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Sumário
INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 4
Por que uma moto?...................................................................................................................... 6
Transporte público ................................................................................................................................ 6
Congestionamentos .............................................................................................................................. 6
Moto como alternativa. ............................................................................................................... 8
Economia de dinheiro ........................................................................................................................... 8
Economia de tempo .............................................................................................................................. 9
Com o tempo o medo diminui e a confiança aumenta. ................................................................ 10
O que todo mundo te pede para fazer mas não te diz como fazer. .............................................. 12
O começo e a primeira moto. ..................................................................................................... 13
Primeira vez pilotando sozinho na rua. ................................................................................................ 14
Você não precisa cair para aprender .......................................................................................... 17
O que fazer, quando fazer, como fazer, porque fazer. ................................................................. 21
Pegando intimidade com sua moto...................................................................................................... 21
A embreagem. .................................................................................................................................... 22
Folga no manete da embreagem. ........................................................................................................ 23
Aprendendo a manusear a embreagem ............................................................................................... 23
Arrancar sem acelerar ......................................................................................................................... 24
Acelerar e depois soltar a embreagem. ................................................................................................ 24
Sincronizando acelerador e embreagem. ............................................................................................. 25
Controle do Acelerador ....................................................................................................................... 25
Arrancando na subida. ........................................................................................................................ 27
Freios ................................................................................................................................................. 29
Freando sem emergência. ................................................................................................................... 31
Frenagem de emergência .................................................................................................................... 33
Postura ............................................................................................................................................... 37
Visão. ................................................................................................................................................. 43
Curvas ................................................................................................................................................ 49
Posicionamento na pista. .................................................................................................................... 54
Ultrapassagem .................................................................................................................................... 59
Corredor ............................................................................................................................................. 62
Você vai errar! ........................................................................................................................... 72
Dicas de segurança passiva. ....................................................................................................... 76
Segurança passiva - Piloto.......................................................................................................... 78

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Capacete............................................................................................................................................. 78
Vestuário Adequado ........................................................................................................................... 83
Calçados ............................................................................................................................................. 84
Calças ................................................................................................................................................. 85
Jaqueta ............................................................................................................................................... 86
Capa de chuva..................................................................................................................................... 89
Segurança passiva – Moto ......................................................................................................... 90
Corrente de transmissão ..................................................................................................................... 90
Pneus ................................................................................................................................................. 95
Troca de óleo do motor ....................................................................................................................... 97
Conclusão ................................................................................................................................ 100

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INTRODUÇÃO

Quando ainda estava nas aulas práticas da autoescola eu já brincava com minha
instrutora dizendo:

“Tá, pro Detran é assim. Mas e na vida real, como eu faço?”

Infelizmente, boa parte dos instrutores de autoescolas te passam somente o


que você precisa saber para passar no teste prático do Detran e nada mais, com o
argumento de que você vai aprender mesmo é na prática do dia a dia.

São poucos os que explicam qual a melhor forma de agir no dia a dia. Que
colocam os alunos em situações bem mais próximas da realidade encontrada
depois que a pessoa já estiver com a carteira de habilitação em mãos e for sair
sozinha.

A situação fica ainda pior quando falamos das motos. Afinal, as aulas são feitas
em um circuito fechado onde você aprende basicamente a mexer na moto. Isso,
somado as inúmeras notícias de acidentes envolvendo motos faz algumas
pessoas, mesmo habilitadas, pensarem várias vezes antes de subir em uma moto
e sair pilotando.

Eu já estive desse lado da situação. Hoje além de apaixonado por motos


também sou instrutor de autoescola e procuro passar aos meus alunos o maior
número de informações e macetes possíveis. Para que eles não precisem aprender
na marra ou no susto quando estiverem sozinhos.

A ideia aqui não é eliminar totalmente o medo de andar de moto, afinal é esse
pouco de medo que faz você respeitar os limites de velocidade, te faz afivelar o
capacete, evitar ultrapassagens perigosas, entre outras coisas. Diria até que não é
medo mas sim respeito por você, pelos outros e pelo veículo que está conduzindo.

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Meu objetivo com esse e-book é ajudar justamente as pessoas que conseguiram
tirar a carteira de habilitação com êxito mas na hora de irem para a rua sozinhas
tem muito medo ou ficam ansiosas e acabam deixando a moto de lado. Mostrar
algumas dicas e macetes de uma maneira simples e não muito formal para que
você tenha mais confiança pilotando. Seja para o trabalho, para a escola ou para
passear por aí e curtir a sensação de liberdade e independência que só uma volta
de moto pode te proporcionar.

Juarez Felix Ferrucci

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Por que uma moto?

Transporte público

Pense um pouco. Quantas vezes você perdeu o horário de algum compromisso


porque o ônibus chegou atrasado ou, como é comum nas cidades maiores, ele até
passou no horário mas você teve que esperar o próximo porque tinha gente
espremida na porta e não deu para você entrar?

Daí quando você consegue pegar... Leva 40 minutos, uma ou duas horas para
chegar no seu destino. E olha que em alguns lugares os ônibus têm faixas próprias
para tentar agilizar essa viagem.

Confessa aí... Quantas vezes de dentro do ônibus ficou olhando as motos


passando pelos corredores, seguindo seu caminho e se imaginou nelas só pelo fato
de não ficarem paradas no congestionamento?

Tirando a questão do horário e de entrarem mais pessoas do que os veículos


suportam. Tem também a falta de respeito, empurra-empurra, pessoas gritando,
ouvindo música alta sem fones nos ouvidos.

E o que eu acho mais grave e triste.

Alguns seres humanos, (foi o termo mais educado que consegui pensar), que
abusam das mulheres nos transportes públicos lotados. Lamentável.

Congestionamentos

Outra questão que interfere bastante no dia a dia das pessoas são os
congestionamentos.
Ouvi um comentário na internet uma vez em que o rapaz dizia:

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“O trânsito em São Paulo virou unidade de medida de tempo.
Você pergunta pra alguém: Quanto tempo leva daqui até lá?
E a pessoa te responde: Ah, depende do trânsito”.

Acredito que todo mundo já ficou refém dos congestionamentos em algum dia.
Seja pelo excesso de veículos, manifestação, acidentes, obras, feriadão, entre
outros.

E isso acaba muitas vezes mexendo com o emocional das pessoas, por mais que
estejam acostumadas e conformadas com a situação. Não é todo dia que estamos
derramando alegria e gentileza pra todo lado. E tem que ficar naquele arranca e
para a cada 5 metros.

Para quem já tem carro surgem outros desafios além do congestionamentos.


 Tem que manter em dia a manutenção do carro, que na maioria das
vezes não é barata.
 O custo do combustível cada vez mais caro.
 Dependendo de onde você trabalha ou estuda. Tem que pagar
estacionamento particular, o que te traz mais uma despesa por mês.
 Encontrar uma vaga pra estacionar não é uma tarefa muito fácil. (e
nem falei de fazer baliza).

AÍ VOCÊ ME DIZ:

“Pô Juarez, é claro que eu já pensei nisso tudo. Mas meu pai, minha mãe,
minha esposa, meu marido, meu irmão, meu filho, minha filha, meu carro... Todo
mundo fala pra mim que anda de moto é muito perigoso. Ainda mais porque
acabei de tirar a carteira.
Já não sou muito fã e todo mundo fala que pode ser ruim.”

Mas eu tenho uma boa notícia !!

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Moto como alternativa.

Deixando de lado e a imagem negativa que a mídia em geral cria.


Não dá pra negar que a moto acaba se tornando uma alternativa muito
tentadora, não é?

Vou citar agora somente dois pontos positivos (sim tem mais mas deixa pra
depois, senão você já para de ler  ). Pra ir entrando no clima e te ajudar a ver
como a moto pode ajudar a melhorar sua vida.

Vamos falar de economia de dinheiro e de tempo. (A segunda eu acredito que é


a mais preciosa.)

Economia de dinheiro

As motos urbanas de pequeno porte, aquelas que variam entre 100 e 160
cilindradas. Chegam a rodar uma média de mais de 40 quilômetros com um litro
de gasolina.

O que isso significa?

Vamos supor que o litro da gasolina comum esteja custando R$ 4,00


(Só pra deixar a conta redonda).
Se abastecer com R$ 20,00, ou seja, 5 litros. Vai dar para rodar
aproximadamente 200 quilômetros.

Não tem noção de quanto isso seja? Pergunte a alguém próximo pra que te
passe uma referência da sua região.

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Economia de tempo

Antes de comprar minha primeira moto eu preferia andar de bicicleta a andar de


ônibus. Como moro em uma cidade plana, é reta pra todo lado, isso não era tão
difícil assim. Morava a 12 quilômetros do colégio e fazia esse trajeto em 40 ou 50
minutos, dependendo da empolgação. Se fosse de ônibus levaria também 40
minutos.
Depois que comprei a moto, passei a fazer em 15 ou 20 minutos. E olhe que eu
andava bem devagarinho na faixa da direita, até porque eu tinha pego a carteira
há pouco tempo e ainda andava com medo e fazendo umas barbeiragens leves
pelo caminho.

O que eu sempre ouço... “É, mas de carro também dá pra reduzir o tempo.”

Sim, com toda certeza. Mas mesmo que você não more em uma cidade de
grande porte, como era meu caso, a moto ainda vai passar na frente em várias
situações. Sem que você precise sair costurando ou pegando corredor a torto e a
direito. O que por sinal não aconselho, pelo menos enquanto ainda não tiver um
bom domínio da sua moto.

AGORA SE IMAGINE NA SEGUINTE SITUAÇÃO...

Pegando sua moto. Colocando para fora de casa e fechando o portão.


Afivelando seu capacete, subindo na moto, girando a chave na ignição e vendo
o painel se movimentar. Já consciente do seu destino.
(Trabalho, escola, casa da pessoa amada, encontro com os amigos...).
Aperta a embreagem, engata a primeira marcha e sai suavemente sem dar
trancos... acelera e põe a segunda, terceira, quarta e quinta marcha.

Com a tranquilidade e confiança de quem sabe o que está fazendo.

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Sem pressa, sem desespero.
Afinal, agora você não precisa agradar ninguém para conseguir sua habilitação.
Essa parte já passou, agora é hora de curtir o passeio.
Parece bom demais pra ser verdade né ?!

MAS É POSSÍVEL SIM !!

Você já sabe mexer na moto, você já sabe como ela funciona. Mas para que
vocês se tornem mais íntimos é preciso um contato constante.

E é para te ajudar a alcançar essa intimidade que estou aqui.

Com o tempo o medo diminui e a confiança aumenta.

“(...) O medo não é real. O único lugar onde o medo pode existir
é em nossos pensamentos sobre o futuro. Ele é um produto da
nossa imaginação, que faz com que temamos as coisas
que não existem no presente e que talvez jamais cheguem
a existir. O medo é quase uma loucura. Não me entenda mal.
O perigo é real, mas o medo é uma escolha. (...)”

Cypher Raige.
(Personagem vivido por Will Smith, no filme Depois da Terra)

Uma das definições de MEDO segundo o dicionário Aurélio1 é a seguinte:


“Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais,
hipotéticos ou imaginários.”

1 * https://dicionariodoaurelio.com/medo

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Como notícia boa não vende. Os principais assuntos tratados na mídia em geral
quando o tema é moto são coisas ruins. É bastante comum quando alguém diz
que vai comprar uma moto ouvir frases do tipo:
“Você é doido (a).”
“Não faça isso, comprar moto é financiar suicídio”
“Moto é perigoso demais”
“O para-choque da moto é o peito.”
“Mas moto é muito perigoso. Por que não compra um carro?”
“Na moto você se machuca, no carro não.”

E por aí vai...

Juntando essa pressão com a falta de experiência. Acaba criando uma imagem
negativa e gerando um certo nível de medo ou ansiedade em quem nunca pilotou.
Esse medo vai embora conforme a pessoa vai entendendo como a moto se
comporta em velocidades maiores que as da autoescola.

Você se lembra da primeira vez que foi pilotar?

A pessoa que estava te ensinando disse que podia acelerar mais beeem de leve,
porque o acelerador é muito sensível. (Trataremos disso mais à frente)
Só essa informação já te deixou com um pé atrás.
A primeira imagem que veio à mente foi você acelerando sem controle e indo de
encontro com qualquer coisa que estivesse à sua frente?

Outra coisa que trava muita gente é o medo de deixar a moto morrer na saída
do semáforo e todo mundo buzinar atrás.
(Na maior parte das vezes a moto morre porque você soltou a embreagem
rápido demais. Veremos isso no passo a passo)

Sim, pode acontecer da moto morrer. Se morrer, você liga de novo e sai.
Dificilmente vão criar um alvoroço atrás de você. Só se deixar a moto morrer

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duas, três, quatro vezes... Aí sim, mas nesse caso o problema pode nem ser você
e sim a moto. Desça e empurre a moto pro canto da rua pra ver o que está
acontecendo.

Boa parte dos medos são criados porque ouvimos falar de tal coisa que deu
errado e provavelmente dará errado conosco também. A partir dessa informação
montamos em nossa mente todas situações desastrosas que podem acontecer.

Um dos meus mentores diz que “AÇÃO CURA MEDO”.

O que ele quer dizer com isso?!

Que você tem que ir e fazer mesmo com medo. E na maioria das vezes verá
que não era tão ruim ou difícil assim. Procure lembrar de alguma situação que
você estava com muito receio de fazer mas quando foi lá e fez, foi melhor do que
imaginava que seria.

O que todo mundo te pede para fazer mas não te diz como fazer.

No início, quando eu precisava entrar em uma avenida movimentada. Eu já


parava a moto no canto da rua para não atrapalhar os outros carros, porque eu
sabia que ia deixar morrer umas 4 ou 5 vezes, até conseguir sair.

As pessoas me falavam, “é só soltar a embreagem devagar”, como se fosse a


coisa mais normal do mundo. Porém...

EU NÃO CONSEGUIA SOLTAR A EMBREAGEM DEVAGAR!

Já estava pensando em procurar pela internet onde comprar meio quilo de


coordenação motora. Porque não estava dando certo.

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Tô aqui pra te livrar dessa parte.

No decorrer do livro vamos falar sobre:


 Como soltar a embreagem sem deixar a moto morrer.
 Controlar o acelerador sem que a moto saia descontrolada.
 Como frear de maneira segura. Incluindo o freio da frente que é tão
injustiçado.
 Subidas.
 O que fazer quando tem um veículo colado atrás do seu.
 Seu posicionamento na via. Na rodovia e na cidade.
 Porque não andar lado a lado com outra moto.
 Corredor. (Um livro sobre como andar de moto não pode ficar sem o
corredor)
 A importância de olhar para onde quer ir.

O começo e a primeira moto.

Quando eu fui tirar minha habilitação eu não tinha noção nenhuma de carro ou
moto. Ninguém na família tinha, então aprendi tudo na autoescola mesmo.
Saí de lá decidido que queria um carro. Gostei muito de dirigir, e para ajudar
minha instrutora deixava eu colocar a quinta marcha e acelerar um pouco de vez
em quando. Fiquei maravilhado com aquela sensação.

NA MOTO NÃO TEVE TODA ESSA EMOÇÃO.

Também gostei mas como ficava só no circuito fechado ficou meio sem graça.
Na época eu não tinha nenhum dinheiro guardado e não ganhava o suficiente
pra pagar a parcela de um carro, ainda mais sem entrada.

Um amigo tinha uma moto para vender e me propôs pagar na confiança uma
parcela que cabia no meu bolso. Não deu outra me abracei com a motoca.

