1428571)
tos decorridos no relógio, utilizando a tabela acima, onde 0,50 consta (*) hora decimal: 45 minutos / 60 = 0,75h
na coluna centesimal correspondendo a 30 minutos. Jornada diária = 1h + 1,14h + 4,29h = 6,43 horas (hora decimal)
3º Passo – Totalizar a jornada semanal
5. FÓRMULA PARA CONVERSÃO DA HORA DIURNA EM NO- 6,43h diárias x 6 dias por semana = 38,58h (hora decimal)
TURNA
Para converter a hora decimal em minutos, basta fazer a multipli-
Além do cálculo que apresentamos no item 4 desta Orientação, é cação por 60.
possível realizar a conversão da hora diurna em noturna utilizando 0,58h x 60 = 35 minutos
uma fórmula de conversão direta, com o mesmo resultado. Vamos 38,58h = 38 horas e 35 minutos por semana
analisar passo a passo:
Conclusão do exemplo
1º Passo – Converter horário diurno em horas Podemos observar do exemplo acima:
Inicialmente, é importante lembrar que, sempre que formos calcular a) No relógio, o empregado trabalha 5,75h (5 horas e 45 minutos)
jornada de trabalho, é importante que o cálculo seja realizado consi- b) Quando se computa a hora reduzida temos uma jornada de 6,43h
derando sempre a mesma grandeza, ou seja, não poderemos somar (6 horas e 26 minutos)
horas e minutos misturados. Para aplicação da fórmula, é aconse- c) A diferença entre a jornada “relógio” e a jornada convertida em
lhável que se trabalhe com todos os valores em horas. horas noturnas é a chamada hora reduzida:
A conversão é feita da seguinte forma: – 6,43h (jornada com hora noturna) (-) 5,75h (jornada relógio) =
a) Conversão de minutos para horas: dividir a quantidade de minutos 0,68h
por 60 – Hora reduzida = 0,68h x 60 = 41 minutos