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Era uma CG Titan 2005, isso foi em 2009. A moto estava um pouquinho judiada
mas pra mim não importava. Eu estava muito feliz pelas várias vantagens da moto
sobre minha bicicleta. Recebi a confirmação de que pegaria a moto mesmo uns 3
dias antes de realmente ir buscar.

Ficava imaginando e criando mil e uma cenas na minha cabeça. Na época eu era
frentista, entrava no posto as 06:20 da manhã. Logo veio à mente que...

 Com a moto ia poder dormir um


pouco mais ou acordar no mesmo horário
e tomar um café mais tranquilo.
 Não ia mais chegar suado nos meus
compromissos.
 O tempo que levava de bicicleta
diminuiria muito com a moto.
 Se saísse de casa para um lugar
longe e lembrasse que tinha esquecido
alguma coisa, era só pegar a moto e
voltar em casa rapidinho.

E muitas outras coisas naquela empolgação.


Até que chegou o dia de ir buscar a moto...

Primeira vez pilotando sozinho na rua.

Fui pegar a moto na empresa que esse amigo trabalhava e ele não estava
sozinho lá. Antes mesmo de subir na moto já começou a zoação porque eu não
estava me entendendo com a fivela do capacete.
Deixei a moto morrer umas duas ou três vezes. Daí começo a gritaria “tem
certeza que sabe andar de moto?”, “Larga mão disso, compra um carro que é

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mais seguro”, “Isso não vai dar certo”. Enfim, consegui sair do pátio e fui pra vida
real.
Até chegar em casa foram alguns sustos puxando demais o acelerador e
freando mais forte do que eu queria. E olha que usava só o freio de trás. Errava a
marcha antes de passar por lombadas e a moto saía falhando e se tremendo toda
até eu acelerar e retomar o ritmo. Fazia as curvas com a embreagem apertada, o
que me dava uma sensação de segurança maior.
No caminho de casa eu precisava entrar à esquerda em uma rodovia que passa
pela cidade. Na pressa pra conseguir entrar sem atrapalhar o trânsito e não perder
a brecha que tinha aberto pra eu passar, tentei sair bem rápido soltando a
embreagem de uma vez e acelerando... Sim, a moto morreu.
Nessa primeira vez ninguém reclamou, liguei e tentei de novo. Morreu outra vez
e mais uma. Quando morreu a terceira o motorista que estava atrás de mim
perdeu a paciência, atravessou o carro na rua olhou para os dois lados e como se
não tivesse ninguém na rodovia foi embora com a maior naturalidade. E assim
fizeram os outros motoristas.

Pra minha sorte nenhum deles buzinou ou me xingou. No máximo me olhavam


de cara feia, alguns com uma expressão de raiva, pena e deboche ao mesmo
tempo. Depois de umas 5 tentativas consegui atravessar a moto em linha reta e
depois me posicionar corretamente no acostamento pra poder seguir pra casa.
Adotei essa técnica para entrar naquele trecho todos os dias. Já parava no
cantinho da rua onde não atrapalhasse os outros carros. Atravessava em linha
reta e me ajeitava depois no acostamento do outro lado até ficar mais seguro na
hora de arrancar sem deixar morrer.

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Quando chegava em uma avenida que eu precisasse ir para o lado esquerdo. Eu
virava para a direita, entrava a esquerda na próxima quadra para dar a volta e
poder seguir para o meu
destino. (Como no traçado
vermelho)

Aos trancos e barrancos fui


seguindo todos os dias, me
adaptando com a nova
realidade. As vezes dava
vontade de largar mão e
abandonar tudo, guardar mais
dinheiro e comprar um carro.
Ficava irritado comigo mesmo e meio desanimado. Mas logo passava a raiva e
lembrava que mesmo assim ainda era melhor que bicicleta e ônibus.

Logo o medo virou paixão

Depois que peguei uma estrada sinuosa


pela primeira vez fazendo uma curva atrás
da outra. Foi uma sensação maravilhosa
sair daquele ar abafado da cidade e ir em
meio a natureza tomar café da manhã na
serra. Me apaixonei.

Aquela brisa de uma manhã ensolarada de verão deixando o clima mais


agradável, só eu e meus pensamentos dentro do capacete quase como uma
terapia, inclinando a moto para um lado e para o outro acompanhando o traçado
da pista sem pressa. Só curtindo a paisagem.

Eu consegui!

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MUITA gente que você conhece também conseguiu mais confiança na hora de
pilotar uma moto. E tenho certeza que a maioria teve um certo receio no início,
uns mais e outros menos mas tiveram. É comum quando se está aprendendo algo
novo, principalmente se essa atividade pode te machucar. Sua grande vantagem
nesse caso é que várias pessoas já passaram por esse estágio e podem te desviar
dos caminhos mais difíceis. São esses desvios que quero te passar.

Você não precisa cair para aprender

Aprenda com os seus próprios erros. Mas aprenda também


com os erros dos outros, pois é mais barato e dói menos.

Flávio Augusto da Silva

Creio que essa frase do Flávio Augusto ilustra muito bem o título. Muita gente
fala por aí que a gente só se torna motociclista de verdade depois que cai.

NÃO ACREDITO NISSO.

É possível sim passar a vida toda de motociclista sem um tombo.


Embora não seja o meu caso.
Não são poucas pessoas que conseguiram esse feito até agora e desejo
profundamente que você seja mais uma dessas pessoas.

Seguindo as minhas dicas você vai economizar tempo, dinheiro e alguns sustos
que só são engraçados nas vídeo cassetadas internet afora.

É possível aprender sozinho ou olhando parentes e amigos.

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Mas...

Se tem alguém que esteja disposto a te ajudar, aproveite. Caso contrário, pode
levar mais tempo para se sentir confortável e confiante pilotando.

Preste atenção em cada dica que qualquer um te der, muita coisa é bobagem ou
pouco prática para sua realidade mas sempre se aproveita algo.

No começo de qualquer atividade nova nós nos cobramos muito. Estamos


praticando há dias e queremos o desempenho e os resultados de quem já está há
anos nessa luta, seja ela qual for.

Eu sei que de vez em quando a gente dá uma desanimada.

Nessa hora coloque na balança o que você irá perder, ou deixar de ganhar, se
desistir da moto. Em quê sua vida irá melhorar ou facilitar se conseguir alcançar
esse objetivo, que é andar de moto com mais tranquilidade e confiança.

Volta e meia em minhas aulas práticas quando vou levar a moto de um lado
para o outro, ou quando mostro para os alunos como deve ser feita tal coisa.
Alguns olham e dizem “nossa parece tão fácil e eu não consigo”. Normalmente
respondo assim: “Eu já piloto faz tempo. Você tá aqui há uns 40 minutos, relaxa.
VOCÊ VAI APRENDER.” É questão de prática. De nada adianta passar no exame do
Detran e pegar a moto 3 vezes no ano.
Então não queira comparar a sua trajetória inicial, seu treinamento com alguém
que já está mais preparado e treinado que você.

Vou citar situações pelas quais passei. Algumas ainda acontecem de vez em
quando. Veja se você se identifica com alguma...

 Já caí da moto.
 Já deixei a moto cair.

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 Já fritei a perna no escapamento quente.
 Já deixei a moto morrer no semáforo, em avenidas, em subidas.
 Já fiquei na rua porque a corrente da moto caiu.
 Já saí da curva indo para o acostamento.
 Já entrei em um buraco grande porque eu estava colado no carro da
frente.
 Já bati em um carro parado por falta de atenção. (essa é a que eu
mais me envergonho).
 Já freei muito forte a ponto do pneu cantar e sair arrastando.
 Já tentei usar o freio da frente e acabei acelerando, fazendo um
barulhão e passando vergonha.
 Já pulei lombada ou caí em buracos por estar distraído...

E mais uma série de peripécias nessa jornada de aprendizado.

E ainda assim...

Me achava um piloto de motovelocidade.

Depois que fui me soltando e me sentindo à vontade, principalmente no


caminho do trabalho que eu fazia todo dia. Entendendo como a moto funcionava a
coisa começou a ficar mais divertida do que já era. Agora a sensação de liberdade
e independência era plena.

Já reduzia as marchas de maneira suave, arrancava com leveza e segurança


controlando a sincronia entre acelerar e soltar a embreagem sem que a moto
berrasse. A essa altura algumas pessoas já até pegavam carona comigo...
Vê que avanço!?

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Quando pegava um trecho de rodovia com
curvas mais fechadas, virava à uns 35 ou 40
km/h e já me achava um piloto de corrida
raspando o joelho no chão.

Isso me deu uma empolgação muito grande,


aquela sensação de conquista que me motivava
cada vez mais a me empenhar e ir progredindo
a cada dia.

É nesse ponto que eu quero que você chegue ! !

Onde não dependa mais de ninguém ficar te motivando e falando para tentar de
novo. Um ponto onde você reconheça seus pequenos resultados como grandes
conquistas ao invés de só ficar reclamando.
Quero que você pegue a moto com aquela convicção de quem sabe o que está
fazendo.

Quando você sai da sua zona de conforto e enfrenta a situação, aos poucos vai
se adaptando e se acostumando com ela. O que acaba aumentando a tal zona de
conforto. E então vai olhar para trás e ver que boa parte daquela preocupação e
ansiedade toda não fazia sentido.

Para que esse dia chegue mais rápido vamos ao que interessa.
 Um pouco de como a moto funciona, para que você entenda o porquê de
estar fazendo o que faz.
 Alguns medos como: Medo andar no corredor, alguém me fechar, fazer
curvas, usar os freios e as rodas travarem, veículos colados, entre outras
situações.

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O que fazer, quando fazer, como fazer, porque fazer.

Pegando intimidade com sua moto.

Não são raras as histórias de pessoas que caem com a moto parada ou
derrubam a moto nos seus primeiros dias porque pegam do lado errado,
esquecem de baixar o descanso lateral (pezinho) ou não aguentam com o peso da
moto.

Esse tipo de queda você consegue evitar movimentando ela na garagem de casa
mesmo. Desligada e sem marcha engatada (neutro), empurre a moto para lá e
para cá ao lado da moto, há quem tenha mais destreza se ficar do lado direito da
moto, outros preferem ficar do lado esquerdo, veja como fica mais leve para você.
Manobre como se estivesse estacionando naquelas vagas do centro da cidade
onde ficam uma moto ao lado da outra. Não deixe para ter que aprender na rua,
na hora do movimento.

Suba na moto e penda um pouco para os lados e sinta o real peso dela, caso
ache muito pesada. Em uma situação real quando ela pender de verdade é melhor
ir deitando e colocando-a no chão devagar, e depois você se vira para erguê-la, do
que tentar sustentar no braço e acabar se machucando ou deixando ela escapar e
bater no chão com força.

Teste os freios.
Em cima da moto, embale e veja se precisa apertar muito ou pouco os freios.
Sim, teste os dois. Isso evitará alguns sustos quando estiver pelas ruas.
Falaremos mais sobre os freios adiante.

Enfim, pegue intimidade com sua moto antes de sair se aventurando pelo
trânsito afora. Não é uma regra mas é muito útil ter uma boa noção do
equipamento que você tem em mãos.

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A embreagem.

Embreagem, o primeiro desafio.


A embreagem em si, é um conjunto de engrenagens que fazem a ligação das
engrenagens das marchas às engrenagens do motor para pôr a moto em
movimento.

Aquela peça que você pega com a mão esquerda pode ser chamado de manete
ou alavanca da embreagem dependendo de quem escreve o manual.
Enquanto a moto estiver ligada, as engrenagens do motor estão girando. Mas
nem sempre as rodas estão em movimento.
A embreagem ajuda você a pegar as engrenagens das marchas que estão
paradas e juntar com as engrenagens do motor que estão girando muito rápido.

Não ajudou muito né? Calma, eu explico melhor.

A moto ligada em ponto morto/neutro (cada lugar do país chamam de um jeito)


não tem nenhuma marcha engatada no motor. As engrenagens do motor estão
girando a aproximadamente 1.000 ou 1.500 giros por minuto (Bem rápido, não
é?). Mas as engrenagens da primeira marcha ainda estão paradas. Então, temos
um problema.

Como vamos pegar uma engrenagem que está parada e juntar com uma que
está dando 1.000 giros por minuto?

É aí que entra nossa amiga (ou


não) embreagem. Ela pega a
engrenagem da marcha que você
quer pôr e vai encaixando nas
engrenagens do motor, conforme
você solta o manete/alavanca

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devagar até que as duas estejam na mesma velocidade.
Por isso que a moto morre ou dá um tranco muito forte quando você solta o
manete de repente. Porque uma está muito rápida e outra muito devagar, ou se
arrumam na marra (no tranco) ou travam (morre).

Folga no manete da embreagem.

Com a moto desligada pegue no manete da embreagem e movimente para


frente e para trás. Você irá notar que em uma certa altura ele fica mais leve, essa
parte mais leve é folga. Essa folga não interfere no movimento do motor. Já ouviu
alguém dizer que a embreagem está muito alta ou muito baixa?
Mais alta significa que você tem que abrir mais a mão até que as engrenagens
se encaixem lá no motor e mais baixa é quando você tem que abrir menos a mão.

Aprendendo a manusear a embreagem

Leve a moto para uma área calma onde possa praticar sem distrações e sem
atrapalhar o trânsito.

Vou te passar 4 diferentes maneiras para colocar a moto em movimento.


Teste as 4 e veja qual funciona melhor pra você.

Antes disso, uma dica bem simples que vai te ajudar a diminuir as chances da
moto morrer na arrancada.

Quando for colocar a moto em


movimento utilize as pontas dos dedos
para segurar o manete. Dessa forma você
controla melhor a força na hora de abrir a
mão e soltar devagar a embreagem.
Diferente de quando você fecha a mão
por completo e vai deslizando o manete pelos dedos até sentir a moto andar.

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Arrancar sem acelerar

Praticando

 Suba na moto e ligue;


 Aperte a embreagem e engate a primeira marcha;
 Pode ficar com as duas pernas no chão se for melhor pra você. (Isso não
interfere na vida real e você já passou no exame do Detran)
Vá soltando a embreagem bem devagar até você sentir que a moto
começou a andar e embalar sozinha sem ajuda do acelerador, nessa hora
PARE de soltar a embreagem. Não puxe de novo e nem solte o restinho que
falta. (Vamos chamar isso de Meia Embreagem);
 Pode ir acompanhando a moto com os pés até que ela embale o suficiente
para você erguer os pés;
 Depois termine de soltar o manete lentamente.

“Lembra de como funciona? As engrenagens da marcha se juntando com as do


motor? Pois é, na meia embreagem elas estão apenas se raspando uma na outra
mas ainda não engataram efetivamente, por isso a moto vai devagarinho. Se você
puxar o manete de volta quando a moto começar a andar, as engrenagens param
de se encostar e a moto para de andar. Se você soltar de uma vez só quando ela
começar a andar, vai ter uma engrenagem muito mais rápida que a outra elas vão
travar e a moto vai morrer.”

Acelerar e depois soltar a embreagem.

Essa é um pouco mais arriscada. Vai exigir um certo controle da embreagem.


Vamos lá...

 Moto ligada e primeira marcha engatada;


 Acelere um pouco e deixe acelerada. Mas tem que ser bem leve, sem fazer a
moto gritar;
 Faça a meia embreagem. (Solte a embreagem até a moto começar a
andar);

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 Mantenha na meia embreagem até estabilizar seu equilíbrio, nas primeiras
tentativas pode ir acompanhando com os pés também;
 Depois solte devagar o que falta do manete.

“SEMPRE SOLTE A EMBREAGEM DEVAGAR.