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 012

TRABALHO FASCÍCULO 01/2024
6. TRABALHO NOTURNO NA ÁREA RURAL
Nas atividades rurais, o trabalho noturno é fixado em 8 horas diárias
efetivas de 60 minutos cada, e o período noturno será considerado
de acordo com a espécie de atividade exercida pelo trabalhador,
conforme mencionamos no subitem 1.1 desta Orientação. Assim, na
área rural não se aplica a hora reduzida que analisamos nos itens 4 e
5 desta Orientação.
(Lei 5.889/73 – Art. 7º)
7. ATIVIDADES DO PETRÓLEO
Não se aplica a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos para o
trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração,
perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do
xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus deri-
vados, por meio de duto.
Essas atividades, no entanto, fazem jus ao adicional noturno de
20%, aplicando-se as demais regras de que tratamos nesta Orien-
tação.
(Lei 5.811/72 – Arts. 3º, I e 6º, II; Súmula 112 do TST)
8. TRABALHO DO MENOR
Aos menores de 18 anos de idade não é permitido o trabalho em
horário noturno, seja ele em área urbana, ou em área rural.
(CLT – Art. 404; Lei 5.889/73 – Art. 8º)
9. TRABALHO DA MULHER
Com o advento da Constituição Federal de 1988, as mulheres
passaram a ter os mesmos direitos dos homens, pois a Constituição
determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza.
Assim, aplicam-se às mulheres as mesmas determinações ao tra-
balho noturno do homem, ou seja, qualquer que seja a atividade da
empresa, e independentemente do trabalho desenvolvido pela mu-
lher, ela poderá trabalhar no período noturno, devendo perceber
todas as vantagens previstas na legislação.
(Constituição Federal/88 – Art. 5º, inciso I)
10. VIGIA
Conceitua-se como vigia o empregado guardião de bens, cuja
função consiste no zelo e cuidado do patrimônio sob sua guarda.
Aos vigias se aplicam todas as normas contidas na CLT. Portanto, as
normas sobre o trabalho noturno analisadas nesta Orientação apli-
cam-se ao vigia.
(Súmula 140 do TST)
11. ADVOGADO
O advogado, cujo trabalho é regulamentado pela Lei 8.906/94, tem a
hora noturna computada das 20 horas de um dia até as 5 horas do dia
seguinte, com adicional de 25% da hora normal do empregado, não
se aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos que anali-
samos nos itens 4 e 5 desta Orientação, ou seja, para o advogado a
hora noturna é de 60 min. Outra observação a ser feita é que a hora
extra do advogado empregado tem adicional de 100%.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
COAD
Por exemplo:
Advogado empregado, admitido para 200h mensais e que percebe
remuneração de R$ 5.850,00, tem sua jornada até às 21h. Vamos
calcular o valor de uma hora noturna:
a) Valor da hora trabalhada: R$ 5.850,00 ÷ 200h = R$ 29,25 por hora
b) Valor do adicional noturno: R$ 29,25 x 25% = R$ 7,31
c) Valor da hora noturna: R$ 29,25 + R$ 7,31 = R$ 36,56
Agora, digamos que esta hora noturna fosse uma hora extra, além da
jornada normal do advogado, teríamos o seguinte cálculo:
a) Valor da hora noturna: R$ 29,25 + R$ 7,31 = R$ 36,56
b) Valor do adicional de hora extra (100%) = R$ 36,56
c) Valor da hora extra noturna: R$ 36,56 (hora noturna) + R$ 36,56
(adicional de hora extra) = R$ 73,12
(Lei 8.906/94 – Art. 20)
12. ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL
A Lei 14.597/2023, que institui a Lei Geral do Esporte, em vigor
desde 15-6-2023, trouxe a obrigação do pagamento do adicional
noturno aos atletas profissionais do futebol, com as seguintes re-
gras:
a) adicional noturno com alíquota de 20% sobre a hora diurna, no
caso de participação em jogos e em competições realizados em
período noturno, salvo condições mais benéficas previstas em con-
venção ou acordo coletivo;
b) considera-se trabalho noturno a participação em jogos e em
competições realizados entre as 23h59 de um dia e as 6h59 do dia
seguinte;
c) a hora do trabalho noturno será calculada como de 52 minutos e 30
segundos (hora reduzida conforme analisamos nos itens 4 e 5 desta
Orientação).
Por exemplo: Digamos que um atleta profissional do futebol, encer-
rou sua jornada de trabalho em determinado jogo às 1h30 da madru-
gada de determinado dia. Temos, portanto, 1 hora e 30 minutos de
jornada noturna a ser paga a esse atleta. Considerando a remune-
ração de R$ 62.000,00 e a jornada de 220h mensais, teremos o
seguinte cálculo:
a) Quantidade de horas trabalhadas = 1h30
b) Transformação em hora noturna: 1h42 (conforme informado nos
itens 4 e 5 desta Orientação)
c) Valor da hora diurna = R$ 62.000,00 ÷ 220h = R$ 281,82 por hora
d) Valor do adicional noturno (20%) = R$ 56,36
e) Valor da hora noturna = R$ 281,82 + R$ 56,36 = R$ 338,18
f) Hora noturna trabalhada = 1h42 horas ? 1,70 (hora decimal) (*) x
R$ 338,18 = R$ 574,91
Valor a ser pago ao atleta = R$ 574,91
(*) OBS.: Transformação em numeral: 1,42 ? 1,70 (42 ÷ 60 = 70)
(Lei 14.597/2023 – Art. 97, Inciso VII e §§ 1º a 4º)
É importante ressaltar que, mesmo antes de 15-6-2023, data de
vigência da Lei 14.597/2023, o TST já vinha entendendo que o adi-
cional noturno é devido aos atletas profissionais de futebol, mesmo
que não estivesse previsto na Lei 9.615/98 (Lei Pelé).
Trazemos aqui exemplo de um destes julgados:
“RECURSO DE REVISTA. REGIDO PELA LEI 13.467/20171. ADI-
CIONAL NOTURNO. ATLETA PROFISSIONAL. TRANSCENDÊN-
CIA JURÍDICA CARACTERIZADA. 1. O direito ao adicional noturno
para os atletas profissionais qualifica-se como ‘questão nova em
011
COAD
torno da interpretação da legislação trabalhista’, o que configura a
transcendência jurídica da matéria em debate. 2. A Constituição
Federal dispõe que o trabalho noturno será remunerado de forma
superior ao trabalho diurno (art. 7º, IX, da CF), deixando a cargo do
legislador ordinário definir os parâmetros do adicional noturno. A Lei
5.889/93, por sua vez, definiu os parâmetros para o pagamento do
adicional noturno para os trabalhadores rurais, do mesmo modo que
a CLT, em seu artigo 73, estipulou os critérios para o pagamento do
referido adicional para os trabalhadores urbanos. 3. Muito embora a
Lei 9.615/98 não trate do direito ao adicional noturno dos atletas
profissionais, não há qualquer incompatibilidade entre o adicional
noturno e o regime jurídico da Lei 9.615/1998 ou mesmo em relação
à realidade observada nesse segmento econômico. Nesse exato
sentido, o art. 28, § 4º, da Lei 9.615/1998 prevê a aplicação das
normas gerais da legislação trabalhista e da Seguridade Social,
observadas as peculiaridades previstas na referida lei. Esta Corte
Superior, por meio de sua Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais (SbDI-I), tem reiteradamente admitido a adoção da CLT
para assegurar direitos não regulados expressamente por legislação
consagradora de regime especial, tal como ocorre com a Lei dos
Petroleiros, em relação ao intervalo interjornadas. 5. Assim, o paga-
mento do adicional noturno aos atletas profissionais é assegurado
pelo art. 7º, IX, da CF c/c o art. 28, § 4º, da Lei 9.615/98, aplicando-se
a disciplina do artigo 73 da CLT, segundo a qual, ‘Salvo nos casos de
revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remune-
ração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá
um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna’. Configurada a violação dos artigos 7º, IX, da CF c/c 73 da
CLT e 28, § 4º, da Lei 9.615/98. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST – RRAg-11668-43.2017.5.03.0137 – Relator Ministro
Douglas Alencar Rodrigues)”.
13. EXEMPLOS PRÁTICOS
Demonstramos, a seguir, os procedimentos relativos ao cálculo da
jornada e da remuneração de empregados que exercem atividades
no horário noturno.
EXEMPLO 1 – COM APLICAÇÃO DA REGRA DE TRÊS, CON-
FORME ITEM 4 DESTA ORIENTAÇÃO
Um empregado foi contratado para trabalhar no período de 22h de
um dia até as 6h do dia seguinte, com intervalo de 1 hora para
descanso e refeição. Sabendo-se que este empregado trabalha 6
dias na semana, qual será sua jornada diária e como será remune-
rada?
O salário mensal do empregado, em novembro/2023, é de R$ 2.200,00,
sendo o intervalo concedido das 2h às 3h.
JORNADA TEMPO PELO RELÓGIO
das 22h às 2h 4 horas relógio
das 2h às 3h Intervalo
das 3h às 5h 2 horas relógio
das 5h às 6h 1 hora relógio
Total 7 horas relógio
Como vimos no subitem 2.4 desta Orientação, considerando os
julgados do TST que determinam que tanto o adicional noturno
quanto a hora reduzida ficta devem ser calculados até o horário de
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
FASCÍCULO 01/2024 TRABALHO
saída, já que a maior parte da jornada de trabalho ocorre em período
noturno, para se obter total de horas trabalhadas entre as 22h e as 6h
(total de 7h trabalhadas “no relógio”, reduzindo o intervalo), deve-se
aplicar a regra de três para converter as horas trabalhadas em hora
noturna:
7 horas = 52,50 minutos
X = 60 minutos
X = (7h x 60 minutos) ÷ 52,50 minutos
X = 420 minutos ÷ 52,50 minutos = 8 horas
Assim, apesar de trabalhar 7 horas “no relógio”, ao aplicar a redução
da hora noturna, teremos 8 horas trabalhadas diárias.
Considerando que este empregado trabalha 6 dias por semana e a
sua jornada diária contratual é de 7 horas diárias, o empregado em
questão, portanto, teve sua jornada prorrogada em 1h (8h – 7h),
diariamente, pois, para não haver horas extras, sua jornada deveria
ter encerrado às 5h, o que não ocorreu.
Cálculo da remuneração desse empregado:
Sabendo-se que o salário-hora corresponde a R$ 10,48
(R$ 2.200,00 ÷ 210h), os cálculos da remuneração do empregado
serão efetuados da seguinte forma:
• Cálculo do adicional noturno
– R$ 2.200,00 X 20% = R$ 440,00
• Horas Extras: 1 hora
1 hora x R$ 10,48 = R$ 10,48
Hora Noturna (R$ 10,48 x 1,20) = .........................................R$ 12,58
Hora Extra Noturna:
R$ 12,58 x 1,50 = .................................................................R$ 18,87
R$ 18,87 x 23 dias (dias úteis de 11/2023, considerando 4 domingos
e 3 feriados) R$ 434,01
Total hora extra noturna = R$ 434,01
• Repouso Semanal sobre Horas Extras (*)
R$ 434,01 ÷ 6 = ...................................................................R$ 72,33
(*) A posição adotada em relação ao cálculo do repouso semanal
remunerado não é unânime, pois há fiscais do trabalho que
entendem que o repouso da hora extra deve ser apurado conside-
rando-se o número de dias trabalhados no mês e o número de
descansos.
Total da remuneração no mês novembro/2023:
Salário-base R$ 2.200,00
Adicional Noturno R$ 440,00
Hora extra noturna R$ 434,01
DSR sobre Hora extra noturna R$ 72,33
Total R$ 3.146,34
EXEMPLO 2 – COM APLICAÇÃO DA REGRA DE TRÊS, CON-