Principalmente se a moto estiver acelerada”

Você vai soltar toda a embreagem, mas não pode largar de uma só vez.
Solte devagarinho até o final. Por mais que a moto já esteja andando.

Sincronizando acelerador e embreagem.

Esse modo te cobra um pouco de coordenação motora. Demorei um certo


tempo para conseguir.

 Moto ligada e em primeira marcha;


 Vá soltando a embreagem ao mesmo tempo que acelera;
 Enquanto abre a mão esquerda, gire o pulso direito;
 Se a moto gritar demais é porque falta soltar mais um pouco a embreagem;
 Se a moto trepidar demais quase morrendo ou sair cambaleando, acelere
um pouco mais.

Pratique por alguns minutos os 3 modos e veja qual funciona melhor para você.

Controle do Acelerador

Logo no seu primeiro dia andando de moto você deve ter reparado que
conforme ela vai ganhando velocidade, fica mais leve e mais fácil de pilotar.
Porém, se não souber dosar a mão no acelerador, a coisa pode ficar feia.
Agora que você já entendeu melhor como fazer a moto sair do lugar, vamos
pegar essa sensibilidade do acelerador. Novamente com a moto desligada
primeiro.

Muitos alunos meus na primeira aula, giram o pulso em falso. Como assim?

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Giram somente o pulso sem puxar a manopla2 junto e quando precisam acelerar
mais para trocar de marcha o braço já está no limite.

Primeiro com ela desligada, segure firme a manopla e gire até o final dela, tente
fazer isso sem que seu braço chegue no seu limite. Esse movimento de acelerar
também é conhecido como “abrir o acelerador” e consequentemente o movimento
de desacelerar também pode ser chamado de “fechar o acelerador”.
Depois faça esse exercício com a moto em movimento. Em primeira marcha
mesmo, só para ver como a moto responde e assim pegando essa sensibilidade do
acelerador da sua moto. O ideal é que você nunca puxe todo o acelerador de uma
só vez, vá sempre aumentando a velocidade progressivamente. Mais rápido ou
mais devagar, conforme a necessidade do momento.

Eu sei que bate aquela vontade de acelerar até o último só pra ver o que
acontece.

QUEM SOU EU PARA TE PROIBIR DISSO?

Se realmente quiser fazer isso aconselho que seja em linha reta e em um lugar
bem calmo e de preferência com uma boa área de escape caso dê algo errado. E
logicamente... Por sua conta e risco.

Também é interessante ter um controle na hora de desacelerar.


Você já andou na garupa de alguém que não sabia reduzir direito e toda hora
você dava uma cabeçada nessa pessoa? Isso é chato, não é?
Quando precisar reduzir a velocidade, ao invés de apenas soltar o acelerador
para que ele volte à posição original sozinho. Devolva devagarinho, volte seu
pulso até “fechar” o acelerador e vá freando progressivamente.
Dessa forma você consegue eliminar ou pelo menos diminuir bastante aquele
tranco que joga seu passageiro para frente.

2
Aquela borracha que vai na ponta do guidão, onde você segura.

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Arrancando na subida.

Comece em pequenas rampas para ir entendendo como funciona, pegando o


jeito da coisa e perdendo o medo.

Quando parar em uma subida já vai estar com a embreagem e o freio


apertados. Para arrancar sem que a moto morra ou volte para trás faça da
seguinte forma.

 Acelere um pouco e deixe acelerada. Não é para acelerar até o último do


acelerador, é só para você ouvir melhor o motor.
 Com ela acelerada, solte a embreagem até baixar o barulho do motor.
Baixou o barulho? Pare de soltar a embreagem.
Você vai sentir a moto tremer mais do que o normal. É porque a embreagem
já está no ponto que faz a moto andar mas o freio não está deixando.
 Agora você acelera mais um pouco e solta O FREIO.
Não solte a embreagem ainda. Você vai começar a subir com a meia
embreagem. Aquele ponto que você achou quando baixou o barulho do
motor.

Depooois que a moto já estiver andando e você com equilíbrio é que vai
soltar esse restinho de embreagem.

A meia embreagem sozinha vai fazer com que a moto não volte para trás
quando você soltar o freio, mas se for uma subida um pouco íngreme ela pode não
conseguir subir só com a embreagem. Por isso eu você dá mais uma acelerada
para ajudar a moto.

Recapitulando...

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1º - Acelere um pouco para o motor fazer mais barulho.
2º - Solte a embreagem até baixar o barulho do motor.
3º - Acelere de novo e solte o freio sem soltar a embreagem.
4º - Depois que já estiver com equilíbrio solte o que falta da embreagem e siga
feliz.

Obs.:
 Se a moto grita mais do que anda. É porque você ainda não está na meia
embreagem.
Abra um pouco mais a mão esquerda.

 Se a moto começou a andar, mas saiu trepidando e morreu logo em seguida.


É porque faltou aceleração.
Acelere um pouco mais forte antes de soltar o freio.

Juarez, tenho medo que a moto empine ou


saia disparada na hora que eu soltar o freio.

Isso só vai acontecer se você soltar a embreagem de uma só vez.


Largar com tudo.

Quem faz a moto andar é a embreagem, o acelerador só dá mais força.


Se você girar todo o acelerador com a embreagem apertada a moto vai fazer
muito barulho, mas não vai andar. Agora, se você acelerar muito e soltar toda a
embreagem de repente... Aí dá problema.

Então, até você pegar a sensibilidade do acelerador. Solte a embreagem sempre


de forma gradativa, aos poucos. Por mais que a moto esteja “gritando” se você
soltar a embreagem devagar ela não vai sair correndo sem controle ou empinar.

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Freios

Os tipos de freios.

Isso mesmo, no plural. Primeiro vou te explicar de maneira bem simples e


superficial quais os tipos de freios você pode encontrar nas motos.
A intenção aqui não é aula de mecânica, mas sim te dar uma ideia de o que é e
como funcionam cada um deles.

 Freio a tambor.

O tambor de freio é ligado diretamente as rodas. Dentro dele há uma


estrutura com algumas molas e outras peças como as lonas e sapatas de
freio, quando você aciona o pedal ou manete essas estrutura se expandem
gerando um atrito com as paredes do tambor. Como o tambor é fixado nas
rodas, se ele reduzir a velocidade consequentemente as rodas também irão
reduzir.

 Freio a disco.

Esse é um pouco mais complexo, então vou citar algumas peças para
facilitar a explicação.

 Disco – Um disco de metal que vai parafusado ao cubo da roda.


 Pastilha – São duas barrinhas, uma de cada lado do disco.
 Pistão de freio - É a peça que empurra as pastilhas até o disco.

Quando você aciona o pedal ou manete de freio, os pistões empurram as


pastilhas prensando o disco reduzindo a velocidade das rodas.

As motos com freio a tambor sempre serão mais baratas, já que os freios a
disco são muito mais eficientes. Além de ser melhor ainda tem mais algumas
opções que podem incrementar a segurança da sua moto.

Já ouviu falar na sigla A.B.S. ?


Ela significa Antes de Bater Salte... Brincadeira.

Quer dizer Anti-locking Brake System, podemos traduzir para o português como
Sistema de Freios Antitravamento. Ele tem um sensor em cada roda levando

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informações à uma central eletrônica que calcula e compara, na hora da
frenagem, qual roda precisa girar mais ou menos para que consiga parar a moto
sem que o pneu derrape. Graças a esse sistema você pode acionar o pedal ou
manete de freio com toda força na hora do susto de uma emergência que além de
não derrapar a moto ainda reduz a distância necessária para parar totalmente.

Logicamente que essa tecnologia tem seu preço. Qualquer veículo equipado com
freios ABS será mais caro que um veículo com freio a disco simples ou freios a
tambor.

Outra opção dos freios a disco é o sistema CBS.

 Combined Braking System ou Sistema de Frenagem Combinada.


Diferente do ABS esse sistema não evita que as rodas travem, no CBS o
freio dianteiro tem um pistão a mais. Quando você pisa no pedal do freio
traseiro, esse sistema aciona levemente o pistão extra do freio dianteiro te
ajudando a frear com mais eficiência.

“VOCÊ TÁ LOUCO JUAREZ ???


SE EU USAR O FREIO DA FRENTE A MOTO VAI ERGUER A RODA DE TRÁS! ”

Relaxa, não é bem assim que funciona. Mas antes de desmistificar essa história
do freio da frente. Quero falar desse tal freio motor que você já deve ter ouvido
falar ou visto em muitos vídeos do Youtube.

 Freio Motor.
Pode ser que você encontre alguém que diga que não existe freio motor em
motos. Essa pessoa não está errada.

O freio motor propriamente dito só existe em veículos de grande porte como


caminhões e ônibus. É um sistema eletrônico acionado pelo motorista,
normalmente em descidas. Através de um botão que faz com que o motor não

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ultrapasse determinada rotação, mesmo que seja uma ladeira bem íngreme e o
caminhão esteja carregado. O veículo vai se manter na velocidade determinada
por esse sistema que mantém reduzida a velocidade de trabalho do motor, daí o
seu nome.

Como nas motos e nos carros não temos esse botão e todo esse sistema. O que
fazemos é usar os limites físicos do motor, reduzindo uma marcha.

Por exemplo:
Você está em quinta marcha em uma pista plana, porém lá na frente tem uma
descida muito íngreme. Você não pode descer em quinta marcha porque lá
embaixo tem um cruzamento com uma avenida, e em quinta marcha a moto vai
embalar demais. Sem contar que você tem medo de não saber frear direito e
acabar derrapando e caindo.

Nesse tipo de situação você pode reduzir (antes de começar a descer) para
terceira, segunda ou até primeira marcha dependendo da inclinação e do trânsito
no momento. Assim, o motor pode até ficar gritando e você sente que está
forçando, mas não embala.
É isso que chamamos de freio motor nos veículos de pequeno porte.

Locais bons para você ter uma noção exata disso, são estacionamentos
subterrâneos como: supermercados, shoppings, prédios residenciais. É comum
que o acesso a esses estacionamentos sejam bem íngremes, faça o teste...
Desça em primeira marcha, depois teste em segunda ou terceira, vá praticando
e entendendo como funciona sua moto.

Freando sem emergência.

Você vai passar a maior parte do tempo sem precisar de uma frenagem de
emergência. Então o ideal é usar os freios de uma maneira mais econômica.

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 Vá dosando os dois freios sem pressionar a embreagem a princípio.
 Reduza uma marcha de cada vez.
 Primeiro baixe um pouco a velocidade (só com os freios), depois reduza a
marcha.

Quando você aciona a embreagem a moto fica à deriva e num primeiro


momento ela embala mais, mantém ou recupera a velocidade ao invés de reduzir.
Por isso é importante manter uma marcha engatada, dessa forma usamos os
limites físicos do motor. Com as engrenagens grudadas umas nas outras oferece
mais resistência do que deixar tudo solto aproveitando a velocidade que você já
estava desenvolvendo.

Só de você parar de acelerar a moto corta o embalo e vai reduzindo aos poucos
até começar a falhar, “pipocar” até que você reduza uma marcha e deixe
compatível a velocidade com a marcha adequada.

Vou assumir que você ande no melhor estilo politicamente correto, mantendo
uma distância de segurança onde você consiga parar ou desviar antes de bater
caso algo dê errado na sua frente e trafegue em uma velocidade compatível com o
trânsito no local. Dessa forma fica melhor para reduzir a velocidade da moto sem
susto e totalmente consciente do que se está fazendo.

Vamos usar a imaginação de novo...

Você está em quarta ou quinta marcha em uma avenida e vê que dali a duas
quadras o semáforo ficou vermelho, os outros veículos já formaram uma pequena
fila.

Não faz sentido continuar acelerando.

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Comece a reduzir a velocidade assim que perceber qualquer obstáculo à frente,
ou comportamento fora do comum para aquela região específica, para não forçar
tanto o freio em cima da situação e acabar se envolvendo em um acidente.

Por mais que seja leve ou só dano material. Se dá para evitar, vamos evitar. 

Viu que já estão parados ou parando lá na frente, vá freando e reduzindo uma


marcha de cada vez para chegar no local com mais cautela, segurança e controle.

DICA: Fique sempre de olho nas luzes de freio dos outros


veículos.
Eles já estão vendo coisas que você ainda não enxerga.

Frenagem de emergência

Nunca duvide da capacidade que os outros tem de errar.


Instrutor de pilotagem Carlos Amaral.

Por mais cuidado que você tome, uma hora ou outra vai precisar frear de
repente.
Seja porque você teve um momento de bobeira onde seus pensamentos te
levam para outro lugar e quando volta para a realidade o trânsito está parado, ou
porque alguém sem querer – ou de propósito mesmo – acabou te fechando,
passou direto em uma preferencial, dentre outras situações.
É bom pelo menos ter uma boa noção do que fazer nessas horas.

Vou te dizer duas coisas que assustam em um primeiro momento mas eu já


explico em seguida. Primeiro...

NÃO SÃO OS FREIOS QUE FAZEM A MOTO PARAR!

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O que faz a moto parar é o atrito dos pneus com o solo. Logo, pneus bem
calibrados e em bom estado de conservação contribuem muito para diminuir a
distância necessária para a moto parar.

Segundo ponto que vai na contra mão da opinião da maioria, é...

USE O FREIO DA FRENTE MAIS DO QUE O DE TRÁS!

O freio traseiro tem seu valor sim e também ajuda a diminuir a velocidade, mas
nem se compara com a eficácia do freio dianteiro. O que assusta no freio da frente
é que todo o peso da moto - piloto, passageiro e bagagem - recai na roda
dianteira e chega a abaixar o guidão.
Com cuidado e prática você consegue aprender a controlar sua moto sem cair
durante o processo de aprendizagem. Como sempre, comece testando em baixa
velocidade.

Praticando

 Vá para uma área aberta onde você possa ficar indo e voltando;
 Coloque uma marcação no chão ou tome algum objeto como referência;
Pode ser qualquer coisa como uma luva, uma pedra, sua carteira, um poste,
uma marca de tinta no meio fio, algo que defina um ponto onde vai começar
a frear.
 Pegue distância e venha acelerando até essa marcação;
Pode ser em primeira ou segunda marcha nas primeiras tentativas.
 Ao chegar nesse ponto determinado, freie somente com o freio traseiro.
Freie de forma progressiva mas com firmeza, como se dependesse disso
para não se envolver em um acidente. Se a roda travar e começar a
derrapar, solte o freio e já aperte em seguida. Só para não derrapar mesmo.
 Marque a distância que a moto percorreu do momento em que você pisou no
freio (Primeira marcação), até o momento que parou.

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 Repita o processo, mas dessa vez use o freio dianteiro.
Eu entendo que o freio da frente causa medo, então vá com mais calma.
Não puxe de uma vez só e com toda força o manete, faça o de forma
gradativa e vá aumentando aos poucos a força a cada tentativa.
 Marque a distância do local que começou a frear até o local onde parou a
moto.
Você verá que é uma diferença muito grande entre as distâncias de
parada de quando freia somente com o traseiro e quando usa somente o
dianteiro.
 Agora uma os dois freios.
Pegue a mesma distância e de preferência a mesma velocidade usando a
mesma marcação e utilize os dois freios juntos. Ponha mais firmeza no freio
dianteiro.

Você irá notar que usando os dois freios juntos dá para reduzir muito a distância
de parada. Por isso os fabricantes começaram a utilizar os freios CBS nas motos
menores, para auxiliar nas frenagens com mais segurança.

Inclusive já tem uma lei3 vigorando no Brasil que obriga os fabricantes ou


importadores a equipar, até janeiro de 2019, 100% das motos novas da seguinte
forma...
 Motos até 300 cilindradas com CBS. Lembrete: Se sua moto tem ABS
 Motos acima de 300 cilindradas com ABS. pode apertar os freios sem dó.
Mas se não tem esse auxílio, é
Legal Juarez... E o freio motor não uso em mais um motivo para treinar a
emergência? dosagem de força tanto no pé quanto
na mão.
Bem lembrado!

3
Resolução 509/14 do Contran.
www.denatran.gov.br/resolucoes

35

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A maneira que mais vi pessoas ensinado na internet tanto em textos como em
vídeos é, frear com os freios dianteiro e traseiro com força ao mesmo tempo que
reduz as marchas e solta a embreagem de uma vez só.
Realmente isso faz a moto baixar a velocidade bruscamente e o dano que isso
causa no motor é irrelevante se comparado a um acidente.

Sim! Estraga a moto largar a embreagem de repente.


Mas como estamos falando de uma emergência, então tá valendo.

O que eu acredito que possa falhar nessa estratégia é faltar tempo para tudo
isso, já que no susto você tem que agir o mais rápido possível.

Tenho uma outra técnica para te indicar. Aprendi recentemente em um curso de


direção defensiva para motos com o instrutor Carlos Amaral.
É basicamente o que te falei ali atrás.

Freie com o dianteiro e traseiro juntos aplicando mais força no dianteiro e se


sentir que uma roda travou, alivie um pouco e pressione de novo o freio
respectivo.
O diferencial aqui é que você não vai usar a embreagem enquanto freia.
Aí você me diz...

“Como assim?
Mas se eu frear sem apertar a embreagem a moto vai morrer.”

Concordo contigo, mas deixa eu terminar de explicar.


Você vai usar a embreagem só no final, quando já estiver com a moto quase
parada. Tá meio confuso ainda né?

Monte a situação na sua cabeça...

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Você percebe o perigo, aciona os freios de forma progressiva mas sem apertar a
embreagem. No final da frenagem quando a moto já estiver devagar e quase
morrendo é que você puxa o manete da embreagem, justamente para que a moto
não apague.

Por que isso?

Como já comentei antes, com a embreagem apertada a moto fica à deriva e as


chances dela sair “rebolando” (derrapando para os dois lados) em uma frenagem
mais brusca são maiores.

Já com marcha engatada (enquanto a embreagem está acionada não tem


marcha engatada no motor, lembra?) a moto tende a se manter em linha reta. Te
dando mais controle da situação.

Teste da mesma forma que testou os freios dianteiro e traseiro e tire suas
próprias conclusões. Te aconselho a usar essa técnica mesmo fora de
emergências. Reduza a velocidade e somente no final da frenagem pressione a
embreagem para diminuir a marcha ou parar a moto.

Postura

Sua postura na hora de pilotar pode tornar a convivência com a moto mais
prazerosa ou mais dolorosa. Vou te dar dicas bem simples, algumas até se
encontram facilmente pela internet afora mas ninguém te explica porque fazer de
um jeito é melhor ou menos perigoso do que de outro. Então vamos lá.

Cabeça

Sempre erguida e olhando para frente.


Quanto mais longe chegar seu campo de visão mais informações seu cérebro
tem para analisar se você está em uma situação de normal ou de risco.

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Dessa forma você pode reduzir a velocidade ou desviar de algum obstáculo com
tranquilidade e com total controle da moto, já que consegue prever certas
situações. E o mais importante, sem sustos.

Já, já trataremos mais sobre a importância da visão para uma boa pilotagem.

Ombros

Bem relaxados.
É comum o motociclista iniciante ficar com a região do trapézio contraída, com
os ombros levantados, meio que encolhendo o pescoço. Isso causa um certo
desconforto ou dores no fim do dia. Portanto, abaixe os ombros, relaxe-os.

Enquanto você está no pique de suas atividades e com a cabeça distraída, nem
sente mas quando você chega em casa toma banho, o corpo esfria e quer relaxar.
As dores da má postura de um dia inteiro dão sinal de vida.

Braços

Você pilota com os braços abertos e cotovelos levantados como se estivesse


carregando um galão de 20 litros de água em cima do tanque da moto?
Eu pilotava assim . Essa é simples de resolver.

Mantenha os cotovelos apontados para baixo. Isso já relaxa os braços e os


ombros num movimento só.

Os braços não podem ficar muito esticados, senão você não consegue
acompanhar o guidão quando for fazer uma curva e também absorve todo o
impacto das imperfeições de nossa maravilhosas ruas. E não muito dobrados para
não bater seu cotovelo na sua costela nas curvas.

Em uma curva para a esquerda, exemplo.

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Seu braço direito fica mais esticado para acompanhar o guidão e o esquerdo
vem para mais perto do seu corpo.
Por isso é importante que você encontre uma distância entre você e o guidão
que lhe deixe confortável e não atrapalhe na pilotagem.

Se preferir. Pode pedir para alguém deixar o guidão para frente ou mais para
trás, de acordo com o tamanho de seus braços. Na maioria das motos de pequeno
porte isso não é difícil e nem demorado de regular.

Quadril e Joelhos

Vou comentar os dois juntos porque eles definem a direção para onde a moto
vai mais do que os movimentos que você faz com o guidão.

Mantenha seu corpo o mais próximo possível do tanque de combustível.


Já reparou que o formato dos tanques de combustível permitem que você
encaixe suas pernas melhorando a aerodinâmica da moto?

Quanto maior a velocidade, maior é a resistência do ar. Com quadril e joelhos


colados ao tanque a moto “corta” o ar sem muito esforço, tornando a condução
mais fácil e te dando mais controle da moto.

Dá para sentir bem esse efeito sem precisar de muita velocidade.

Faça o seguinte:
Em uma reta longa – pode ser dentro da cidade mesmo, não precisa ir para
uma rodovia – acelere até uns 50 ou 60 km/h com o quadril e joelhos juntos ao
tanque. Ao atingir essa velocidade abra somente uma das pernas.
Vamos usar como exemplo descolando a perna direita do tanque. O vento que
vai bater entre sua perna e o tanque vai “puxar” a moto para a direita. Se você
fechar a perna de novo a moto retorna sua trajetória em linha reta.

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Quando pilotar em baixa velocidade, como se pilota dentro das cidades, isso não
interfere muito. Porém quando a velocidade aumenta é mais seguro estar bem
próximo ao tanque como se o seu corpo fizesse parte da moto. Assim os
movimentos saem mais suaves e precisos.

Pés

Já li, vi e ouvi em muitos lugares que é mais prático e rápido é deixar o pés
paralelos ao solo, com o salto dos sapatos encaixados nas pedaleiras4.

Discordo dessa
orientação por dois
motivos:
 Nessa posição
você tem que
manter a ponta
dos pés
levemente
levantada para
que não acione, sem querer, o pedal do freio ou o pedal do câmbio5.
 Para manter a ponta dos pés levantada você força o seu tendão calcâneo –
mais conhecido como Tendão de Aquiles – causando cansaço em pouco
tempo. (Faça o teste agora, levante a ponta do pé e segure por alguns
segundos para ver onde cansa.)

4
Pedaleira é onde piloto e passageiro apoiam os pés.
5
Pedal usado para trocar as marchas.

40

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Outra maneira é deixar o pé encaixado entre a pedaleira e os pedais do
câmbio e do freio com a ponta do pé para baixo.

Em uma situação
de emergência você
pode perder um
pouco da agilidade
para frear.
Sem contar que se
você cair – mesmo
em baixa velocidade –
pode quebrar seu pé.

O 3º jeito é ficar com a ponta


dos pés apontadas para
“fora” da moto.

Isso pode te machucar


quando fizer curvas.

“Juarez, tô começando agora.


Não vou deitar a moto nas
curvas ainda.”

Sim... Eu sei. Entendo que


você não vai raspar o joelho no
chão nas curvas que fizer,
principalmente na cidade.

Mas...

41

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Mesmo que não perceba, você inclina a moto mais do que imagina quando entra
com ela embalada em uma curva. Inclusive dentro da cidade em esquinas de 90º.

E...

As ruas de qualquer cidade podem esconder pequenas armadilhas para nós


motociclistas.

Os pés para fora da pedaleira podem raspar nos tachões (mais conhecidos como
tartaruguinhas) que dividem as pistas, em algum objeto caído no chão, no meio
fio e até mesmo no solo. Por mais que raspe de leve, pode te tirar o controle da
moto. Isso em uma reta já é ruim, em curvas fica ainda pior.

Por essas e outras que te indico a ficar com a ponta dos pés apoiada nas
pedaleiras.

Assim você adquire


um controle melhor
da moto, podendo
distribuir o peso e a
força entre coxa,
joelho, quadril e pés.
Deixando as mãos,
braços e ombros mais
relaxados.

E nas curvas não tem perigo de raspar seu pé, pois a pedaleira irá raspar
primeiro te avisando que já deu o limite da moto.

Além de mais seguro é também mais confortável.

42

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Faça um teste.

Fique um tempo em uma esquina movimentada de sua cidade e observe os


motociclistas fazendo curvas. Veja o quanto a moto inclina e o quão perto seus
pés passam do chão.

Visão.

Você já sabe que quanto maior seu campo de visão mais fácil para prever e
prevenir acidentes. Porém, o uso incorreto do seu olhar pode te levar direto para
uma situação de risco. Literalmente.

Sabe aquela frase: “Olhe por onde anda.”

No motociclismo isso vai ao pé da letra. Acho que fica melhor se invertermos a


ordem e dizer que na moto você vai andar por onde olha.
Boa parte dos motociclistas experientes já reparou que inconscientemente a
moto vai para onde se mantém o foco do olhar.

Procurei por algum estudo científico que comprove isso mas não encontrei. Caso
você conheça algum material sério sobre o assunto, por favor me envie.

Durante essa busca o que eu encontrei foi o termo “Target Fixation”. Segundo o
tradutor do Google, significa “Fixação do Alvo”.
O termo surgiu na 2ª Guerra, quando os pilotos dos caças mergulhavam os
aviões fixando o olhar nos seus alvos em terra e esqueciam do restante do
ambiente. Quando se davam conta não tinham mais tempo de recuperar a altitude
e acabavam batendo em algum obstáculo.

Onde entram as motos nessa história?

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Comentei lá atrás que devemos manter a cabeça levantada para enxergar mais
longe e termos uma boa noção do que está acontecendo lá na frente e ao nosso
redor. No entanto, a maior parte da sua atenção deve ser destinada ao caminho
por onde você quer que sua moto passe. Principalmente dentro do tráfego
intenso das cidades.
Sempre que perceber um obstáculo à frente procure uma “rota de fuga”.

NUNCA OLHE DIRETAMENTE PARA O OBSTÁCULO.

Seja ele um buraco, óleo ou areia na pista, outro veículo parado, pedestres,
ciclistas, seja lá o que for. Inconscientemente seu cérebro te leva para onde você
está olhando fixamente.

Um acidente comum que ocorre por essa questão de não olhar para onde se
quer ir e sim para outro veículo. É quando um grupo de motociclistas está indo
para a mesma direção e algum deles sai da pista, o que está logo atrás vai pelo
mesmo caminho. Isso ocorre porque o segundo estava apenas seguindo o
primeiro. Sua atenção não estava na pista em si mas sim na moto da frente.

Nas cidades podemos incluir também pedestres e ciclistas. Assim que os


localizar procure uma rota para passar sua moto longe deles. Mantenha sua visão
no caminho que pretende seguir e não nas pessoas.

As dicas mais comuns no aspecto visão são:

 Olhe com a cabeça.


Procure movimentar sua cabeça junto com seu olhar. Dessa forma você faz
uma varredura mais completa no que está ao seu redor e aumenta também
o alcance da sua visão periférica.

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 Olhe mais longe.
Não fique com sua visão somente entre você e o carro à sua frente. Com o
tempo e experiência - nem precisa muita – você consegue identificar o que
acontece à frente dos veículos que está seguindo. Isso te dá tempo para se
preparar para uma possível situação de risco.

Te dou dois exemplos simples e comuns.

Semáforos.

Horário de pico entre 11:30hrs e 13:30hrs. Avenida movimentada. O


semáforo acabou de abrir, você ainda está a duas quadras dele e tem todo
aquele tráfego à sua frente.

Dá para calcular se consegue passar nessa ou na próxima rodada do verde.


Está longe? Acha que não vai dar?

Então pare de acelerar e vá reduzindo aos poucos !

Os veículos que estão mais próximos vão começar a parar e você ainda está
acelerando e mantendo a velocidade.

NÃO DEIXE PARA FREAR EM CIMA DA HORA.

Outro exemplo...

Ônibus urbanos.

Em locais que não possuem uma pista exclusiva, eles param no canto da
pista podendo atrapalhar o fluxo dos outros veículos.

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A maioria dos ônibus tem entre 2,4 m e 2,7m de altura por 2,4m a 2,6m de
largura. São bem grandes, dá para enxergar de longe.

Se você reparou que estão reduzindo a velocidade para parar no ponto ou


estão saindo do ponto e voltando para a pista. Vá se preparando antes.

Freie, mude de faixa, acelere. Faça o que for preciso com antecedência e não
quando já estiver muito perto.

 Atenção

Talvez seja a tecla mais batida quando falamos em trânsito.

O celular é hoje uma das principais causas de mortes no trânsito no mundo.


Tendo ultrapassado o uso de bebida alcoólica na direção. Isso se dá pela falta
de atenção à tarefa que está sendo feita, no caso dirigir ou pilotar.

Mas não precisamos de celular ou bebida para desviar nossa atenção.


Basta que você se perca em seus pensamentos por uns instantes que já está
correndo risco.

Comentei no início que bati em um carro parado, lembra?

Pura falta de atenção...

Nessa época eu morava em Curitiba, estava voltando do trabalho entre


17:30hrs e 18:00hrs. Nas principais avenidas da cidade os semáforos são
sincronizados. O que te faz andar um bom trecho sem pegar nenhum sinal
fechado.

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A uma certa altura o sinal abriu mas, devido ao congestionamento, o fluxo de
veículos andou meia quadra e parou. Mesmo com o sinal aberto.

E eu distraído... Viajando na maionese.

Quando dei por mim, puxei a moto para o corredor com o pé grudado no
freio, mas não teve jeito. Como eu estava entre 30 e 40 km/h a batida não
foi tão forte e nesse desvio acabou batendo mais a minha perna do que a
moto.

Por sorte foram só danos matérias.

Ah e moral também né...


Afinal, eu bati a 30 km/h e um carro parado.

Não me conformo com isso até hoje.

 Relaxe.

Não quero de maneira alguma te colocar medo ou supervalorizar os perigos de


andar de moto. Você deve sim andar sempre com muita atenção, mas não deixe
que isso vire uma paranoia. Comece por áreas calmas e conhecidas por você.
Locais por onde já tem o hábito passar.
Lembre-se que agora você não vai andar a pé, então comece a prestar atenção
onde é mão ou contramão, onde é proibido virar, estacionar, etc. Vá se
acostumando com sua nova realidade de motociclista. Dessa maneira é mais fácil
de relaxar em cima da moto e executar cada movimento com mais suavidade e
consciência. E o melhor, sem sustos.

Por mais que os fabricantes invistam em pesquisas e tecnologia a segurança em


motocicletas é ativa, ou seja, depende de VOCÊ.

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Então relaxe e preste atenção em cada reação da moto aos seus comandos e
tome cuidado com as ações das outras pessoas envolvidas no trânsito. Estejam
elas de carro, moto, bicicleta, a pé e por aí vai.

 Converse com você.

Chame a sua atenção.