FORME ITEM 4 DESTA ORIENTAÇÃO
Suponhamos um empregado, com remuneração em setembro/2023
de R$ 1.800,00, contratado para trabalhar de segunda a sexta-feira,
com uma jornada diária de trabalho de 8 horas, sendo que sua
jornada inicia às 13 horas e termina às 22 horas. O intervalo para
descanso ou refeição vai de 17h às 18h. Esse empregado teve, por
força da necessidade do serviço, que prorrogar a sua jornada de
trabalho durante todo o mês até às 23 horas e 15 minutos.
Qual a jornada de trabalho extraordinária e como será remunerada?
010
TRABALHO
Sabendo-se que das 13h às 22h o empregado trabalhou 8 horas, já
excluindo o descanso de 1 hora, a sua jornada extraordinária será
apurada dentro do período noturno, que, contada pelo relógio,
corresponde a 1 hora e 15 minutos (das 22h às 23h15).
Como no período extraordinário existem horas e minutos, o cálculo
deverá ser feito separadamente da seguinte forma:
1 hora = 52,50 minutos
X = 60 minutos
X = (1h x 60 minutos) ÷ 52,50 minutos
X = 60 minutos ÷ 52,50 minutos = 1,14 horas
Como 0,14 são centésimos de hora, o período corresponde à 1 hora
8 minutos (0,14h x 60 = 8 minutos).
15 min = 52,50 minutos
X = 60 minutos
X = (15 minutos x 60 minutos) ÷ 52,50 minutos
X = 900 minutos ÷ 52,50 minutos = 17,14 minutos
Como 0,14 são centésimos de minuto, o período corresponde a 17
minutos e 8 segundos (60 segundos x 0,14 ? 8 segundos).
Assim, no período noturno, o empregado trabalhou:
1 hora 08 minutos 0 segundo
(+) 0 hora 17 minutos 8 segundos
= 1 hora 25 minutos 8 segundos Ö 1 hora e 25 minutos
Sabendo-se que o salário-hora do referido empregado é de R$ 9,00,
pode-se efetuar o cálculo da remuneração extraordinária do empre-
gado da seguinte forma:
• Horas Extras Noturnas: 1 hora e 25 minutos
1 hora x R$ 9,00 .............................................................R$
25 minutos x R$ 0,15 (R$ 9,00 ÷ 60 minutos)..................R$
Total ..............................................................................R$ 12,75
Hora noturna:
R$ 12,75 x 1,20 = R$ 15,30
Hora extra noturna:
R$ 15,30 x 1,50 = R$ 22,95
O valor de R$ 22,95 corresponde a 1 hora e 25 minutos de período
noturno e extraordinário de um dia.
• Horas Extras Noturnas no Mês
R$ 22,95 x 20 dias (*) .....................................................R$ 459,00
• Repouso Semanal sobre Horas Extras Noturnas (**)
R$ 459,00 ÷ 1/6 .............................................................R$
Total das horas extras noturnas no mês .........................R$ 535,50
(*) Número de dias úteis de setembro/2023, considerando que o
empregado trabalha de segunda a sexta-feira e que o dia 07/09 é
feriado nacional.
(**) A posição adotada em relação ao cálculo do repouso semanal
remunerado não é unânime, pois há fiscais do trabalho que enten-
dem que o repouso da hora extra deve ser apurado considerando-se
o número de dias trabalhados no mês e o número de descansos.
Total da remuneração no mês setembro/2023:
Salário-base
Hora extra noturna
DSR sobre Hora extra noturna
Total
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
FASCÍCULO 01/2024 COAD
EXEMPLO 3 – COM APLICAÇÃO DA REGRA DE TRÊS, CON-
FORME ITEM 4 DESTA ORIENTAÇÃO
A empresa não deseja que o empregado ultrapasse as 8 horas
diárias de trabalho. Sabendo-se que o empregado começa a traba-
lhar às 17h, e que seu intervalo para descanso e/ou alimentação vai
de 21h às 22h, a que horas deverá terminar sua jornada de trabalho?
Para se obter o total de horas que devem ser trabalhadas após 22
horas, de forma que a jornada não ultrapasse 8 horas, deve-se trans-
formar as 4 horas que faltam, para terminar a jornada, em horas
noturnas, da seguinte forma:
4 horas = 60 minutos
X = 52,50 minutos
X = (4 horas x 52,5 minutos) ÷ 60 minutos
X = 210 minutos ÷ 60 minutos = 3,50 horas
Como 0,50 são centésimos de hora, o período corresponde a 3 horas
e 30 minutos (0,50h x 60 minutos = 30 minutos).
Assim, como o empregado só deve trabalhar 8 horas diárias, a sua
jornada deve se iniciar às 17h e terminar à 1h30 do dia seguinte, com
1 hora de intervalo para repouso e alimentação.
EXEMPLO 4 – COM APLICAÇÃO DA FÓRMULA DE CONVER-
SÃO, CONFORME ITEM 5 DESTA ORIENTAÇÃO
O empregado é contratado para trabalhar das 21h30 às 4h, de
segunda-feira a sábado, com 1 hora de intervalo das 23h às 0h.
No mês de novembro/2023, ele realizou horas extras, todos os dias,
1h20, saindo, portanto, às 5h20. O valor da hora desse empregado é
de R$ 14,00 e o empregador quer descobrir o valor a pagar no salário
e nas horas extras.
9,00 1º Passo – Totalizar a jornada diária e a hora extra com a hora redu-
3,75 zida
Das 21h30 às 22h = 30 minutos = 0,50h (30 minutos / 60)
Das 22h às 23h = 1h “relógio” = 1,14h noturnas (1h x 1,1428571)
Das 23h às 0h = intervalo
Das 0h às 4h = 4h “relógio” = 4,57h noturnas (4h x 1,1428571)
Jornada diária = 0,50h + 1,14h + 4,57h = 6,21 horas (hora decimal)
Horas extras:
Das 4h às 5h20 = 1h20 = 1,33h (*) x 1,1428571 = 1,52 horas extras
noturnas
(*) hora decimal – 20 minutos / 60 = 0,33h
2º Passo – Calcular a remuneração mensal
76,50 • Horas Diurnas: 0,50h (das 21h30 às 22h)
0,50 horas x R$ 14,00 = R$ 7,00
R$ 7,00 x 30 dias............................................................R$ 210,00
• Horas Noturnas: 5,57h (das 22h às 23h e das 0h às 4h)
Valor da hora noturna: R$ 14,00 x 1,20 = R$ 16,80
5,57 horas x R$ 16,80,00 = R$ 93,58
R$ 93,58 x 30 dias..........................................................R$ 2.807,40
OBS.: No exemplo, o repouso remunerado já foi incluído quando
multiplicamos os valores por 30 dias.
• Total da remuneração mensal......................................R$ 3.017,40
R$ 1.800,00 3º Passo – Calcular as horas extras
R$ 459,00 • Cálculo da hora extra diária
Valor da hora noturna: R$ 14,00 x 1,20 = R$ 16,80
R$ 76,50
Valor da hora extra noturna: R$ 16,80 x 1,50 = R$ 25,20
R$ 2.335,50 1,52h extras por dia x R$ 25,20 = R$ 38,30
009
COAD FASCÍCULO 01/2024
• Total hora extra noturna mensal
R$ 38,30 x 24 dias (dias úteis de 11/2023, considerando 4 domingos
e 2 feriados) ...................................................................R$ 919,20
• Repouso Semanal sobre Horas Extras (*)
R$ 919,20 ÷ 6 ................................................................R$ 153,20
4º Passo – Totalizar a remuneração mensal
R$ 3.017,40 + R$ 919,20 + R$ 153,20 ............................R$ 4.089,80
14. FOLHA DE PAGAMENTO E RECIBO DE SALÁRIO
Todos os valores que são pagos aos empregados, sejam fixos,
variáveis ou mesmo adicionais, devem ser discriminados na folha
de pagamento e no recibo de salário. Portanto, o adicional noturno,
bem como as horas extras, devem ser pagos de forma discrimi-
nada, em separado, evitando-se assim o chamado salário
complessivo, que ocorre quando o empregador faz o pagamento ao
trabalhador sem especificar a que se refere essas verbas que estão
sendo pagas, ou seja, sem discriminar as parcelas que compõem a
remuneração.
(Decreto 3.048/99 – Art. 225, § 9º, IV; Súmula 91 do TST)
14.1. INFORMAÇÃO NO eSOCIAL
Na estrutura do eSocial, as parcelas salariais são discriminadas no
evento “S-1200 – Remuneração de trabalhador vinculado ao Regime
Geral de Previdência Social” ou “S-1202 – Remuneração de servidor
vinculado a Regime Próprio de Previdência Social – RPPS”, este
último apenas caso se trate de servidor público.
As parcelas de que tratamos nesta Orientação serão lançadas em
folha de pagamento em rubricas identificadas com os seguintes
códigos de natureza para o eSocial:
a) Adicional noturno – Natureza 1205
PORTARIA 14 MTE, DE 3-1-2024
(DO-U DE 4-1-2023)
MTE dispõe sobre o cadastramento das Centrais Sindicais
O MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do
presente Ato, que entrará em vigor no dia 10-1-2024, dispõe sobre o
cadastramento das Centrais Sindicais no SIRT – Sistema Integrado
de Relações do Trabalho.
Para fins de verificação da representatividade, as centrais
sindicais deverão, nos termos desta norma, se cadastrar no SIRT e
manter seu cadastro atualizado.
Para o cadastramento e atualização no SIRT, as centrais
sindicais deverão submeter à SRT – Secretaria de Relações do
Trabalho os seguintes documentos, por meio do sistema SEI/MTE:
a) atos constitutivos registrados em cartório;
b) comprovante de posse da diretoria e duração do mandato;
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
TRABALHO
b) Horas extras – Natureza 1003
c) Repouso semanal remunerado – Natureza 1002
(Manual do eSocial – Tabela 3)
15. PENALIDADES
A infração às regras do trabalho noturno que analisamos nesta
Orientação gera multa, imposta pela fiscalização do MTE – Minis-
tério do Trabalho e Emprego com valor variável entre R$ 40,82 e
R$ 4.082,52. Este valor será dobrado em caso de reincidência,
oposição ou desacato.
(Portaria MTP 667/2021 – Anexo II; Portaria 4.098 MTP /2022)
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Constituição Federal, de 5-10-88 –
Artigos 5º e 7º (Portal COAD); Lei 605, de 5-1-49 (Portal COAD);
Lei 5.811, de 11-10-72 (Portal COAD); Lei 5.889, de 8-6-73 – Arti-
gos 7º e 8º (Portal COAD); Lei 8.906, de 4-7-94 – Artigo 20 (Portal
COAD); Lei 13.467, de 13-7-2017 (Fascículo 29/2017); Lei 14.597,
de 14-6-2023 – Artigo 97 (Fascículo 24/2023); Decreto-Lei 5.452, de
1-5-43 – CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – Artigos 58; 59,
§ 1º; 59-A; 61, § 2º; 62, alínea “b”; 73, §§ 2º e 3º; 75; 142; 404; 468;
487; 611-A (Portal COAD); Decreto 3.048, de 6-5-99 – Artigos 214 e
225 (Portal COAD); Decreto 10.854, de 10-11-2021 – Artigos 77 e 78
(Fascículo 45/2021); Portaria 667 MTP, de 8-11-2021 (Fascículo
45/2021); Portaria 4.098 MTP, de 15-12-2022 (Fascículo 51/2022);
Instrução Normativa 1.500 RFB, de 29-10-2014 (Fascículo 44/2014);
Instrução Normativa 2 MTP, de 8-11-2021 (Fascículo 46/2021);
Resolução 121 TST, de 19-11-2003 – Súmulas 91; 112; 140; 265 e
360 (Portal COAD); Resolução 129 TST, de 20-4-2005 – Súmula 60
(Portal COAD); Súmulas 213 e 313 STF, de 13-12-63 (Portal COAD);
Orientação Jurisprudencial 97 do TST, de 30-5-97 (Portal COAD);
Manual do eSocial – Versão S-1.2 (Portal COAD).
CENTRAL SINDICAL
Cadastramento
c) indicação dos dirigentes com nome, cargo e número de
inscrição no CPF – Cadastro de Pessoas Físicas;
d) informação do representante legal junto ao MTE;
e) indicação do tipo de diretoria, se singular ou colegiada; e
f) comprovante de endereço em nome da entidade.
Após a análise dos referidos documentos, a SRT validará o
cadastro no SIRT.
Na eventual ausência de algum documento, a SRT notificará a
entidade para, no prazo de 30 dias, efetuar a regularização.
O não cumprimento do prazo resultará no arquivamento da
solicitação de cadastro.
008
TRABALHO FASCÍCULO 01/2024 COAD