O nosso cérebro é especialista em nos
desviar a atenção.
Sempre que se flagrar com pensamentos
bem longe.
Brigue com seu cérebro.
Traga sua atenção de volta.

Fale para você:

“Volta pra cá!” , “Foco!”, “Presta atenção no trânsito!”

Concentre-se em seu momento presente.


Tente esquecer qualquer problema ou preocupação estiver pilotando.

Próximo item...

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Curvas

Acredito ser a parte mais gostosa e que também gera mais dúvidas e medo na
hora de pilotar. Além de ser perigosa caso você queria abusar um pouco da moto.

Se lembra da tais forças centrífuga e centrípeta que foram comentadas nas suas
aulas teóricas?

Só para dar uma reforçada:

Força Centrífuga: Empurra a moto para fora da curva.

Força Centrípeta: Puxa a moto para dentro da curva.

Há uma combinação de fatores que colocam uma dessas forças em ação com
maior ou menor intensidade. Vamos tratar aqui dos dois básicos:

 O desenho/formato da curva, se é muito aberta ou muito fechada.


 A velocidade com que você entra na curva.

A grande maioria dos alunos de autoescola não dão muita importância para as
aulas teóricas. Quando estudam um pouco, a intenção é decorar para passar no
exame e não tentar entender o porquê disso ou daquilo. O negócio é ir para as
aulas práticas.
Confesso que fiz parte dessa turma e quase me custou bem caro essa atitude.
Foi no dia em que aprendi na prática a diferença entre as placas:

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Foi a primeira vez que desci a serra entre Curitiba e Paranaguá. Esse trecho da
rodovia é pedagiado e bem cuidado, com boa sinalização e um bom asfalto.
As primeiras curvas são abertas, gostosas e fáceis de fazer. Porém, quando
começa efetivamente o trecho de serra a conversa muda.

Passei por uma placa de curva acentuada e nem dei bola. Eu já vinha há uns
dez minutos dominando todas as curvas, me sentindo um piloto de
motovelocidade como disse lá atrás. Entrei nessa curva acentuada entre 90 e 100
km/h.

...

Foi nesse dia que conheci a força centrífuga.

Do início para o meio da curva a moto começou a ir para fora da pista. Eu


tentava inclinar mais a moto mas não adiantava. Eu olhava e a linha de bordo6
chegava cada vez mais perto do pneu. De um lado a mureta que divide as pistas,
do outro mato barranco a baixo.
Eu não sabia se acelerava mais, se freava, se tentava sair devagarinho para o
acostamento. Por sorte consegui manter a moto na pista até o fim da curva.
Depois do susto continuei o percurso entre 70 e 80 km/h e com o coração mais
acelerado que o motor.

Volto a falar que não pretendo te transformar em uma celebridade do


motociclismo brasileiro com esse livro. Quero que você entenda pelo menos o
básico para pilotar nas ruas ou estradas com mais confiança e segurança.
Depois que já estiver mais confortável com sua moto, é importante que busque
algumas técnicas mais avançadas que aumentem mais ainda sua segurança.

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Faixa do canto entre a pista e o acostamento.

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Vamos as curvas.

Podemos dividir as curvas em 3 partes que recebem diversos nomes Brasil


afora.

1º Entrada / Tomada / Início /


Momento de preparação...

2º O meio / Cabeça / Ponto


médio...

3º Saída / Faixa de saída /


Área de retomada / Final...

A dica mais genérica que posso dar e é usada em 90% das curvas que for fazer
é:

Freie no início da curva adequando a marcha à velocidade, mantenha


uma aceleração gradativa e constante do meio para o fim da curva.

Vamos por partes.

1ª Na entrada da curva.

Controlar a velocidade na entrada pode facilitar muito o restante da curva.


Evite entrar muito rápido para que a moto não passe reto e você acabe
saindo da curva.

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Novamente a visão tem
papel importante. Procure
olhar para o final da curva.
Lá onde você quer chegar e
não logo à frente da moto.
Repare nas imagens como
os pilotos estão olhando já
para a saída da curva.

Existem também as curvas


mais fechadas, onde você não consegue enxergar o final delas. Nesse caso,
foque o olhar no ponto mais longe que conseguir.

Nessa varredura de olhar para o final da pista você consegue identificar


obstáculos na curva como buracos, areia, outros veículos e efetuar algum
desvio se for necessário.

Lembrando de NUNCA fixar o olhar no obstáculo e sim no desvio que você


vai usar.

Se possível deixe a moto do lado oposto da curva para que comece a curva
bem aberta e sobre espaço para um eventual desvio.

2ª No meio da curva.

Em curvas abertas você inclina seu corpo junto com a moto. Em curvas
fechadas você inclina mais a moto do que seu corpo. Tudo sem exagero nas
primeiras vezes, com o tempo você vai se soltando.

Nessa etapa da curva a postura é de extrema importância. Quadril, pernas e


pés bem posicionados facilitam muito o controle e a distribuição de peso.

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Exemplo:

Em uma curva para a esquerda. Faça um pouco de força com a ponta do pé


esquerdo até que você sinta a moto “caindo” para a esquerda. Com sua coxa e
joelho direito empurre levemente o tanque para o lado de dentro da curva e deixe
o quadril acompanhar a moto.
Você irá notar que todo o controle da moto fica do seu quadril para baixo,
deixando seus braços relaxados e conduzindo o guidão bem suave, quase sem
virá-lo.

É nessa etapa que as forças centrífuga e centrípeta agem. Por isso o ideal
reduzir a velocidade na entrada da curva para evitar sustos aqui.

Mas...
Se assim como eu.

Depois de uns dez minutos você já estiver se sentindo um piloto de


motovelocidade e entrar rápido demais em uma curva. Todos as suas atitudes
devem ser tomadas com leveza e suavidade, sempre com força progressiva. Nada
de movimentos bruscos.

Eu não disse que seus


Prefira parar de acelerar ao invés de apertar o
movimentos devem ser
freio. É possível que só com essa ação você já
lentos. Disse que devem
consiga retomar o controle da situação.
suaves e progressivos.
Porém, se não resolver. Tome muito cuidado com
os freios em uma curva.
Se abusar do freio traseiro a roda pode travar e a moto termina de deitar no
chão. Se abusar do freio dianteiro a moto pode seguir em linha reta para fora da
curva ou, caso a roda trave, você perde o controle da moto e ... chão.

“ Então não dá pra frear em curvas ?? ”

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Dá sim. Mas é melhor que você já tenha uma boa sensibilidade tanto na mão
quanto no pé. Para ir dosando a força no freio e ir corrigindo a trajetória da moto.

O mais seguro é adequar velocidade e marcha na primeira etapa da curva.

Por isso alguns chamam de Momento de Preparação.

Em último caso... e eu torço do fundo do meu coração que você não chegue a
esse ponto.
Fez besteira e não conseguiu corrigir ?!?!

PULE DA MOTO !!

De preferência você para um lado e ela para o outro.


É muito mais fácil encontrar peças de reposição para a moto do que para você.

3ª Saída da curva.

Aqui você já pode voltar a acelerar com mais firmeza para retomar sua
velocidade padrão para a via em que se encontra. A essa altura o maior perigo já
passou.
Conforme a velocidade aumenta a moto vai perdendo a inclinação e voltando a
posição vertical. Com ela em pé e em linha reta a coisa fica mais fácil de novo.

Posicionamento na pista.

De acordo com as condições do tráfego no momento, o local mais seguro para


manter sua moto pode variar. Vou citar algumas situações comuns do dia a dia e
como você pode reagir a cada uma delas.

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Centro da faixa.

O ponto mais seguro na maioria das vezes é o centro da faixa. Aqui você evita
que outro veículo posicione-se ao seu lado, te espremendo no canto da faixa ou te
jogando para fora da pista. Também te dá uma boa visão e distância dos veículos
que estão passando por você. Seja a via de mão única ou dupla.

Carros estacionados.

Ao passar por veículos que estejam estacionados procure ficar um pouco mais à
esquerda. Pode acontecer de alguém abrir uma porta sem perceber sua moto e
causar um acidente.

Carros estacionados também escondem outro perigo.

Crianças.
Quanto mais novas, menos noção do perigo.
Normalmente são mais baixas que as estruturas dos veículos, acabam ficando
escondidas e você só percebe quando já está muito perto.
Se desconfiar que pode ter crianças na região que estiver passando, reduza a
velocidade e redobre a atenção.

Você atrás de alguém.

Dentro da cidade a velocidade é reduzida. O que te permite andar mais perto do


veículo a sua frente, e é comum pessoas que estão começando a pilotar ou dirigir
evitar fazer ultrapassagens.

Caso precise seguir seu trajeto atrás de um automóvel.


 Mantenha uma distância que dê para você parar ou desviar caso esse carro
freie de repente.

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 Não fique exatamente no centro do carro que estiver seguindo. Normalmente
os motoristas desviam de buracos fazendo-os passar entre as rodas. Se você
estiver bem no meio e próximo ao carro, vai cair nesse buraco com certeza.

 Evite ficar atrás de veículos grandes que tampam completamente sua visão.

 Evite pontos cegos.

TODO VEÍCULO TEM PONTOS CEGOS.

Por mais que o motorista seja bom, ajuste bem os espelhos e ande
politicamente correto. Pode acontecer de alguém te fechar porque realmente
não te viu.
Sim... eu sei que há uma minoria que faz isso de propósito. Mas a maioria
não é assim.

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Nos acidentes envolvendo motos geralmente o maior prejudicado é o
motociclista. Logo, temos o dever de nos cuidarmos mais ainda.

Posicione sua moto onde consiga ver os olhos do motorista. De preferência


do meio para esquerda do carro, que é o lado por onde as pessoas esperam
ser ultrapassadas e não pela direita.
Tem muita gente desligada por aí e muitos nem usam o retrovisor da
esquerda, quem dirá o da direita.

Alguém colado em você.

Esteja sempre de olho nos seus retrovisores. Sim, nos dois.

Ao perceber outro veículo muito próximo a sua moto, facilite a ultrapassagem.


Chegue um pouco para a direita, deixe-o passar e depois retorne para o centro da
faixa.

Eu sei que você não vai sair por aí com a agilidade de quem já pilota há muito
tempo. Mas também não ande muito devagar, tente manter um ritmo próximo a
velocidade permitida pela via.

Quando houver mais de uma faixa no mesmo sentido, não fique na última da
esquerda. Deixe essa ou mais para quem está mais rápido e mantenha seu ritmo
no lado direito sem que ninguém te incomode.

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Lado a lado com outra moto.

Evite trafegar lado a lado com outra moto, mesmo que seja uma pessoa
conhecida te acompanhando.

Estando lado a lado um pode derrubar o outro. Seja desviando de um obstáculo


por reflexo, no susto. Ou por algum imprevisto na moto como um pneu furado,
uma peça estragada, qualquer motivo que obrigue uma reação rápida do piloto
pode interferir na trajetória da outra moto.

Sem contar que sendo conhecidos andando em baixa velocidade. Vocês vão
inventar de querer conversar enquanto pilotam, tirando a atenção do trânsito.

Isso pode não dar certo.

Já reparou que quando um grupo de motociclistas vai viajar para algum evento.
Eles tem uma formação intercalada na estrada? Como um grid de largada da
Formula 1.
Há um motivo para isso. Cada um deles deve enxergar o companheiro em seu
retrovisor. Assim se o da frente cair ou parar a moto de repente o de trás
consegue desviar. E se o de trás estiver desligado curtindo a paisagem e o da
frente reduzir a velocidade, eles não se batem. Estão sempre um cuidando do
outro.

Siga o exemplo desse pessoal mais experiente e apaixonado por motos.

A regra vale também para veículos com mais de duas rodas. Se o motorista
desviar de algo, pode bater em você. Portanto...

NÃO TRAFEGUE AO LADO DE NINGUÉM.


OU ULTRAPASSA DE UMA VEZ OU FIQUE ATRÁS. NUNCA AO LADO.

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Ultrapassagem

Antes de qualquer movimento com a moto.


 Ligue o pisca (luz indicadora de direção).
 Olhe nos seus retrovisores.
Sim, nos dois. Para que tenha uma boa noção do que acontece atrás de
você.
 Veja se tem alguém que já sinalizou que vai te ultrapassar ou já está te
ultrapassando. Se houver, espere que esse veículo conclua a manobra e daí
sim você vai.

Só ultrapasse se tiver certeza que tem tempo e


espaço para ultrapassar e voltar a sua faixa com segurança.

CERTEZA.

Se você só ACHA que dá tempo, não arrisque.


Principalmente em pistas simples de mão dupla.

 Só ultrapasse pelo lado esquerdo.


A menos que o veículo da frente vá virar à esquerda. Nesse caso a
ultrapassagem pela direita é permitida.

 É proibido ultrapassar em faixas contínuas.


Só pode quando aquela faixa que divide as pistas for tracejada do seu lado
da pista. Aqui tem dois detalhes a mais que passam despercebidos pela
maioria:

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 Primeiro.
Você deve começar e terminar
enquanto a faixa for tracejada. Não
adianta dizer para o agente de
trânsito que quando você começou a
ultrapassagem era tracejada e só
quando você voltou era contínua.
Independente se é faixa branca ou
amarela.

 Segundo.
Em pistas simples de mão dupla você deve ultrapassar um veículo de cada
vez. Se um agente de trânsito te flagrar ultrapassando dois ou mais veículos
de uma só vez, mesmo que haja faixa tracejada do seu lado, ele pode
interpretar que você está trafegando na contramão ao invés de estar
fazendo uma ultrapassagem. (Lá no capítulo sobre o Corredor eu mostro
isso baseado no CTB.)

 Em vias de mão dupla não pode ultrapassar em curvas, subidas ou descidas


com baixa visibilidade – onde não dá para saber se vem alguém no sentido
contrário.

 Não pode ultrapassar pelos acostamentos das vias, próximo a faixas de


pedestres ou cruzamentos.

 Tome distância.
Ao ultrapassar qualquer veículo tome uma boa distância lateral. Mesmo
tendo tomado o cuidado de sinalizar e conferir que o motorista te viu.
Fique distante, pois se ele desviar de algo ou por descuido “puxar” o carro
para o seu lado você ainda tem espaço e tempo para desviar, frear ou
acelerar de vez.

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 Se não tem motor, não vá.

Tem gente que finge que vai te deixar passar:


Você sinaliza;
A pessoa abre espaço;
Quando você está ao lado dela;

Ela acelera de novo.

Não sei o que passa na cabeça desses seres humanos.

Se isso acontecer e for nítido que o outro veículo é mais potente que o seu e
não está a fim de te deixar passar. Reduza a velocidade e fique para trás
mesmo até que cada um siga o seu caminho.

Evite qualquer tipo de confusão. Principalmente no trânsito.


Todos nós temos dias ruins e não sabemos com quem estamos lidando no
veículo ao lado.

Portanto, deixe os estressados e suas preocupações pra lá e siga o seu


caminho.

 Cuidado com os motoristas distraídos.


Percebeu algum motorista no celular, empolgado com a música no carro ou
em conversa com os passageiros? Qualquer comportamento que tire o foco
do motorista no trânsito ao seu redor.

Já presenciei motorista com DOIS celulares. Um em cada mão apoiados no


volante.

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FIQUE LONGE !!

Reduza a velocidade e aumente a distância, ultrapassasse assim que for


seguro ou mude de faixa.

Falo de novo. Por menor que seja o acidente, o motociclista geralmente leva
a pior.

Corredor

Pode ou não pode?

É uma pergunta muito


comum e na maioria das
vezes as respostas
confundem mais do que
explicam. Já de cara te digo
que não há nada no Código
de Trânsito Brasileiro que
proíba expressamente o uso do corredor pelas motocicletas. Porém, também não
há nada que autorize expressamente isso.

Há quem diga que pode, por não ter nada que proíba.
Há quem diga que é apenas tolerado, já que também não tem nada dizendo que
é permitido.

Vou te mostrar aqui o que passo para meus alunos, amigos e familiares.

Por ser um tema que acaba gerando discussão, vou citar alguns artigos e
conceitos do CTB para embasar o que vou te dizer.
Nada complexo e chato, afinal não quero te transformar em um profissional do
trânsito. Apenas te dar uma visão geral com menos “achismo” possível.

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Esse CTB que vigora hoje foi criado em 1997 e passou a valer no início de 1998.
Na ocasião, o então Presidente Fernando Henrique Cardoso vetou o artigo 56 que
proibia claramente o uso do corredor por motocicletas. Alegando que isso
descaracterizaria (que palavrinha difícil hein) a moto como veículo ágil.

Seguem os textos do artigo e do veto presidencial.7

Art. 56:
“É proibida ao condutor de motocicletas, motonetas e ciclomotores a
passagem entre veículos de filas adjacentes ou entre a calçada e veículos de
fila adjacente a ela."

Veto:
"Ao proibir o condutor de motocicletas e motonetas a passagem entre
veículos de filas adjacentes, o dispositivo restringe sobre maneira a utilização
desse tipo de veículo que, em todo o mundo, é largamente utilizado como
forma de garantir maior agilidade de deslocamento. Ademais, a segurança dos
motoristas está, em maior escala, relacionada aos quesitos de velocidade, de
prudência e de utilização dos equipamentos de segurança obrigatórios, os quais
encontram no Código limitações e padrões rígidos para todos os tipos de
veículos motorizados. Importante também ressaltar que, pelo disposto no art.
57 do Código, a restrição fica mantida para os ciclomotores, uma vez que, em
função de suas limitações de velocidade e de estrutura, poderiam estar
expostos a maior risco de acidente nessas situações.'

Como você pôde ver não é proibido trafegar no corredor com sua moto.
Mas também não é por isso que você vai se empolgar e sair fazendo bagunça
por aí né ?!

7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/Mvep1056-97.htm

63

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O ex-presidente FHC retirou a proibição mas não regulamentou o uso do
corredor (Nem sei se isso é possível). Como não possui suas próprias regras a
situação fica por conta do restante do CTB.

Dependendo do seu comportamento o agente de trânsito pode enquadrar a


infração em outros artigos. O mais comum para moto no corredor é o

Art. 192:
“Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e
os demais, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no
momento, a velocidade, as condições climáticas do local da circulação e do
veículo.”
Infração grave. (5 pontos na carteira)
Multa de R$ 195,23.

Em raras vezes são usados outros artigos como:

Art. 188:
Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturbando o trânsito.
Infração média. (4 pontos na carteira)
Multa de R$ 130,16.

Art. 199:
Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver colocado na
faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda.
Infração média. (4 pontos na carteira)
Multa de R$ 130,16

Entre outros dependendo da situação.

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“Pô Juarez, como tanta coisa assim não vou nem arrisca.
Vô acaba perdendo minha carteira antes de pega o jeito da moto.”

Calma, não é tão ruim quanto parece.

O agente de trânsito também não sai por aí distribuindo multa sem motivo. Ele
precisa seguir o que diz o Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito. 8
Esse manual padroniza e detalha como o agente deve proceder diante de cada
situação que gere uma infração. Cada uma possui sua ficha própria descrevendo a
conduta cometido pelo infrator, o amparo legal (qual artigo foi desrespeitado),
qual será a penalidade, dois campos que definem Quando Autuar e Quando Não
Autuar e um campo para Observações onde o agente pode incluir mais detalhes
sobre o acontecido, se julgar necessário.

Vamos analisar esses artigos para ver se valem para o corredor e caso sim,
quando.

Art. 192: “Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o


seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-
se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do local da circulação e do
veículo.”

Distância: Essa questão de distância segura ficou muito vaga. Afinal, quanto
seria uma distância segura? 0,5m, 1m?
O único ponto onde o CTB define uma distância específica é quando temos que
passar por ciclistas. Conforme diz o artigo 201:
“Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinquenta centímetros ao
passar ou ultrapassar bicicleta.”
Infração média. (4 pontos na carteira)

8
Manual Brasileiro de Fiscalização Vol. I Resolução 371/10 Contran.
Manual Brasileiro de Fiscalização Vol. II Resolução 561/15 Contran.
http://www.denatran.gov.br/resolucoes

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Multa de R$ 130,16

Há quem alegue que se você conseguiu passar entre os veículos sem bater em
nenhum, então você estava a uma distância segura dos demais.

Velocidade, condições do local, da circulação, do veículo e as condições


climáticas: A ficha do Artigo 192 no Manual de Fiscalização deixa bem claro que o
agente pode autuar se constatar que o motociclista está colocando em risco a
segurança no local, tanto dele próprio quanto dos outros usuários da via.

Repare na imagem seguinte:


 “Quando autuar” - Está detalhado que somente irá autuar o motociclista se
este estiver colocando em risco a segurança.
 “Definições e Procedimentos” – “Para avaliar a distância segura, considerar
situações que propiciam acidentes.”
 “Observações” – Obrigatório descrever a situação.

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Quando você for usar o corredor ande devagar. Trafegue em uma velocidade
compatível com o momento e local. Em qualquer situação evite andar no limite de
velocidade, ande sempre um pouco abaixo. Principalmente se estiver usando o
corredor.

Tá todo mundo parado?

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Concordo que você possa manter um certo ritmo, mas com os outros veículos
em movimento baixe um pouco a velocidade e aumente mais ainda o seu cuidado.
A segurança na moto é ativa, depende de você. Não confie nos outros, puxe a
responsabilidade para si e faça tudo que puder para evitar momentos de risco.

Uma situação bastante comum em corredores...

Moto no corredor em velocidade compatível com os carros, todo mundo


devagar. Por algum motivo a fila de carros a sua direita para. A chance de alguém
sair da direita e passar para a fila da esquerda, que ainda está andando, é
enorme.

É igual fila de supermercado, se a do lado está mais rápida. Você muda de fila.

“Ah... Mas o motorista tem que olhar no retrovisor e


dar seta antes de mudar de faixa!”

Sim ele tem que fazer isso. E se não fizer pode até levar uns pontos na carteira.
Porém, se ele não fizer e você ainda estiver acelerando quem pode levar os pontos
é você.

EU ??

Sim, você. Pode levar uns pontos nos pés, nas pernas, braços, mãos...

DE NOVO... Em uma colisão o motociclista geralmente leva a pior.

Uma fila acabou de parar?

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Dê uma segurada na velocidade, veja se alguém ligou a seta ou os se pneus
dianteiros estão virando para o seu lado. Você já está na vantagem de não precisar
parar em todo o congestionamento.

NÃO PRECISA PRESSA.

Próximo...

Vi pela internet que algumas pessoas tomaram multas no corredor pelo artigo
188.

Art. 188: “Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturbando o


trânsito.”
Infração média. (4 pontos na carteira)
Multa de R$ 130,16

Acredito que não proceda porque essa infração ocorre quando os dois veículos
estão emparelhados. Como eu comentei lá atrás de você conversando com um
amigo lado a lado e de quebra bloqueando os veículos que vem atrás. Já no
corredor, você passa pelo carro e segue seu rumo. Não fica ao lado como se
estivesse conversando com o motorista.

Além disso, o Manual de Fiscalização diz que ao se tratar de motos o agente deve
usar o artigo 192.

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Art. 199: “Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver
colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda.”
Infração média. (4 pontos na carteira)
Multa de R$ 130,16

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A definição de ultrapassagem segundo o Anexo I9 do CTB.

ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo


que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma
faixa de tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de origem.

Simplificando.
Para ser considerada Ultrapassagem pela direita, você deve sair de trás de um
veículo passar pela direita desse mesmo e retornar na frente dele.

Quando você já está na faixa da direita mas em uma velocidade superior,


dentro do limite da via, ao veículo à sua esquerda e somente passa por ele. Não é
infração.
Isso se enquadra na definição de passagem por veículo, também encontrada no
Anexo I do CTB.

PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem à frente


de outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor
velocidade, mas em faixas distintas da via.

Como no corredor você passa pelos veículos e se mantém no corredor. Não


há ultrapassagem e sim passagem pelos outros veículos.

Para finalizar o tópico, você pode sim utilizar o corredor mas com o devido
respeito as demais leis de trânsito e principalmente os outros usuários da via. Não
é porque não é proibido que vai virar uma terra sem lei onde você faz o que
quiser. Estando você na rua ou no corredor no meio de um congestionamento, se
fizer coisas erradas vai responder por elas.

9
É onde são encontrados os Conceitos e Definições dos termos e expressões usadas no CTB.

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Então use essa vantagem que a moto te traz com respeito e cuidado.

Mudando de assunto...

Vamos falar novamente sobre seu processo de aprendizagem.


Quero ressaltar aqui que...

Você vai errar!


Um dia no escritório da autoescola,
uma aluna chegou revoltada da sua aula de carro
e sentou ao lado de uma amiga dizendo:
“AI, EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO!!”
Todos ali acharam estranho porque ela era uma menina calma.
A amiga perguntou o que tinha acontecido, e ela desabafou ainda brava:
“Ele (instrutor) me fala 30 vezes a mesma coisa e eu
ERRO 30 VEZES A MESMA COISA!”

É totalmente normal você não acertar e não fazer tudo perfeitamente bonitinho
do jeito que tem que ser feito quando se está aprendendo uma nova atividade.
É tudo novidade.

Você nunca tinha feito isso antes, e na melhor das hipóteses, só ficava olhando
como seus pais, amigos ou parentes faziam.

Mas agora é você quem está no comando !

Por mais que tenha uma boa base teórica, também é necessário uma boa pitada

de coordenação motora. Acredite, não tem para vender na internet.

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Você vai errar bastante e vai ter que praticar muito. Isso faz parte do processo
de aprendizagem de qualquer coisa.

Para evitar que você desanime. Não se cobre demais e comemore cada pequeno
acerto. Não espere pegar o jeito já nos primeiros dias, algumas pessoas tem mais
facilidade outras menos, varia de cada um.

Muitos alunos meus, que nunca subiram em uma moto para pilotar, começam
com um pouco de medo mas animados com a ideia. Dão uma, duas, três voltas
em primeira marcha acelerando e freando, fazendo curvas, parando e arrancando,
tudo fluindo bem. Claro que com alguns erros mas nada fora do comum.

Até que eu explico como e peço para colocar a segunda marcha. Isso tira o
aluno daquela zona de conforto, onde ele já estava quase dominando tudo.
Ao sair dessa tal zona de conforto, ele começa a errar de novo. Acelera demais
e esquece de trocar a marcha, aperta a embreagem acelerando e a moto “grita”,
engata a terceira ao invés da segunda, tenta andar com a moto no neutro, coloca
a segunda marcha sem acelerar primeiro e deixa a moto morrer.

Quer fazer tudo ao mesmo tempo mas acaba dando um nó na mente e não faz
nada. Aí começam as lamentações:
 Eu não vou conseguir fazer isso.
 Moto não é pra mim.
 Eu nem queria estar aqui.
 Só estou aqui porque já paguei.
 Nem gosto de moto, só vou fazer porque eu preciso.
 E por aí vai...

Chego com calma para que a pessoa não exploda de raiva ou desabe a chorar e
falo algo do tipo...

“Relaaaxa.

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Há 30, 40 minutos atrás você nunca tinha pilotado uma moto e até agora a
coisa tava fluindo. No início da aula você tinha olhar para sua mão esquerda para
poder soltar a embreagem devagar na hora de sair e quando era pra parar vinha
repetindo em voz alta: “Primeiro embreagem, depois o freio.” Meia hora depois já
estava fazendo de um modo mais automático sem precisar ficar olhando toda
hora.
Você não vai acertar tudo toda hora.
Volta e meia eu também deixo a moto morrer, freio muito forte ou muito fraco.
Claro que com o tempo você passa a errar menos, mas é porque você tá
praticando sempre. Seu cérebro acaba criando uma memória muscular que te faz
executar todos os movimentos sem precisar pensar e se concentrar muito em
cada etapa. “

Isso vale tanto para as aulas quanto para as ruas.

Nos primeiros dias é possível que você deixe a moto morrer em algum
momento. Não porque não sabe arrancar mas porque há toda uma pressão
psicológica, muitas vezes criada unicamente na sua cabeça, que prega a perfeição
na condução de qualquer veículo.

Não dê tanta importância para o que as outras pessoas dizem.

É bem comum encontrar pessoas que acabaram de aprender qualquer atividade


dizendo que quando estão sem ninguém por perto, não tem medo de fazer o que
tem que ser feito.
Isso também ocorre na hora de pilotar ou dirigir depois da autoescola. Muita
gente não tem medo de errar, elas tem medo de serem julgadas.
Quando estão em uma rua sem movimento nem ligam se a moto morre,
derrapa um pouco ou dá uma cambaleada na curva. Erraram?!
Tentam de novo e seguem seu caminho.

Porém, se isso acontece perto de outros veículos bate um desespero.

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“Ah meu Deus, vão me xingar.”
“Vão buzinar pra mim.”
“Tô atrapalhando todo mundo.”

Sua atenção fica tão focada na opinião dos outros que você não consegue
pensar direito, aí desanda tudo e começa a errar mais.
Então concentre-se em fazer a sua parte. Você treinou para isso.

Defina o seu Porquê.

Caso bata aquele desânimo quando você errar mais vezes do que você aceita
errar. Lembre-se do porquê você quer ou precisa andar de moto.
 Cansei do transporte coletivo.
 Não tenho dinheiro para comprar ou manter um carro.
 Não quero ficar horas no trânsito.
 Quero usar meu carro só para passear e a moto para trabalhar e estudar.
Seja lá qual for a sua razão.

Pense nela antes de tomar a decisão de desistir. Obtenha uma alavanca que
jogue sua autoestima e confiança lá para cima de novo.

Escreva em um pedaço de papel quais serão os custos de não superar esse


medo.
 O que você perde, ou deixa de ganhar, ao permitir que essa ansiedade toda
te domine?
 Quais as vantagens ou benefícios de você encarar essa situação e enfrentar
até que supere esse desafio?

Não se subestime.

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Lembre-se do seu primeiro dia em cima de uma moto, não importa se foi na
autoescola ou não. Houve um progresso de lá pra cá, não houve?
Viu?

Você tem capacidade e competência para se desenvolver em cima das duas


rodas.

Acredite em você !

Dicas de segurança passiva.


Já tratamos um pouco da segurança ativa na moto. Do seu comportamento
frente à situações que podem ocorrer no seu dia a dia e também mostrei alguns
macetes para que você se sinta mais confiante na condução da sua moto.
Agora vamos falar sobre a segurança passiva. Atitudes e equipamentos simples,
na maioria das vezes, que aumentam a sua segurança enquanto pilota.

Sim, é verdade que se você se envolver em um acidente de moto as chances de


se machucar muito maiores do que em um acidente de carro. Inclusive eu mesmo
já falei isso aqui algumas vezes. É possível que algum outro condutor faça alguma
coisa errada e venha te atrapalhar ou até colidir com você.