PORTARIA 3.906 MTE, DE 28-12-2023 SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

(DO-U DE 29-12-2023) Equipamento de Proteção Individual

Alterado Ato sobre procedimentos, programas e condições de segurança e saúde no trabalho

O MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Ato
em referência, cuja íntegra encontra-se disponível no Portal COAD,
altera a Portaria 672 MTP, de 8-11-2021 (Fascículo 45/2021 e Portal
COAD), que disciplina procedimentos, programas e condições de
segurança e saúde no trabalho, para dispor sobre requisitos de ava-
liação de EPI – Equipamento de Proteção Individual, bem como
sobre CA – Certificado de Aprovação.
Dentre outras normas, destacamos:
a) a variação de até 3 dB no fator de proteção do protetor audi-
tivo (Noise Reduction Rate Subject Fit – NRRsf) não impede a reno-
vação do CA correspondente;
b) com relação ao calçado para trabalho ao potencial, serão
aceitos certificados de conformidade e relatórios de ensaio emitidos
no exterior, por organismos de certificação e laboratórios de terceira
parte, em nome do fabricante estrangeiro e desde que de acordo
com as normas técnicas;
c) os CAs dos EPIs listados a seguir, que estejam váli-
dos até 31-12-2023, poderão ter sua validade prorrogada até
31-12-2024:
– respirador purificador de ar não motorizado tipo peça um
quarto facial;
– respirador purificador de ar não motorizado tipo peça semi-
facial ou facial inteira, com filtros para material particulado, com
filtros químicos ou com filtros combinados;
– respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido; e
– respirador de adução de ar tipo máscara autônoma;
– foram alterados integralmente os Anexos I (Requisi-
tos Técnicos, Documentais e de Marcação para Avaliação de
Equipamento de Proteção Individual) e III-A (RGCEPI – Regula-
mento Geral para Certificação de Equipamento de Proteção Indi-
vidual).
Vale destacar, ainda, que, das diversas alterações, muitas
delas ocorreram para substituir “Subsecretaria de Inspeção do Tra-
balho da Secretaria de Trabalho do Ministério do Trabalho e Previ-
dência” por Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego, bem como substituir “Coordenação-Geral de
Segurança e Saúde no Trabalho” por Coordenação-Geral de Norma-
tização e Registros.
Ficam revogados os seguintes dispositivos da Portaria 672
MTP/2021:
a) artigo 12 (Em caso de EPI fabricado ou importado pela
matriz ou suas filiais, o fabricante ou o importador nacional poderá
solicitar a emissão de Certificado de Aprovação único no CNPJ da
matriz, mediante apresentação de relatório de ensaio que elenque
todas as unidades que produzam ou importam aquele equipamento.
O fabricante ou o importador deve informar no manual de instruções
do EPI os CNPJs das unidades que produzam ou importam o refe-
rido equipamento; e
b) Anexo II (Regulamento Técnico que estabelece os requisi-
tos mínimos de identidade e qualidade para luvas de borracha natu-
ral, borracha sintética, mistura de borrachas natural e sintética, e de
policloreto de vinila, para proteção contra agentes biológicos, não
sujeitas ao regime da vigilância sanitária.
A Portaria 3.906 MTE/2023 entra em vigor:
a) em 1-2-2025, em relação aos seguintes anexos do Anexo
III-A: Anexo G (Protetor auditivo); Anexo H (Capacete para combate
a incêndio estrutural e florestal); Anexo I (Mangas isolantes de borra-
cha); Anexo J (Vestimenta condutiva de segurança para proteção de
todo o corpo para trabalho ao potencial); Anexo K (Respiradores
purificadores de ar e respiradores de adução de ar); e Anexo L
(Creme protetor de segurança); e
b) em 1-2-2024, quanto aos demais dispositivos.