Mas quando se trata de acidentes com motos, a grande maioria das vezes quem
causa o acidente é o motociclista. Pare para analisar os acidentes com motos que
você teve conhecimento aí na sua região, dos mais leves aos mais graves.
Certamente você vai encontrar fatores como excesso de velocidade, álcool,
celular, ultrapassagens perigosas, moto em mau estado de conservação, pneus
carecas, freios gastos, corrente frouxa ou enferrujada, manobras arriscadas, entre
outros motivos.

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Conversando com amigos, alunos dos cursos de reciclagem para condutor
infrator e vendo notícias sobre trânsito Brasil afora. Eu reparei que a maioria de
nós, queridos brasileiros, temos uma espécie de código de conduta um tanto
estranho que prega o seguinte lema:

“Correr risco de morte tá tranquilo... Faz parte.


Pagar multa? NEM PENSAR!”

O cidadão reduz a velocidade só para passar no radar, só não ultrapassa em


local proibido quando sabe que lá na frente tem fiscalização, só abaixa a viseira
quando vê um agente de trânsito, quando está de carro só põe o cinto quando vê
uma viatura, e por aí vai...

É uma linha de raciocínio sem noção.

Já que a multa você pode pagar e resolver a questão. Pode pedir um vale para o
chefe, vender a moto, o carro, a TV, a geladeira, um rim... e pagar. Mas... e se
esse cidadão se machucar gravemente ou algo pior acontecer?
Pode não haver dinheiro no mundo que resolva a situação.

Mesmo que você esteja só, em qualquer veículo que seja. Moto, carro,
caminhão, ônibus...

Sempre tem alguém esperando notícias suas.

Então, faça o que deve ser feito pensando na sua segurança e na segurança de
quem está com você. Não faça apenas para não levar multas.

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Segurança passiva - Piloto.

O artigo 244 do CTB é o que trata de casos relacionados à ciclomotores,


motonetas e motocicletas. Logo no começo do artigo o texto diz ser infração
gravíssima (7 pontos + R$ 293,47 de multa) com suspensão do direito de dirigir e
recolhimento da CNH, caso a pessoa pilote sem capacete de segurança com viseira
ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações
aprovadas pelo CONTRAN.

Vou falar primeiro sobre o capacete e depois sobre o tal vestuário aprovado pelo
CONTRAN.

Capacete

Piloto e garupa devem estar usando capacetes próprios para motociclistas.

 Nos modelos que possuem viseira, ela deve estar em uma posição que
proteja totalmente os seus olhos.

Como assim? A viseira não tem que ficar totalmente fechada?

Não necessariamente.
A resolução 453/1310 do Contran te permite deixar uma fresta aberta para a
melhor circulação do ar. No calor isso ajuda a refrescar e no frio diminui a chance
da viseira embaçar totalmente com sua respiração.

Um dica importante.
Deixe essa fresta aberta quando estiver em baixa velocidade. Quando
estiver com a moto mais embalada não há motivo para isso, pois o sistema de
ventilação do capacete (e não precisa ser um capacete caro, os mais simples
também tem) já supre essa necessidade.

10
http://www.denatran.gov.br/resolucoes

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Porém, o melhor é andar com a viseira totalmente fechada.

Já é ruim quando você está a pé e entra um cisco no seu olho ou aqueles


mosquitinhos que entram e o olho começa a arder na hora. Você tenta fechar o
olho que está irritado mas não tem jeito, acaba fechando os dois e coçando. Agora
imagine isso no meio do trânsito a 40 ou 50 km/h.

Não só no olho, se alguma coisa bate no seu rosto ou entra na sua boca, o
susto e a reação pelo reflexo de algo te atingir podem fazer você perder o controle
da moto.

Cuidados com a viseira.

Eu costumo limpar a minha com papel toalha ou papel higiênico, detergente de


cozinha e água.

 Rasgo o papel em partes pequenas.


 Ponho bem pouco detergente em alguns pedaços.
 Umedeço e esfrego na viseira por dentro e por fora do capacete.
 Retiro a espuma que fez com o restante do papel seco.

Isso tira a areia/poeira e aquela gordura de poluição que fica embaçando a


visão. Principalmente à noite e/ou na chuva. Sem contar que limpando com
frequência aumenta a vida útil, demorando mais para aparecerem os riscos mais
profundos.

Não se enrole!

A viseira tá muito riscada?


Compre outra o mais rápido possível.

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Como já falamos... A visão é muito importante para uma pilotagem segura.

 Para os capacetes que vem de fábrica sem viseira.

É obrigatório o uso de óculos de proteção próprios para motociclistas. É comum


vir junto com o capacete quando você compra.
Não podendo ser substituídos por óculos como: óculos de sol, equipamento de
proteção individual, óculos de grau, etc.

Esses óculos para motociclistas possuem uma lente mais resistente, uma
espécie de vedação para que não entre poeira, areia ou água em seus olhos e
podem ser usados por cima de seus óculos de sol ou de grau, sem danificá-los.

Cinta jugular

Mantenha seu capacete sempre bem preso em sua cabeça.

Como digo aos meus alunos:

“Não precisa estar apertado e machucando, mas você não pode conseguir tirar o
capacete sem destravar a fivela. A cinta não pode passar pelo seu queixo sem ter
que soltar a trava.”

Se você consegue tirar o capacete sem destravar a fivela da cinta, em uma


queda o capacete pode sair da sua cabeça e você se machucar gravemente.

Há que se incomode com essa cinta raspando no pescoço, alguns chegam até a
ficar com a pele irritada.
Pensando nisso vários fabricantes incluíram uma tira de tecido que fica entre a
cinta e o seu pescoço para deixar mais confortável o uso.

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Em caso de queda, ele pode te machucar ao invés de te proteger se estiver
frouxo e pode até sair de sua cabeça se não estiver afivelado.

Reforçando o que comentei ali atrás...

Faça pela sua segurança e não para evitar a multa.

Limpeza do capacete

Mesmo que você cuide bem. Com o tempo de uso o capacete acaba ficando com
um cheirinho desagradável, seja pelo suor ou porque você pegou chuva. Sempre
que puder deixe-o tomando um ar fresco. Eu costumo deixar o meu pendurado no
varal.

A maioria dos modelos permite que você retire todo o forro interno para lavar.
Normalmente as partes internas são encaixadas ou presas por botões de pressão
(iguais aqueles de jaquetas mais grossas de frio), é só puxar as espumas laterais
(aquelas que protegem as bochechas) que elas saem.

Se você for desmontar a primeira vez sem a ajuda de alguém, preste atenção
na forma como está desmontando para saber como montar de novo depois.
Na primeira vez que fiz, demorei para entender como montar de novo. Sobrava
peças.

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Escolha do capacete

A sua peça de roupa mais importante na moto não pode estar de


qualquer jeito, não é?

Claro que para a sua primeira moto você não vai comprar um capacete
de R$ 3.000,00. Existem capacetes muito bons entre R$ 100,00 e
R$ 200,00. (Sim. Tem mais baratos mas recomendo desse nível para
cima.)

Bons capacetes geralmente tem um bom sistema de ventilação (entrada e saída


de ar), viseira um pouco mais grossa e curvada de uma maneira que a água da
chuva escorra com mais facilidade.

Dica rápida: Na chuva muitas vezes você não precisa passar a mão na viseira
para limpá-la, com uma velocidade constante basta virar o pescoço para o lado
que o vento limpa a viseira.

Se você usa óculos de lente corretiva (é o meu caso) ou costuma usar óculos de
sol, experimente o capacete com os óculos antes de comprar. Alguns modelos
podem variar o formato ou espessura da espuma e mesmo que seja o seu número
pode acontecer de os óculos não ficarem bem posicionados ou nem entrarem no
capacete. Podendo danificá-los ou apertar demais seu rosto.

Essas são algumas características que você pode encontrar em alguns modelos,
não é necessário gastar muito dinheiro já no seu primeiro capacete. Escolha um
com uma pintura que lhe agrade, seja confortável, não fique frouxo na sua cabeça
e tenha o selo do INMETRO.

Lembrando mais uma vez...

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Troque a viseira sempre que os riscos dificultarem a visibilidade, principalmente, à
noite ou na chuva.

Vestuário Adequado

O artigo 244 diz ser infração gravíssima pilotar “sem usar vestuário de acordo
com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN”.

Acontece que desde 1998, quando o CTB passou a vigorar, o CONTRAN não
estabeleceu nenhum tipo de vestuário para o motociclista em geral. Apenas para
os que trabalham com motofrete ou mototáxi.
Aos demais, no quesito vestuário fica obrigatório somente o capacete conforme
falei ali atrás. Obedecendo também a mesma regra que os motoristas quanto aos
calçados.

Art. 252: É proibido dirigir:


IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a utilização
dos pedais;

Volta e meia aparece algum aluno que vai mais além na imaginação e me
pergunta:

“Tah Juarez, você disse que só o capacete é obrigatório.


Então posso pilotar só de capacete e sem roupa nenhuma?”

Pode. Bem...
Mais ou menos.

Você vai responder por ato obsceno, se não me engano, mas se estiver com a
viseira abaixada e a cinta jugular justa multa de TRÂNSITO não vai levar.

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Brincadeiras à parte...

Ainda não há lei lhe obrigando a pilotar com um tipo específico de calça, jaqueta
ou bota. O que geralmente é comentado por aí são orientações dadas quando o
assunto é Pilotagem Defensiva. Vamos ver algumas dessas dicas agora.

Calçados

É recomendado pilotar com calçados fechados e de preferência com um material


resistente para proteger seus pés. Pois com calçados abertos como sandálias, por
exemplo, você pode machucar seus pés com qualquer tombinho bobo. (Quando
formos falar das calças dou exemplos de tombo bobo.)

 Pode pilotar descalço?

Você já deve ter visto no verão alguém pilotando descalço e com os chinelos
pendurados nos retrovisores.

Não é proibido.
Mas é muito arriscado.

Se já está calor a ponto do cidadão não querer calçar um par de tênis, imagine
a temperatura do asfalto. Se essa pessoa precisar parar em um semáforo,
cruzamento ou por qualquer outro motivo. Como vai fazer para ficar com o pé no
chão quente?!

 Sandálias (tanto masculinas como femininas) pode?

Sim. Desde que fiquem firmes aos pés e não atrapalhem a utilização do pedal
do freio nem do pedal do câmbio11.

11
Aquele pedal que você usa para trocar as marchas. Para cima e para baixo.

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Bastante gente me pergunta e eu também tinha essa dúvida assim que comprei
minha primeira moto...

 Quem vai na garupa, também precisa estar de calçado fixo aos pés?

Não, a regra vale somente para quem está pilotando. Quem vai na garupa pode
ir de chinelo.

Calças

A mesma lógica dos calçados. Tecido mais grosso e resistente.


Você não precisa desembolsar mais de R$ 300,00 para comprar uma calça
própria para motociclista cheia das proteções com tecidos e costuras especiais e
vesti-la TODA VEZ que for sair de moto.

Só de não ser uma calça fina que não exponha diretamente suas pernas, ajuda
muito. Uma calça jeans ou de sarja já te dá uma proteção dentro do trânsito
urbano onde a velocidade não é tão alta.

Então nunca mais vou poder usar bermuda?

Calma.
Não precisa ser tão radical assim, estamos só vendo conceitos de pilotagem
defensiva. Mas eu recomendo sim que pelo menos até você pegar uma boa
afinidade com sua moto... Ande com calça mais grossa e calçado fechado.

Esse “excesso” de cuidado nas primeiras semanas até cair a ficha que agora
você é motociclista, previne que você se machuque no que eu chamo de tombo
bobo.

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Por não estarem acostumados com o peso da moto e os movimentos de
arrancar e parar muita gente cai parada ou com baixíssima velocidade. Outros por
distração ou por pressa esquecem de puxar o “pezinho” da moto antes de descer e
acabam caindo ou deitando junto com a moto para não larga-la de vez no chão.
E nisso ralam joelho, dedos, tornozelo, cotovelo ou mais.

Então até se sentir à vontade e ver que você já tem um certo domínio da moto
em baixa velocidade ou se você faz um trajeto pelo meio do trânsito pesado
diariamente é melhor que ande de calça e calçado fechado. (Sapato, tênis,
sapatênis, etc.)

Jaqueta

Segue a linha da calça e calçado.

Mesmo que você more em uma região que faça mais frio do que calor. Quando
faz calor, seria ruim andar com uma jaqueta pesada pela cidade, não é?

Roupas finas ou pelo menos um casaco em trajetos curtos dentro da cidade


tudo bem. Porém, se você pega algum trecho de rodovia seja diariamente ou a
passeio é melhor pilotar com uma jaqueta ou blusa mais grossa. Não só por
possíveis quedas. Mas também porque em velocidade mais elevada qualquer
objeto que te acerte pode te machucar.

Moro há mais ou menos 20 quilômetros das praias e a maior parte desse trajeto
é por rodovia. Eu costumava fazer esse percurso só de bermuda e camiseta entre
90 e 100 km/h.
Já fui atingido no peito duas vezes. Nas duas vezes eu estava sozinho na pista,
sem muito movimento, dentro do limite de velocidade, dias de sol com boa
visibilidade até que sinto alguma coisa bater em mim.

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A primeira foi um besouro. Pareceu uma pedrada, doeu bastante e a segunda
vez eu senti alguma coisa pequena bater em mim e meu peito começar a arder.
Parei assim que pude para ver o que era, foi uma abelha que veio direto com o
ferrão em mim. Essa doeu menos.

Em nenhum dos casos eu me machuquei, ficou só aquela dorzinha chata


incomodando. Mas nas duas situações assim que eu senti que algo tinha me
acertado, a atenção que devia estar no trânsito a minha volta foi quase a zero. O
que poderia me levar a um acidente mais sério, se estivesse com uma jaqueta ou
blusa mais grossa nem teria sentido os dois.

Reforçando, se você precisa andar em rodovia ou em velocidades maiores que


as do trânsito urbano compre uma boa jaqueta. Existem algumas que tiram boa
parte da forração interna para que a ventilação circule melhor em dias quentes.

Luvas

Uma peça importante porém desprezada por muitos.


Sempre que você sente que vai cair, por reflexo já estende os braços tentando
se apoiar em alguma coisa ou amenizar a queda. De moto não é diferente,
geralmente se usa as mãos para tentar se proteger caso você caia.

Existem vários modelos de luvas para diversas situações e bolsos. Você pode
comprar luvas para dias de sol, aquelas que protegem a palma e o dorso da mão e
deixam os dedos de fora. Também luvas para frio e/ou chuva.

Particularmente, te aconselho a ter no mínimo um par de luvas para o frio. Caso


contrário, em dias frios, você vai puxar a manga de sua blusa mais para baixo e
querer pilotar só com a mão direita no guidão e a esquerda nas costas ou no
bolso. E isso não é nenhum pouco seguro, além de gerar multa grave. (Art. 244,
VII)

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Uma boa opção para reforçar a proteção das luvas para frio e chuva são as
luvas para guidão. Muita gente diz que a moto fica feia com isso, mas a ideia aqui
é te trazer conforto e não melhorar a estética.

Observação Importante!

De forma alguma quero desmerecer o uso de vestuário de proteção mais


aprimorado e próprio para motociclista. Mas eu sei que a grande maioria apenas
utiliza a moto como um meio de transporte alternativo mais econômico e mais
ágil. São poucas as pessoas que vão comprar calças de R$ 250,00, R$ 300,00 ou
mais, jaquetas a partir dos R$ 400,00 e luvas ou botas nessa mesma linha.
Principalmente quem anda com moto de baixa cilindrada, usada só para agilizar
a vida no dia a dia. Muitas vezes a parcela paga na moto é mais barata do que
esses acessórios.