PORTARIA 3.903 MTE, DE 28-12-2023 SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

(DO-U DE 29-12-2023) Trabalho em Altura

Alterada norma sobre Trabalho em Altura

O MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do presente Ato, dentre outras questões, revoga o Anexo III – Escadas da NR –
Norma Regulamentadora 35, que estabelece requisitos e medidas de prevenção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a orga-
nização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade, apro-
vada pela Portaria 4.218 MTP, de 20-12-2022 (Fascículo 51/2022).
A Portaria 3.903 MTE/2023 revoga, ainda, a Portaria 4.372 MTP, de 28-12-2022 (Fascículo 52/2022), que alterou a Porta-
ria 4.218 MTP/2022 para incluir regras de aplicabilidade do Anexo III às escadas fixas já instaladas e às escadas portáteis já fabricadas ou
em uso.

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 007

COAD FASCÍCULO 01/2024 PREVIDÊNCIA SOCIAL

PREVIDÊNCIA SOCIAL

MEDIDA PROVISÓRIA 1.202, DE 28-12-2023 FOLHA DE PAGAMENTO

(DO-U DE 29-12-2023) Desoneração

Governo propõe nova regra para desoneração da folha

O Governo Federal, por meio deste Ato, revoga os artigos 7º a 10 da Lei 12.546, de 14-12-2011
(Fascículo 50/2011 e Portal COAD), que tratam da CPRB – Contribuição Previdenciária
sobre a Receita Bruta, e, de forma alternativa e provisória, cria nova regra de contribuição
previdenciária com objetivo de reonerar gradualmente a folha de pagamentos.
As atividades enquadradas na nova regra, constantes dos Anexos I e II, contribuirão
no período de 2024 até 2027, com alíquotas progressivas que variam de 10% até 18,75%.
As alíquotas serão aplicadas sobre o salário de contribuição do segurado até o valor de
um salário mínimo, aplicando-se a alíquota de 20% sobre o valor que ultrapassar esse limite.
Também foi revogado o § 17 do artigo 22 da Lei 8.212, de 24-7-91 (Portal COAD) que reduziu, de 20%
para 8%, a alíquota da contribuição previdenciária patronal aplicável a determinados Municípios.
Por fim, a MP 1.202/2023 também revoga a Lei 14.784, de 28-12-2023
(Fascículo 52/2023), que prorrogou a CPRB até 31-12-2007.
As normas ora destacadas produzirão efeitos a partir de 1-4-2024.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provi-
sória, com força de lei:
Art. 1º – As empresas que exercem as atividades relaciona-
das nos Anexos I e II a esta Medida Provisória poderão aplicar
alíquota reduzida da contribuição prevista no inciso I do caput do
art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, nos seguintes termos:
Esclarecimento COAD: O inciso I do artigo 22 da Lei
8.212/91 (Portal COAD) determina que a contribuição a
cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, é de
20%, calculada sobre as remunerações pagas, devidas ou
creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem
serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que
seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais
sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes
de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente pres-
tados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou
tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou,
ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa.
I – para as empresas que exercem as atividades relacionadas
no Anexo I, mediante aplicação das alíquotas de:
a) dez por cento em 2024;
b) doze inteiros e cinco décimos por cento em 2025;
c) quinze por cento em 2026; e
d) dezessete inteiros e cinco décimos por cento em 2027; e
II – para as empresas que exercem as atividades relacionadas
no Anexo II, mediante aplicação das alíquotas de:
a) quinze por cento em 2024;
b) dezesseis inteiros e vinte e cinco centésimos por cento em
2025;
c) dezessete inteiros e cinco décimos por cento em 2026; e
d) dezoito inteiros e setenta e cinco centésimos por cento em
2027.
Parágrafo único – As alíquotas previstas neste artigo serão
aplicadas sobre o salário de contribuição do segurado até o valor de
um salário mínimo, aplicando-se as alíquotas vigentes na legislação
específica sobre o valor que ultrapassar esse limite.
Art. 2º – Para fins do disposto no art. 1º, as empresas deverão
considerar apenas o código da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE relativo à sua atividade principal, assim consi-
derada aquela de maior receita auferida ou esperada.
§ 1º – A receita auferida será apurada com base no ano-calen-
dário anterior, que poderá ser inferior a doze meses, quando se refe-
rir ao ano de início ou de reinício das atividades da empresa.
§ 2º – A receita esperada é uma previsão da receita do período
considerado e será utilizada no ano-calendário de início ou de reiní-
cio das atividades da empresa.
Art. 3º – As empresas que aplicarem as alíquotas reduzidas
de que trata o art. 1º deverão firmar termo no qual se comprometerão
a manter, em seus quadros funcionais, quantitativo de empregados
igual ou superior ao verificado em 1º de janeiro de cada
ano-calendário.
Parágrafo único – Em caso de inobservância do disposto no
caput, as empresas não poderão usufruir do benefício de redução da
alíquota de que trata o art. 1º durante todo o ano-calendário.
Art. 4º – A Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 74 –..................................................................................
..........................................................................................................
§ 3º – .......................................................................................
..........................................................................................................
Remissão COAD: Lei 9.430/96 (Portal COAD)
“Art. 74 – O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os
judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contri-
buição administrado pela Secretaria da Receita Federal,
passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utili-
zá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quais-

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 006

PREVIDÊNCIA SOCIAL FASCÍCULO 01/2024 COAD

quer tributos e contribuições administrados por aquele Art. 7º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua
Órgão.
publicação, com produção de efeitos a partir de 1º de abril de 2024
§ 1º – A compensação de que trata o caput será efetuada
mediante a entrega, pela sujeito passivo, de declaração na para os art. 1º a art. 3º. (Luiz Inácio Lula da Silva; Fernando Haddad)
qual constarão informações relativas aos créditos utili-
zados e aos respectivos débitos compensados. ANEXO I
§ 2º – A compensação declarada à Secretaria da Receita
Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolu- Classe CNAE –
Classe CNAE – Descrição
Código
tória de sua ulterior homologação.
§ 3º – Além das hipóteses previstas nas leis específicas de 49.11-6 Transporte ferroviário de carga
cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de
49.12-4 Transporte metroferroviário de passageiros
compensação mediante entrega, pela sujeito passivo, da
declaração referida no § 1º: Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itine-
49.21-3
..........................................................................................” rário fixo, municipal e em região metropolitana
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itine-
49.22-1
X – o valor do crédito utilizado na compensação que superar o rário fixo, intermunicipal, interestadual e internacional
limite mensal de que trata o art. 74-A. 49.23-0 Transporte rodoviário de táxi
Art. 74-A – A compensação de crédito decorrente de decisão 49.24-8 Transporte escolar
judicial transitada em julgado observará o limite mensal estabelecido
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime
em ato do Ministro de Estado da Fazenda. 49.29-9 de fretamento, e outros transportes rodoviários não especi-
..................................................................................................”(NR) ficados anteriormente
“Art. 74-A – A compensação de crédito decorrente de decisão 49.30-2 Transporte rodoviário de carga
judicial transitada em julgado observará o limite mensal estabelecido 49.40-0 Transporte dutoviário
em ato do Ministro de Estado da Fazenda. 60.10-1 Atividades de rádio
§ 1º – O limite mensal a que se refere o caput:
60.21-7 Atividades de televisão aberta
I – será graduado em função do valor total do crédito decor-
Programadoras e atividades relacionadas à televisão por
rente de decisão judicial transitada em julgado; 60.22-5
assinatura
II – não poderá ser inferior a 1/60 (um sessenta avos) do valor
Desenvolvimento de programas de computador sob enco-
total do crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado, 62.01-5
menda
demonstrado e atualizado na data da entrega da primeira declaração
Desenvolvimento e licenciamento de programas de compu-
de compensação; e 62.02-3
tador customizáveis
III – não poderá ser estabelecido para crédito decorrente de Desenvolvimento e licenciamento de programas de compu-
decisão judicial transitada em julgado cujo valor total seja inferior a 62.03-1
tador não customizáveis
R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais). 62.04-0 Consultoria em tecnologia da informação
§ 2º – Para fins do disposto neste artigo, a primeira declaração Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecno-
de compensação deverá ser apresentada no prazo de até cinco 62.09-1
logia da informação
anos, contado da data do trânsito em julgado da decisão ou da homo-
logação da desistência da execução do título judicial.” (NR) ANEXO II
Art. 5º – A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do
Classe CNAE –
Ministério da Fazenda poderá disciplinar o disposto nesta Medida Classe CNAE – Descrição
Código
Provisória. 15.10-6 Curtimento e outras preparações de couro
Art. 6º – Ficam revogados:
Fabricação de artigos para viagem, bolsas e semelhantes
I – na data de publicação desta Medida Provisória, o art. 4º da 15.21-1
de qualquer material
Lei nº 14.148, de 3 de maio de 2021, com produção de efeitos: Fabricação de artefatos de couro não especificados ante-
a) a partir de 1º de janeiro de 2025, para o Imposto sobre a 15.29-7
riormente
Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ; e 15.31-9 Fabricação de calçados de couro
b) a partir de 1º de abril de 2024, para as seguintes contribui-
15.32-7 Fabricação de tênis de qualquer material
ções sociais:
15.33-5 Fabricação de calçados de material sintético
1. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;
2. Contribuição para os Programas de Integração Social e de Fabricação de calçados de materiais não especificados
15.39-4
anteriormente
Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/Pasep; e
15.40-8 Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
3. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –
Cofins; e 42.11-1 Construção de rodovias e ferrovias
II – em 1º de abril de 2024: 42.12-0 Construção de obras de arte especiais
a) o § 17 do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991; 42.13-8 Obras de urbanização – ruas, praças e calçadas
b) o § 21 do art. 8º da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004; Obras para geração e distribuição de energia elétrica e para
42.21-9
c) os art. 7º a art. 10 da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de telecomunicações
2011; e 42.22-7
Construção de redes de abastecimento de água, coleta de
d) a Lei nº 14.784, de 27 de dezembro de 2023. esgoto e construções correlatas

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 005

COAD FASCÍCULO 01/2024
Classe CNAE –
Classe CNAE – Descrição
Código
Construção de redes de transportes por dutos, exceto para
42.23-5
água e esgoto
42.91-0 Obras portuárias, marítimas e fluviais
Montagem de instalações industriais e de estruturas metá-
42.92-8
licas
42.99-5 Obras de engenharia civil não especificadas anteriormente
58.11-5 Edição de livros
58.12-3 Edição de jornais
INSTRUÇÃO NORMATIVA 2.168 RFB, DE 28-12-2023
(DO-U DE 29-12-2023)
RFB disciplina a autorregularização incentivada
A RFB – Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, por
meio do presente Ato, cuja íntegra encontra-se disponível no Portal
COAD, dispõe sobre a autorregularização incentivada de tributos por
ela administrados, instituída pela Lei 14.740, de 29-11-2023 (Fascí-
culo 48/2023 e Portal COAD).
Beneficiários e Objeto da Autorregularização Incentivada
Podem aderir à autorregularização incentivada pessoas físi-
cas ou jurídicas, responsáveis por tributos administrados pela RFB.
Podem ser incluídos na autorregularização incentivada de
que trata esta norma os seguintes tributos:
a) que não tenham sido constituídos até 30-11-2023, inclusive
em relação aos quais já tenha sido iniciado procedimento de fiscali-
zação; e
b) constituídos no período entre 30-11-2023 até 1-4-2024.
A autorregularização incentivada abrange todos os tributos
administrados pela RFB, incluídos os créditos tributários decorren-
tes de auto de infração, de notificação de lançamento e de despa-
chos decisórios que não homologuem, total ou parcialmente, a
declaração de compensação.
A inclusão dos tributos a que se refere a letra “b” supracitada
na autorregularização incentivada fica condicionada à confissão da
dívida pelo devedor mediante entrega ou retificação das declarações
correspondentes ou, excepcionalmente, mediante cadastramento
do débito apenas nas situações a que se aplica.
A autorregularização incentivada não se aplica a débitos
apurados no âmbito do Simples Nacional.
Forma de Liquidação
Os créditos tributários poderão ser liquidados com redução de
100% das multas de mora e de ofício e dos juros de mora mediante
pagamento:
a) à vista de, no mínimo, 50% da dívida consolidada a título de
entrada; e
b) do valor restante em até 48 prestações mensais e sucessi-
vas.
A dívida será consolidada na data do requerimento.
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Classe CNAE –
Classe CNAE – Descrição
Código
58.13-1 Edição de revistas
58.21-2 Edição integrada à impressão de livros
58.22-1 Edição integrada à impressão de jornais
58.23-9 Edição integrada à impressão de revistas
Edição integrada à impressão de cadastros, listas e de
58.29-8
outros produtos gráficos
70.20-4 Atividades de consultoria em gestão empresarial
DÉBITO
Regularização
Fica permitida, para fins de pagamento à vista de, no mínimo,
50% da dívida consolidada a título de entrada, a utilização:
a) de créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa
da CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, limitada a 50%
do valor da dívida consolidada; e
b) de créditos de precatórios, próprios ou adquiridos de tercei-
ros, reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, obser-
vado o disposto em ato específico da RFB.
Prazo e Formalização do Requerimento
Para a adesão à autorregularização, o contribuinte deverá
formalizar requerimento no período de 2-1 a 1-4-2024.
O requerimento deverá ser efetuado mediante abertura de
processo digital no Portal e-CAC – Portal do Centro Virtual de Atendi-
mento, na aba “Legislação e Processo”, por meio do serviço “Reque-
rimentos Web”, acessível nos termos da Instrução Normativa 2.066
RFB, de 24-2-2022 (Fascículo 09/2022), e disponível no site da RFB
na internet, no endereço eletrônico https://gov.br/receitafederal.
No requerimento deverá constar:
a) a indicação dos créditos tributários objeto da autorregulari-
zação requerida;
b) o valor da entrada;
c) o número das prestações pretendidas, se for o caso;
d) os montantes dos créditos decorrentes de prejuízo fiscal e
de base de cálculo negativa da CSLL, por detentor do crédito, se for o
caso;
e) a identificação do crédito líquido e certo reconhecido por
decisão judicial transitada em julgado, se for o caso; e
f) o Darf – Documento de Arrecadação de Receitas Federais
que comprove o pagamento da integralidade da dívida ou da 1ª pres-
tação, conforme o caso, com o código de receita 6070.
Durante a análise do requerimento, a exigibilidade do crédito
tributário ficará suspensa.
O requerimento implica confissão extrajudicial irrevogável e
irretratável da dívida, bem como aceitação expressa pelo sujeito
passivo de que todas as comunicações e notificações a ele dirigidas,
relativas à regularização dos créditos tributários, serão enviadas por
meio do e-CAC.
004
PREVIDÊNCIA SOCIAL FASCÍCULO 01/2024 COAD