Caso você tenha uma certa paixão por motos, independente da


potência. Vai fundo! Além de toda a proteção que esses equipamentos
oferecem, se vestir dessa forma dá uma boa levantada na autoestima.

Mas.... Se você usa a moto somente como uma opção mais barata. Fica o
conselho para comprar pelo menos um bom capacete, um par de luvas para os
dias de frio e chuva e uma boa capa de chuva.

Seria interessante também separar um tênis ou comprar uma botinha comum


mas que você irá usar para pilotar. Para não estragar todos os seus calçados nas
trocas de marcha da moto.

Já que eu citei ali em cima uma boa capa de chuva. Vou deixar minha opinião
sobre elas também.

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Capa de chuva

Os modelos mais simples são os de nylon e os de PVC.

Particularmente, prefiro as de nylon por serem mais flexíveis e fáceis de guardar


dobradas. Há quem prefira as de PVC justamente por serem mais grossas e
rígidas alegando que tem uma vida útil maior. Acredito que essa questão da vida
útil é mais influenciada pelo modo como você cuida da sua capa do que o modelo
dela.

Cuidados com a capa

Sempre que possível limpe sua capa antes de guardá-la. Se não estiver em casa
ou em um lugar onde você possa deixa-la pendurada, enxugue a parte de fora e
tire a lama que fica na barra da calça passando um pano. Quando voltar para casa
limpe melhor e pendure no varal ou em um cabide.

Tem gente que leva para o banheiro e lava no box antes de tomar banho. É
uma boa opção mas somente se você não for precisar dela já no dia seguinte, pois
demora um pouco para secar a parte interna. Para tirar ou tentar evitar o cheiro
de capa molhada que fica na sua roupa, há quem passe talco por dentro da capa
para dar um aroma mais gostoso, só não pode abusar já que a capa vai por cima
da sua roupa do dia a dia.

Botas para chuva

Para botas de chuva eu aconselho as de cano longo. Opinião minha.

Isso tem muito a ver com o tamanho ou formato da calça da sua capa de chuva.
Alguns modelos vestem muito bem enquanto você está em pé, mas quando você
senta na moto a barra da calça sobe um pouco e forma uma pequena “calha” que
manda a água da chuva direto para dentro da sua bota. Em botas de cano longo

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isso não acontece mesmo que a barra da calça suba um pouco, não chega a ficar
para cima da bota.

Obs.: Procure botas com alguma forração na parte interna ou pelo menos nas
bordas do cano da bota, as que são só de plástico ficam roçando na perna e
irritam a pele. Se você vai passar o dia todo com a capa não tem problema, é só
colocar a sua calça debaixo por dentro da bota e deixar a calça da capa por fora e
fica tudo certo. Mas se você vai usar a capa somente no trajeto vai ficar estranho
você andando com a barra da sua calça por dentro da bota.

Segurança passiva – Moto

3 dicas rápidas sobre manutenção preventiva.

Como já comentei lá em cima, sem aula de mecânica. Apenas o básico para


você se livrar de algumas enrascadas ou simplesmente economizar dinheiro.

Para não me estender muito, vou citar aqui 3 pontos que você deve estar
sempre de olho e que podem ser resolvidos rapidamente.

Corrente de transmissão

Se a corrente de transmissão estiver muito frouxa ela pode sair do lugar e até
travar a roda traseira podendo gerar um acidente por causa de um descuido bobo.

Aconteceu comigo no meu primeiro mês pilotando.


Quando comprei minha primeira moto eu pensava que cuidar da moto era só
manter o tanque cheio, trocar o óleo do motor a cada 1.000 quilômetros, de vez
em quando passar uma graxa na corrente e lavar a moto todo fim de semana.

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Até uma vez que eu estava passeando a noite pela cidade e passei por buraco
um pouco mais rápido do que deveria, com o solavanco a corrente caiu e travou a
roda traseira. Por sorte a rua estava vazia e eu não me envolvi em um acidente.

Arrastei a moto para o canto da rua e depois de muito esforço e com a ajuda de
um rapaz que vendo meu sufoco parou para me auxiliar, consegui colocar a
corrente no lugar e voltei para casa pilotando beeem devagar com medo de
acontecer novamente.

É fácil perceber se a corrente está muito frouxa,


ela forma uma barriga para baixo, como uma rede
de descanso pendurada ou quando a moto está em
movimento você ouve uns barulhos de alguma coisa
batendo. Com as oscilações do trajeto, a corrente
se sacode toda e bate no porta corrente ou na parte
debaixo da moto. (foto)
São sinais de que já passou da hora de esticar a
corrente. Não é um procedimento difícil de ser feito.

Você pode fazer em casa.

A primeira vez que for fazer peça ajuda a alguém


que já tenha feito isso, para que você veja
direitinho e aprenda melhor na prática ou leve ao
seu mecânico de confiança, a maioria nem cobra por ser algo rápido e fácil para
eles.

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Segue abaixo um passo a passo simplificado de como fazer.

1º Afrouxe os parafusos do eixo. (Os maiores, dos dois lados)

2º Afrouxe as contraporcas.
São as primeiras porcas de cada lado. Servem para dar aperto para que as
porcas seguintes não afrouxem.

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3º Aperte a primeira a porca até verificar que a corrente não está mais frouxa.
Ela não pode ficar muito esticada para não correr o risco de forçar demais e
estourar, deixe uma pequena folga. Cada estilo de moto pede uma medida
diferente, confira no manual de sua moto.

 Conte as ranhuras e veja se os dois lados estão na mesma medida.

4º Aperte novamente as contraporcas e depois os parafusos maiores.

Feito.

Lubrifique

Além de esticada a corrente deve estar sempre lubrificada para que o atrito
entre ela e as outras peças por onde ela passa não diminua sua vida útil e em
casos extremos não quebre a corrente.

Se você só anda no asfalto e passa um bom tempo sem pilotar na chuva o


intervalo entre uma lubrificação e outra pode ser maior. Porém, se você trafega

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por regiões de muita poeira, areia, lama ou passou alguns dias pilotando na chuva
é melhor verificar com mais frequência.

O ideal é que você lave a corrente para retirar a sujeira e outros resíduos da
lubrificação velha antes de fazer de lubrificar de novo. Mas confesso que só faço
isso quando estou muito animado.

Para essa limpeza uso um pincel com querosene. Depois de tirar o grosso da
sujeira, jogo um pouco de água e espero secar para daí sim começar a lubrificar
de novo.

Não é nada difícil, mas dá trabalho e faz sujeira.

Há discussões sobre qual produto usar para lubrificar. Os mais comuns são:

 Graxa branca: É a opção mais barata mas junta muita areia na corrente.

Por não ser líquida não penetra em todos os componentes da corrente. Outra
vantagem, além do preço, é que não sai facilmente com a água da chuva.

 Óleo SAE 80 ou 90 (óleo para transmissão de automóveis): Atinge todos

os componentes, suporta as altas temperaturas atingidas pelo conjunto da


corrente trabalhando, dura mais tempo na corrente. É o mais recomendado
pelos fabricantes. Pontos negativos: é mais caro que a graxa branca e suja a
roda da moto devido aos respingos, principalmente quando usado em
excesso.

 Chain Lub Spray: Lubrificante próprio para corrente de motos. Não deixa de

ser um óleo mas como sua aplicação é feita com um spray você consegue
lubrificar melhor e com menos sujeira. O ruim nessa opção é o preço.

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Mas colocando na ponta do lápis, mais vale você limpar a moto duas, três ou
quatro vezes no mês do que ter que trocar todo o conjunto antes do tempo devido
ao desgaste excessivo ou queda da moto.

Pneus

Enquanto a moto estiver em movimento, que eles sejam a única parte em


contato com o solo.

Calibragem

O primeiro cuidado bem básico,


fácil e gratuito é manter a
calibragem correta para o seu
momento de pilotagem.
Os fabricantes colam,
geralmente no porta corrente, um
adesivo informando qual a melhor
medida12 de acordo com o peso
que você vai levar na moto. Se for
só uma pessoa é uma medida para
o pneu dianteiro e outra para o
pneu traseiro, se forem duas
pessoas na moto esses valores
aumentam.

12
A medida mais encontrada nos calibradores do Brasil é a PSI, é só seguir o que o fabricante diz que não estoura o
pneu quando você for calibrar.

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Obs.:
 Pneus bem calibrados ajudam a economizar combustível, pois deixam a moto
mais leve.
 Ajudam a manter a dirigibilidade e estabilidade nas curvas.

Desgaste

Fique de olho também no desgaste físico dos pneus. Os sulcos13 servem para
escoar a água empoçada e para dar mais aderência ao pneu, evitando a
aquaplanagem e as chances de derrapar.

Transitar com pneus em mau estado de conservação é infração grave.

Art.: 230 - Conduzir o veículo:


XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou
reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e
ruído, prevista no art. 104;
Infração grave. (5 pontos na carteira)
Multa de R$ 195,23.
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Quando trocar o pneu

Os fabricantes indicam quando é a hora de trocar através de uma marcação em

alto relevo na lateral do pneu. São dois tipos de marcação, ou um triângulo


ou a sigla TWI14.

13
Aqueles desenhos na parte do pneu que entra em contato com o solo.
14
Tread Wear Indicator. Em uma tradução literal: Indicador de desgaste do piso.

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Ao encontrar essas
marcas siga o olhar para a
banda de rodagem do
pneu e verá uma saliência
dentro dos sulcos nessa
região. Quando o
desgaste nivelar com essa
saliência é hora de trocar
o pneu.

Os pneus param a
moto.

Já citei lá atrás mas


vale reforçar.
Os pneus também são responsáveis por parar a moto. Os freios param as rodas,
o atrito dos pneus com o solo é que para a moto.

Não pilote com pneus carecas, mal calibrados ou em mau estado de


conservação.

Troca de óleo do motor

O óleo tem duas funções:

 Lubrificar as partes móveis do motor para que não fique raspando e

batendo ferro com ferro lá dentro, gastando as peças antes do tempo.

 Refrigerar o motor: O motor das motos de menor potência é refrigerado

principalmente pelo ar. Quando está em funcionamento, a temperatura


dentro dele fica altíssima e só o vento que bate enquanto você pilota não é

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suficiente para manter essa temperatura em um patamar suportável pelas
peças internas.

Vamos imaginar uma situação...

Você está indo para o trabalho a uma velocidade média de 50 km/h em um


trajeto que dura aproximadamente 20 minutos. Como não está correndo nem
força o motor, vamos supor que fique por volta dos 4.000 giros por minutos 15.

Significa que as peças internas desse motor estão completando seu ciclo de
trabalho. Umas sobem e descem, outras dão uma volta em torno de si mesmas,
outras abrem e fecham, enfim, executando sua função QUATRO MIL VEZES A
CADA SESSENTA SEGUNDOS.

Todas essas peças de metal raspando umas nas outras geram muito calor, mais
o calor gerado pela explosão do combustível deixam a parte interna do motor com
uma temperatura altíssima.

Sem óleo no motor todo esse conjunto de ferro com ferro raspando em alta
velocidade vai se desgastando extremamente mais rápido, podendo quebrar
alguns componentes. A temperatura elevada pode derreter pequenos pedaços
dessas peças fazendo grudar uma peça na outra. Isso é o tal fundir o motor.

Se chegar a esse ponto a sua despesa será absurdamente mais cara do que
uma simples troca de óleo.
Por isso é muito importante manter em dia a troca de óleo do motor da motoca.

15
O termo mais usado é RPM, Rotações Por Minuto.

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Acelerar demais a moto com o motor frio

NÃO FAÇA ISSO!

Quando a moto fica um tempo parada, a ponto de o motor esfriar, todo o óleo
escorre para a parte debaixo do motor e fica em um reservatório. Como qualquer
tipo de óleo, inclusive óleo de cozinha, quando esfria ele fica mais grosso.

Assim que você liga a moto esse óleo é bombeado por todo o motor para
cumprir sua função. Mas leva um tempo para que ele esquente, fique mais fino e
comece efetivamente a lubrificar e refrigerar as peças.

Se você liga a moto e fica acelerando até o último só para ouvir ou mostrar o
barulho de sua moto para quem estiver por perto.

Você está fazendo o motor trabalhar com toda força que ele oferece, mas
praticamente seco. Batendo ferro com ferro lá dentro.
Logo, quanto mais forte for sua moto e mais bonito o barulho do motor, maior
será o estrago.

A dica é...

Ligue a moto e deixe alguns segundos funcionando sozinha, sem você acelerar.
Pode ser o tempo de abrir ou fechar o portão e colocar o capacete. Saia nas
primeiras quadras pilotando de forma mais tranquila para que dê tempo do motor
esquentar sem danos.

E mesmo com o motor quente, evite acelerar até ao máximo. Isso diminui a
vida útil de muita coisa lá dentro.

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Conclusão

Agora que você já conhece um pouco melhor o funcionamento e o


comportamento das motos em certas situações do seu dia a dia, é hora de
praticar. Principalmente o que você sente mais dificuldade ou erra com mais
frequência e, como eu disse lá no início, pegar mais intimidade com sua moto.

Se ainda tem algum receio, comece devagar.

Ande alguns minutos por dia pelo seu bairro mesmo, vá praticando as curvas
em uma velocidade que você se sinta confortável, as frenagens, o aumento
gradativo da aceleração, as arrancadas em retas e subidas, conforme for
aumentando sua autoconfiança (e ela vai aumentar) mude o trajeto, vá um pouco
mais longe. Progredindo no seu ritmo e sem pressa.

Se você já pilota com mais tranquilidade.

Cuidado com o EXCESSO de confiança. Dê uma revisada nas dicas de segurança


que citei por aqui e mantenha sempre o respeito por você, pelas pessoas que você
ama (Você pode estar sozinho na moto, mas não está sozinho no mundo.), pelos
outros usuários da via e pela sua moto (respeite os limites dela).

Mais qualidade de vida.

O importante é que você aproveite todos os benefícios e prazeres que uma


moto pode te proporcionar. A economia de tempo, de dinheiro, a versatilidade no
trânsito, a sensação de liberdade, de independência, o vento batendo em seu
corpo... Pare por um momento e se imagine pilotando pela sua cidade com a
confiança de quem sabe o que está fazendo. Seja indo estudar, trabalhar ou a
passeio.

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Agora que você vai e volta mais rápido dos lugares. Te sobra mais tempo para
ficar com as pessoas que você gosta, quem sabe dê para fazer aquele curso que
você precisa para mudar de emprego ou ganhar uma promoção, ou simplesmente
passar mais tempo descansando da correria do dia a dia.
Nesse mundo moderno e conectado que vivemos hoje, estamos sempre em
busca de mais tempo ou dinheiro. O uso da moto te traz um pouco de cada uma
dessas prioridades.

Bom... vou ficando por aqui.

Te parabenizo pelo empenho em buscar mais informações para aproveitar


melhor sua moto e agradeço por me acompanhar até aqui.

Dúvidas, sugestões, elogios e críticas educadas e construtivas serão muito bem


vindas. Pode me contatar através do email
contato@andardemotosemmedo.com.br.

Um abraço e até breve.

Juarez Felix Ferrucci

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As leis podem mudar.

Esse e-book foi finalizado no primeiro semestre de 2018. Dependendo de


quando você estiver lendo alguma lei pode ter sido criada ou alterada, assim como
as resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Para conferir se alguma resolução ainda está em vigor vá no site do
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e procure a aba Resoluções16.
Na coluna “Situação” diz se a resolução está em vigor, foi alterada ou revogada.

Ou vá no seu site de busca preferido e busque pelo número da resolução do


Contran que você está em dúvida.

16
http://denatran.gov.br/resolucoes

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