Deferimento do Requerimento b) pela pessoa jurídica controladora da pessoa jurídica a que

O deferimento do requerimento de adesão fica condicionado
ao pagamento tempestivo do valor da entrada.
Não produzirá efeito o requerimento de adesão sem a com-
provação do pagamento.
Deferido o parcelamento, ficam suspensos a exigibilidade do
crédito e os efeitos do registro do devedor no Cadin – Cadastro Infor-
mativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal.
Em caso de indeferimento do requerimento, o contribuinte
poderá apresentar recurso administrativo.
Valor das Prestações
Na hipótese de celebração do parcelamento, o valor de cada
prestação será obtido mediante divisão do valor da dívida consoli-
dada pelo número de parcelas informado no requerimento, observa-
dos os limites mínimos de:
a) R$ 200,00, no caso de devedor pessoa física; e
b) R$ 500,00, no caso de devedor pessoa jurídica.
O valor de cada prestação, por ocasião do pagamento, será
acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Selic, acumu-
lada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da
consolidação da dívida até o mês anterior ao do pagamento, e de 1%
relativamente ao mês em que o pagamento for efetuado.
A partir da 2ª parcela, as prestações vencerão no último dia
útil de cada mês.
No período em que o requerimento estiver pendente de
análise, o contribuinte deverá calcular o valor devido da parcela e
realizar o pagamento utilizando o Darf, com o código de receita 6070.
Após o deferimento do parcelamento, o pagamento deverá
ser efetuado mediante Darf emitido no Portal e-CAC.
Utilização de Créditos de Prejuízo Fiscal e de Base de
Cálculo Negativa da CSLL
A utilização de créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo
negativa da CSLL, desde que apurados e declarados à RFB no
período estabelecido pela legislação tributária aplicável, indepen-
dentemente do ramo de atividade de seu titular, poderá ser feita:
a) pelo sujeito passivo responsável ou corresponsável pelo
crédito tributário;
se refere a letra “a” ou que por esta seja controlada, direta ou indireta-
mente; ou
c) por sociedades controladas, direta ou indiretamente, pela
pessoa jurídica a que se refere a letra “a”.
Deverão ser utilizados primeiramente os créditos próprios.
Exclusão do Parcelamento
Será excluído do parcelamento o contribuinte inadimplente no
pagamento de:
a) 3 parcelas consecutivas, ou 6 alternadas; ou
b) 1 parcela, estando pagas todas as demais.
Antes de efetivada a exclusão, o contribuinte será comuni-
cado da existência de irregularidade, para que possa efetuar o reco-
lhimento do montante devido no prazo de 30 dias, contado da comu-
nicação.
Transcorrido o prazo supracitado sem o devido recolhimento,
o contribuinte será excluído mediante notificação.
Da exclusão do parcelamento cabe recurso administrativo
com efeito suspensivo, a ser interposto exclusivamente por meio do
Portal e-CAC.
O prazo para apresentação do recurso é de 10 dias, contado a
partir da ciência da exclusão.
O contribuinte deverá continuar a pagar as parcelas devidas
enquanto o recurso administrativo estiver pendente de apreciação.
Rescisão do Parcelamento
O parcelamento será rescindido nas seguintes hipóteses:
a) definitividade da decisão da exclusão do parcelamento; ou
b) definitividade da decisão que indeferiu a utilização dos
créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL,
caso o sujeito passivo do débito tributário não efetue o pagamento do
saldo devedor indevidamente amortizado.
A rescisão do parcelamento implica a exigibilidade imediata
da totalidade do débito, com a perda da redução dos acréscimos
legais, deduzido o valor referente às parcelas pagas.

PORTARIA CONJUNTA 391 RFB-PGFN, DE 27-12-2023 PARCELAMENTO

(DO-U DE 29-12-2023) Débitos Previdenciários

Alterada norma que disciplina o parcelamento de débitos junto à Fazenda Nacional

A RFB – Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil e a PGFN – Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, por meio do Ato em refe-
rência, que entra em vigor em 1-1-2024, alteram a Portaria Conjunta 895 RFB-PGFN, de 15-5-2019 (Fascículo 20/2019), que dispõe sobre o
parcelamento de débitos para com a Fazenda Nacional.
A alteração consiste em estabelecer que, para os pedidos de parcelamento efetuados até 31-12-2024, o valor mínimo de cada parcela,
obtido mediante a divisão do valor da dívida consolidada pelo número de parcelas solicitadas, será de:
a) R$ 100,00, quando o devedor for pessoa física, ou quando se tratar de débito relativo à obra de construção civil sob responsabilidade de
pessoa física;
b) R$ 500,00, quando o devedor for pessoa jurídica; e
c) R$ 10,00, quando se tratar de empresário ou de sociedade empresária que pleitear ou tiver deferido o processamento da recuperação
judicial.
A Portaria Conjunta 391 RFB-PGFN/2023 revoga a Portaria Conjunta 103 RFB-PGFN, de 21-12-2022 (Fascículo 52/2022), que conside-
rava os referidos valores para parcelamentos efetuados até 31-12-2023.

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 003

COAD FASCÍCULO 01/2024
PORTARIA 952 MDS, DE 29-12-2023
(DO-U DE 2-1-2024)
MDS dispõe sobre certificação e supervisão de Ebas
O MDS – Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome, por meio do Ato em referência, cuja ínte-
gra encontra-se disponível no Portal COAD, dispõe sobre os proce-
dimentos relativos ao requerimento da certificação e supervisão de
entidades beneficentes de assistência social.
A certificação será concedida pela SNAS – Secretaria Nacio-
nal de Assistência Social às entidades e organizações da sociedade
civil de assistência social que ofertem serviços, programas ou proje-
tos socioassistenciais.
O DRSP – Departamento da Rede Socioassistencial Privada
do Suas, da Secretaria Nacional de Assistência Social, será respon-
sável exclusivamente pela análise de requerimentos de Cebas – Cer-
tificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social de entida-
des e organizações da sociedade civil de assistência social em geral
atuantes no Suas – Sistema Único de Assistência Social.
As entidades supracitadas devem executar de forma isolada
ou cumulativa:
a) serviços, programas ou projetos socioassistenciais de atendi-
mento ou de assessoramento ou que atuem na defesa e na garantia
dos direitos dos beneficiários da Lei 8.742, de 7-12-93 (Portal COAD);
b) serviços, programas ou projetos socioassistenciais com o
objetivo de habilitação e de reabilitação da pessoa com deficiência e
de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento
dos limites existentes para as pessoas com deficiência, de forma arti-
culada ou não com ações educacionais ou de saúde;
c) programas de aprendizagem de adolescentes, de jovens ou
de pessoas com deficiência, prestados com a finalidade de promover
a sua integração ao mundo do trabalho; e
d) serviço de acolhimento institucional provisório de pessoas
e de seus acompanhantes que estejam em trânsito e sem condições
de autossustento durante o tratamento de doenças graves fora da
localidade de residência.
A solicitação de concessão ou renovação da certificação de
entidades e organizações da sociedade civil com atuação exclusiva
LEI 14.790, DE 29-12-2023
(DO-U, Edição Extra, de 30-12-2023)
Alterada Lei que trata da arrecadação da loteria de apostas esportivas de quota fixa
O Governo Federal, por meio do referido Ato, dentre outras
normas, altera a Lei 13.756, de 12-12-2018 (Fascículo 50/2018 e
Portal COAD), que trata da arrecadação da loteria de apostas espor-
tivas de quota fixa.
Dentre as alterações, destacamos o acréscimo do inciso IV-A
ao § 1º-A do artigo 30 que dispõe que, do produto da arrecadação
após a dedução das importâncias relativas ao pagamento de prê-
mios e ao pagamento do imposto de renda sobre a premiação, inci-
dirá o pagamento de contribuição para a seguridade social à alíquota
de 10% (produz efeito a partir de 1-4-2024).
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Concessão de Certificado
ou preponderante na área de assistência social, atuantes no Suas,
deverá ser feita pelo representante legal eleito constante na ata de
eleição ou por procurador com poderes específicos.
O processo de certificação dos pedidos de concessão e de
renovação de que trata esta norma compreende as seguintes eta-
pas: requerimento; triagem; validação dos documentos; diligência;
aguardo de manifestação dos demais Ministérios certificadores;
análise técnica; decisão; aguardo de recurso; recurso em análise
na SNAS; recurso em análise no Gabinete do Ministro; e decisão
final.
Somente serão conhecidos requerimentos protocolados na
Plataforma de Cidadania Digital, no Portal de Serviços do Governo
Federal, na data de envio para a fase de triagem.
Para o acesso à Plataforma de Cidadania Digital, é necessário
cadastrar-se no Portal de Serviços do Governo Federal disponível
em www.gov.br.
O requerimento de concessão ou de renovação da certifica-
ção de entidade com atuação exclusiva ou preponderante na área de
assistência social deverá ser realizado por meio do sítio institucional
do Portal de Serviços do Governo Federal, devendo o processo ser
instruído de forma digital e tramitado mediante um conjunto de arqui-
vos digitais, cuja visualização, consulta, comunicação e armazena-
mento ocorre exclusivamente por meio eletrônico.
O Portal de Serviços do Governo Federal estará disponível 24
horas por dia, ininterruptamente, ressalvados os períodos de manu-
tenção do sistema.
A indisponibilidade do Portal será registrada e solucionada
pelo seu responsável técnico, e publicizada pelo MDS, através do
seu sítio (www.mds.gov.br).
Os prazos que vencerem no dia da ocorrência da indisponibili-
dade serão prorrogados para o dia útil seguinte.
A Portaria 952 MDS/2023 revoga, dentre outras, a Portaria
2.690 MDS, de 28-12-2018 (Fascículo 01/2019).
CONTRIBUIÇÃO
Arrecadação
A referida contribuição será apurada e recolhida pelos agentes
operadores, mensalmente, na forma estabelecida pela RFB – Secre-
taria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.
Vale destacar, ainda, a revogação do inciso IV do caput do
artigo 30 que estabelece que o produto da arrecadação da loteria de
apostas de quota fixa em meio físico ou virtual, salvo disposição em
lei específica, será destinado ao pagamento de contribuição para a
seguridade social incidente sobre o produto da arrecadação às
alíquotas de 0,10%, no caso das apostas em meio físico, e 0,05%, no
caso das apostas em meio virtual (produz efeito a partir de 1-4-2024).
002
PREVIDÊNCIA SOCIAL/FGTS FASCÍCULO 01/2024 COAD

PORTARIA 953 MDS, DE 28-12-2023 ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

(DO-U DE 29-12-2023) Renovação de Certificado

Fixadas regras para renovação do Cebas por entidade atuante na redução de demanda de drogas

O MDS – Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Entidade Beneficente pelas entidades atuantes na redução de
Família e Combate à Fome, por meio do referido Ato, cuja íntegra demanda de drogas enquanto não expirado o prazo de 90 dias para
encontra-se disponível no Portal COAD, estabelece procedimentos adequação dos sistemas necessários à certificação de tais enti-
transitórios para pedidos de renovação do Cebas – Certificado de dades.

FGTS

CIRCULAR 1.041 CAIXA, DE 27-12-2023 MOVIMENTAÇÃO DA CONTA

(DO-U DE 29-12-2023) Hipóteses

Caixa atualiza manual sobre uso do saque-aniversário em cessão ou alienação fiduciária

A Caixa – Caixa Econômica Federal, por meio do referido Ato, revoga a Circular 1.012 Caixa, de 26-12-2022 (Fascículo 52/2022), para
publicar a versão 4 do Manual de Orientação às Instituições Financeiras – Utilização do Saque-Aniversário FGTS como Garantia na Modalidade
de Cessão ou Alienação Fiduciária em Operações de Crédito, que estabelece as regras e procedimentos necessários para que as Instituições
Financeiras possam contratar operações de crédito com cessão ou alienação de direitos futuros aos saques-aniversário dos trabalhadores de
que trata a Resolução 958 CCFGTS, de 24-4-2020 (Fascículo 18/2020).
O Manual encontra-se disponível no Portal COAD, bem como no site da Caixa, no endereço eletrônico www.caixa.gov.br/site/
paginas/downloads.aspx, pasta FGTS – Manuais e Cartilhas Operacionais.
Os procedimentos descritos no referido manual têm vigência imediata, à exceção do item 19 (Tarifação de Serviços) que terá sua vigência
iniciada em 1-2-2024.

EDITAL S/N CAIXA, DE 2024 SALDO DAS CONTAS

(Não Publicado no DO-U) Atualização

Caixa divulga coeficientes de JAM para crédito nas contas vinculadas em janeiro/2024

A Caixa – Caixa Econômica Federal, através do seu sítio, tornou público o Edital Eletrônico do FGTS, que fixa os coeficientes para cálculo
do recolhimento mensal e rescisório em atraso do FGTS, vigentes de 10-1 a 9-2-2024, bem como os coeficientes de JAM – Juros e Atualização
Monetária, que serão creditados nas contas vinculadas do FGTS em 10-1-2024, incidindo sobre os saldos existentes em 10-12-2023, deduzidos
os saques ocorridos no período de 11-12-2023 a 9-1-2024, conforme tabela a seguir:
(3% a.a.) conta referente a empregado não optante, optante a partir de 23-9-71 (mesmo que a opção tenha retroagido), trabalhador avulso e optante até
0,003157 22-9-71 durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa;
(4% a.a.)
conta de empregado optante até 22-9-71, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;
0,003965
(5% a.a.)
conta de empregado optante até 22-9-71, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa;
0,004766
(6% a.a.)
conta de empregado optante até 22-9-71, a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa.
0,005560

Os coeficientes de JAM desde 1967 e os coeficientes para recolhimento em atraso do FGTS podem ser obtidos no Portal COAD, em
Tabelas Dinâmicas.

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 001